Maioria das empresas atribui automóvel a cargos de chefia. BMW e Mercedes são marcas mais usadas

Mais de oito em cada dez empresas em Portugal atribui o veículo como um benefício, e recorre ao leasing para gerir a frota automóvel. E o critério de elegibilidade é o nível da função, revela estudo.

Mais de 80% das empresas em Portugal disponibiliza o benefício automóvel, ou seja, disponibiliza um carro aos seus trabalhadores, principalmente pelo nível da função, como é o caso dos diretores, executivos, chefias e equipas comerciais.

Apesar disso, mais de metade não dá subsídios para a utilização de transportes públicos e apenas 38% das empresas admite ter intenção de adquirir carros híbridos ou elétricos para a sua frota, revela o estudo “Car Benefit Policies 2020”, da consultora Mercer.

Cerca de 88% dos colaboradores que tem acesso a este benefício são diretores, 84% são executivos, 86% gestores ou chefias intermédias, e 60% pertencem à equipa comercial, revela ainda o estudo.

O nível da função continua a ter mais importância do que a necessidade real de ter um veículo, adianta o documento: para 95% das empresas, o critério de elegibilidade para este benefício é o nível da função, seguindo-se a necessidade de cada função, para 72% das empresas.

As principais marcas de automóveis atribuídos aos diretores de empresa são a BMW (série 5 e X5) e a Mercedes (Class CLA). Aos executivos são atribuídas viaturas Audi (A4), BMW (série 3 e 5) e Volkswagen Passat; para os gestores e chefias intermédias as marcas mais comuns são BMW (série 3), ou Volkswagen Golf. Aos trabalhadores dos departamentos comerciais são normalmente atribuídos o Ford Focus, Opel Astra, Renault Clio ou Volkswagen (Golf), e para os restantes profissionais não comerciais é designado um Renault (Clio ou Megane).

Para gerir a frota automóvel, 87% destas empresas recorre a um sistema de leasing.

“Políticas verdes”, um caminho por percorrer

“Sobre a adoção de políticas verdes, há ainda um caminho a percorrer”, refere a Mercer, sendo que 64% das empresas participantes neste estudo admite não atribuir subsídios para a utilização de transportes públicos e mais de metade refere não promover ativamente a adoção de outros tipos de transporte, como bicicletas ou o car sharing.

Apenas 38% das organizações tem intenção de adquirir carros híbridos ou elétricos para a sua frota e 36% planeia ajustar a sua política automóvel a emissões menos poluentes e 37% das empresas confirma ter estações de carregamento para carros elétricos, embora a grande maioria os tenha apenas em algumas das suas localizações.

“Pelo que se verifica no estudo, a pandemia não impactou ainda a política automóvel das organizações. Em Portugal, o automóvel é um benefício muito tradicional e valorizado pelos colaboradores, mas acreditamos que os tempos de mudança poderão ditar algumas alterações nos próximos anos, principalmente na adoção de alternativas mais sustentáveis”, refere Marta Dias, survey leader na Mercer Portugal, citada em comunicado.

A política automóvel é, para a maioria das empresas, definida a nível local (43%). No entanto, para três em cada dez empresas este benefício é definido a nível global. A política automóvel é, na grande maioria das vezes (37%), revista “quando necessário” sendo que, no estudo, apenas 18% das organizações afirma rever esta política anualmente e 33% num prazo de entre dois a três anos.

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Continental já produziu 350 milhões de pneus na fábrica de Famalicão em 30 anos

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

Em 30 anos de existência, já foram produzidos cerca de 350 milhões de pneus na fábrica da Continental em Lousado, anunciou esta quinta-feira a multinacional alemã.

A fábrica da Continental em Lousado já produziu cerca de 350 milhões de pneus desde que, há 30 anos, se instalou naquela freguesia de Vila Nova de Famalicão, anunciou esta quinta-feira a multinacional alemã.

Em comunicado, a Continental acrescenta que, em três décadas, o número de trabalhadores em Lousado subiu de 900 para mais de 2.300. Fonte da empresa disse à Lusa que, no total, foram investidos cerca de 900 milhões de euros na fábrica de Lousado. Em 2019, a faturação ascendeu a 833 milhões de euros.

Foi em 02 de julho de 1990, faz esta quinta-feira precisamente 30 anos, que a fábrica de Lousado produziu os primeiros pneus para automóveis. Até ao final desse ano, foram cerca de 6.000 os pneus que saíram diariamente da unidade industrial.

Em quatro anos, a produção triplicou para 18.000 pneus por dia. “Até à data, saíram das linhas de produção quase 350 milhões de pneus ‘made in Lousado’”, sublinha o comunicado.

A Continental destaca as “tecnologias de topo” na produção de pneus implementadas na fábrica de Lousado e a equipa “altamente qualificada” que ali trabalha, treinada com programas de formação nas próprias instalações, mas também no exterior e na rede global do Grupo Continental, hoje com 23 fábricas no mundo.

Produzindo inicialmente só pneus para automóveis e viaturas comerciais ligeiras, os pneus SUV (veículos utilitários desportivos) foram adicionados em 2005, seguidos pelos pneus de alta performance em 2013.

Em 2017, começou também a produzir pneus para tratores e para máquinas de ceifar. “Com estes grandes pneumáticos para uso na agricultura, a Continental voltou ao que era realmente um segmento tradicional para um fabricante de pneus. Afinal, o grupo foi o primeiro a produzir pneus agrícolas na Europa”, refere o comunicado.

Desde 2019, há também a produção de pneus OTR (fora da estrada) para aplicações especiais em diversas máquinas portuárias e movimentação de terras, que é hoje uma linha de produtos “completamente nova” na unidade industrial.

Trata-se de “pneus gigantes”, com diâmetro de vários metros, desenvolvidos para aplicações nas minas e construção. “Atualmente, a fábrica de Lousado é uma das unidades mais importantes da Continental no mundo dos pneus”, lê-se no comunicado.

Desde o seu arranque, foram vulcanizados cerca de 345,9 milhões de pneus para automóveis, 52.000 pneus para uso agrícola e cerca de 4.000 pneus para portos e minas. A empresa é a 5.ª maior exportadora em Portugal.

Citado no comunicado, o presidente do conselho de administração da Continental Mabor admite que 2020 está a ser um ano “mais complexo do que todos os outros”, devido ao impacto da pandemia mundial covid-19.

“No entanto, vamos permanecer fortes, juntos como uma equipa motivada e continuaremos a ser um parceiro de negócios de confiança para todos os nossos fornecedores e clientes, como nos últimos 30 anos”, garante Pedro Carreira. Ao longo dos 30 anos, a fábrica de Lousado já foi ampliada sete vezes.

O Grupo Continental em Portugal, com a Continental Mabor, Continental Pneus, Continental-Indústria Têxtil do Ave, Continental Lemmerz, Continental Teves, Continental Advanced Antenna e Continental Engineering Services, tinha em 2019 no seu quadro permanente cerca de 3.600 colaboradores.

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“Há convergência total” com Governo no combate à pandemia, diz Medina

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

"Nada disto corresponde a uma ferida e a uma fissura, há uma convergência total entre Governo, Câmara de Lisboa, todos os municípios da Área Metropolitana de Lisboa", disse o autarca.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse esta quinta-feira que “há convergência total” com o Governo no combate à pandemia, recusando que as críticas que fez à atuação das autoridades de saúde correspondam a uma “ferida”.

Nada disto corresponde a uma ferida e a uma fissura, há uma convergência total entre Governo, Câmara de Lisboa, todos os municípios da Área Metropolitana de Lisboa, a fazer o maior esforço possível para enfrentar esta pandemia”, afirmou Fernando Medina, durante a reunião pública da Câmara de Lisboa, que decorreu por videoconferência.

Contudo, salientou, essa convergência não inibe a utilização da palavra de uma forma “muito direta, objetiva, construtiva” para a resolução de “pontos críticos” que é preciso melhorar para a “eficácia coletiva na resposta”.

Na terça-feira, no seu espaço de comentário político na TVI, Fernando Medina criticou a atuação das autoridades de saúde no combate à pandemia dizendo que “com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra”. Posteriormente, numa entrevista ao podcast do PS, o autarca, que é também presidente da Área Metropolitana de Lisboa, esclareceu que as suas críticas visaram “especifica e circunscritamente” as chefias regionais e a equipa que está no terreno na Grande Lisboa.

Hoje, depois de questionado pelos vereadores do CDS-PP, do PCP e do PSD sobre essas declarações, Fernando Medina reconheceu que suscitaram “múltiplas interpretações”, mas especificou que o que disse foi no sentido de que é preciso, de forma rápida, testar, ter resultados, fazer os rastreios e assegurar que os infetados têm condições para ficar em isolamento.

“Se temos de fazer isto rapidamente, temos então de suprir as falhas que estão neste momento a impedir na região de Lisboa e Vale do Tejo que isto seja feito com eficácia, foi este o sentido das minhas declarações públicas”, assinalou, notando que ainda não encontrou nenhum especialista que discordasse dessa estratégia.

“O que afirmo é que precisamos de ter os recursos necessários no terreno para que tudo isto ocorra em tempo, não vi ninguém criticar isto. Aliás, vejo com agrado que tem havido reforços sucessivos desta capacidade operacional no terreno”, acrescentou, insistindo que defende a existência de mais recursos e que todo o processo se desenvolva de forma o mais rápida possível.

Reiterando que “é preciso haver boas chefias nos sítios certos”, principalmente numa operação de “grande exigência” como a de combate à pandemia, em que “tudo tem de ser feito com muita rapidez e muita coordenação”, o autarca salientou ainda que um dos maiores desafios da situação de Lisboa é que as 19 freguesias de cinco concelhos (Lisboa, Loures, Amadora, Sintra e Odivelas) que continuam em situação de calamidade têm quase um milhão de habitantes, correspondendo a zonas com “fortíssimas ligações e permeabilidades”.

Fernando Medina recordou também que foi proposta ao Governo a articulação das equipas de saúde pública com os sistemas de proteção civil dos municípios e que essa solução já está a funcionar no terreno.

Desta forma, as equipas de saúde pública deixaram de estar sozinhas a fazer um trabalho muito vasto que incluía, por exemplo, arranjar alternativas habitacionais para as pessoas precisassem de estar em isolamento e não tivessem condições para o fazer. “Nós temos sistemas de proteção civil, todos os municípios têm, com grande capacidade de mobilização de recursos que podíamos apoiar essa tarefa”, disse, insistindo que tem “um sentido da urgência do tempo”.

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BBVA lança fundo de pensões gerido com critérios de investimento socialmente responsável

O investimento socialmente responsável completa os critérios financeiros mais tradicionais ao introduzir critérios ambientais, sociais e de governação.

A BBVA Fundos – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, empresa do Grupo BBVA Portugal especializada na gestão de Fundos de Pensões, anunciou em comunicado que alterou a política de investimento de um dos seus fundos de pensões abertos, tornando-o assim na primeira solução com critérios de investimento socialmente responsável (ISR) do seu portfólio.

Diz a gestora que o BBVA Sustentável Moderado ISR é uma “alternativa para direcionar a poupança para a reforma, a qual está intrinsecamente associada ao longo prazo, um horizonte onde os benefícios do investimento sustentável são maximizados”. Na prática, o investimento socialmente responsável completa os critérios financeiros mais tradicionais ao introduzir critérios ambientais, sociais e de governação. Além disso, os critérios ISR ajudam a “mitigar os riscos e aproveitar oportunidades de investimento”.

“As empresas que adotam práticas sustentáveis hoje têm maior probabilidade de serem as vencedoras do futuro”, diz a BBVA Fundos no mesmo comunicado.

O alvo do BBVA Sustentável Moderado ISR são aforradores com um horizonte temporal de médio/longo prazo. O fundo tem um perfil de risco moderado com um intervalo de investimento no mercado acionista entre 30% e 50%. “A carteira beneficia do processo de alocação de ativos da BBVA Asset Management, com diversificação, foco no controlo do risco e preservação de capital”, refere a empresa. A BBVA Asset Management é a unidade de negócio que engloba as gestoras de fundos de investimento e de pensões a nível global.

Através do MSCI ESG Research, a seleção de ativos é feita através de critérios de investimento socialmente responsável, apostando em empresas com boas perspetivas ISR e em governos com qualidade creditícia e práticas sustentáveis.

“O investimento sustentável tem sido muito importante nos últimos cinco anos e será ainda mais nos próximos anos, pela procura futura e pelo crescimento da aceitação pela comunidade de investimento, pela regulamentação e pelas necessidades dos clientes, os quais cada vez mais estão focados na sustentabilidade. O investimento sustentável não é uma moda, mas uma forma sensata e racional de investir, na medida em que é rentável e gera benefícios a longo prazo com um nível de risco mais controlado”, defende a BBVA Fundos, apontando como pilares do investimento socialmente responsável: integração de critérios ISR em todas as classes de ativos com investimento nas melhores companhias e governos em termos de critérios ambientais, sociais e de governação; menor pegada de carbono do que o índice de referência; investimento de impacto baseado nos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (ODS); exclusão de companhias que não cumpram com o Pacto Mundial das Nações Unidas, sectores controversos e piores companhias e governos que não cumpram com os nossos critérios de mínimos exigíveis em governação, ambiente e social.

Em linha com o plano de ação da Comissão Europeia sobre finanças sustentáveis, o BBVA assumiu o “Compromisso 2025”, a estratégia de alteração climática e desenvolvimento sustentável do banco para avançar na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações
Unidas e do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas.

De acordo com o banco, trata-se de um compromisso a oito anos (2018-2025) baseado em tês pilares; financiar, gerir e incluir. “O BBVA comprometeu-se a mobilizar 100.000 milhões de euros em financiamento verde e social, infraestruturas sustentáveis e “agribusiness”, empreendimentos sociais e inclusão financeira. No seu compromisso com a gestão dos recursos ambientais e sociais e com a minimização dos potenciais impactos negativos diretos ou indiretos, o BBVA fixou o objetivo de usar em 2025, 70% de energias renováveis e reduzir em 68% as suas emissões diretas de CO2, em relação a 2015″, refere o mesmo comunicado.

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Bruxelas lança processo de infração a Portugal devido aos vouchers das viagens canceladas

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

Segundo Bruxelas, "os passageiros têm o direito de escolher entre o reembolso em dinheiro e outras formas de reembolso, tais como um voucher" no caso das viagens canceladas devido à pandemia.

A Comissão Europeia decidiu esta quinta-feira lançar processos de infração contra Portugal e nove outros Estados-membros por violação das leis comunitárias para direitos dos passageiros, designadamente a emissão de vouchers em vez de reembolsos, no quadro da pandemia.

Bruxelas sublinha que, ao longo da crise da pandemia, “tem deixado constantemente claro que os direitos dos consumidores permanecem válidos no atual contexto sem precedentes e que as medidas nacionais de apoio à indústria não devem diminui-los”, mas aponta que em 10 Estados-membros foram aplicadas regras nacionais “que permitem aos organizadores de viagens organizadas emitir vales de viagem, em vez de reembolso em dinheiro, para viagens canceladas, ou adiar o reembolso muito além do período de 14 dias” previsto na legislação.

“Ao abrigo da legislação da UE, os passageiros têm, contudo, o direito de escolher entre o reembolso em dinheiro e outras formas de reembolso, tais como um voucher. Por conseguinte, a Comissão decidiu enviar cartas de notificação para cumprir à República Checa, Chipre, Grécia, França, Itália, Croácia, Lituânia, Polónia, Portugal e Eslováquia”, indica o executivo comunitário.

Bruxelas alerta para que “os Estados-membros em causa têm agora dois meses para responder à Comissão e tomar as medidas necessárias para colmatar as lacunas identificadas pela Comissão, caso contrário, a Comissão pode decidir enviar pareceres fundamentados”, a segunda e última etapa de um processo de infração antes do eventual recurso ao Tribunal de Justiça da UE.

A UE recorda que, em meados de maio passado, adotou uma recomendação específica sobre vouchers no contexto da crise provocada pela pandemia, “para apoiar os Estados-Membros na criação de sistemas de vouchers atrativos, fiáveis e flexíveis”, tendo nessa ocasião alertado já Portugal e 11 outros países para a possibilidade de instaurar processos de infração, caso não obtivesse respostas satisfatórias no prazo de duas semanas.

Em 04 de junho, o Governo indicou estar a equacionar uma revisão da legislação adotada temporariamente para o turismo devido à pandemia, na sequência da advertência de Bruxelas. Numa resposta enviada à Lusa, o Governo indicou então que já tinha respondido ao executivo comunitário, realçando à instituição europeia que o decreto-lei adotado em abril passado com medidas relativas ao setor do turismo, no âmbito da pandemia, tem um “regime excecional e temporário”.

E apontou à Comissão Europeia que essa legislação — que prevê a emissão de vouchers em caso de cancelamento de viagens organizadas por agências de turismo e de reservas em empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local — “reuniu o mais amplo consenso possível, seja da parte dos operadores económicos, seja da parte dos consumidores”, tendo em conta a “excecionalidade das circunstâncias associadas à pandemia”, segundo a resposta enviada pela tutela da Economia à Lusa.

Nas recomendações apresentadas em maio para a retoma dos serviços de transporte dentro do espaço comunitário, a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros que tornassem a escolha dos vouchers numa “alternativa viável e atrativa ao reembolso de viagens organizadas e serviços de transporte cancelados no contexto da pandemia”, sugerindo que estes vales fossem cobertos por proteção (pública ou privada) em caso de insolvência, para assim atrair mais clientes.

Na ocasião, Bruxelas clarificou também que estes vouchers devem ser reembolsáveis se não forem utilizados no espaço de 12 meses. Para os casos em que é apenas dada ao cliente a opção de receber um ‘voucher’ devido ao cancelamento da sua viagem, a Comissão Europeia aconselhou a que insistam no reembolso ou que façam queixa junto das autoridades nacionais de defesa do consumidor.

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Bruxelas leva Portugal a tribunal por desrespeito de lei comunitária sobre ruído

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

A Comissão Europeia decidiu instaurar ações contra Portugal e Eslováquia por não terem tomado todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento integral da diretiva sobre ruído.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que decidiu apresentar queixa contra Portugal perante o Tribunal de Justiça da União Europeia por desrespeito da lei comunitária relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente.

No quadro do pacote de processos de infração hoje adotado pelo executivo comunitário, por falhas na aplicação da legislação da UE pelos Estados-membros, a Comissão indica que decidiu instaurar ações contra Portugal e Eslováquia por não terem tomado todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento integral da diretiva sobre ruído.

Bruxelas aponta que “Portugal ainda não dispõe de mapas estratégicos de ruído para 5 estradas principais (de um total de mais de 500 dessas estradas) e não elaborou ainda os planos de ação previstos para duas aglomerações (de um total de 6) e 236 estradas principais (de um total de 555), nem nenhum dos planos de ação para os 55 principais eixos ferroviários”.

Recordando que os prazos para o mapeamento da exposição ao ruído e para a elaboração de planos de ação contra o ruído terminaram, respetivamente, em 2012 e 2013, após o que teriam de ser revistos de cinco em cinco anos, a Comissão indica que, “se bem que as autoridades portuguesas e eslovacas tenham tomado algumas medidas com vista a sanar a situação, os progressos têm sido lentos”.

“Uma vez que é difícil prever quando Portugal e a Eslováquia poderão assegurar o pleno cumprimento das suas obrigações, a Comissão decidiu, em ambos os casos, instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da UE”, justifica o executivo comunitário.

A Comissão sublinha a importância da aplicação correta da legislação apontando que “o ruído causa doença cardíaca isquémica, perturba o sono, afeta o sistema cognitivo e produz stress”, motivos pelos quais “as normas de ruído da UE exigem que os Estados-Membros adotem mapas que identifiquem os locais expostos a ruídos prejudiciais dentro das grandes aglomerações ou nas imediações dos principais eixos ferroviários, rodoviários e aeroportuários”.

“Os cidadãos e as autoridades utilizam esses mapas para definir as medidas a adotar no quadro de um plano de ação para reduzir os ruídos prejudiciais à saúde ou impedi-los de atingirem níveis prejudiciais”, explica. Bruxelas lembra também que “o ruído causado pelo tráfego rodoviário, ferroviário e aeroportuário constitui, após a poluição atmosférica, a segunda principal causa ambiental de morte prematura e a exposição ao ruído tem vindo a aumentar”.

“Estima-se que o ruído provoque, anualmente, em toda a Europa, 12.000 mortes prematuras e contribua para 48.000 novos casos de doença cardíaca isquémica (causada por um estreitamento das artérias cardíacas). Estima-se igualmente que 6,5 milhões de pessoas padeçam de graves perturbações crónicas do sono”, indica a Comissão Europeia.

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Este robô elimina a Covid-19. E chegou a Portugal

  • ECO
  • 2 Julho 2020

Desenvolvido em Espanha e testado na Universidade de Boston, o ZenZoe assegura uma eficácia de 99,99% na eliminação do coronavírus em espaços públicos.

Robô ZenZoe tem uma eficácia de 99,99% na eliminação do vírus.D.R.

Nome: ZenZoe. Missão: eliminação da Covid-19 nos espaços públicos. Eficácia: 99,99%, segundo os especialistas. Depois do aeroporto de Barajas e do Hospital Universitário de Burgos, o robô ZenZoe, desenvolvido em Espanha e testado por investigadores da Universidade de Boston, chega a Portugal.

O robô precisa de oito minutos para desinfetar uma área de 25 metros quadrados e usa tecnologia de luz ultravioleta (UV-C), que permite eliminar do ar e de qualquer superfície os germes e agentes patogénicos associados à Covid-19.

Desenvolvido pela ASTI Mobile Robotics, empresa espanhola de tecnologia e robótica, e pela BOOS Technical Lighting, o ZenZoe chega a Portugal através da Aura Light.

“A tecnologia está indicada para ser utilizada em diversos espaços: de hospitais a fábricas, centros comerciais, escritórios ou outras instalações de grande dimensão”, avança a empresa em comunicado.

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Isabel dos Santos pode ser ouvida em Portugal, diz PGR angolana

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

A empresária pode ser ouvida em Portugal ou noutro país com acordos judiciários com Angola, no âmbito do processo-crime por alegada má gestão e desvio de fundos da Sonangol.

Isabel dos Santos pode ser ouvida em Portugal ou noutro país com acordos judiciários com Angola, no âmbito do processo-crime por alegada má gestão e desvio de fundos da Sonangol, disse à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana.

Na semana passada, uma fonte próxima da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, considerou “injustificada” a emissão de um mandado de captura internacional contra a empresária, garantindo que tem existido “absoluta disponibilidade” de Isabel dos Santos para se manter em contacto com os tribunais.

Comentando estas declarações, fonte da PGR considerou que poderá não ser necessária a emissão de um mandado, mas destacou que a audição do arguido é fundamental para exercer o contraditório e se defender das acusações. “Se está disposta a colaborar com a justiça, poderá não haver a emissão de um mandado de captura, mas essa colaboração passa por uma audição presencial que pode ser feita em Portugal ou outro país onde se encontrar”, declarou, explicando que essa audição pode ser solicitada através de uma carta rogatória.

As autoridades angolanas notificaram Isabel dos Santos em Luanda, mas a empresária “se estiver fora, pode perfeitamente pedir para ser ouvida noutro Estado com o qual exista cooperação judiciária”, reforçou. Sobre o processo, não quis adiantar detalhes por se encontrar ainda em fase de instrução e decorrerem “diligências investigativas”, mantendo-se o segredo de justiça.

Isabel dos Santos é visada, em Angola, em processos criminais e cíveis em que o Estado angolano reclama mais de cinco mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros). O processo-crime partiu de uma denúncia do seu sucessor à frente da petrolífera estatal Sonangol, Carlos Saturnino, relativa a transferências monetárias alegadamente irregulares durante a gestão de Isabel dos Santos.

Além da filha do antigo Presidente angolano, são também arguidos Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol, Mário Leite da Silva, gestor de Isabel dos Santos e presidente do Conselho de Administração do BFA, Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da NOS, e Nuno Ribeiro da Cunha, gestor de conta de Isabel dos Santos no EuroBic, que morreu no passado mês de janeiro.

A empresária viu também as suas contas bancárias e participações sociais serem arrestadas em Portugal e em Angola. Isabel dos Santos tem sempre afirmado a sua inocência, acusando a justiça angolana de forjar provas, e diz ser vítima de perseguição política.

Em janeiro, o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou também mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de “Luanda Leaks”, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

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Após sucesso em emissão juros a dez anos da dívida portuguesa em mínimos de 11 março

Alívio das yields nacionais segue-se à bem sucedida emissão de 4 mil milhões de euros em dívida a 15 anos na quarta-feira, que beneficiou de uma procura de mais de dez vezes e um juro abaixo de 1%.

Os juros da dívida portuguesa recuam esta quinta-feira, com a taxa a dez anos a cair para mínimos de 11 de março, ou seja, uma semana antes da declaração do estado de emergência. O alívio das yields nacionais acontece após a conclusão com sucesso de uma emissão sindicada de dívida a 15 anos do tesouro português.

A taxa de juro portuguesa a dez anos negoceia nos 0,436% no mercado secundário, cinco pontos base abaixo da sessão anterior, sendo que já chegou até ao mínimo de 0,427%. Ou seja, o valor mais baixo desde 11 de março, ainda antes da declaração do estado de emergência em Portugal a 18 de março.

Esse alívio da taxa de juro de referência da dívida nacional acontece depois de na quarta-feira o IGCP ter concluído com sucesso uma emissão de dívida a dez anos. Nesta operação em que o Tesouro contou com o apoio de um sindicato bancário, foram emitidos 4 mil milhões de euros, tendo sido assegurado um juro inferior a 1% (0,9%), sendo que a procura foi de mas de dez vezes o valor assegurado.

Juros da dívida portuguesa a dez anos

Fonte: Reuters

Mas a melhoria do sentimento dos investidores também está a refletir-se na queda das yields das restantes dívidas soberanas do sul da Europa, numa altura em que a atividade económica recupera no Velho Continente à medida que o desconfinamento avança.

Nesse cenário, a taxa de juro da dívida italiana a dez anos cai também cinco pontos base, para os 1,295%, no mercado secundário. Também a yield espanhola na mesma maturidade desce cinco pontos base, mas para os 0,46%.

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Tribunal britânico decide que é Juan Guaidó quem manda nas reservas de ouro da Venezuela

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

A Justiça britânica decidiu que é Juan Guaidó, e não Nicolás Maduro, quem manda nas reservas de ouro da Venezuela que estão depositadas no Banco de Inglaterra.

A justiça britânica decidiu esta quinta-feira que é o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó e não o Presidente Nicolás Maduro quem tem autoridade sobre as reservas de ouro da Venezuela depositadas no Banco de Inglaterra.

Uma sentença do Tribunal Comercial de Londres, que pertence ao Tribunal Superior de Justiça, emitida hoje reconhece o poder de decisão à administração interina do Banco da Venezuela nomeada pelo presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó.

Depois de ouvir as partes, o juiz Nigel Teare concluiu que o Governo do Reino Unido reconheceu “inequivocamente” Guaidó como “Presidente constitucional interino” do país latino-americano e, portanto, são os administradores por ele indicados para o Banco Central da Venezuela quem tem autoridade sobre as reservas.

Em causa estava a decisão sobre se era a administração do Banco Central da Venezuela (BCV) presidida por Calixto Ortega, nomeado por Maduro, ou o conselho interino, nomeado por Guaidó, quem tem o direito de gerir as reservas de 31 toneladas de lingotes de ouro no valor de cerca de 1.300 milhões de euros depositadas no banco central britânico.

Nicolás Maduro está no poder desde 2013, mas o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente da República interino em janeiro de 2019 e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro. Guaidó conta com o apoio de quase 60 países, incluindo o Reino Unido. Desde o reconhecimento de Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como presidente interino pelo Governo britânico, em fevereiro de 2019, que o Banco de Inglaterra recusou sistematicamente a Caracas devolver parte das reservas de ouro que o país sul-americano possui em seu nome.

Em julho de 2019, a Assembleia Nacional designou uma administração temporária para o BCV, mas a decisão foi declarada nula pelo Tribunal Supremo venezuelano. A Venezuela fez vários pedidos para recuperar o equivalente a mil milhões de dólares (cerca de 991 milhões de euros) de ouro, mas Juan Guaidó escreveu duas vezes ao BoE para rejeitar esses pedidos de Maduro.

Perante as recusas, o Banco Central da Venezuela acabou por levar o Banco da Inglaterra a tribunal, argumentando que precisa desses fundos para combater a pandemia. A decisão do tribunal de alta instância deverá fundamentar um outro processo aberto pelo Deutsche Bank devido a um diferendo entre as duas partes sobre 120 milhões de dólares (107 milhões de euros) em derivados.

Administração de Maduro vai recorrer da sentença

A administração do Banco Central da Venezuela (BCV) nomeada pelo Presidente Nicolás Maduro vai recorrer do parecer emitido pelo tribunal britânico que o impede de ter acesso às reservas de ouro depositadas no Banco da Inglaterra.

A sociedade de advogados Zaiwalla & Co., que representa o presidente do BCV, Calixto Ortega, anunciou em comunicado que, ao decidir que é a administração temporária nomeada pelo líder da oposição Juan Guaidó quem tem acesso ao ouro, o tribunal ignorou “a realidade no terreno” e que é o Governo de Nicolas Maduro quem “controla” as instituições do Estado na Venezuela.

Banco Central considera “absurda e insólita” decisão

O Banco Central da Venezuela (BCV) considera “absurda e insólita” a decisão tomada pelo tribunal britânico que impede o Presidente Nicolás Maduro de aceder às reservas de ouro depositadas no Banco de Inglaterra, e vai recorrer.

“O BCV recorrerá imediatamente da absurda e insólita decisão de um tribunal inglês que pretende privar o povo venezuelano do ouro tão urgentemente necessário para enfrentar a pandemia da covid-19”, anunciou o BCV na sua conta do Twitter.

(Notícia atualizada às 13h15 com reação do Banco Central da Venezuela)

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Mais de metade das empresas vão manter ou recrutar trabalhadores em 2021

A confiança dos gestores está a aumentar e esperam retomar a atividade até ao final de 2021. Não planeiam cortar empregos e apontam a inovação como principal objetivo estratégico, revela barómetro.

Mais de metade dos gestores (64%) espera manter, ou aumentar, o número de trabalhadores no próximo ano e a confiança parece estar a crescer, revelam os dados do “Barómetro Kaizen”, que inquiriu 230 gestores de empresas em junho. O mesmo estudo revela que cerca de metade dos inquiridos considera que será possível à sua empresa retomar o nível de atividade pré Covid-19 até ao final de 2021.

Numa escala de 0 a 20, o grau de confiança dos gestores subiu de 8,4, em abril, para 10,4, em junho, revela o barómetro.

Faturação cai, mas confiança cresce

Cerca de 46% dos participantes considera que será possível à sua empresa retomar o nível de atividade pré Covid-19 até ao final do próximo ano. Já 24% dos inquiridos responde que só vai conseguir atingir essa meta entre 2022 e 2023; e dois em cada dez acreditam que conseguirão fazê-lo ainda durante este ano.

Em 43% do casos, a empresa registou, em maio, uma faturação entre 5 e 25% abaixo do orçamentado, situando em 23% dos casos, entre 25% e 50% abaixo do previsto. Os resultados corresponderam às previsões de apenas 15% dos inquiridos, sendo que em 12% das empresas a faturação ficou abaixo do orçamentado em mais de 50%.

Apesar destes dados, 43% mantém os investimentos que tinha previstos para os próximos 12 meses, 33% vai deixar estes planos em stand by e 22% só avançará em 2021.

Rever estratégias com foco na inovação

Quase metade dos gestores inquiridos (49%) identificou a necessidade de rever a estratégia da organização para os próximos três a cinco anos, e 30% está a equacionar essa possibilidade, com grande foco na inovação do modelo de negócio, da tecnologia, do processo ou do próprio produto.

“A pandemia trouxe aos gestores uma maior consciência sobre a importância da estratégia, e o seu reflexo na construção de uma cultura organizacional sólida, na melhoria dos processos e da produtividade, que sustentam uma empresa forte, resiliente e rápida na resposta às crises”, refere António Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe, citado em comunicado, acrescentando: “A velocidade de alteração dos padrões de consumo, e a necessidade de adaptação e reinvenção perante novas variáveis que surgiram durante este período reforçaram a importância de se ter a inovação como um dos pilares do desenvolvimento organizacional”. A inovação é identificada como principal objetivo estratégico por 81% dos inquiridos.

Para mais de 70% dos gestores, a melhoria contínua e a transformação cultural serão a melhor estratégia para promover a motivação e a cooperação dos trabalhadores. Além disso, os empresários consideraram ainda prioritários o aumento da receita por via do crescimento orgânico (65%) e a redução de custos por via do aumento da produtividade e da eficiência (64%).

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Órgão de fiscalização das contas europeias sugere eliminar limite “irrealista” de 60% do PIB para a dívida pública

  • ECO
  • 2 Julho 2020

O presidente do Conselho Orçamental Europeu sugere adotar metas realistas de dívida, específicas para as economias nacionais da UE.

O organismo consultivo independente da Comissão Europeia que fiscaliza a aplicação do orçamento da União Europeia (UE) defende que o limite de 60% do PIB para a dívida pública é “irrealista” e deve ser eliminado. Ao invés, o presidente deste órgão sugere adotar metas realistas de dívida, específicas para as economias nacionais da UE.

“Não serve para nada ter um objetivo irrealista”, reiterou Niels Thygesen, o presidente do Conselho Orçamental Europeu, durante uma videoconferência, em declarações citadas pelo Expresso (acesso livre). “Precisamos de olhar criticamente para isso”, acrescentou. Estas declarações surgem numa altura em que o impacto da pandemia nas economias europeias vai fazer subir os níveis de dívida pública.

O professor dinamarquês apontou que a redução dos níveis de dívida para o limite acordado atualmente no Pacto de Estabilidade e Crescimento exigiria esforços sem precedentes na economia mundial. “Vai exigir demasiado”, alertou. Perante este cenário, o Conselho Orçamental Europeu está a trabalhar numa proposta para atribuir metas específicas de dívida aos Estados-membros de acordo com as circunstâncias das economias nacionais.

A proposta poderá ser incluída no relatório anual do órgão à Comissão Europeia, que é entregue em outubro. Thygesen defendeu ainda que Bruxelas deve esclarecer, o mais tardar na primavera do próximo ano, o momento e as condições para reativar as regras orçamentais da UE, depois da suspensão do Pacto de Estabilidade e Crescimento em março.

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