Malparado na banca cai para 6,1% em 2019. Rentabilidade melhora

O malparado nas mãos da banca nacional encolheu em 8,6 mil milhões de euros no ano passado. Já a rentabilidade melhorou num ano marcado por uma melhoria dos resultados dos bancos.

A banca portuguesa fechou 2019 com melhorias em alguns dos seus indicadores principais, tendo conseguido baixar o nível de malparado e aumentar a sua rentabilidade, mostram dados do Banco de Portugal divulgados nesta quinta-feira.

De acordo com o regulador do setor, os bancos conseguiram baixar em 8,6 mil milhões de euros o montante do malparado em mãos na totalidade do ano, sendo que mais de metade foi só no último trimestre do ano. Em concreto, 4,5 mil milhões de euros, com o rácio de empréstimos non-performing (NPL na sigla em inglês) a fixar-se nos 6,1% no final do ano passado.

No último trimestre de 2019, os bancos registaram uma quebra em termos absolutos na ordem dos 20,9% face ao bolo total do malparado no final de setembro, sendo que ainda têm 17,2 mil milhões de euros neste tipo de empréstimos nos seus balanços.

Evolução do rácio de NPL

Fonte: Banco de Portugal

 

Os números da entidade liderada por Carlos Costa apontam ainda para uma redução de 32,6 mil milhões de euros no montante do malparado da banca desde 2015, que tem conseguido ao longo dos últimos anos reduzir a sua exposição a estes empréstimos. Face aos 17,5% que se registavam no final de 2015, a banca nacional conseguiu assim baixar para quase um terço o rácio dos empréstimos non-performing.

Ao mesmo tempo que reduziu o nível de malparado, a banca nacional também viu a sua rentabilidade melhorar num ano marcado por crescimento dos seus lucros. No seu conjunto, o setor registou lucros de 1,8 mil milhões de euros, disse o Banco de Portugal. Os cinco principais bancos do sistema — Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novo Banco — registarem lucros 874 milhões de euros, em 2019, uma subida de 130% face a 2018.

Em 2019, a rendibilidade do ativo (ROA) aumentou face a 2018, situando-se em 0,75%, enquanto a rendibilidade do capital próprio (ROE) aumentou para 8,1%. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, disse uma dia em entrevista ao Expresso que se fosse administrador ou acionista de um banco, uma das metas seria obter um ROE superior a 10%.

“A evolução do ROA refletiu, sobretudo, uma reversão líquida de provisões e, em menor grau, o crescimento dos resultados de operações financeiras e da margem financeira”, especifica o regulador, alertando que “este contributo positivo para o ROA foi atenuado, porém, por um aumento das imparidades, e, em menor dimensão, por um crescimento dos custos operacionais e por uma deterioração da rubrica outros resultados”.

(Notícia atualizada às 12h30)

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