Governo prevê quebras de 50% na faturação do turismo este ano

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

A secretária de Estado do Turismo disse que o turismo vai perder 50% da faturação este ano e apelou aos portugueses para fazerem férias em Portugal este ano.

A secretária de Estado do Turismo estimou esta terça-feira que as empresas do setor terão este ano uma quebra de 50% da faturação face a 2019, devido à crise provocada pelo coronavírus, e apelou aos portugueses para que gozem férias no país.

2020 será naturalmente um ano complicado. Em média as empresas vão faturar menos 50% do que em 2019. Não sabemos quando vão abrir as fronteiras e os aviões estarão no ar”, comentou Rita Marques, intervindo na abertura do segundo dia do evento virtual “The Power of Food”, um “debate de emergência” sobre o futuro da restauração promovido pelo simpósio Sangue na Guelra.

O turismo, setor com cerca de 130 mil empresas em Portugal, “é um dos mais impactados” pela pandemia e os números de janeiro e fevereiro (com subidas de 12% e 14% em relação aos mesmos meses de 2019) indicavam que o país iria ter “mais um ano absolutamente extraordinário”, disse a secretária de Estado.

Na sua intervenção, Rita Marques deixou um apelo aos portugueses para que, “num espírito solidário para com os profissionais da restauração, hotelaria, turismo, possam gozar férias ou até micro-férias” nas diferentes regiões do país. “O mercado interno vai ser fundamental para assegurar que a atividade possa ser alguma este ano”, comentou, admitindo que as autoridades não esperam “resultados extraordinários para o turismo” este ano.

Depois de um primeiro momento, após a declaração da pandemia e da imposição do confinamento obrigatório, a preocupação foi de “operacionalizar medidas que ajudassem as empresas a sobreviver”. Atualmente, com o anúncio de reabertura dos restaurantes a 18 de maio, “infelizmente com algumas limitações” — como a redução da capacidade para metade –, serão necessárias “novas medidas” para apoiar as empresas, que terão de investir em máscaras e fazer alterações nos estabelecimentos.

“Num terceiro momento, quando a situação voltar à nova normalidade”, a estratégia do Governo passa por cinco pilares, nomeadamente “apostar muito na conectividade, especialmente aérea”, tendo em conta que 70% dos 26 milhões de turistas no ano passado eram estrangeiros, instigar confiança nos empresários para que invistam na requalificação e inovação e ajudar a promover a formação de competências, nomeadamente digitais.

Rita Marques defendeu que este ano e os próximos serão “os anos dos territórios de baixa densidade”, comentando que “as pessoas vão procurar destinos ligados à natureza, ao ar livre, e viajar em pequenos grupos” e, aí, “a cozinha e os grandes chefes podem aportar um valor extraordinário, por terem uma cozinha muito autêntica”.

Finalmente, sustentou, é preciso transmitir “uma mensagem de confiança e de esperança”, sublinhando que a resposta de saúde pública à pandemia colocou Portugal “no topo de confiança a nível internacional”. “O vírus infelizmente tirou muitas vidas. Os nossos ativos — paisagens, pessoas hospitaleiras — não foram afetados. Portugal foi eleito o melhor destino do mundo por três vezes consecutivas. Tudo o que nos distinguiu no passado recente continua cá. Não há Covid que contamine esses ativos”, disse.

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Bundesbank apoia medidas, mas defende menos Estado depois da crise

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

O Bundesbank afirma que os bancos alemães "estão estáveis neste momento" e têm elevadas reservas de capital para conceder empréstimos, que podem ser utilizados em caso de incumprimentos.

O presidente do Bundesbank considerou necessárias as medidas de política fiscal e monetária adotadas para apoiar as empresas e as famílias, mas defendeu que uma vez terminada a atual crise, “o Estado deve reduzir a sua influência na economia”.

O Bundesbank, banco central da Alemanha, também disse que os bancos alemães estão atualmente a conceder empréstimos mais urgentes às empresas para superar as dificuldades geradas pela pandemia da covid-19.

Representantes do Bundesbank, das autoridades de supervisão financeira alemãs BaFin e do Banco Central Europeu (BCE) debateram esta terça-feira as consequências da pandemia covid-19 para os bancos alemães numa conferência virtual.

“A oferta urgente de crédito necessário funciona. Os bancos assumem uma tarefa central para superar a crise e cumprem-na com compromisso pessoal e com sucesso”, disse Joachim Wuermeling, membro do conselho de administração do Bundesbank.

Muitos empréstimos são concedidos apenas com garantias estatais, mas Wuermeling agradeceu aos bancos alemães por assumirem a responsabilidade e contribuírem para a recuperação da economia alemã.

Atualmente, 34% das 3.900 agências de grandes bancos alemães estão fechadas, mas os bancos continuam a operar e a assessorar os clientes pelo telefone ou ‘on-line’, e o dinheiro pode ser retirado dos caixas automáticos, de acordo com o Bundesbank. “Portanto, não vemos limitações operacionais significativas”, acrescentou Wuermeling.

O Bundesbank afirma que os bancos alemães “estão estáveis neste momento” e têm elevadas reservas de capital para conceder empréstimos, que podem ser utilizados em caso de incumprimentos.

Contudo, Wuermeling precisou que alguns bancos apresentam elevada exposição aos setores da economia real mais afetados pela pandemia, como os da gastronomia, turismo e comércio, nos quais provavelmente surgirão incumprimentos.

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Força da língua portuguesa é feita do génio de todos os povos lusófonos

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

A força da “nossa língua comum” é feita do “génio de angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e portugueses", disse o Presidente da República.

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta terça-feira que a “força comum” da língua portuguesa é feita do génio de todos os povos lusófonos e de ser uma língua de “futuro, viva e diversa”.

Numa mensagem, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala hoje, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a força da “nossa língua comum” é feita do “génio de angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e portugueses, falando há séculos em casa e nas diásporas”.

O chefe de Estado português evocou, neste contexto, grandes nomes das letras da lusofonia, de Camões (Portugal) a Craveirinha (Moçambique), de Jorge Amado (Brasil) a Helder Proença (Guiné-Bissau), de Pepetela (Angola) a Germano Almeida (Cabo Verde), de Fernando Silvan (Timor-Leste) a Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe).

Marcelo Rebelo de Sousa foi uma das personalidades lusófonas que participou na cerimónia ‘online’ que hoje assinalou o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, juntando mais de duas dezenas de personalidades lusófonas da política, letras, música ou desporto. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) oficializou a data no ano passado, mas desde 2009, que era comemorado, a 5 de maio, o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa, instituído pela CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O chefe de Estado português sublinhou também o potencial de futuro da língua portuguesa, bem como a sua diversidade e dispersão geográfica. “O génio de ser uma língua de futuro, viva, diversa na unidade, que muda no tempo e no espaço, continuando a ser a mesma no essencial”, disse. Na mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa enviou ainda “um abraço muito forte” e “em português” a todos os lusófonos num tempo em que é preciso união “perante um vírus, um inimigo comum”, numa alusão à pandemia.

A UNESCO declarou, em novembro do ano passado, 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.

O português é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, ou seja, 3,7% da população mundial. É língua oficial dos nove países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.

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Bruxelas defende compras de dívida do BCE. Lembra tribunal alemão que lei europeia tem primazia

Alemanha deu três meses ao Banco Central Europeu para alterar programa de compra de dívida. Conselho de Governadores vai reunir-se ainda esta terça-feira para decidir como responder.

A lei da União Europeia tem primazia em relação à constituição alemã. A mensagem foi transmitida por Bruxelas a Berlim, depois de um tribunal alemã ter deliberado que a compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE) não cumpre os tratados europeus, o que agravou os juros da dívida dos países do sul da Europa.

“Não obstante a análise detalhada da decisão tomada hoje [terça-feira] pelo Tribunal Constitucional Alemão, reafirmamos a primazia da lei da UE e o facto de os acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia serem vinculativas para todos os tribunais nacionais“, disse o porta-voz do executivo comunitário, Eric Mamer, citado pela Reuters.

O Tribunal Constitucional Federal alemão pronunciou-se esta terça-feira sobre o programa de compra de ativos do BCE, tendo dado três meses à autoridade monetária da Zona Euro para o corrigir.

Numa decisão quase unânime (7 contra 1), os juízes de Karlsruhe consideram que o programa não cumpre com os tratados europeus e defenderam que o BCE terá de rever o programa de compras criado por Mario Draghi entre 2015 e 2019. A decisão segue-se à queixa de um grupo de duas mil pessoas, encabeçado por economistas e professores de Direito.

O processo atual, que arrancou na justiça alemã em março de 2015, não é o primeiro. Em 2017, o Tribunal Constitucional, assumiu ter dúvidas de que a compra de ativos fosse compatível com a proibição de financiamento monetário, reencaminhando a sentença para o Tribunal de Justiça Europeu (TJE).

Governadores do BCE reúnem-se para discutir decisão

O TJE pronunciou-se a favor do BCE, mas ficou à responsabilidade da entidade máxima de justiça alemã interpretar a sentença à luz da sua Constituição. Agora, a Comissão Europeia reafirma o apoio à entidade liderada por Christine Lagarde. “A Comissão Europeia sempre respeitou a independência do BCE na sua implementação de política monetária”, sublinhou Mamer.

Contactado pela Reuters, o TJE não quis comentar a decisão do tribunal alemão. Já do lado do BCE, o Conselho de Governadores irá reunir-se de forma extraordinária esta terça-feira à tarde para discutir a decisão.

Esta não se aplica ao programa de emergência criado para responder à crise pandémica (no valor de 750 mil milhões de euros), mas aos programas anteriores. E mesmo que o Bundesbank decida sair e vender todos os ativos que detém, o mercado não deverá ficar inundado já que poderá fazê-lo definindo uma estratégia de longo prazo.

Ainda assim, a deliberação gera preocupações sobre eventuais expansões dos programas de compra de ativos do BCE. Em reação, o euro cede 0,5% e os juros das dívidas soberanas dos países do sul agravam. Em Portugal, as obrigações a dez anos sobem para 0,932% e, em Itália, o juro dos mesmos títulos avança para 1,896%.

(Notícia atualizada às 12h55)

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Táxis e TVDE de cinco lugares podem transportar no máximo dois passageiros

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

Legislação publicada em Diário da República diz que bancos dianteiros devem ser utilizados apenas pelo motorista, não podendo a ocupação máxima por passageiros ultrapassar 2/3 dos restantes bancos.

Os táxis e as viaturas de transporte em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) de cinco lugares só podem transportar, no máximo, dois passageiros, além do condutor, segundo um despacho publicado em Diário da República (DR).

O diploma, publicado na segunda-feira em suplemento do DR e em vigor desde o mesmo dia, determina que “os bancos dianteiros devem ser utilizados apenas pelo motorista, não podendo a ocupação máxima dos veículos pelos passageiros ultrapassar 2/3 dos restantes bancos”.

Ou seja, no caso de uma viatura de cinco lugares, o condutor só poderá transportar dois passageiros, tendo em conta a regra dos dois terços dos bancos disponíveis. Antes da declaração do estado de emergência, podiam ser transportados, num veículo de cinco lugares, quatro utentes: três atrás e um à frente.

Desde o primeiro período do estado de emergência que estava proibido o transporte de passageiros no banco da frente, ao lado do condutor, o que se mantém com o despacho assinado agora pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes.

Os transportes públicos começaram a circular na segunda-feira com lotação máxima de dois terços da sua capacidade e os utentes têm de usar obrigatoriamente máscaras ou viseiras, devido à pandemia da covid-19, prevendo-se coimas entre 120 e 350 euros.

No âmbito do plano de desconfinamento e do fim do estado de emergência, os transportes públicos vão repor o horário integral ou reforçar a oferta para responder ao cumprimento da lotação máxima de dois terços da sua capacidade, e a validação de títulos volta a ser obrigatória por parte dos utentes.

“É obrigatório o uso de máscaras ou viseiras na utilização de transportes coletivos de passageiros“, determinou o Governo, referindo que o incumprimento “constitui contraordenação”, punida com coima de valor mínimo de 120 euros e máximo de 350 euros.

No primeiro dia de implementação da medida nos transportes públicos, a PSP multou três pessoas e impediu 320 de seguirem viagem por não utilizarem máscara de proteção, que passou a ser obrigatória nesta nova fase de combate à covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.063 pessoas das 25.524 confirmadas como infetadas, e há 1.712 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Despesas inesperadas? Um em cada três portugueses não consegue pagar

Cerca de 32% dos cidadãos europeus não teria como pagar uma despesa financeira inesperada, como substituir a máquina de lavar a roupa. E Portugal está pior do que a média da UE neste indicador.

Um em cada três cidadãos da União Europeia é incapaz de fazer face a uma despesa financeira inesperada, ou 32% da população, uma capacidade considerada “indispensável” no atual contexto de choque económico causado pela pandemia. E, neste campo, Portugal está pior do que a média europeia.

Os dados do Eurostat mostram que é na Croácia que mais cidadãos são incapazes de fazer face a uma despesa financeira inesperada. Portugal também está na “metade” pior da UE, posicionando-se pior do que a Eslovénia, mas melhor do que a Hungria. Em sentido inverso, entre os 27 países do bloco, a situação é mais favorável em Malta (15%):

Fonte: Eurostat

Segundo o Eurostat, os cidadãos nestas condições “não seriam capazes de fazer face aos custos, por exemplo, de uma cirurgia, de um funeral, ou de substituição de uma máquina de lavar a roupa ou de um carro em 2019”. Ora, “devido à quarentena implementada em todo o mundo em 2020 para abrandar a rápida propagação do coronavírus, a capacidade de fazer face a despesas financeiras inesperadas é crucial, especialmente em caso de perda de rendimentos”, aponta também aquele organismo.

No entanto, a média europeia de 32% da população nestas condições representa uma redução face aos 40% registados em 2012, ano em que este indicador atingiu o pico, logo após a grande crise financeira. Por isso, o Eurostat nota também que, desde então, a capacidade de os cidadãos europeus suportarem despesas financeiras inesperadas “melhorou de forma notável”.

Em 2019, ano a que se referem os novos dados, a incapacidade de suportar estas despesas foi registada nas “famílias” compostas por uma só pessoa (40%), e “particularmente” entre as famílias de uma pessoa com um filho (56%). Mais mulheres solteiras (43%) do que homens solteiros (36%) encontravam-se nesta situação, refere ainda o Eurostat.

Em contrapartida, o organismo oficial de estatística da UE registou uma situação mais favorável entre as famílias com dois adultos, em que apenas 25% não tinha como fazer face a um encargo deste tipo. Esse indicador era de 28% para as famílias compostas por dois adultos e um filho dependente e 26% no caso de dois filhos dependentes.

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Tancos: Defesa de Azeredo Lopes diz que acusação a ex-ministro é um caso político

  • Lusa
  • 5 Maio 2020

A defesa de Azeredo Lopes alegou no debate instrutório do processo de Tancos que a acusação contra o ex-ministro da defesa resultou de uma “invenção” e "manipulação dos factos".

A defesa de Azeredo Lopes alegou esta terça-feira no debate instrutório do processo de Tancos que a acusação contra o ex-ministro da defesa resultou de uma “invenção” e “manipulação dos factos” tratando-se de um caso abertamente político.

Só nos regimes totalitários se inventam factos para perseguir alguém“, declarou o advogado Germano Marques da Silva insistindo nos contornos políticos deste caso em que o ex-ministro da Defesa é acusado dos crimes de denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário e abuso de poder.

Nas palavras de Germano Marques da Silva, a acusação contra Azeredo Lopes é um “exercício de ficção” quando, na realidade, “o processo penal não é um romance, nem um filme” para ser feito por ficcionistas.

Suportando a tese de que o caso Tancos é abertamente político, Germano Marques da Silva apontou comentários feitos pelo antigo juiz do processo João Bártolo, o qual teria declarado que Joana Marques Vidal não foi reconduzida à frente da Procuradoria-Geral da República por causa deste processo relacionado com o furto e posterior achamento de material de guerra.

O advogado apontou também vários vícios que considerou terem marcado a investigação e referiu que em 50 anos de advocacia que já leva nunca se deparou com tanta “deslealdade processual”, aludindo aos incidentes e às denúncias de informadores infiltrados.

“Os meios não justificam os fins”, criticou Germano Marques da Silva considerando que o “artificio e a mentira” permitiram uma acusação contra Azeredo Lopes.

O advogado indignou-se também pelo facto de a procuradora Cláudia Porto ter dito nesta fase processual que a defesa de Azeredo Lopes “estava concertada com a do ex-diretor da Policia Judiciária Militar (PJM), Luis Vieira”.

“Essa concertação é falsa”, sublinhou o advogado, garantindo que só recentemente é que conheceu Rui Baleizão, defensor de Luis Vieira. Aproveitou ainda para dizer que a acusação “assenta no pressuposto de uma relação próxima entre Azeredo Lopes e Luis Vieira”, o que a seu ver é uma “solução ardilosa”.

Assegurou ainda que “Luis Vieira nunca esteve na casa de Azeredo Lopes” e que o ex-ministro da Defesa “nunca teve conhecimento de qualquer comportamento ilícito da PJM na recuperação das armas, nem que “estivesse a par de qualquer investigação paralela” desta polícia.

O advogado alegou também que “não há uma única prova de que Azeredo Lopes tenha dado instruções ao seu chefe de gabinete para esconder e não arquivar um documento [memorando] sobre as diligências efetuadas pela PJM para recuperar as armas”.

Germano Marques da Silva terminou a sua intervenção pedindo que o ex-ministro da Defesa seja ilibado por forma a que se “restaure a confiança na justiça” e se recupere a lealdade processual.

Na sessão desta terça-feira também as defesas dos arguidos António Laranginha e do sargento da GNR Lima Santos refutaram a acusação apontando alegadas contradições e falta de provas.

Nove dos 23 arguidos do caso processo Tancos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre eles o antigo ministro da Defesa e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O caso do furto do armamento dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

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Compras com MB Way em máximos desde a chegada do coronavírus

Utilização do MB Way, tanto nas compras online como na rede Multibanco, atingiu na última semana o nível mais elevado desde o surgimento do primeiro caso de contágio pelo coronavírus em Portugal.

O MB Way continua a ganhar espaço na ida às compras dos portugueses durante a pandemia. A utilização deste meio de pagamento, tanto nas compras online como na rede Multibanco, atingiu na última semana o nível mais elevado desde o surgimento do primeiro caso de contágio pelo coronavírus em Portugal.

“Continua ainda a destacar-se a utilização crescente do MB Way tanto para as compras online como na Rede Multibanco, sendo que na semana de 27 de abril a 3 de maio, as compras através deste serviço atingiram os níveis mais elevados já registados nesta análise semanal da SIBS”, dá conta a entidade responsável pela gestão da rede Multibanco em Portugal.

Nesse período, o número médio de transações no e-commerce através do MB Way chegou aos 31 pontos acima da média antes do registo do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, e nas compras na Rede Multibanco atingiu 20 pontos acima. Ao comparar com a semana anterior, de 20 a 26 de abril, o número de compras com MB Way cresceu ainda 16 e 9 pontos no online e no físico, respetivamente.

Analisando as compras físicas de uma forma global em todo o país, os dados da semana de 27 de abril a 3 de maio, que coincidiu com a última semana de estado de emergência, continuam em crescimento atingindo agora o valor mais elevado das últimas seis semanas, mas ainda assim 41 pontos a menos do que o número médio de compras antes da pandemia.

Já no que se refere às compras online, os dados da SIBS dão conta de um aumento significativo, com o número médio de compras no e-commerce praticamente ao nível do período antes da pandemia.

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Líderes não estão preparados para a mudança, revela estudo

Dados do Leadership Confidence Index 2020, da Odgers Berndtson, revelam uma "crise de desconfiança" nas lideranças à escala global. A solução pode estar na aposta em líderes com mais soft skills.

A maioria dos executivos seniores não acredita que a liderança nas suas organizações consiga lidar com a disrupção, revelam dados do Leadership Confidence Index 2020, da Odgers Berndtson. No estudo foram inquiridos 1.890 executivos seniores à escala global, incluindo em Portugal, que consideram que os líderes não estão preparados para lidar com os avanços exponenciais de tecnologia, as alterações profundas das expectativas dos consumidores, a emergência de novos modelos de negócio ou a entrada de novos concorrentes.

De acordo com o estudo, a desconfiança deve-se à resistência à mudança por parte dos líderes e à falta de uma visão clara de futuro para a organização. Entre os principais fatores de disrupção para as empresas estão os avanços tecnológicos, as mudanças nas expectativas dos consumidores e a incerteza económica, refere a Odgers Berndtson.

O estudo revela, ainda, que 95% dos inquiridos reconhece a disrupção como um tema impactante, 88% acredita que a disrupção aumentará nos próximos cinco anos e 85% considera que é o CEO quem tem o papel mais crítico na gestão da disrupção.

O inquérito sugere que as empresas devem desenvolver líderes com determinação, coragem, pensamento estratégico, curiosidade, resiliência, ter capacidade de adaptação e inteligência emocional. Para conseguir gerir a disrupção, o CEO deve ter a seu lado o chief technology officer (CTO) e o chief people officer (CPO).

“Assistimos a uma crise transversal de confiança nas lideranças das organizações, numa altura em que o mundo dos negócios entrou numa rota de incertezas profundas à escala global com a crise da Covid 19”, sublinha Luís Sítima, managing partner da Odgers Berndtson.

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Delta cria plataforma para ajudar a restauração. Há vouchers com descontos de 50%

  • ECO
  • 5 Maio 2020

A Delta e a startup Classihy criaram uma plataforma de venda de vouchers, com o objetivo de ajudar os estabelecimentos de restauração a superar a atual crise.

A Delta aliou-se à Classihy, uma startup portuguesa, para criar uma nova plataforma de vouchers. Enquanto oferece descontos de 50% aos consumidores, ajuda cafés, bares e restaurantes a ultrapassar este momento de crise, refere a empresa.

Chama-se #VoltaremosPortugal e é uma plataforma onde os portugueses podem comprar vouchers de consumo, que podem depois ser usados quando os estabelecimentos de restauração voltarem a abrir portas, refere o comunicado. O valor total dos vouchers será oferecido aos cafés, bares e restaurantes aderentes no prazo de dez dias após a compra, podendo o consumidor usar o voucher até um prazo máximo de 12 meses.

Na plataforma há dois tipos de vouchers disponíveis: de 30 euros — em que o consumidor paga apenas 15 euros, com a Delta a suportar o restante valor. Já o estabelecimento aderente recebe a totalidade desse montante — e de dez euros, funcionando da mesma maneira. Para os estabelecimentos interessados, qualquer um pode aderir, bastando aceder à plataforma e fazer o registo, sem qualquer custo de adesão.

Para a Delta, esta é uma forma de “ajudar os estabelecimentos ao contribuir para a liquidez imediata do seu negócio”, mas também de “proporcionar a possibilidade dos consumidores se manterem em contacto com os seus espaços de eleição”, refere o comunicado. Rui Miguel Nabeiro, administrador do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, considera “fundamental intensificar o apoio e ajudar a ultrapassar o desafio que é colocado ao canal da restauração”.

A CEO da startup reconhece que já existem várias plataformas de venda de vouchers, mas acredita que “terá de ser dado um passo adicional, com um benefício financeiro e imediato para o consumidor”. Ariane de Melo acrescenta que “o principal objetivo desta ação é motivar os consumidores a darem a sua contribuição aos seus espaços favoritos”.

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Lucro do Abanca cai para 127 milhões. Provisões de 78 milhões penalizam contas do futuro dono do EuroBic

Banco galego, que se prepara para comprar o EuroBic, registou uma descida de 13,2% do lucro no primeiro trimestre devido a provisões de 78 milhões de euros para enfrentar crise do Covid-19.

O lucro do Abanca desceu 13,2% para 127 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, com o resultado do banco galego a ser afetado pela provisão extraordinária de 78 milhões de euros para fazer face à incerteza criada pela pandemia de Covid-19.

O banco liderado por Juan Carlos Escotet adiantou que esta provisão antecipa uma subida do custo do risco do banco nos próximos meses dos atuais 0,31% para 0,82%.

O que acontece é que, com a crise do novo coronavírus, os bancos estão a antecipar um aumento do malparado de famílias e empresas em dificuldades no pagamento das prestações. Nesse sentido, estão a colocar dinheiro de lado para enfrentar este cenário.

Sem as provisões extraordinárias para a crise do Covid-19, o Abanca teria registado uma subida de 0,5% do lucro entre janeiro e março.

Apesar da descida do lucro, o Abanca apresenta uma rentabilidade dos capitais próprios de 10,9%, “um dos melhores do mercado”, sublinhou o CEO do banco, Francisco Botas, em conferência de imprensa. Botas referiu que o valor das provisões baseia-se nas estimativas atuais do banco para a evolução da crise, mas que não é um montante final.

A atividade do Abanca continua a crescer. A margem financeira aumentou 13,8% para cerca de 150 milhões de euros. Isto resulta de um aumento do volume de negócios (crédito e depósitos) em 20% face a março de 2019 para 85,5 mil milhões de euros, decorrente sobretudo da compra do Banco Caixa Geral em Espanha.

“A entidade alcançou esse crescimento com um comportamento equilibrado do crédito normal a clientes, que aumentou 25,3%, para 37,1 mil milhões de euros, e de captação de recursos, que subiu 18,4%, para 47,6 mil milhões de euros”, indica o banco.

O banco destaca ainda a sua posição financeira sólida. O rácio de capital total a final de março foi de 15,6%, situando-se 335 pontos base acima dos requisitos exigidos. O rácio de capital da máxima qualidade, CET1, foi de 12,7%, situando-se 394 pontos base acima do exigido, o que permite uma almofada financeira de 1,2 mil milhões de euros.

Sobre a compra do EuroBic, o Abanca diz que “continua comprometido com a possível aquisição do banco, atualmente pendente da conclusão do processo de due diligence”.

“Esta operação faz parte do compromisso estratégico com Portugal como eixo de expansão, um mercado atrativo pelo desempenho económico do país e no qual a entidade possui ampla experiência”, refere o banco em comunicado.

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Número “reduzido” de empresas beneficiou das medidas do Estado até ao final de abril

A suspensão de obrigações fiscais e contributivas é a opção com mais expressão, enquanto os créditos com juros bonificados ou garantias do Estado só foram acedidos por 4% das empresas.

Apesar do forte impacto da pandemia de Covid-19 nos negócios, o número de empresas que está a beneficiar de apoios públicos continua a ser reduzido. A conclusão é do inquérito rápido e excecional às empresas, que está a ser conduzido semanalmente pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal.

“A percentagem de empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas que já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo, devido à pandemia, voltou a aumentar face à semana anterior, mas continuou a ser reduzida“, revela o relatório referente ao período entre 27 de abril a 1 de maio.

Entre as medidas consideradas, 16% das empresas já beneficiaram da suspensão de obrigações fiscais e contributivas, 13% da moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes e 4% do acesso a novos créditos com juros bonificados ou garantias do Estado. A CIP revelou, com base num inquérito realizado às empresas, que apenas 3% já receberam crédito das linhas Covid-19.

Em termos setoriais, é o alojamento e restauração a destacar-se, com benefícios acima da média. As empresas com perfil exportador referem em maior proporção o recurso (realizado ou prospetivo) à moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes e o acesso a novos créditos com juros bonificados e garantias do Estado.

Já quanto ao futuro, “a percentagem de empresas que planeia beneficiar registou uma diminuição na última semana“, sublinha o INE. Excluindo o lay-off simplificado, a proporção de empresas que continuou a não prever o recurso a medidas de apoio voltou a aumentar em algumas medidas, atingindo proporções entre 48% e 59%.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O inquérito foi realizado junto de 5,5 mil empresas, na última semana antes do início do desconfinamento. Destas, cerca de 84% mantinha-se em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, e 16% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente.

Em relação à quebra no volume de negócios, 79% das empresas continuaram a reportar diminuições, numa grande parte (39%) a redução foi superior a 50% do volume de negócios, refletindo sobretudo a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência.

Cerca de 58% tinham pessoas em teletrabalho e 20% tinham mais de 50% do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar nessa situação. “A percentagem de empresas com pessoal em teletrabalho é crescente com a dimensão das empresas, atingindo 93% nas grandes e não ultrapassando 30% nas micro empresas“, explica o relatório.

Por setor, refletindo a natureza da atividade económica desenvolvida, destacou-se a Informação e comunicação com 67% das empresas a registar uma percentagem superior a 75% de pessoal ao serviço em teletrabalho. Em sentido oposto, o setor que menos recurso assinalou a esta forma de trabalho foi o Alojamento e restauração.

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