Este cartão de crédito é de plástico mas polui menos. É feito com sal marinho
Lançado pelo Unibanco, o segredo está no material de que é feito o cartão: PVC (policloreto de vinilo) degradável, um polímero sintético de plástico composto por 57% de sal marinho e 43% de petróleo.
Em 2020 o cartões de crédito do Unibanco estrearam uma “cara nova”, fruto de um processo de rebranding que arrancou no início do ano. A sua imagem é agora mais sóbria e monocromática, tendo sido reduzido ao mínimo o número de cores utilizadas na impressão do cartão, o que resulta desde logo num menor impacto ambiental. Mas como “quem vê caras não vê corações”, há muito mais neste cartão de crédito, além da aparência, que ajuda a reduzir a poluição e aumentar a economia circular do plástico.
Invisível a olho nu, já que à primeira vista se parece com qualquer outro cartão bancário, o segredo está no material de que é feito: PVC (policloreto de vinilo) degradável, um polímero sintético de plástico composto por 57% de sal marinho e 43% de petróleo. É plástico na mesma, sim, com as mesmas propriedades técnicas e características do que qualquer outro PVC, tanto ao nível da produção, personalização e utilização, mas decompõe-se num ambiente rico em microrganismos e micróbios, e até 15 vezes mais rápido,
“O processo de degradação é acelerado porque entra em ação um aditivo que atrai os micróbios para colonizar a superfície do PVC. Os micróbios comem e digerem o PVC, ou seja, segregam ácidos que decompõem a cadeia de polímeros. Utilizam o carbono do polímero para produzir energia e o PVC como alimento, produzindo componentes orgânicos como o metano e o dióxido de carbono. A degradação é acelerada até 10 ou 15 vezes, quando comparada com o PVC não degradável. Estamos a falar de uma diferença de 500 anos para 30/50 anos, tempos estimados”, explicou ao ECO/Capital Verde Marília Araújo, diretora do Unibanco.
Além disso, explica, desde a sua produção à reciclagem, o PVC é o polímero sintético de plástico que “usa menos petróleo e produz menos CO2 comparativamente a outros polímeros”. Ou seja, enquanto no PVC é usado menos de meio quilo petróleo por cada kg de plástico, no caso do polipropileno, presente nos eletrodomésticos, a proporção é de 1,1 kg petróleo para 1 kg deste polímero. Quanto às emissões, o PVC produz menos 75% de CO2 do que o policarbonato, habitualmente utilizado na produção de CD e na indústria automóvel.
“O processo de degradação é acelerado porque entra em ação um aditivo que atrai os micróbios para colonizar a superfície do PVC. Os micróbios comem e digerem o PVC, ou seja, segregam ácidos que decompõem a cadeia de polímeros. Utilizam o carbono do polímero para produzir energia e o PVC como alimento, produzindo componentes orgânicos como o metano e o dióxido de carbono. A degradação é acelerada até 10 ou 15 vezes, quando comparada com o PVC não degradável. Estamos a falar de uma diferença de 500 anos para 30/50 anos, tempos estimados”
Os cartões de PVC degradável adotados pela instituição financeira são produzidos na Península Ibérica, através da SIBS, e para o cliente não existe qualquer custo associado à sua produção, garante a responsável. Além de degradável, o PVC dos novos cartões Unibanco é 100% reciclável (até 10 vezes), podendo ser convertido em novos materiais para vários fins: desde canalizações a caixilharias, até bancos de jardim. Cada kg de PVC reciclado substitui 1 kg de PVC no mercado e evita a emissão de 2 kg de CO2, o que reduz a sua pegada carbónica.
“Os novos cartões Unibanco já serão emitidos neste novo material ecológico. Ainda irão conviver durante algum tempo com os cartões de PVC tradicional, pois optámos por fazer a substituição gradual dos mesmos, à medida que vão sendo feitas reemissões, uma decisão que também teve em conta a sustentabilidade do processo. Por isso, iremos substituir uma pequena percentagem de cartões para a atual carteira de clientes. Contamos ter cerca de 40.000 cartões ecológicos no mercado até ao final do ano”, garante Marília Araújo.
O Unibanco tem também apostado na digitalização dos serviços que oferece aos clientes e que tradicionalmente requerem um consumo de papel elevado, nomeadamente a adesão a cartões e crédito pessoal (que agora pode ser feito de forma 100% digital), a adesão ao extrato digital e a aposta na numa aplicação móvel a partir da qual os clientes podem gerir todos os seus movimentos sem deslocações aos balcões.
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Este cartão de crédito é de plástico mas polui menos. É feito com sal marinho
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