Isabel dos Santos defende legalidade da compra da Efacec
Empresária angolana defende que aquisição da Efacec, em 2015, foi legal, respeitando as regras de branqueamento de capitais. E lamenta não poder ajudar a evitar o "desmembramento" da empresa.
Isabel dos Santos diz que a aquisição da Efacec, em 2015, foi transparente e legal, nomeadamente em termos de branqueamento de capitais, e lamenta não poder ajudar a evitar aquilo que poderá ser o “desmembramento” da empresa portuguesa.
“Apesar de ser completamente inocente dos ataques que me fazem, decidi sair para defesa da própria reputação da Efacec. Por muito que me custe olhar para o que pode ser o desmembramento da Efacec, estou totalmente impossibilitada de poder ajudar, por me ver arrastada para um amontoado de processos judiciais repletos de falsidades e assentes em documentação forjada”, refere Isabel dos Santos num comunicado em que dá conta dos detalhes financeiros por detrás da compra da Efacec e cujo investimento o Banco de Portugal confirmou ser “regular”.
“Quando a verdade for reposta teremos que exigir responsabilidades a todos aqueles que permitiram tamanha injustiça, não só contra mim, mas também contra todas as centenas de famílias que lutam pela vida e crescimento da Efacec e que virão inevitavelmente a ser prejudicadas”, acrescenta a empresária angolana.
"Por muito que me custe olhar para o que pode ser o desmembramento da Efacec, estou totalmente impossibilitada de poder ajudar, por me ver arrastada para um amontoado de processos judiciais repletos de falsidades e assentes em documentação forjada.”
O comunicado sublinha que o processo de aquisição da Efacec “correspondeu a um processo negocial transparente e de mercado que envolveu os acionistas vendedores (Grupo José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves) e um conjunto significativo de instituições de crédito, tendo sido realizado em estrito cumprimento das regras aplicáveis em Portugal e em Angola”.
O investimento na Efacec de 195 milhões de euros foi conseguido com recurso a financiamentos bancários por parte da Winterfell2 (120 milhões) e da Winterfell industries (40 milhões), bem como de capitais próprios da própria empresária angolana, no montante de 35 milhões.
Quanto aos créditos concedidos, eles tiveram origem em três sindicatos bancários (dois com participação do BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos e um com a participação do BCP e Novo Banco, e em três contratos bilaterais com Banco Montepio, BPI, e um com a instituição de crédito angolana Banco Bic), todos realizados no dia 23 de outubro de 2015.
São transcritas partes de um relatório do Banco de Portugal que analisou a operação. Segundo a empresária, o inquérito do supervisor “não encontrou qualquer irregularidade, não houve qualquer branqueamento de capitais e considerou que o investimento na Efacec foi feito com transparência, confirmando a regularidade de toda a operação”.
Esta quinta-feira, o CEO da Efacec, Ângelo Ramalho, adiantou que o caso Luanda Leaks provocou um “bloqueio bancário” que dura há seis meses e está a paralisar a empresa. “Estamos há seis meses sem relação fluida com a banca. Não temos nem linhas de financiamento, nem a trade finance necessária ao desenvolvimento das nossas operações”, disse em entrevista à Rádio Observador.
Com a posição de Isabel dos Santos no mercado, a Efacec recebeu “cerca de 30 manifestações de interesse” na aquisição dessa participação. As propostas vinculativas terão de ser entregues até 26 de junho.
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