Arábia Saudita vai cortar ainda mais produção. Barril de crude WTI valoriza

  • Lusa e ECO
  • 11 Maio 2020

A Arábia Saudita vai reduzir em junho a produção de petróleo em um milhão de barris por dia, um corte adicional ao acordado com países da OPEP+ em 12 de abril último, foi anunciado esta segunda-feira.

A Arábia Saudita vai reduzir em junho a produção de petróleo em um milhão de barris por dia, um corte adicional ao acordado com os países da OPEP+ — que inclui os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros aliados — a 12 de abril, foi anunciado esta segunda-feira pelo Ministério da Energia saudita.

“A produção do reino para junho, depois dos cortes ditados e voluntários, será de 7.492 milhões de barris por dia“, informou o Ministério da Energia saudita à agência oficial SPA. Esta será a produção do país mais reduzida em quase duas décadas.

O Ministério da Energia saudita indicou esta segunda-feira que pediu à empresa do Estado saudita Aramco para reduzir a sua produção em um milhão de barris por dia a partir de junho, com o objetivo de sustentar as cotações do petróleo.

Com o anúncio deste novo corte na produção do maior exportador de petróleo do mundo já está a ter efeito nos preços da matéria-prima negociada em Nova Iorque. O crude WTI ganha 1,25% para 25,05 dólares por barril. Em sentido contrário, o Brent negociado em Londres recua 1,4% para 30,55 dólares.

Novo corte não entusiasma Brent londrino

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Posso cancelar o contrato? O que fazer se net é lenta? Anacom lança “guia prático” em tempos de pandemia

A Anacom lançou um "guia prático" para ajudar os consumidores sobre o que fazer em caso de dificuldades no atual contexto de pandemia. Consulte-o aqui.

Perante o “vasto conjunto de questões” que tem recebido dos consumidores, a Anacom decidiu publicar e divulgar um “guia prático para responder às principais dúvidas” no atual contexto de pandemia. O guia explica, por exemplo, se o cliente pode cancelar o contrato sem penalização, se as operadores podem suspender o serviço por falta de pagamento e o que fazer caso não se consiga pagar o serviço.

“O guia dá resposta a um vasto conjunto de questões que chegaram ao conhecimento da Anacom através de reclamações e pedidos de informação feitos nos livros de reclamações ou recebidos diretamente através dos meios de contacto que disponibilizam”, explica o regulador num comunicado. A entidade garante que o guia dá respostas “numa linguagem simples, clara e facilmente entendível”, sendo intitulado de “O que precisa de saber sobre as comunicações durante a pandemia Covid-19”.

Uma das questões a que a Anacom responde tem a ver com a possibilidade de “suspender, reduzir ou cancelar” o contrato de telecomunicações “sem penalização” para os contribuintes mais prejudicados pela crise da pandemia. No documento, o regulador explica que “os consumidores que se encontrem em situação de desemprego ou com uma quebra de rendimentos do agregado familiar igual ou superior a 20% face aos rendimentos do mês anterior podem pedir o cancelamento dos seus contratos de comunicações eletrónicas, sem que haja lugar a compensação” à operadora.

Outras questões a que a Anacom pretende dar resposta com esta iniciativa prendem-se com eventuais serviços avariados e que não tenham sido reparados pelas empresas de telecomunicações, ou o que fazer caso a velocidade da internet torne difícil ou impossibilite o trabalho remoto O guia está disponível no portal da Anacom dedicado aos consumidores, no qual foi incluída também uma nova área “dedicada exclusivamente ao impacto do Covid-19”, com informação sobre alterações legislativas, notícias e propostas do regulador.

Consulte aqui o guia completo da Anacom:

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Fórum para a Competitividade: Investimento público é o “pior instrumento possível para a recessão”

O Fórum para a Competitividade considera que a aposta para a recuperação não deve ser o investimento público, uma ideia já defendida pelo Governo.

Nelson de Souza, ministro do Planeamento, defendeu em entrevista ao ECO que o investimento público deve estar no “coração” da recuperação pós-pandemia. Semanas depois, no Parlamento, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, confirmou a intenção. Contudo, para o Fórum para a Competitividade, este é o “pior instrumento possível” para contrariar a recessão trazida pelo coronavírus.

“O investimento público, com todas as suas demoras (finalização de projetos, lançamento de concursos, etc.), é o pior instrumento possível para a recessão trazida pelo Covid-19″, escreve o diretor do Gabinete de Estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira, no relatório do primeiro trimestre das perspetivas empresariais divulgado esta segunda-feira. Esta posição contrasta com as declarações do Governo que tem a intenção de colocar o investimento público como um dos motores da recuperação.

E o que leva o Fórum a rejeitar esse instrumento? Para o economista “não faz sentido estimular indiretamente a procura, muita dela até proibida ou limitada por lei”. O Fórum para a Competitividade considera que o investimento público não deve ser prioridade, preferindo que o Estado acelere a entrega dos apoios criados para os cidadãos e as empresas: “O que é necessário é apoiar diretamente as famílias e as empresas, com o máximo de urgência“.

Este atraso não é minimamente aceitável, porque a singularidade da atual crise exige uma rapidez máxima na resposta aos apoios”, critica Braz Teixeira, referindo-se às queixas das empresas relativamente à demora dos pagamentos do lay-off simplificado e das linhas de crédito. Segundo a CIP, na semana passada apenas 3% das empresas que pediram para ter acesso às linhas de crédito tinham recebido efetivamente o dinheiro.

Uma maior rapidez por parte da máquina do Estado — cujos prazos têm sido justificado pelo elevado volume de trabalho na Segurança Social, na SPGM e nos bancos face ao que é normal — seria a melhor receita para a recuperação da economia, na opinião do Fórum, aliada a um “estruturado plano de reindustrialização do país para a fase pós-Covid”, que poderia dar “credibilidade” a Portugal.

Esse plano deve ter “poucas infraestruturas de interesse para os bens transacionáveis” e ser “complementado por políticas públicas indutoras de bom investimento produtivo que poderá regressar à Europa no quadro da reorientação das cadeias de valor“, aconselha. “As cadeias de valor vão encurtar-se (geográfica e corporativamente)”, antecipa, em linha com o que já disse a Comissão Europeia, pelo que “muita produção retornará à Europa, por razões de autonomia e segurança estratégicas”, o que poderá ser uma oportunidade para Portugal.

Esta pode ser uma via para conter a recessão “muito profunda” que já é consensual entre todos. Contudo, existe “grande divergência nos valores divulgados” e “intervalos de previsão invulgarmente largos, refletindo o elevado grau de incerteza associado a esta recessão, com traços ímpares, de queda simultânea da oferta e da procura”, explica o Fórum que, por sua vez, prevê uma queda anual do PIB entre os 4 a 8% em 2020.

“Para 2021, há a expectativa de uma recuperação parcial das quedas do ano corrente”, conclui.

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Receios de um segundo surto abalam Wall Street

Os investidores estão preocupados com um segundo surto de coronavírus, à medida que os países vão aliviando as medidas de contenção.

Os principais índices dos Estados Unidos abriram a primeira sessão da semana com perdas. Este desempenho acontece numa altura em que os investidores estão preocupados com um segundo surto de coronavírus, à medida que as várias economias mundiais estão a regressar à normalidade.

O índice de referência S&P 500 está a cair 0,68% para 2.909,60 pontos, acompanhado pelo tecnológico Nasdaq que recua 0,36% para 9.088,68 pontos. Pelo mesmo caminho segue o industrial Dow Jones ao desvalorizar 0,94% para 24.102,44 pontos.

Este domingo, a Alemanha e a Coreia do Sul registaram um aumento no número de casos de infeção, o que representou um sinal pessimista para todos os países que começaram a amenizar as medidas de contenção. “O grande ponto decisivo será a hipótese de não conseguirmos encontrar uma cura para tratar o vírus”, diz Gerald Sparrow, da Sparrow Growth Fund, citado pela Reuters (conteúdo em inglês).

Nesta primeira sessão da semana, as consequências estão a ser sentidas nas maiores empresas da área turística, como a Norwegian Cruise Line, a American Airlines e a United Airlines, que perdem mais de 3% do valor em bolsa.

O Grupo Marriott International está a cair 5,45% para 82,34 dólares, depois de ter apresentado um lucro trimestral que ficou aquém das expectativas já drasticamente reduzidas, numa altura de forte perda de reservas hoteleiras.

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Estas são as regras da DGS para que a bola volte aos relvados

A Direção-Geral de Saúde definiu as regras para que a Liga Nos retorne no final de maio, na tentativa de limitar os risco dos jogadores. Conheça-as aqui.

A Direção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), elaborou um conjunto de medidas que devem ser tomadas para que o “desporto rei” regresse aos relvados sem colocar em risco os jogadores e dos que estão à sua volta. Haverá testes, testes e mais testes, mas também menos estádios e zero adeptos nas bancadas.

A Liga Nos parou em meados de março, com o agudizar da pandemia, tendo estado “em cima da mesa” o fim antecipado da temporada perante os receios de contágio. Porém, mês e meio depois, com o surto mais controlado, foi dado o “ok” para que a competição pudesse regressar, embora com regras ajustadas ao contexto.

Em antecipação do regresso da competição no último fim de semana do mês, a DGS avançou com o parecer técnico, com 14 pontos, que pretende permitir a realização dos restantes jogos da temporada 2019/2020, mas evitando a propagação do vírus.

O ECO dá-lhe a conhecer as principais medidas para que a bola volte a rolar nos relvados, embora não em todos.

Testes de diagnóstico e treinos individuais nos primeiros 14 dias

Para que sejam retomados os jogos da Liga Nos, a DGS exige que os clubes façam testes de deteção do SARS-CoV-2, separados por 14 dias, a todos os jogadores, equipa técnicas e árbitros no regresso aos treinos. Além disso, os atletas devem “manter o distanciamento físico, entre eles, através da realização exclusiva de treinos individuais” durante os 14 dias referidos em cima.

Depois de terminado o prazo, atletas, equipas técnicas e árbitros com dois testes laboratoriais negativos que estejam clinicamente aptos poderão “iniciar treinos coletivos e participar nas competições oficiais”.

Isolamento obrigatório no decorrer do campeonato nacional

Os atletas, equipas técnicas, árbitros e seus familiares serão sujeitos a um recolhimento domiciliário durante os treinos e jogos da Liga Nos, sendo “que as deslocações dos intervenientes indicados devem restringir-se ao trajeto domicílio-clube/competição-domicílio”. O isolamento apenas deverá acabar assim que o campeonato for dado oficialmente como terminado.

A DGS reforça ainda que “os clubes devem apoiar os atletas e as suas famílias por forma a evitar deslocações para fora do domicílio (exceto as necessárias para a prática desportiva), recorrendo, para tal, a entregas domiciliárias de bens e serviços”.

Bola, chuteiras, relvado e… máscaras

Outra das regras que merece destaque, e que vai mudar a dinâmica nos centros de treino, é a implementação do uso obrigatório de máscaras em todos os locais fechados, “como os transportes/deslocações de e para os treinos/competições”. Os atletas apenas poderão tirar a proteção para a prática desportiva (tanto nos treinos como nos jogos).

Número reduzido de estádios e sem a presença de adeptos

O futebol é sinónimo de adeptos, todavia com a chegada da pandemia ao território nacional o “desporto rei” foi obrigado a adaptar-se à nova realidade e os estádios estarão vazios no decorrer dos jogos e, além disso, apenas um número reduzido destes serão utilizados.

As competições devem ser realizadas no menor número possível de estádios. Estes estádios selecionados devem ser aprovados, para o efeito de retoma destas atividades desportivas, pela Autoridade de Saúde Regional. Estes estádios devem ter as condições que permitam a implementação de medidas de prevenção e controlo de infeção de forma sustentada”, pode ler-se no documento da DGS.

Para além dos recintos desportivos ficarem proibidos de receber adeptos, a DGS sublinha que “no exterior e imediações dos estádios, a circulação de pessoas deve ser limitada e condicionada, não estando autorizada a concentração de pessoas em número superior a 10″.

Testes serão uma constante no que resta da temporada

Todos os envolventes na prática deste desporto também vão ser alvo de uma avaliação clínica diária durante os treinos e ao longo das competições “devem ser realizados, para todos os jogos, dois testes laboratoriais para SARS-CoV-2 por semana: Um 48 horas antes do jogo e outro mais próximo possível da hora do jogo“.

Em caso de identificação de um caso positivo de infeção por SARS-CoV-2, a DGS determina “o seu isolamento e a impossibilidade de participar nas competições até à determinação de cura”. De referir, que “a identificação de um caso positivo não torna, por si só, o isolamento coletivo, das equipas, obrigatório”, ou seja, uma equipa que tenha um atleta infetado no plantel poderá continuar a competir na Liga Nos.

Já há casos de Covid-19 nos plantéis

Antes de recomeçar a competição, os clubes que participam na Liga Nos retomaram a atividade, convocando os jogadores para se preparem para a parte final do campeonato. Assim que regressaram, foram feitos testes ao Covid-19, sendo que os casos positivos sucedem-se. Vitória SC, Famalicão, Moreirense e Benfica detetaram casos de SARS-CoV-2 nos seus plantéis.

O emblema da cidade de Guimarães foi o primeiro a anunciar a existência de três infetados na equipa principal, embora nenhum apresente sintomas. “Todos os atletas em questão se encontram clinicamente bem, assintomáticos e em isolamento, com o apoio do clube, cumprido todas as diretrizes da Direcção-Geral de Saúde, tendo sido os casos prontamente notificados”, pode ler-se no comunicado do Vitória SC.

O Famalicão foi o segundo clube a dar conta de casos positivos dentro do clube minhoto: três jogadores e dois membros da estrutura, segundo informação veiculada pela Lusa. Moreirense e Benfica também anunciaram, entretanto, que tiveram atletas que deram positivo no teste de rastreio do SARS-CoV-2.

Foi detetado um caso positivo nos testes de diagnóstico Covid-19 realizados no Benfica Campus na passada sexta-feira.

Sport Lisboa e Benfica

A equipa de Moreira de Cónegos anunciou num comunicado, que um dos seus jogadores do plantel principal está infetado com o novo coronavírus. “Todo o plantel do Moreirense Futebol Clube, bem como toda a sua respetiva estrutura, realizou ontem de manhã os testes de rastreio à SARS-CoV-2, testes serológicos e PCR (zaragatoa), tendo-se registado um caso positivo num atleta”, pode ler-se no comunicado.

No Benfica, que está a um ponto do líder da Liga Nos, o Porto, também conta com um caso. “Foi detetado um caso positivo nos testes de diagnóstico Covid-19 realizados no Benfica Campus na passada sexta-feira”, dizem as águias. Trata-se do jogador David Tavares. “O atleta encontra-se bem, assintomático, e a cumprir isolamento nas condições contempladas no plano de contingência predefinido, seguindo as normas da DGS e contando com o total apoio do clube”, diz o clube.

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Máquina fiscal está mais eficiente. Já só “perde” 2,8% do IVA

A diferença entre o IVA cobrado e o que IVA teórico, o que resulta da atividade económica, baixou significativamente em 2019, de acordo com os dados do INE.

Ao longo da última década, a Autoridade Tributária melhorou a cobrança do IVA e conseguiu encurtar o seu gap, ou seja, a diferença entre o IVA cobrado e o teórico. Em 2017, o último ano para o qual é possível fazer o cálculo, essa diferença foi de apenas 481 milhões de euros, o que equivale a 2,8% do IVA cobrado nesse ano, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no destaque sobre as Estatísticas das Receitas Fiscais.

“Em 2017, ano mais recente com a informação detalhada necessária para o seu cálculo, o GAP do IVA foi estimado em 481 milhões de euros, o que equivale a 2,8% do IVA cobrado no ano, traduzindo uma diminuição de três pontos percentuais face ao valor estimado para 2016 (972 milhões de euros)”, escreve o gabinete de estatísticas. Tal significa que o gap caiu para metade de um ano para o outro.

Segundo a definição do INE, “este indicador mede a diferença entre o chamado IVA teórico, isto é, o IVA que resultaria de aplicar as taxas legais às transações de bens e serviços suscetíveis deste imposto apuradas nas contas nacionais e o IVA efetivamente cobrado”. Em termos simples, o IVA teórico resulta de um cálculo com base na atividade económica estimada para esse período e o IVA cobrado consiste no que entrou nos cofres do Estado.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2017, a receita efetiva aumentou 6,6% ao passo que o IVA teórico cresceu 3,3%, o que determinou a queda do gap. Esta diminuição do gap sugere que a máquina de cobrança da Autoridade Tributária tem melhorado ao longo dos últimos anos, após o máximo (desde 2010) atingido em 2012, como mostra o gráfico do INE.

“Após o aumento do gap observado no início do período disponível, atingindo o valor máximo em 2012 (2,2 mil milhões de euros, correspondendo a 13,6% do IVA cobrado), tem-se assistido a uma diminuição consistente deste indicador nos anos seguintes, quer em valor quer em percentagem do PIB”, esclarece o gabinete de estatísticas. Também a nível europeu esta diferença tem vindo a cair.

Contudo, nem toda esta melhoria poderá ser atribuída à maior eficiência do Fisco. “Refira-se que a leitura destes resultados requer alguma prudência uma vez que o gap apurado pode não traduzir apenas fenómenos de evasão fiscal mas também outros fatores”, alerta o INE. Em causa está a variação nos timings de pagamento, de reembolso e recuperação de dívida do IVA assim como possíveis erros que possam existir nas simplificações necessárias para calcular o IVA teórico.

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Transferências imediatas para bancos europeus previstas até final de 2020

Até agora exclusivas a operações entre bancos nacionais, está previsto que até final deste ano, as transferências imediatas também passem a ser possíveis para instituições financeiras europeias.

As transferências imediatas dispararam no ano passado em Portugal, sendo de prever que o recurso a esta ferramenta que permite transferir dinheiro em poucos segundos e em qualquer dia e hora entre contas de diferentes bancos venha a acelerar ainda mais. Até agora exclusivas a operações entre bancos nacionais, está previsto que até final deste ano, as transferências imediatas também passem a ser possíveis entre instituições financeiras europeias. O objetivo é que esta funcionalidade passe a estar disponível até setembro, prazo que poderá contudo derrapar até ao final do ano devido aos constrangimentos resultantes da pandemia do novo coronavírus.

A possibilidade de transferir dinheiro (até 15 mil euros) entre contas num prazo temporal máximo de 10 segundos surgiu com a disponibilização das transferências imediatas em setembro de 2018. Estas preveem o processamento contínuo de transferências a crédito, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, com “disponibilização dos fundos nas contas dos beneficiários em poucos segundos”, como explicava o Banco de Portugal aquando do seu lançamento. Nessa ocasião, ficou definido que as transferências imediatas apenas se pudessem realizar entre instituições financeiras nacionais, mas já com o alargamento a bancos de outros países europeus já em mente.

Até ao final de 2020, será concretizada a adesão da comunidade nacional ao TIPS – TARGET Instant Payments Settlement, o serviço pan-europeu para a liquidação de transferências imediatas, que permitirá então a realização deste tipo de operações à escala europeia. “O TIPS complementará a solução nacional e permitirá a realização, à escala europeia, de pagamentos em poucos segundos”, esclarece o Banco de Portugal a este propósito.

O processo que irá permitir alargar as transferências imediatas da esfera exclusivamente nacional para a europeia envolve o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu (BCE), os próprios bancos nacionais e a SIBS, instituição a que caberá assegurar a ligação com o sistema europeu.

A possibilidade do alargamento a nível europeu ainda este ano surge depois numa altura em que as transferências imediatas têm vindo a ganhar terreno em Portugal. Segundo os dados do Relatório dos Sistemas de Pagamento do Banco de Portugal, as transferências imediatas dispararam 311,8% em número e de 521,7% em valor, no ano passado. Ao todo, em 2019, foram realizadas 3,1 milhões de transferências imediatas diárias, num valor total de 4 mil milhões de euros. Em média, por dia, foram efetuadas 8.494 transferências imediatas, com um valor médio de 1.301 euros.

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Ageas e H-FARM procuram startups de insurtech

Parceria pretende desenvolver soluções que respondam a novas necessidades e que antecipem carências futuras do mercado.

A Ageas Portugal e a plataforma H-FARM juntaram-se para criar um projeto de inovação aberta que inclua startups dedicadas a resolver problemas na área da insurtech (tecnologia ligada aos seguros). A ideia é que possam “identificar e desenvolver soluções inovadoras para responder a novas necessidades dos utilizadores, prever carências futuras do mercado e, finalmente ajudar as pessoas a serem mais felizes”, asseguram os parceiros em comunicado.

“Algumas das soluções que procuramos nestes briefs, são especialmente relevantes durante e após a pandemia, e podem permitir uma transformação dos nossos hábitos de viver e trabalhar. Esta parceria está alinhada com as nossas preocupações de negócio e o impacto atual e futuro das nossas operações”, explica Katrien Buys, diretora de estratégia, inovação e sustentabilidade da Ageas Portugal.

Abertas ao programa estão candidaturas em três setores específicos: soluções tecnológicas que irão reforçar a eficiência, segurança e rapidez dos processos internos, tecnologias que atendam às necessidades atuais de saúde, tais como a prevenção, avaliação de sintomas e adesão ao tratamento e novas tecnologias e modelos de negócio que apoiam as pessoas na sua procura pela felicidade. As melhores soluções serão depois testadas no mercado e integradas em unidades de negócio da Ageas Portugal.

Os projetos interessados podem fazer as candidaturas até dia 20 de julho. O programa tem início previsto para outubro.

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Mais de 100 mil empresas portuguesas têm forte exposição a impactos da crise

  • Lusa
  • 11 Maio 2020

“O impacto no conjunto da economia portuguesa será muito significativo, tendo em conta o peso do turismo no PIB [Produto Interno Bruto] nacional”, refere o estudo da Informa D&B.

Mais de 100 mil empresas portuguesas têm uma forte exposição aos impactos económicos da covid-19 e os setores ligados ao turismo e retalho não alimentar são os mais afetados, divulgou esta segunda-feira a Informa D&B.

De acordo com o relatório “Covid-19 – Impacto na Economia Portuguesa. Retrato do Tecido Empresarial”, se se considerar também os empresários em nome individual, o número supera as 200 mil entidades em setores com impacto alto.

Para chegar a estas conclusões, a Informa D&B, especialista em informação comercial, financeira e de risco sobre empresas, teve em conta todas as entidades ativas (empresas e empresários em nome individual) do tecido empresarial português, em abril de 2020, e analisou as 853 atividades, utilizando para a sua identificação a Classificação Nacional de Atividades Económicas (CAE).

Destas 853 atividades económicas, 204 registam impacto alto, 195 impacto médio e 454 impacto baixo, concluiu o estudo. Porém, estas 204 atividades com impacto alto concentram cerca de um terço de todas as empresas portuguesas, sobretudo dos setores de alojamento e restauração, retalho, transportes e serviços gerais.

Alguns subsetores registam uma especial exposição aos efeitos da covid-19, nomeadamente aqueles com uma relação mais próxima com o turismo e o retalho não alimentar, como o transporte aéreo, hotéis e alojamentos, bares e restaurantes, aluguer de automóveis, agências de viagens e operadores turísticos, ou a organização de feiras e convenções.

O impacto no conjunto da economia portuguesa será muito significativo, tendo em conta o peso do turismo no PIB [Produto Interno Bruto] nacional”, refere o documento. Por este motivo, o Algarve e a Madeira são as regiões com maior número de empresas em setores fortemente afetados.

A análise concluiu, ainda, que o setor do comércio a retalho de produtos não alimentares será duplamente afetado pela crise: por um lado, pela suspensão da sua atividade em 18 de março, com a declaração do estado de emergência; por outro, a deterioração prevista da conjuntura económica, o aumento do desemprego e as consequências no rendimento disponível das famílias, permitem antever um comportamento desfavorável das vendas do setor nos próximos meses.

Também os setores fornecedores de bens de consumo duradouro, como móveis, eletrodomésticos ou produtos eletrónicos, tal como outros de consumo imediato, como o do têxtil/vestuário ou calçado, deverão esperar diminuição nas vendas. Quanto às exportações, cerca de 1/4 das exportadoras e mais de 1/3 das exportações pertencem a setores fortemen­te afetados pela atual conjuntura económica.

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.

Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).

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Sonae MC procura startups com tecnologia para retalho

2.ª edição do Disrupt Retail volta a desafiar startups nacionais e internacionais que queiram testar ideias para o retalho em ambiente real.

Está aberta a segunda edição do Disrupt Retail, um programa de aceleração para startups tecnológicas que estejam a desenvolver ideias e soluções para o retalho e que queiram testá-las em ambiente real. A iniciativa, criada pela Sonae MC, anda à procura de startups portuguesas e estrangeiras que estejam a desenvolver ou já tenham “soluções que impactem significativamente a cadeia de valor de retalho com destaque para e-commerce, logística, serviços de saúde e bem-estar, operações loja e sustentabilidade”, afirma a Sonae MC em comunicado.

Outra vertente são “novos conceitos que ajudem a criar sinergias e que promovam a co-criação, e que levem as marcas Sonae MC como o Continente, Go Natural ou a Well’s, por exemplo, ao próximo nível”, adianta a empresa.

“Com o Disrupt Retail queremos aumentar a proximidade com o ecossistema tecnológico e conhecer as soluções que podem transformar a nossa proposta de valor. Percebemos que as startups e centros de I&D, apesar deste contexto global desafiante, precisam de continuar a sua atividade”, explica Miguel Águas, CIO da Sonae MC.

As candidaturas ao programa estão abertas até 30 de junho e podem ser feitas aqui. Os projetos escolhidos serão anunciados até 31 de julho e iniciam a colaboração com a BIT, área de sistemas de informação da Sonae MC, ainda este ano.

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Transferências imediatas dispararam mais de 300% no ano passado

523,1 mil milhões de euros. Foi o valor das transações realizadas pelos portugueses no ano passado. Cartões continuam a dominar operações, mas transferências imediatas foram as que mais cresceram.

Os pagamentos do retalho em Portugal continuam a acelerar. Foram realizadas 3 mil milhões de operações de pagamento durante o ano passado, tendo sido transacionados 523,1 mil milhões de euros, referem dados do Banco de Portugal. A evolução da atividade económica justifica o aumento face face ao ano anterior, com as transferências imediatas, apesar de ainda representarem uma pequena fatia do bolo total, a registarem o maior incremento: mais de 300%.

As operações realizadas no sistema que processa as operações de pagamento de retalho em Portugal, o SICOI, aumentaram 9,3% em número, ” a maior taxa nos últimos cinco anos” salienta o Banco de Portugal no Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2019, acrescentando que em valor a subida foi de 6,4% relativamente ao ano anterior.

Este aumento continuou a ser sustentado pelos instrumentos de pagamento eletrónicos — débitos diretos, transferências a crédito, transferências imediatas e operações de pagamento baseadas em cartão –, sendo que segundo a entidade liderada por Carlos Costa, excluindo o numerário, os cartões bancários continuam a ser o instrumento de pagamento mais utilizado no país, com um peso de 86,6% em número de operações, em linha com o observado no ano passado. Por oposição, os cheques continuam a ser cada vez menos utilizados pelos portugueses para fazerem pagamentos.

No que respeita aos instrumentos de pagamento eletrónicos, todos registaram incrementos de utilização no ano passado. Contudo, o maior foi observado nas transferências imediatas, que foram lançadas em setembro de 2018.

Com cerca de um ano de funcionamento, as transferências imediatas registaram taxas de crescimento muito expressivas, de 311,8% em número e de 521,7% em valor, revelando uma forte adoção deste novo instrumento de pagamento pelos consumidores e, sobretudo, pelas empresas (59% das operações foram ordenadas por particulares e 7% do seu valor teve origem em empresas)”, esclarece o Banco de Portugal. Ao todo, no ano passado, foram realizadas 3,1 milhões de transferências imediatas diárias, num valor total de 4 mil milhões de euros.

Cartões crescem. ATM também

Os cartões bancários que voltaram a ser o instrumento mais utilizado para efetuar pagamentos também engordaram em número, mas apenas graças ao crescimento registado nos cartões de débito. O aumento total do número de cartões foi de 4,2% face ao ano anterior, para um total de 24,6 milhões de cartões de pagamento ativos em Portugal, o que significa que, em média, cada habitante possuía 2,4 cartões no final do ano passado.

Os cartões com função de débito continuaram a aumentar (5,8% em 2019), ascendendo a 23 milhões. “Já os cartões de crédito inverteram a tendência dos últimos cinco anos e diminuíram 1,6%, existindo, no final do ano passado, 8,3 milhões“.

O aumento do número de cartões foi acompanhado por um crescimento do número de terminais de pagamento (TPA), mas também de ATM (caixas Multibanco). “O número de caixas automáticos [ATM] inverteu o decréscimo que tem registado desde 2011 e aumentou 1,1%“, diz a esse propósito o regulador da banca, com o número total a ascender a 14,3 mil no final de 2019. Já os TPA cresceram a uma taxa de 5,3% para 367 mil. Em média, existiam 1,4 caixas automáticos e 35,8 TPA por cada mil habitantes no final do ano passado.

Contactless ganha espaço. Duplica nas compras

No ano passado, também foi notória a utilização crescente dos cartões bancários com tecnologia contactless, sendo que “este comportamento terá resultado, entre outros fatores, dos aumentos do número de cartões e de terminais com esta tecnologia, de 27,5% e 20,7%, respetivamente”, justifica o banco de Portugal.

As compras com recurso à tecnologia contactless representaram 7,8% do número e 3% do valor total de compras com cartão, “duplicando assim o seu peso face ao total das compras em comparação com 2018“. Cada compra com contactless teve um valor médio de 14,5 euros e os principais setores em que esta tecnologia foi utilizada foram o comércio a retalho e a restauração.

As compras online com cartões nacionais também cresceram: 43% em número e 28% em valor, representando, respetivamente, 6,3% e 7,5% do número e do valor das compras realizadas com cartões emitidos em Portugal. A maioria das compras online
(80% do número e do valor) foram efetuadas a comerciantes no estrangeiro, esclarece a este propósito a entidade liderada por Carlos Costa.

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Rita Cadillon, da Primavera: “O mercado não dá vazão a todas essas necessidades”

Na Primavera há menos de dois anos, os desafios de Rita Cadillon passam por atrair e reter talento. E convencer mais mulheres a trabalhar em tecnologia, a partir de Braga.

Uns, estão ali desde o dia 1. Outros, estão no seu dia 1, ali. Rita Cadillon é a moderadora nesta relação entre gerações dentro da Primavera, empresa portuguesa de software com 25 anos de história e com tantas histórias dentro. “A diversidade traz mais-valias, tanto em termos de género como em diversidade cultural. A Primavera começa agora a ter pessoas de outras nacionalidades, sobretudo brasileiros, e isso abre a cabeça das pessoas, torna-as mais tolerantes, fá-las trabalhar melhor em equipa”, começa por dizer a diretora de recursos humanos da tecnológica.

Com uma idade média de 39 anos, na Primavera um dos desafios para o futuro é equilibrar a presença de género em todas as áreas da empresa, que agora se encontra nos 34% de mulheres. “Temos algumas pessoas ainda da fundação da empresa temos ainda um mix de gerações, é bastante desequilibrado. Mas há mais. E Rita talvez nem sonhasse com o “hoje” quando decidiu estudar línguas e literaturas modernas (inglês/alemão) e tinha, na altura, “uma ideia um bocadinho romântica do que ia ser”.

“Queria ser tradutora numa editora”, conta à Pessoas. Acabada a licenciatura, concorreu à Bosch, empresa alemã que tinha posições abertas para a área de tradução. “Quando estava a terminar o estágio, fui convidada para integrar a área de logística e gestão de clientes, para contactar com os clientes da indústria automóvel, precisamente porque tinha a questão das línguas”, recorda. Sem outras perspetivas, aceitou. Anos mais tarde, a Bosch implementou um modelo de excelência do negócio, o european foundation for quality management, e Rita foi convidada para liderar esse projeto.

Nota-se mais na área tecnológica porque não há pessoas no mercado com as competências necessárias e imensas empresas que se instalaram, mesmo em Braga, e que estão à procura do mesmo.

“Não percebia nada da área de qualidade mas achei que podia ser um desafio interessante porque poderia contactar com todas as áreas da empresa, com visão mais estratégica, e ia contactar com os managers, ia ser um desafio interessante”. O contacto mais próximo com o diretor de recursos humanos, na altura, fê-la ficar mais sensível para a área das pessoas e levou a que o responsável a convidasse para liderar a área de formação na empresa. À formação juntaram-se outras responsabilidades como recrutamento, comunicação interna e, nos últimos anos, a área de recursos humanos evoluiu para um modelo de “HR business partner” o que aumentou as suas responsabilidades. “Nunca tive a sensação de aborrecimento, de rotina ou de estagnar na Bosch, porque estão sempre a acontecer coisas novas”, refere.

Em 2018, “sossegadinha” na empresa, chegou mais um desafio, pela primeira vez vindo de fora. A Primavera, que já conhecia relativamente bem, convidou-a a integrar a equipa como diretora de recursos humanos. “Há o desafio do tipo de negócio — tive de aprender o que era uma empresa de software. Depois, o modelo, o modo de funcionamento, os objetivos são outros. Aqui fala-se muito mais em negócio, em crescimento e números de faturação. Aqui, nesse aspeto, os recursos humanos são muito mais parceiros do negócio”, assinala. Pouco mais de um ano e meio depois de ter aceitado a função, Rita Cadillon sente-se cada dia mais próxima da nova linguagem apreendida, e cada dia mais ciente dos desafios que todas as tecnológicas têm em Portugal todos os dias: o da atração e o da retenção de talento.

Rita Cadillon, diretora de recursos humanos da Primavera Business Software Solutions.

“Nota-se mais na área tecnológica porque não há pessoas no mercado com as competências necessárias e imensas empresas que se instalaram, mesmo em Braga, e que estão à procura do mesmo. O mercado não dá vazão a todas essas necessidades”, alerta a responsável. Por isso, a estratégia passa por, por um lado, abrir e dar a conhecer a empresa – o perfil de Instagram, criado recentemente, é prova dessa estratégia – e, por outro, deixar que as pessoas a sintam como delas.

“A maior dificuldade era fazer perceber que a Primavera, só por si e por muito interessante que seja em termos de desafios ou crescimento, tem uma concorrência muito grande e isso não chega para se atrativa face à concorrência de outras empresas do mercado. (…) Queremos tornar a Primavera competitiva e tornar mais sexy para este tipo de população, que muda muito pelo desafio mas que está muito interessada em saber como é a vida na Primavera, como é o ambiente, como as pessoas interagem, ser uma montra do que é a empresa”. No entanto, para Rita, todas estas “estratégias” só fazem sentido se forem honestas. “Não podemos vender uma coisa que não existe, tem de ser sustentável e verdadeiro”, conclui.

2.400 euros para premiar a mudança

A tecnológica portuguesa Primavera, com sede em Braga e atividade em Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, oferece 2.400 euros aos trabalhadores que aceitem mudar-se para Braga para trabalharem na empresa. A medida pretende ser um incentivo para atrair e reter talento na cidade nortenha, assim como criar condições para a empresa renovar e reforçar equipas.

“Com a oferta do Porto, embora Braga seja perto, tivemos necessidade de tomar medidas para atrair pessoas. E um jovem licenciado, para vir para Braga, tem de ter motivos fortes. Saem da faculdade e têm logo empresa à espera: criámos um subsídio de fixação de residência e, se quiserem mudar-se para Braga, recebem à cabeça 2.400 euros. Damos essa ajuda porque queremos que as pessoas se fixem e sabemos que se as pessoas vierem viver para Braga é mais fácil em termos de retenção”, detalha Rita Cadillon, diretora de recursos humanos da Primavera.

Além de uma ajuda em caso de mudança de residência, a Primavera ajuda ainda os trabalhadores com os transportes diários. A política de atração e retenção de talento passa ainda por dois dias adicionais de férias, o dia de aniversário livre e seguro de saúde, entre outros benefícios.

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