Novo Banco rejeita ser “arma de arremesso político”. Banco disponível para esclarecer tudo
Administração liderada por António Ramalho responde à polémica. Não aceita que Novo Banco seja usado como "arma de arremesso político e em "manobras político-mediáticas". Quer esclarecer tudo.
Injeções milionárias, bónus de milhões aos administradores, disparo nos salários dos gestores em anos de prejuízos avultados. As polémicas do Novo Banco continuam a marcar a agenda. Em silêncio até hoje, o conselho de administração liderada por António Ramalho faz agora a sua defesa e a do banco. Não aceita e lamenta que o bom nome da instituição seja usado “arma de arremesso político” e em “manobras político-mediáticas”. E responde aos deputados dizendo que, apesar de ser dos bancos mais escrutinados, está disponível para esclarecer “tudo” no Parlamento.
“O conselho de administração do Novo Banco não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras político-mediáticas”, diz a gestão do banco em comunicado divulgado esta quinta-feira.
Acrescenta que o “Novo Banco é seguramente uma das entidades bancárias mais escrutinadas, tanto a nível nacional como a nível europeu”, razão pela qual não percebe toda a polémica que se gerou à volta da instituição nos últimos dias.
António Ramalho sublinha que se os deputados mantêm as dúvidas em relação à forma como o Novo Banco teve origem e é atualmente gerido, “como transpareceu, uma vez mais, do debate parlamentar” desta quarta-feira, “devem procurar, através de todas as iniciativas (…) que estão nas suas atribuições, apurar tudo o que quiserem”. “O Novo Banco está disponível para tudo esclarecer”, frisa.
O banco diz que quebra agora o silêncio porque “não pode continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade, perturbam o esforço de recuperação duramente realizado por milhares de colaboradores”.
"O conselho de administração do Novo Banco não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras político-mediáticas.”
Esta quarta-feira, o Novo Banco voltou a marcar o debate quinzenal no Parlamento, com vários deputados a criticarem a forma como o banco está a ser gerido e que tem levado a injeções milionárias do Fundo de Resolução ano após ano para cobrir os prejuízos. Até hoje, o Novo Banco já recebeu quase 3.000 milhões de euros por conta dos prejuízos acumulados desde 2017, ao abrigo do mecanismo de capital contingente.
Rui Rio questionou o Governo se consegue assegurar que a venda de ativos tóxicos está a ser bem feita e se não estão a ser feitos negócios de favor no Novo Banco. O líder do PSD considerou ainda que o caso BES é “o maior crime de colarinho branco em Portugal”.
Catarina Martins também lançou dúvidas sobre a venda de ativos do Novo Banco e perguntou se o Estado poderá ser reembolsado do dinheiro que já injetou caso a auditoria da Deloitte vier a detetar má gestão no banco. António Costa respondeu que sim. Pelo meio, também foram lançadas críticas aos prémios e aumentos salariais aos gestores do banco, durante anos de prejuízos.
Toda a questão em torno do banco foi levantada depois de mais uma injeção de 1.035 milhões de euros, que obrigou a um empréstimo de 850 milhões do Tesouro ao Fundo de Resolução que foi autorizado pelo Ministério das Finanças sem dar conhecimento ao primeiro-ministro. António Costa tinha-se comprometido junto de Catarina Martins a efetuar o pagamento apenas depois de conhecidos os resultados da auditoria especial, mas tal não veio a acontecer.
(Notícia atualizada às 11h19)
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