Boris Johnson pede “paciência” e mantém confinamento para evitar segunda vaga
Boris Johnson falava à porta da residência oficial, em Downing Street, para onde regressou no domingo após duas semanas fora de Londres em convalescença de uma infeção com Covid-19
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, urgiu esta segunda-feira os britânicos a “conter a impaciência” ao defender a manutenção do confinamento em vigor para evitar uma segunda vaga de infeções de Covid-19.
“Temos de reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo sobre este vírus e deixar que a taxa de contágio volte a subir acima de um. Porque isso significaria, não só uma nova vaga de mortes e doença, mas um desastre económico”, justificou.
Boris Johnson falava à porta da residência oficial, em Downing Street, para onde regressou no domingo após duas semanas fora de Londres em convalescença de uma infeção com Covid-19.
“Eu sei que é duro, e eu quero pôr a economia a mexer-se o mais depressa possível, mas recuso desperdiçar todo o esforço e sacrifício do povo britânico e arriscar um segundo grande surto e enorme perda de vida e a sobrecarga do NHS [serviço nacional de saúde]”, argumentou.
Dirigindo-se diretamente aos britânicos, urgiu: “Peço-vos que contenham a vossa impaciência porque estamos a chegar ao fim da primeira fase deste conflito”.
"Temos de reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo sobre este vírus e deixar que a taxa de contágio volte a subir acima de um. Porque isso significaria, não só uma nova vaga de mortes e doença, mas um desastre económico.”
Enumerando os cinco critérios que precisam de ser preenchidos para aliviar as medidas de distanciamento social em vigor desde 23 de março, reiterou a necessidade de reduzir o número de mortes, de pacientes hospitalizados e da taxa de contágio, de aumentar a capacidade de testagem e de garantir que não existe o risco de um segundo pico de infeções.
Só depois, adiantou, será possível “começar gradualmente a refinar as restrições sociais e económicas e, um a um, acionar os motores da grande economia britânica”, antecipando “decisões difíceis”.
Sobre o plano para o desconfinamento, disse que não será publicado ainda, mas prometeu mais novidades nos próximos dias e “a maior transparência possível”, em consenso com empresas, diferentes regiões do Reino Unido e também com os partidos da oposição.
“Os preparativos estão em curso há várias semanas para permitir chegar à fase dois desta luta, pois acredito que estamos no bom caminho para ultrapassar a fase um”, garantiu.
O primeiro-ministro voltou esta segunda-feira ao trabalho, apenas dois dias após o país se ter tornado o quinto a ultrapassar a barreira das 20.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus, depois dos EUA, Itália, Espanha e França.
De acordo com o balanço de domingo do Ministério da Saúde britânico, o Reino Unido registou 20.732 óbitos durante a pandemia covid-19, e o número total de casos de contágio é agora de 152.840.
O governo está sob pressão crescente de políticos conservadores para aliviar as medidas de distanciamento social por causa da preocupação com o impacto na economia, e também dos partidos da oposição para publicar o plano para o desconfinamento.
O executivo tem sido também criticado devido aos problemas em multiplicar a capacidade de testagem, em providenciar equipamento de proteção para os profissionais de saúde e em assistir os lares de idosos.
Johnson, de 55 anos, passou uma semana no Hospital St. Thomas, em Londres incluindo três noites em cuidados intensivos, onde recebeu oxigénio e necessitou de vigilância médica permanente.
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