Itália com número diário de mortes mais baixo desde 19 de março
Nas últimas 24 horas, morreram 525 pessoas em Itália por causa do coronavírus. Até ao momento, já foram registadas 15.887 vítimas mortais.
Nas últimas 24 horas, o número de mortes em Itália devido ao surto de coronavírus subiu em 525 para 15.887. Este é o menor aumento do número diário de vítimas mortais desde 19 de março, indicaram as autoridade de saúde citadas pelo Corriere della Sera. Foram registados mais 4.316 casos de infeção.
De acordo com os dados revelados este domingo, Itália regista agora 128.948 casos. Nesse universo, 91.246 casos são doentes atualmente infetados, 21.815 são paciente já curados e 15.887 são vítimas mortais. Estão internados, atualmente, 28.949 pacientes, dos quais 3.977 estão nos cuidados intensivos (menos 17 que este sábado). Além disso, 58.320 doentes estão em isolamento nos seus domicílios.
Itália continua a ser o país com o maior número de vítimas mortais (15.887), numa altura em que, em todo o mundo, já morreram, pelo menos, 65.272 pessoas devido ao novo coronavírus. Depois de Itália, os países com maior número de mortos são Espanha, com 12.418 casos mortais (130.759 casos), os Estados Unidos, com 8.503 mortos (312.245 casos), França, com 7.560 mortes (89.953 casos) e o Reino Unido, com 4.313 mortes (41.903 casos). Em Portugal, há 11.278 casos de infeção, até ao momento, e foram registadas 295 mortes.
Itália prepara levantamento “gradual e controlado” das restrições
Itália, que parece ter atingido “o planalto” da curva de propagação do novo coronavírus, prepara medidas para um levantamento “gradual e controlado” das restrições impostas, mas adverte que falta muito para um regresso à normalidade.
O uso de máscara generalizado, uma aplicação de rastreio, a multiplicação dos testes de diagnóstico e a assistência especializada ao domicílio estão entre as medidas evocadas, este domingo, pelo ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza.
O país, o que mais mortes associadas à Covid-19 regista em todo o mundo, tem verificado nos últimos dias uma tendência sustentada de redução do número de novos casos de infeção e, no sábado, anunciou a descida, pela primeira vez, do número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos.
Apesar desta evolução, a população “não pode baixar a guarda” e deve continuar a respeitar as medidas de confinamento, que “não podem ser aliviadas de momento”, disse esta semana o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, ao anunciar o prolongamento do confinamento até 13 de abril.
Segundo o diretor da Proteção Civil, Angelo Borrelli, o país deverá continuar em confinamento pelo menos até ao fim de semana prolongado do 1.º de maio, acrescentando todavia que a decisão cabe ao governo. Borrelli admitiu ainda que a 16 de maio o país entre numa “fase dois”, de “coexistência com o vírus”, mas apenas “se a evolução não se alterar”.
Em entrevista aos diários La Repubblica e Corriere della Sera, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, explicou que o Governo pretende reforçar “as redes de saúde locais” para que cada caso identificado possa ser triado para tratamento, assim como testar amostras de população para determinar “quantos italianos foram infetados, se são imunes e como, quantos e em que zonas podem regressar a uma vida normal”.
O plano do governo prevê também a imposição do uso generalizado de máscara, o respeito por um “distanciamento social escrupuloso” e a afetação de determinados hospitais para tratamento exclusivo da Covid-19, que se manterão abertos para a eventualidade de uma segunda vaga de infeções, por forma a que outros hospitais possam voltar a dedicar-se a tratar os outros doentes.
O Governo está também a considerar o desenvolvimento de uma aplicação de telemóvel, inspirada num modelo adotado na Coreia do Sul, para cartografar os movimentos dos doentes diagnosticados durante as 48 horas anteriores à infeção e também para facilitar a telemedicina, permitindo, por exemplo, controlar à distância o ritmo cardíaco e a taxa de oxigenação do sangue das pessoas infetadas.
Quando for possível uma retoma da atividade económica, os primeiros a retomar o funcionamento normal deverão ser as cadeias de abastecimento alimentar e farmacêutico, seguindo-se os estabelecimentos de reparações, se bem que com limites ao número de pessoas atendidas.
Bares, restaurantes, discotecas e recintos desportivos serão os últimos a reabrir e, quando o puderem fazer, terão de assegurar uma distância de segurança de pelo menos um metro entre clientes e entre funcionários. As pessoas que queiram regressar a Itália – segundo números oficiais, pelo menos 200.000 italianos – deverão fazer quarentena e apresentar à entrada do avião, comboio ou autocarro, uma declaração sob compromisso de honra indicando a morada onde vão respeitar a quarentena.
Os transportes públicos deverão manter uma lotação baixa, com a entrada de pessoas controlada por funcionários, a manutenção da distância entre passageiros e a ocupação máxima de um lugar em cada dois. “Não haverá um dia em que possamos dizer que tudo terminou”, disse o ministro, acrescentando que “seria uma irresponsabilidade” prometer uma data para o regresso à normalidade. “Temos de conviver com o vírus. Pelo menos até termos uma vacina ou uma cura”, disse.
(Notícia atualizada às 17h50)
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