Bruxelas tira “lições da crise” e avança com revisão da política comercial da UE

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

A revisão da política comercial da UE inclui uma consulta pública para obter contribuições do Parlamento Europeu, dos Estados-membros, das partes interessadas e da sociedade civil.

A Comissão Europeia iniciou esta terça-feira um processo de revisão da política comercial da União Europeia (UE), visando tirar “lições” da crise gerada pela pandemia de covid-19 e construir “uma economia resiliente e sustentável” face a países terceiros.

“A Comissão Europeia lançou uma importante revisão da política comercial da UE, incluindo uma consulta pública para obter contribuições do Parlamento Europeu, dos Estados-membros, das partes interessadas e da sociedade civil”, tendo como objetivo “construir um consenso em torno de uma nova direção a médio prazo […], para responder a uma variedade de novos desafios globais e tendo em conta as lições aprendidas com a crise do novo coronavírus”, informa o executivo comunitário em comunicado hoje divulgado.

Segundo Bruxelas, “uma UE forte necessita de uma política comercial e de investimento forte para apoiar a recuperação económica, criar empregos de qualidade e para proteger as empresas europeias de práticas desleais a nível interno e externo”.

Por isso, decorre entre esta terça-feira e meados de setembro uma consulta pública para iniciar esta revisão da política comercial europeia, para ser implementada até final ano, visando, entre outras coisas, “construir uma economia resiliente e sustentável na UE após a pandemia”.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta de “Uma Economia ao serviço das Pessoas”, Valdis Dombrovskis, observa que o objetivo desta revisão é “ajustar a abordagem da UE ao comércio global neste momento crítico para a economia mundial”. Por seu lado, o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan, assinala que a pandemia está a “remodelar o mundo”, pelo que a política comercial comunitária “tem de se adaptar para ser mais eficaz na prossecução dos interesses europeu”.

“Queremos que a nossa política continue a beneficiar os nossos cidadãos e as nossas empresas, reforçando as nossas ambições de liderança global numa série de áreas e, ao mesmo tempo, adotando uma abordagem mais dura para nos defendermos de quaisquer ações hostis ou abusivas”, sublinha Phil Hogan, numa alusão a disputas comerciais que a UE tem tido com os Estados Unidos e a práticas entendidas como abusivas adotadas pela China, os dois maiores parceiros económicos da região.

Phil Hogan tem vindo a ser apontado como possível candidato da UE à liderança da Organização Mundial do Comércio (OMC) após a saída de Roberto Azevêdo do cargo no final de agosto. Na semana passada, o gabinete do responsável confirmou à agência Lusa que Phil Hogan está “a explorar” esta possível candidatura. E foi por essa razão que o comissário europeu não deu hoje uma conferência de imprensa em Bruxelas sobre o arranque da revisão da política comercial da UE, informou a instituição.

Roberto Azevêdo, de 62 anos, deixa a liderança da OMC num momento crítico da organização por causa do bloqueio do seu principal mecanismo de resolução de conflitos, paralisado desde dezembro devido à recusa dos Estados Unidos em designar novos juízes, ao qual se junta a difícil situação do comércio mundial devido à pandemia de covid-19.

Também na semana passada, Phil Hogan informou que as exportações da UE vão cair entre 9% e 15% este ano, o que representa quebras entre 282 e 470 mil milhões de euros devido à crise gerada pela covid-19.

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Segurança Social já pagou 778 milhões de euros em apoios extraordinários, diz Mendes Godinho. Siga aqui em direto

O Orçamento Suplementar restringe o acesso ao "eficaz" lay-off simplificado e cria um novo mecanismo de apoio ao emprego. A ministra do Trabalho presta esclarecimentos, na Assembleia da República.

Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social, está esta terça-feira à Assembleia da República a defender o Orçamento Suplementar para 2020. A governante deverá prestar esclarecimentos não só sobre o novo apoio à proteção do emprego, mas também sobre o futuro do lay-off simplificado, medida que o Governo tem considerado “eficaz” na manutenção dos postos de trabalho.

Acompanhe aqui a audição de Ana Mendes Godinho em direto.

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TAP deve apresentar plano estratégico “com celeridade”, diz Governo

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

Secretário de Estado do Tesouro diz que a TAP deve apresentar plano estratégico "com celeridade" e que o próximo verão será "necessariamente importante" para ter perspetivas sobre o futuro.

O secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, disse esta terça-feira que a companhia aérea TAP deve apresentar um plano estratégico “com celeridade”, e salientou que o próximo verão será importante para ter perspetivas sobre o futuro.

“O Estado preparou a notificação [à Comissão Europeia] em tempo recorde, em cerca de três semanas. Compete agora à empresa apresentar o seu plano estratégico com celeridade”, disse o governante, que estava a ser ouvido, juntamente com a restante equipa governativa das Finanças, pela Comissão de Orçamento e Finanças do parlamento, no âmbito do Orçamento do Estado Suplementar.

Miguel Cruz assinalou que o plano estratégico deve ser feito “numa perspetiva mais detalhada sobre o setor, para que este próximo verão será necessariamente importante”, para obter “alguma informação adicional e alguma perspetiva sobre como as coisas podem evoluir”.

“O valor do auxílio de Estado à TAP está alinhado, e em muitos casos está abaixo, do que foi praticado por outros governos e por outras companhias aéreas”, acrescentou, precisando o montante base em 946 milhões de euros, que podem ascender a 1.200 milhões “tendo em conta a incerteza que está associada a um conjunto de variáveis, particularmente a algumas de natureza operacional”.

O governante disse que “para a concessão de um auxílio de Estado é necessária a concretização de um plano de financiamento, aprovado e assinado com o Estado”, que tem “condições associadas ao acompanhamento e escrutínio detalhado da implementação do auxílio, com base num plano de liquidez que foi cuidadosamente estruturado” para os próximos seis meses, data limite para a TAP fazer um plano de reestruturação ou devolver o montante recebido pelo Estado.

O plano de liquidez “é baseado nas projeções financeiras da empresa, que foram devidamente escrutinadas”, adianta o o secretário de Estado que o contrato de financiamento “tem também questões de natureza acionista e de natureza societária”, mas sem detalhar pormenores.

A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à companhia aérea TAP, um apoio estatal de 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.

Porém, uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da pandemia de Covid-19, a empresa “não é elegível” para receber uma ajuda estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto, que são destinadas a “empresas que de outra forma seriam viáveis”.

No mesmo dia, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que a TAP pode ter atualmente uma dimensão superior àquela de que vai necessitar nos próximos anos, sendo esta uma das condições da Comissão Europeia para aprovar apoio.

“Nós podemos ter neste momento uma empresa com uma dimensão superior àquela que são as necessidades nos próximos anos. Isto é uma condição da Comissão Europeia”, disse o ministro das Infraestruturas e da Habitação, numa conferência de imprensa, em Lisboa, depois do anúncio da aprovação da Comissão Europeia a um apoio estatal à TAP no valor máximo de 1,2 mil milhões de euros.

No entanto, o governante disse julgar ser possível apresentar à Comissão Europeia “um bom caso” que não tenha como consequência uma “restruturação excessiva da TAP”.

Sublinhando a necessidade de ajustar as dimensões da companhia aérea às suas necessidades futuras, Pedro Nuno Santos admitiu que “não seria sério” tentar passar a ideia de que uma restruturação da transportadora aérea pode ser feita sem consequências, por exemplo, nas frotas e nos trabalhadores.

Para tal, disse, a Comissão Executiva da companhia aérea tem de demonstrar, nos próximos meses, que a empresa é viável a médio e longo prazo.

Em falta está ainda a decisão por parte dos acionistas privados de aceitar as condições apresentadas pelo Estado para fazer esta intervenção.

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Consumo privado dispara em maio. É dia de “rally” em Wall Street

As bolsas norte-americanas estão novamente em alta face a um crescimento surpreendente nas vendas no retalho em maio, depois das quedas históricas de abril e março. Otimismo domina os investidores.

As bolsas norte-americanas estão novamente em alta, negociando com ganhos expressivos face ao otimismo dos investidores quanto à reabertura da economia. Dados surpreendentes do consumo privado em maio estão a incentivar esta aposta nos ativos de risco, depois do sell-off da passada quinta-feira.

O S&P 500 ganha 2,73%, para 3.150,32 pontos, enquanto o industrial Dow Jones soma mais de 800 pontos, valorizando 3,22%, para 26.591,57 pontos. O tecnológico Nasdaq avança 2,30%, para 9.949,56 pontos, ainda assim abaixo do máximo histórico registado recentemente e já em plena pandemia.

A constante valorização das bolsas num contexto de forte recessão continua a desafiar os dogmas dos mercados de capitais, apesar de os receios de uma segunda vaga ainda condicionarem as negociações. Ainda assim, esta terça-feira, o Departamento do Comércio revelou que as vendas no retalho dispararam 17,7% em maio, uma recuperação inesperada face às quedas históricas de abril e março. A subida representa um aumento no consumo privado e sinaliza confiança na economia, apesar das circunstâncias adversas.

Mas a puxar pelas bolsas estão também outros fatores, como a atuação da Fed para sustentar a economia norte-americana. A entidade liderada por Jerome Powell anunciou na segunda-feira que vai ampliar o programa de compra de dívida de empresas, o que contribuiu para o otimismo nos mercados. Powell deverá intervir esta terça-feira no Congresso dos EUA para falar sobre o impacto da pandemia, dias depois de ter admitido que o Covid-19 terá um impacto duradouro no mercado laboral.

Entre as cotadas em destaque está a Boeing, cujos títulos ganham quase 7%. A Apple soma 2,69% e a Amazon valoriza 1,48%. Nota ainda para os títulos da Tesla, que ganham 1,48%, para 1.005,15 dólares, perto de máximos históricos.

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Governo dos Açores abandona negócio de privatização da SATA

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

Governo dos Açores vai acatar resolução do parlamento regional e abandonar a intenção de privatizar parte do capital da Azores Airlines.

O Governo dos Açores disse esta terça-feira que vai acatar uma resolução do parlamento regional e abandonar a intenção de privatizar parte do capital da Azores Airlines, empresa do grupo SATA.

“Naturalmente que o Governo Regional vai acatar a resolução desta casa“, declarou hoje a secretária com a tutela dos Transportes, Ana Cunha, numa sessão plenária que decorreu na cidade da Horta.

A governante havia sido questionada pelo deputado único do PPM, Paulo Estêvão, a propósito de uma resolução do PPM aprovada em maio e que pedia o abandono da privatização de parte do capital social da Azores Airlines, empresa pública regional, devido à incerteza provocada pelo Covid-19.

O projeto foi então aprovado com os votos a favor do PS, do Bloco de Esquerda (BE), do Partido Comunista (PCP) e do Partido Popular Monárquico (PPM) e as abstenções do PSD, do CDS e da deputada independente Graça Silveira.

Um primeiro concurso para a privatização de 49% da Azores Airlines – ramo da SATA que opera de e para fora do arquipélago – foi anulado em novembro de 2018.

O grupo SATA fechou o ano de 2019 com prejuízos de 53 milhões de euros, valor semelhante ao registado em 2018, mas com melhorias em ambas as transportadoras aéreas, a Azores Airlines e a SATA Air Açores (que opera dentro do arquipélago).

O monárquico Paulo Estêvão questionou esta terça-feira também o Governo sobre a “hibernação” do novo plano de negócios da empresa, lembrando que “daqui a quatro meses” há eleições regionais e temendo que não sejam conhecidas até lá eventuais medidas como o despedimento de trabalhadores da empresa.

O plano de negócios da operadora SATA deverá estar pronto ainda este mês, declarou a secretária regional Ana Cunha.

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Costa defende na CNN que Portugal é um destino seguro para os turistas

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

"Portugal foi um dos países que mais testou por milhão de habitantes e apresenta números de confiança", defende o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro defende, em declarações à CNN, que Portugal é um destino seguro para os turistas, alegando que foi um dos países europeus que mais testes realizou e que apresenta melhores indicadores no controlo da covid-19.

Numa breve entrevista gravada na segunda-feira à noite, António Costa destaca à cadeia de televisão norte-americana que em Portugal foi celebrado um protocolo entre as autoridades de saúde e os representantes da hotelaria nacional no sentido de garantir condições de segurança e de higiene a quem visitar o país.

“Portugal foi um dos países que mais testou por milhão de habitantes e apresenta números de confiança. Ora, a confiança é um fator essencial para a escolha do destino de férias“, sustenta o primeiro-ministro. Na notícia, com cerca de três minutos, o repórter da CNN Fred Pleitegen assinala que o turismo português foi duramente atingido pela pandemia de covid-19 e acrescenta que a economia portuguesa é das mais dependentes face à procura turística.

Logo a seguir, aponta também que Portugal foi dos países que mais cedo se confinou para combater a propagação do novo coronavírus e que as autoridades portuguesas são vistas como um caso de “sucesso” no controlo da pandemia.

Na reportagem, além de se mencionar que quem chega ao aeroporto de Lisboa é alvo de um controlo de temperatura, é entrevistado um casal alemão, no Largo Portas do Sol, na Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, que diz sentir-se seguro na sua visita a Portugal.

Na segunda-feira, na apresentação da nova campanha do Turismo de Portugal, o primeiro-ministro deixou uma mensagem tendo então como alvo o mercado interno. António Costa convidou os portugueses a fazerem férias “cá dentro” aproveitando o privilégio de visitarem ou redescobrir o país que por três anos consecutivos – 2017, 2018 e 2019 – foi considerado o melhor destino turístico do mundo.

“Se temos o privilégio de viver no melhor destino do mundo, então só nos resta aproveitá-lo”, argumentou. “Temos de proteger a nossa saúde, mas temos também de proteger os rendimentos, o emprego e as empresas e de fazer viver estes territórios, que fazem de Portugal o melhor destino do mundo e que dependem muito de haver ou não haver turistas”, declarou ainda o primeiro-ministro.

Antes, o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira já tinha enfatizado a mensagem de que esta oportunidade de os portugueses serem turistas no seu país e também uma oportunidade para se investir nas comunidades nacionais, nas empresas portuguesas.

A campanha “TuPodes, Visita Portugal, apresentada pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, representa um investimento de dois milhões de euros, vai estar em exibição até ao final do ano e arranca esta terça-feira com o lançamento de um filme protagonizado por turistas de várias nacionalidades, que já visitaram Portugal e que apelam para que os Portugueses se deixem contagiar pela vontade de explorar os sons, as paisagens, a cultura ou a gastronomia do país.

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Despedimentos “não têm de ser inevitáveis” para reestruturar TAP, diz Governo

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

Ministro das Infraestruturas garante que os despedimentos "não têm de ser inevitáveis" para reestruturar a TAP e que "ninguém tem interesse em manter uma empresa que não seja viável e sustentável".

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garantiu esta terça-feira em Viana do Castelo que os despedimentos “não têm de ser inevitáveis” para reestruturar a TAP, considerando que o processo terá de contar com a participação dos sindicatos.

“Os despedimentos não têm de ser inevitáveis. Há várias formas de fazermos uma reestruturação da empresa. O que ela tem é de ser feita com os sindicatos e há várias formas de fazermos isso. Os sindicatos têm várias sugestões e propostas. É um trabalho que vamos fazer”, afirmou Pedro Nuno Santos.

O governante, que falava aos jornalistas à margem do lançamento da empreitada de dragagem do canal de acesso aos estaleiros subconcessionados à WestSea, num investimento de 17,4 milhões de euros, assegurou que os postos de trabalho são uma “preocupação central” do Governo.

“É uma preocupação central que o Ministério das Infraestruturas tem, que eu tenho, em particular. Tenho estado em contacto, praticamente, com todos os sindicatos da TAP e continuarei. Eles são centrais nas nossas preocupações, mas eles percebem, são os primeiros a perceber, que querem ter para os próximos anos uma empresa viável e sustentável. Ninguém tem interesse em manter uma empresa que não seja viável e sustentável”, referiu.

O ministro adiantou que ser “necessário” fazer as “transformações” que que “tornem” a transportadora aérea portuguesa numa “empresa sustentável para os próximos anos”.

“Uma crise é também uma oportunidade. Tínhamos uma empresa com alguns problemas. Podemos ter aqui uma oportunidade para fazer um reset, conseguirmos ter a empresa em condições para enfrentar o futuro, servir o país e preservar os empregos. Essa é uma preocupação que nós temos. Podem ter a certeza que qualquer processo de reestruturação terá no centro das preocupações os trabalhadores da TAP são aqueles que fazem a TAP o que ela é”, referiu.

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de novas ajudas do Estado, o ministro das Infraestruturas disse não poder antecipar o futuro.

“O futuro do setor da aviação dependerá muito da recuperação do turismo que, por sua vez, depende muito da confiança dos turistas. Temos sinais positivos, mas estamos no início, o cenário é de incerteza e não podemos antecipar sem dúvida nenhuma o futuro. Fizemos os cálculos chegamos a um determinado valor, mas não podemos ter certeza sobre o futuro. Seria um erro da minha parte a ser taxativo sobre necessidades futuras da TAP”, referiu.

Adiantou ainda que o plano de reestruturação da empresa ainda não começou a ser feito por ser necessário “acertar” a intervenção com o parceiro privado na transportadora aérea.

“O Estado apresentou um conjunto de condições que tem de ser aceites. Não andamos aqui a passar cheques em branco, que o dinheiro é do povo português”, sustentou.

O ministro defendeu ainda que a TAP “dá mais à economia nacional do que o valor” que o Estado vai ser injetado na transportadora.

“Iremos sempre olhar para o valor da intervenção, mas aquilo que a TAP dá à economia nacional não tem comparação com aquilo com o que lá vamos injetar. É bom que tenhamos consciência disso. A TAP é o principal exportador nacional, 80 a 90% dos nossos turistas chegam de avião, metade são transportados pela TAP. Quando estamos a falar de resgatar ou auxiliar a TAP, estamos a falar de economia, empregos, exportações, impostos. É disso que estamos a falar. Para não nos esquecermos porque vamos ouvindo que é demasiado dinheiro”, disse.

(Notícia atualizada às 14h44)

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“Se é para fazer um novo Novo Banco, não vale a pena”, diz Moreira sobre a TAP

  • ECO
  • 16 Junho 2020

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, diz que se o dinheiro a injetar pelo Governo for para transformar a TAP numa micro companhia ou num Novo Banco "não vale a pena" o investimento.

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, diz desconhecer o plano do Governo que visa salvar a TAP da bancarrota, mas mostra-se reticente relativamente à sua implementação. Em entrevista à Antena 1, esta terça-feira, o autarca diz que se o dinheiro a injetar for para transformar a TAP numa micro companhia ou num Novo Banco, “não vale a pena”.

“Se é para a TAP ser uma micro companhia, pergunto se o país lá pode por — não é deve por — mil milhões de euros?”, começa por dizer Rui Moreira, referindo-se a um investimento por parte do Governo que deverá ter como consequência uma redução da operação, ou mesmo o despedimento de trabalhadores, como forma de tornar viável a companhia de aviação.

Mas o autarca vai ainda mais longe nas suas reticências relativamente à injeção que será necessária fazer, colocando mesmo em “xeque” a estratégia e a eficácia da sua aplicação.

“Se vamos por dinheiro nosso — do contribuinte português — é preciso que a TAP obedeça àquilo que é um desígnio estratégico nacional”, diz referindo-se em concreto ao tratamento que tem sido dado no que respeita à operação do Porto. E socorre-se da decisão da Comissão Europeia sobre essa matéria, lembrando que a “verba que deve ser investida na TAP só faz sentido se a TAP desempenhar funções de promoção económica e turística” e que “se o fizer terá que o fazer também no Porto”.

Se é para salvar uma empresa privada, se é para fazer um novo Novo Banco, não vale a pena“, remata Rui Moreira sobre o dossiê TAP.

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Mais dinheiro para o Novo Banco? “Questões levantadas pelo presidente do Novo Banco são extemporâneas”, diz João Leão

  • ECO
  • 16 Junho 2020

Ministro das Finanças afirma que não há nenhum automatismo relacionado com a pandemia. Explica que, apesar de não estar previsto, essa ajuda faria com que o Estado passasse a ser acionista do banco.

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, rejeita uma nova injeção de capital no Novo Banco este ano. E diz que não há nenhuma cláusula no contrato de venda que o obrigue o Estado a reforçar a posição de forma automática devido à pandemia.

Penso que as questões colocadas pelo presidente do Novo Banco são nesta fase extemporâneas. O senhor presidente do Novo Banco deve, nesta fase, concentrar-se em gerir bem o Novo Banco até ao final do ano e, dado o envolvimento e o esforço que o país fez, é isso que cabe ao presidente do Novo Banco fazer, a gestão melhor possível até ao final do ano”, disse Leão, na primeira audição parlamentar após a tomada de posse.

Em causa estão as declarações de António Ramalho ao Jornal de Negócios e Antena 1. O CEO do banco disse que a “deterioração da situação económica” por causa da pandemia de Covid-19 vai levar “a necessidades de capital ligeiramente suplementares” às que estavam estimadas inicialmente.

O Público noticiou esta terça-feira que o contrato de venda ao fundo americano Lone Star prevê que o Novo Banco possa receber mais dinheiro do Estado numa situação como a de pandemia. O impacto de um “cenário de extrema adversidade” estava contemplado e foi dado a conhecer, em novembro de 2018, pelo governador do Banco de Portugal Carlos Costa ao Parlamento.

Mas o ministro garante que não é assim tão linear, clarificando que se tratam de ajudas diferentes. É que no caso de “extrema adversidade”, o Estado intervém se o acionista privado não tiver condições para o fazer. “Não existe nenhum automatismo relacionado com a pandemia“, garantiu João Leão, dizendo que no caso de acontecer — apesar de não estar atualmente previsto — essa ajuda faria com que o Estado passasse a ser acionista do banco.

Quanto às injeções feitas através do Fundo de Resolução, o ministro garante que não há alterações. “Neste momento, não existe neste orçamento suplementar nenhuma verba prevista para reforço ainda este ano no Novo Banco. A questão não se coloca no âmbito deste orçamento suplementar”, acrescentou.

O banco liderado por António Ramalho já recebeu do Fundo de Resolução quase 3.000 milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente, dos quais grande parte veio diretamente do Estado. Faltam assim cerca de 900 milhões para se esgotar o limite máximo previsto nessa garantia pública.

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ACT fiscaliza regras da DGS nos locais de trabalho e carros de serviço

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

A fiscalização da ACT vai incidir principalmente nas empresas de construção civil, cadeias de abastecimento, transporte e distribuição.

A ACT vai fiscalizar o cumprimento das regras da Direção-Geral da Saúde (DGS) quanto à covid-19 nos locais de trabalho e nas deslocações em viaturas de serviço, principalmente nas empresas de construção civil, cadeias de abastecimento, transporte e distribuição.

Segundo um despacho publicado esta terça-feira em Diário da República, caberá à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) fiscalizar o cumprimento das regras da DGS em relação à prevenção da transmissão da covid-19, nos locais de trabalho, incluindo áreas comuns e instalações de apoio, bem como nas deslocações em viaturas de serviço, em particular, nas áreas da construção civil e das cadeias de abastecimento, transporte e distribuição.

De acordo com o despacho, estas áreas são caracterizadas por terem uma grande rotatividade de trabalhadores e onde se tem verificado maior incidência e surtos da doença covid-19, especialmente nos concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra.

O despacho refere ainda competir aos serviços e organismos do Ministério da Saúde, assim como aos serviços e estabelecimentos integrados no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “promover o rastreio prioritário da infeção por SARS-CoV-2, focado nas atividades e áreas” referidas.

Já os serviços, organismos e estabelecimentos devem, por seu turno, promover testes a todas as pessoas relativamente às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa, no quadro dos contactos estabelecidos com os trabalhadores cujas áreas estejam sujeitas a grandes rotatividades.

De acordo com o despacho, e apesar de se verificar uma tendência decrescente do número de novos casos de doença na maioria das regiões do território nacional, regista-se uma incidência persistente em algumas áreas da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), concretamente, na Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Desde o dia 10 de maio, a região de LVT tem representado, de modo consistente, entre 60% a 90% do número diário de novos casos notificados no país, sendo que mais de metade se concentram nos concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra.

Após informação recolhida pelos inquéritos epidemiológicos realizados pelas autoridades de saúde, verificou-se que várias cadeias de transmissão se indiciam associadas a áreas de atividade económica caracterizadas por grande rotatividade de trabalhadores, bem como às redes de contactos sociais e familiares dos próprios trabalhadores, pode ler-se no despacho.

“Neste contexto, torna-se essencial a adoção de medidas de saúde pública eficazes, focalizadas e proporcionais, tendo em vista a redução do número de contágios, nos referidos concelhos e áreas de atividade, bem como a diminuição do risco de transmissão comunitária”, acrescenta.

Desta forma, cabe agora à ACT a fiscalização de todas as normas da DGS para evitar a propagação da doença nas atividades relacionadas com a construção civil e das cadeias de abastecimento, transporte e distribuição.

Portugal regista 1.520 mortes relacionadas com a covid-19, mais três do que no domingo, e 37.036 infetados, mais 346, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Em comparação com os dados de domingo, em que se registavam 1.517 mortes, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,2%. Já os casos de infeção subiram 0,9%.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 15.128 casos confirmados, mais 300 do que os 14.828 registados no domingo.

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PME portuguesas entre as mais afetadas na crise. Ainda têm dificuldades para se financiar

Falta de diversificação nas fontes de financiamento é um dos desafios. BCE concluiu que, mesmo com dificuldade em conseguir crédito da banca, poucas empresas recorrem a instrumentos de mercado.

Nos países mais penalizados pela crise da dívida soberana, incluindo Portugal, os bancos fecharam-se às pequenas e médias empresas (PME). Uma década depois, o tecido empresarial continua a ter dificuldades em financiar-se, conclui o Banco Central Europeu (BCE), num capítulo do boletim económico divulgado esta terça-feira.

As rejeições dos pedidos de empréstimos bancários feitos por empresas não financeiras foram tendencialmente mais frequentes em países mais afetados pela crise da dívida soberana da Europa“, diz o BCE, que inclui neste grupo Portugal, bem como Irlanda, Grécia, Espanha, Itália e Chipre.

A análise dos economistas do banco central explica que a maior frequência de recusa de crédito foi influenciada pela saúde da banca, em particular o peso do crédito malparado. “Os fatores de oferta desempenharam um papel importante na moderação da concessão de crédito nesses países. Com níveis relativamente altos de malparado, os bancos tendem a emprestar menos, mesmo a empresas merecedoras”, concluiu.

"Apesar de ter gradualmente melhorado desde meados da década de 2010, mantêm-se desafios no acesso das PME a financiamento, por exemplo na diversificação da origem dos fundos.”

Banco Central Europeu

Desde então, a política expansionista do BCE contribuiu para melhorar o acesso das PME a financiamento, com as empresas por toda a Zona Euro a indicarem menores limitações até ao início da pandemia. Mas o problema ainda não está resolvido.

“Apesar de ter gradualmente melhorado desde meados da década de 2010, mantêm-se desafios no acesso das PME a financiamento, por exemplo na diversificação da origem dos fundos”, aponta, sublinhando que “a percentagem de empresas que usam instrumentos de financiamento de mercado para financiar os seus negócios continua baixa” mesmo encontrando dificuldades em recorrer à banca.

O BCE concluiu ainda que quanto mais exportadoras, lucrativas e inovadores forem as empresas, mais planeiam o crescimento futuro e mais tendem a diversificar fontes de financiamento. E deixou um altera: “o surto de pandemia trouxe novos, mais profundos e imediatos desafios para o acesso das PME a fontes de financiamento“, acrescenta.

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IHRU recebeu 1.896 pedidos de empréstimo para as rendas. Só concedeu 25%

Em dois meses o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) recebeu 1.896 pedidos de empréstimos para as rendas, tendo rejeitado apenas 16 por falta de documentação.

No espaço de dois meses, o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) já recebeu 1.896 pedidos de empréstimos para as rendas, anunciou a presidente da instituição. De acordo com Isabel Dias, 16 foram “rejeitados liminarmente por falta de documentação”. Até ao momento, foram concedidos 479 empréstimos, mas a responsável não adiantou valores.

Desde 14 de abril o IHRU recebeu 1.896 pedidos de empréstimos para as rendas. Deste universo, apenas 479 foram efetivamente concluídos, o que equivale a 25% do número total, adiantou a presidente do instituto esta terça-feira, durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, sem adiantar o valor total dos empréstimos concedidos.

Há ainda 370 processos que estão a ser analisados pelo IHRU e 684 devolvidos aos requerentes por falta de documentação. Até ao momento o IHRU rejeitou “liminarmente por falta de elementos” 16 processos, alguns “porque não tinham sequer a identificação que permitisse chegar às pessoas”, explicou Isabel Dias, referindo que o “IHRU faz tudo o que é possível para não indeferir processos”.

Durante a mesma audição, Isabel Dias referiu que a partir de agora o IHRU vai ser menos tolerante com os empréstimos que recebe. Isto porque, explicou, os processos estão a ser analisados pelos funcionários do instituto, que são insuficientes para dar resposta ao número de pedidos recebidos. Assim, após um processo ser submetido com falta de documentação, o IHRU vai contactar o requerente apenas uma vez para proceder à devida correção. Se depois deste contacto o processo não ficar completo, será imediatamente chumbado.

IHRU apoiou 22 dos 1.800 arrendatários que tem

De acordo com a presidente do IHRU, cerca de 90% do património do instituto é arrendamento apoiado ou arrendamento social, e também estes têm direito a receber apoios para as rendas caso haja perda de rendimentos devido à crise provocada pela pandemia. Segundo Isabel Dias, das 1.800 habitações que o instituto tem, foram aprovados 22 pedidos de apoio nas rendas.

Deste universo, quatro corresponderam a moratórias nas rendas, um referente a revisão da renda, sete a redução de renda e dez de isenções da renda. Há ainda sete processos em análise. “Estas soluções de reduções de renda ou moratória não são necessárias porque se há quebra de rendimentos isso reflete-se no valor da renda, uma vez que esta é calculada em função do rendimento”, explicou a responsável.

(Notícia atualizada às 13h43 com mais informação)

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