Uber Eats vai ter mercearia no catálogo. Motoristas da Uber farão entregas dos hipermercados
A Uber Eats vai passar a ter produtos de mercearia e os motoristas da Uber vão passar a fazer entregas ao domicílio das encomendas dos hipermercados. Com o país em quarentena, empresa reinventa-se.
A Uber Portugal pretende vir a disponibilizar produtos de mercearia através da aplicação Uber Eats. A empresa está também a desenvolver uma solução para pôr os motoristas de passageiros a fazerem entregas de compras ao domicílio, uma adaptação da empresa perante a quebra do volume de viagens na plataforma.
No caso da Uber Eats, a ideia é permitir aos utilizadores comprarem “produtos de conveniência através da aplicação”, em linha com o que já é possível na aplicação concorrente Glovo. Porém, num comunicado onde dá conta desta intenção, a empresa não se compromete com qualquer data para o lançamento desta prometida funcionalidade.
Já no que toca às entregas de compras ao domicílio, também não há data, mas o serviço já tem nome: Uber Drop-Off. A ideia não é os utilizadores pedirem ao motorista para que recolha as compras num determinado hipermercado, mas sim que sejam as próprias retalhistas a solicitar à Uber o transporte das compras até à casa de um cliente.
“A Uber está a desenvolver uma nova solução B2B [ou seja, para empresas], o Uber Drop-Off. Este produto está a ser desenvolvido em Portugal para ajudar a escala e a capacidade logística de retalhistas e empresas de bens de consumo a terem entregas com a comunidade de motoristas que viaja com a Uber em Portugal”, esclarece a empresa na mesma nota.
Ambas as novidades, sobretudo esta última, devem ser vistas à luz do atual contexto de pandemia. Milhões de portugueses estão isolados nos respetivos domicílios, perante a existência de mais de 4.000 casos de pessoas infetadas por uma novo coronavírus que se alastrou a todo o mundo a partir da China. Estas restrições têm castigado empresas como a Uber, que viram o volume de viagens afundar em poucas semanas.
Ora, os motoristas, ao mesmo tempo que correm um risco de serem infetados pelo contacto com eventuais passageiros doentes, têm visto os rendimentos das viagens recuarem devido a essas mesmas limitações. Ao mesmo tempo, os tempos mortos aumentaram, apesar de as despesas com o aluguer dos automóveis e o combustível não terem recuado na mesma linha.
“Trabalhamos todos os dias para apoiar a nossa comunidade de utilizadores e motoristas durante este momento difícil. A partir de agora, abrimos a nossa aplicação para ajudar grandes retalhistas e pequenos comerciantes a entregar os seus produtos em casa dos portugueses, assim como ajudar os motoristas e parceiros a ultrapassar esta fase que o país atravessa”, reconhece Manuel Pina, que lidera a empresa há poucos meses e enfrenta agora uma das ameaças mais severas ao negócio da Uber.
Mas há mais novidades da parte da Uber. De forma a melhorar a segurança dos motoristas, o acesso ao banco da frente foi restringido a todos os passageiros, enquanto estiver em vigor o estado de emergência em Portugal. Além do mais, a lotação máxima das viaturas foi apertada para três utilizadores (ou cinco no caso do serviço UberXL).
Quando à Uber Eats, já era sabido que a empresa deixou de cobrar a taxa de entrega para todas as refeições encomendadas, desde que os utilizadores apliquem o código promocional “TAXAGRATIS” no separador das promoções na aplicação. Aos restaurantes parceiros, a Uber passou a disponibilizar a opção de “transferência diária” dos valores faturados.
Assim, na prática, em vez de pagar à semana, a Uber Eats passou a pagar aos restaurantes a cada dia útil, tendo em conta que o setor da restauração tem sido outro dos mais afetados pela crise do coronavírus. O mesmo será disponibilizado aos estafetas da aplicação “em breve”, promete a Uber.
Com a pandemia a ganhar terreno em centenas de países — e os EUA, mercado doméstico da Uber, a figurar no topo da lista de países com mais casos confirmados –, as ações da Uber têm estado sob forte pressão em Nova Iorque. No último mês, os títulos da empresa acumulam uma desvalorização de mais de 20%, que compara com a queda de 11,7% do índice de referência S&P 500 no mesmo período.
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