CGD trabalha com margens de 1% a 2% “contra 15% no gel desinfetante”, alerta Paulo Macedo
Paulo Macedo alertou hoje para o impacto da pandemia no setor da banca. Anunciou ainda que a Caixa deverá absorver este ano os prejuízos "significativos" que teve em 2016.
O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) alertou esta sexta-feira para o impacto da pandemia na rentabilidade dos bancos e, em particular, do banco público, que está a trabalhar com margens entre 1% e 2%, comparando-as com as margens de 15% do gel desinfetante. Paulo Macedo também anunciou que a Caixa vai absorver este ano a totalidade dos prejuízos de 1.800 milhões de euros que registou em 2016.
“É neste quadro que a Caixa se move: consciente do seu papel em termos de banco de capitais públicos, num contexto particularmente desafiante de pandemia, aliadas às mais baixas taxas de juro de sempre, impactando fortemente em baixa a rentabilidade dos capitais próprios, com margens de 1% a 2% contra, enfim, margens do gel desinfetante de 15% (…)”, referiu Paulo Macedo na intervenção inicial do evento “Encontros Fora da Caixa”, na Culturgest, em Lisboa.
"É neste quadro que a Caixa se move: consciente do seu papel em termos de banco de capitais públicos, num contexto particularmente desafiante de pandemia, aliadas às mais baixas taxas de juro de sempre, impactando fortemente em baixa a rentabilidade dos capitais próprios, com margens de 1% a 2% contra, enfim, margens do gel desinfetante de 15%.”
Apesar das dificuldades, o presidente da Caixa salienta que o banco público “está disponível para continuar a servir as empresas e as famílias” nestes tempos de pandemia, lembrando o passado recente da instituição que teve de “dobrar o Cabo Bojador”.
“Alteramos estruturalmente o banco em termos de risco, fizemos o turn around do banco com quatro anos de resultados positivos após seis anos de resultados negativos”, frisou Paulo Macedo. Isto, para depois assegurar: “No final deste ano devemos absorver os prejuízos de 2016 de valor significativo”.
Naquele ano, a CGD registou prejuízos históricos de 1.860 milhões de euros. Desde então, já com Paulo Macedo aos comandos, o banco do Estado tem vindo a acumular lucros em crescendo: 52 milhões em 2017, 496 milhões em 2018 e 776 milhões em 2019. Tudo indica que 2020 também vai terminar com lucros acima dos 500 milhões para assim o banco conseguir “apagar” as perdas de há quatro anos.
Macedo adiantou que esta fase da vida do banco “está quase terminada”. “Com a ajuda de todos, desta casa, mas conscientes da ajuda que tivemos fora dela”, disse, assegurando que a CGD está hoje em dia mais bem preparada esta crise do que estava na anterior.
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