Lagarde diz que a retoma económica tem sido fraca e há muita incerteza

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

Numa intervenção por videoconferência na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Christine Lagarde apontou que “o impacto da pandemia ainda está a ser sentido".

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esta segunda-feira que a atividade económica na zona euro registou “uma certa retoma” após o confinamento, mas tem sido “fraca” e afetada pelas “incertezas” relacionadas com a pandemia de covid-19.

“A atividade económica da zona euro já teve uma certa recuperação, mas ainda é incerta. As pessoas estão a gastar de forma cautelosa […] e, apesar de algumas empresas já estarem a registar retomas, estão a fazê-lo de forma muito fraca porque ainda há muitas incertezas”, declarou a presidente do BCE.

Numa intervenção por videoconferência na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Christine Lagarde apontou que “o impacto da pandemia ainda está a ser sentido em toda a zona euro”. “As pessoas estão a perder o seu emprego e os seus rendimentos e as empresas tem dificuldades e perspetivas futuras incertas”, reforçou.

Perante o ressurgimento de infeções na Europa, Christine Lagarde reconheceu que as medidas sanitárias, nomeadamente de contenção, “continuam a pesar sobre a atividade económica e a representar um risco para as perspetivas económicas”. Por isso, defendeu medidas adotadas pelos governos nacionais como esquemas de desemprego temporário, que “continuam a ser importantes porque mitigam o impacto da pandemia”.

Sobre a atuação do banco central, argumentou que os instrumentos criados – como as operações de liquidez ou os programas de compra de ativos – estão a “apoiar a recuperação económica”, devendo manter-se “pelo menos até 2021 e, em qualquer caso, até o Conselho do BCE julgar que a fase de crise do novo coronavírus terminou”. “Sem eles, estaríamos a ter uma crise muito mais grave”, sustentou.

As previsões mais recentes do BCE, mais otimistas que as anteriores, preveem que o produto interno bruto (PIB) da zona euro caia 8% este ano para depois voltar a crescer 5% em 2021 e 3,2% em 2022. A responsável mostrou-se, também, disponível para reajustar estes instrumentos, desde logo para promover o aumento da inflação, uma prioridade do BCE que quer este indicador nos 2% em vez dos 0,2% de agosto passado.

No atual ambiente de grande incerteza, o Conselho do BCE avaliará cuidadosamente todas as informações recebidas, incluindo sobre a evolução da taxa de câmbio, no que diz respeito às suas implicações para as perspetivas de inflação a médio prazo”, declarou Christine Lagarde.

Nesse âmbito, o BCE “continua disponível para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para assegurar que a inflação se aproxime do seu objetivo de uma forma sustentada”, acrescentou.

Aludindo ao NextGenerationEU, o fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros proposto pelo executivo comunitário e acordado pelos líderes europeus numa longa cimeira em julho passado, Christine Lagarde defendeu que tais verbas devem ser usadas pelos países “de forma atempada, mas reforçando o crescimento a longo prazo e os objetivos da União Europeia”.

“Se conseguirmos fazer isso, estes fundos podem mudar toda a situação e é isso que a UE precisa em termos de modernização, resiliência e prosperidade”, adiantou. Na ocasião, Christine Lagarde anunciou ainda aos eurodeputados que o BCE vai aumentar a sua transparência perante os cidadãos, passando nomeadamente a publicar pareceres éticos do em casos de conflitos de interesse.

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TAP regista prejuízos de 582 milhões de euros no semestre

A TAP perdeu 582 milhões de euros no primeiro semestre, um período significativamente marcado pelo impacto da pandemia.

A TAP registou prejuízos de 582 milhões de euros entre janeiro e junho de 2020, um período amplamente marcado pelo impacto da pandemia. A companhia aérea portuguesa transportou menos 4,9 milhões de passageiros face ao mesmo semestre de 2019, uma quebra de 62% que castigou o negócio de forma expressiva.

Numa nota enviada à CMVM é explicado que as perdas da companhia aérea representaram 96% do resultado líquido de todo o grupo TAP, cujo prejuízo totalizou 606 milhões de euros. Além da pandemia, os prejuízos foram também agravados pelo “impacto da contabilização de custos de excesso de cobertura (overhedge) de jet fuel no montante de 136,3 milhões de euros” e por “diferenças de câmbio líquidas negativas de 58 milhões de euros”.

Mas a operação foi totalmente prejudicada pelo impacto do confinamento e da quebra da procura, algo que é claro nas contas da empresa. “A quebra de atividade verificada a partir de março de 2020, mais do que eliminou a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano, impactando muito negativamente a performance da TAP no primeiro semestre de 2020“, refere a companhia aérea.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou para terreno negativo em 128,8 milhões de euros e foram “menos 730 milhões de euros em receitas de passagens”, indica a empresa, que aponta para uma redução de 57,2% em termos homólogos, para 545,4 milhões de euros. Olhando para os rendimentos operacionais totais, estes afundaram 55,4% no semestre, para 646,1 milhões de euros.

“A TAP atuou com agilidade e rapidez aos primeiros sinais de impacto da pandemia, adequando a capacidade ao novo cenário de procura e minimizando assim os custos operacionais com o objetivo de preservação de caixa. O corte de capacidade, de 33,9% em termos de ASKs logo no mês de março, foi fundamental para a diminuição dos custos variáveis, que representaram em 2019 aproximadamente 60% dos custos operacionais totais da TAP”, indica na mesma nota.

Com efeito, a empresa evitou uma deterioração maior da liquidez com uma diminuição de gastos operacionais de 460 milhões de euros, um corte de 30% na despesa. “O consumo de caixa diário reduziu-se em aproximadamente 50% entre o mês de abril e o mês de junho de 2020, reflexo das iniciativas complementares com o objetivo de conter o impacto da pandemia na tesouraria”, sublinha.

Desempenho da TAP entre janeiro e fevereiro e no total do semestre

Fonte: TAP

Plano de reestruturação até 10 de dezembro

A TAP aproveita a mesma nota aos mercados para indicar que tem até 10 de dezembro de 2020 para apresentar um plano de reestruturação à Comissão Europeia. “Encontra-se atualmente em curso a preparação do plano de reestruturação”, informa a companhia aérea.

“Este plano visa assegurar a sustentabilidade e rentabilidade da TAP, através de um adequado planeamento de rotas e frota, da adaptação do produto TAP à realidade atual e pós Covid-19, e do aumento da eficácia e da eficiência dos serviços centrais e das unidades do grupo TAP”, acrescenta.

Com a retoma económica a ser mais lenta do que se esperava, e o coronavírus novamente a alastrar-se, a empresa assegura estar “empenhada em garantir a retoma da operação de modo seguro e sustentável.

Leia o comunicado da TAP na íntegra

(Notícia atualizada pela última vez às 19h58)

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Testes que detetam Covid-19 em minutos chegam a todo o mundo

Teste rápido que deteta o coronavírus em apenas 15 minutos já foi aprovado pela Organização Mundial de Saúde e vai começar a ser distribuído em todo o mundo. Custa menos de cinco dólares.

Os testes rápidos à Covid-19, que mostram o resultado em 15 a 30 minutos, estão prestes a chegar a todo o mundo. Vão ser fornecidos 120 milhões destes testes rápidos a países de baixos e médios rendimentos por menos de cinco dólares (cerca de quatro euros) cada, noticiou o The Guardian.

Estes testes são semelhantes a um teste de gravidez, mas deverão ser lidos por profissionais de saúde. Um dos modelos, desenvolvido pela empresa sul-coreana SDBioSensor, acaba de receber a aprovação da Organização Mundial de Saúde (OMS). O outro, da empresa americana Abbott, deverá receber essa mesma autorização em breve, indica o jornal britânico.

Para a distribuição destes testes pelos países menos abastados, entra em cena uma iniciativa que envolve a OMS, mas também a Comissão Europeia, a Fundação Gates e o Governo francês. Está garantido que pelo menos 20% da produção de testes é facultada a países menos ricos. Outros países também podem encomendar, sendo que França e Suíça já solicitaram 20 milhões destes testes rápidos.

Estes testes serão essenciais para diagnosticar rapidamente médicos e outros trabalhadores do setor da saúde, que têm uma probabilidade mais elevada de contágio por lidarem diretamente com doentes infetados. A testagem tem sido apontada como um dos fatores críticos para o controlo da pandemia.

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Aviva já tem candidatos à compra da operação em Itália

  • ECO Seguros
  • 28 Setembro 2020

Allianz, Axa e Mapfre perfilam-se como potenciais interessados nos ativos da Aviva em Itália, enquanto o grupo UniCredit estará comprador de outra parte das operações naquele mercado.

O grupo britânico de seguros está a avaliar a venda das operações (ramo Vida e seguros gerais) que detém em Itália, ponderando ao mesmo tempo propostas que lhe permitam concretizar a noticiada saída do mercado francês.

Segundo a agência Reuters, que cita fontes não identificadas, o futuro de duas joint-ventures (empresas conjuntas) através das quais a Aviva desenvolve atividade em Itália estará prestes a ser decidido. Uma das parcerias, envolvendo acordo de distribuição com o grupo bancário UniCredit expira este ano já terá deixado de vender novas apólices. Além deste negócio, a seguradora britânica tem outra parceria de bancassurance com o italiano UBI Banca, a caminho a ser tomado pelo Intesa Sanpaolo.

Os dois negócios, a parceria com o UniCredit e a distribuição de seguros gerais, desenvolvida através de uma rede de agentes no mercado italiano, estão incluídos no pacote de ativos que a Aviva pretende vender.

De acordo com uma das fontes, a operação de seguros gerais – o ativo mais atrativo da companhia britânica em Itália – interessa à alemã Allianz, à francesa AXA e à espanhola Mapfre, podendo ser transacionados (numa venda separada) por valores entre 200 milhões e 300 milhões de euros.

A operação italiana de seguros gerais representou prémios líquidos de 319 milhões de libras esterlinas (cerca de 349,5 milhões de euros ao câmbio atual) para a Aviva, em 2019. Ainda, de acordo com a agência de notícias, o UniCredit estaria disposto a tomar a parte da Aviva no negócio conjunto do ramo Vida para, mais tarde, também vender a operação.

Em França, onde a intenção venda já foi confirmada, os ativos da Aviva poderão ser adquiridos por um consórcio incluindo a Allianz e a Athora Holding (entidade com negócios no ramo Vida). Mas, segundo a Reuters, a Generali, a AXA e La Mondiale serão outros potenciais interessados na compra da Aviva France.

Os desinvestimentos da Aviva em França e Itália, junto com outras operações internacionais que a companhia britânica está a vender (por exemplo, em Singapura), enquadram-se numa reorientação estratégica do grupo para se focar apenas nos mercados do Reino Unido, Irlanda e Canadá, conforme afirmado há poucos meses por Amanda Blanc, nova CEO da Aviva Plc.

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Webcast: Aprender depende cada vez mais de cada um?

  • Trabalho
  • 28 Setembro 2020

Ricardo Martins, da Cegoc, João Gomes, da Syone e Raquel Costa, da Critical Techworks, debatem desafios e tendências na área do desenvolvimento e competências, numa época ainda marcada pela pandemia.

Será que a pandemia veio acelerar a área do desenvolvimento e competências? O que mudou? Aprender depende cada vez mais de cada um? Como otimizar o talento?

Estas foram algumas das questões debatidas na webcast “Desenvolvimento e Competências”, que juntou Ricardo Martins, CEO da Cegoc, João Gomes, Chief Human Resources Officer da Syone e Raquel Costa, Head of Interactions da Critical Techworks, numa conversa moderada por Mariana Araújo Barbosa, diretora exectuvia da Pessoas.

A webcast “Desenvolvimento e Competências” contou com o apoio da Cegoc.

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Apoio à Retoma Progressiva vai permitir reduzir horários em 100%

O Governo vai permitir uma redução a 100% nos contratos de trabalho no regime do Apoio à Retoma Progressiva nas empresas com maior quebra de faturação, aproximado este regime do lay-off simplificado.

O Governo vai flexibilizar a medida de apoio à retoma que veio substituir o lay-off simplificado, permitindo a redução de 100% nos horários de trabalho, algo que até agora era impossível. A garantia foi dada pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

“Quando formulámos as medidas de apoio, contávamos com uma retoma que fosse mais intensa no verão da procura dirigida ao turismo. Neste momento, temos de reconhecer que não aconteceu e temos de ajudar de forma mais intensa os empresários”, reconheceu Siza Vieira, na na V Cimeira do Turismo, que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.

Anunciou, por isso, a revisão do regime do Apoio à Retoma Progressiva, que se seguiu ao lay-off simplificado.

“Baseava-se na ideia de que os trabalhadores teriam alguma ocupação parcial em função de procura mais diminuta, mas há setores e empresas com perdas muito significativas. Portanto, o regime será flexibilizado para que as empresas mais afetadas possam ter uma redução total da capacidade de trabalho“, explicou o ministro.

Neste regime, de agosto ao final de setembro, está previsto que as empresas que registem uma quebra de atividade superior a 40% e inferior a 60% possam reduzir o período normal de trabalho em até 50%. Caso a quebra de faturação seja superior a 60%, podem reduzir o período normal de trabalho até um máximo de 70%.

A partir de outubro, as regras mudam. Está previsto que as empresas que registem uma quebra de atividade superior a 40% e inferior a 60% possam reduzir o período normal de trabalho em 40%. Caso a quebra de faturação seja superior a 60%, podem reduzir o período normal de trabalho até um máximo de 60%.

A novidade que Siza Vieira veio dar hoje é que as empresas com maior quebra de faturação poderão reduzir o período normal de trabalho em 100%, ou seja, aproximando este regime ao do lay-off simplificado.

No entanto, como explicou ao ECO fonte do ministério da Economia, o regime do lay-off “tinha a modalidade de suspensão [temporária] do contrato e a redução do período normal”. Neste novo regime de Apoio à Retoma Progressiva, “não haverá possibilidade de suspender o contrato”, ou seja, pode-se reduzir o período normal de trabalho em 100%, mas o contrato mantém-se.

Neste regime do Apoio à Retoma Progressiva está previsto que as horas trabalhadas pelo trabalhador sejam pagas a 100% pelo empregador, e as horas não trabalhadas são pagas a 66% (entre agosto e setembro) ou a 80% (a partir de outubro). Das horas não trabalhadas, a Segurança Social paga 70% e a empresa o remanescente.

Em relação à TSU, entre agosto e setembro está previsto um regime de isenção para PME, sendo que as empresas maiores têm um desconto de 50%. Pedro Siza Vieira anunciou esta segunda-feira que as empresas ligadas ao setor do turismo vão manter a isenção depois de setembro. A isenção aplica-se apenas à compensação retributiva das horas não trabalhadas.

“O Governo tem consciência de que este regime, que está previsto até ao fim do ano e que será alterado para apoio mais significativo do Estado, terá de ser muito provavelmente prorrogado ao longo do próximo ano“, sublinhou o ministro.

(Notícia atualizada pela última vez ás 22h47. Na versão inicial desta notícia, o ECO escreveu que a flexibilização deste regime permitiria suspender os contratos de trabalho tal como no lay-off simplificado, mas o Ministério da Economia veio esclarecer que tal não será possível. Apenas se poderá reduzir os horários em 100%).

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Portugal não deve aceitar “qualquer forma de ingerência ou de pressão”, defende Catarina Martins

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

Em reação às declarações do embaixador dos EUA em Lisboa, Catarina Martins disse que Portugal deve “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão".

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou esta segunda-feira que Portugal deve “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão”, numa reação a uma entrevista do embaixador dos EUA em Lisboa.

“O Governo tem razão quando diz que são as autoridades portuguesas que tomam decisões. Era o que mais faltava haver algum tipo de tentativa de ingerência do Governo norte-americano nas decisões soberanas do nosso país”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, em Mangualde, no final de um encontro com trabalhadores da PSA.

Na sua opinião, é preciso “ser muito claro sobre quem toma as decisões, e quem as toma é o Estado português e os representantes do Estado português”.

É também preciso “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão”, porque Portugal tem de ser “um Estado soberano, democrático, que se leva a sério”, frisou.

Os jornalistas questionaram Catarina Martins sobre as declarações proferidas pelo embaixador dos EUA, George Glass, em entrevista ao Expresso, publicada na edição deste sábado, em que defende que “Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses”.

Na entrevista, o embaixador norte-americano considera que “Portugal acaba inevitavelmente por ser parte do campo de batalha na Europa entre os Estados Unidos e a China” e alega que esta potência “é uma nova China, com planos de longo prazo para acumular influência maligna através da economia, política ou outros meios”.

Segundo George Glass, “nos últimos três anos” Portugal tem olhado para os EUA como “amigos” e “aliados” no domínio da segurança e defesa e para a República Popular da China como “parceira económica”.

O embaixador dos EUA defendeu que “não se pode ter os dois” e que os portugueses “têm de fazer uma escolha agora” entre “trabalhar com os parceiros de segurança, os aliados, ou trabalhar com os parceiros económicos, os chineses”.

“Quer dizer que, quando estamos a falar de infraestruturas críticas e necessidades de segurança nacional, não podem trabalhar com a China. Vimos isso com o início da implementação do 5G ? e o que isso significa para a segurança nacional ? e a forma como se trabalha com os aliados”, acrescentou.

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Noronha Lopes quer limitar mandatos do presidente do Benfica

O candidato João Noronha Lopes apresentou esta segunda-feira o programa eleitoral que pretende implementar caso vença as eleições para a presidência do Benfica. Quer limitar mandatos a três.

João Noronha Lopes é o mais recente candidato à presidência do Benfica e revelou esta segunda-feira o programa que pretende implementar caso vença as eleições do clube, marcadas para o final do mês de outubro.

O candidato propõe limitar os mandatos na presidência do clube, impedindo o cumprimento de mais de três mandatos, sejam eles consecutivos ou alternados. Uma limitação idêntica será aplicada também ao presidente da mesa da Assembleia Geral e ao presidente do Conselho Fiscal.

Na apresentação do programa eleitoral, Noronha Lopes deixou elogios ao trabalho realizado por Luís Filipe Vieira até ao momento, salientando que, “ao longo destes vinte anos, o atual presidente fez crescer o património do clube e investiu na sua organização e formação”. Todavia, Noronha Lopes afirma que “o momento de virar a página é agora”.

Para tal acontecer, o candidato tornou públicas as 52 páginas com propostas que deseja implementar no Benfica, caso vença as eleições. No programa, Noronha Lopes centra o seu foco em três pilares considerados por si fundamentais: a ambição desportiva, a sustentabilidade financeira e os sócios.

Outra das principais medidas propostas é a reestruturação do departamento de futebol com a criação do cargo de diretor desportivo, que de acordo com o candidato, ficará responsável pela equipa principal e pela equipa B. Outra novidade é a estreia do posto de diretor de prospeção e, com o foco direcionado para as camadas jovens, de um diretor de formação.

Financeiramente, o candidato tem como uma das principais prioridades os resultados operacionais do emblema “encarnado”, querendo “impor um rácio de alavancagem financeira que garanta a autonomia e capacidade do Sport Lisboa e Benfica e da SAD para satisfazer os seus compromissos perante terceiros, nomeadamente entidades bancárias e credores obrigacionistas”.

Outra ideia para cativar a massa associativa é a aposta no streaming, através de parcerias com as principais plataformas de streaming (Netflix, Amazon Prime ou HBO) para disponibilizar conteúdos relacionados com o clube, por exemplo, “um documentário da história do Benfica ou “o acompanhamento de uma época desportiva”.

João Noronha Lopes formalizou no passado mês de julho a sua candidatura às eleições do Benfica que se realizam no final de outubro, assumindo-se como alternativa ao atual líder das “águias”, Luís Filipe Vieira.

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Alemanha quer acesso a fundos da UE condicionado ao respeito pelo Estado de direito

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

Alemanha vai propor que o acesso dos Estados-membros às verbas comunitárias do Quadro Financeiro Plurianual e do Fundo de Recuperação seja condicionado ao respeito pelo Estado de direito.

A Alemanha, que preside ao Conselho da União Europeia (UE), vai propor que o acesso dos Estados-membros às verbas comunitárias do quadro financeiro plurianual e do Fundo de Recuperação seja condicionado ao respeito pelo Estado de direito.

Segundo o projeto de regulamento a que a agência Lusa teve acesso esta segunda-feira e que será proposto ao Parlamento e ao Conselho, a presidência alemã quer criar um “regime geral de condicionalidade para a proteção do orçamento da União”.

Isto prevê que os Estados-membros só possam aceder aos montantes do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 e do Fundo de Recuperação (criado para o pós-pandemia de Covid-19) se respeitarem valores como os princípios da legalidade e transparência, da independência dos tribunais e da igualdade perante a lei, entre outros.

Frisando que “o Estado de direito é um dos valores essenciais sobre os quais a União se baseia”, a Alemanha propõe, então, que sejam adotadas sanções “em caso de violação dos princípios do Estado de direito”.

Em concreto, essas medidas podem incluir “a suspensão dos pagamentos e das autorizações, a suspensão do pagamento das prestações ou o reembolso antecipado dos empréstimos, uma redução do financiamento ao abrigo dos compromissos existentes e a proibição de celebrar novos compromissos com os beneficiários ou de celebrar novos acordos sobre empréstimos ou outro instrumento garantido pelo orçamento da União”.

Essas sanções seriam adotadas ao nível do Conselho, onde estão representados os 27 Estados-membros, mediante proposta da Comissão Europeia.

“Sempre que os Estados-membros acedem ao orçamento da União, inclusive no contexto do Fundo de Recuperação e através de empréstimos e outros instrumentos garantidos pelo orçamento da União […], o respeito pelo Estado de direito é uma condição prévia essencial para cumprir os princípios da boa gestão financeira”, defende a presidência alemã no projeto de regulamento.

Esta proposta vem reativar um debate entre os líderes europeus, que tem vindo a merecer a clara oposição da Polónia e da Hungria, que têm processos abertos contra si por alegado desrespeito do Estado de direito.

A Comissão Europeia ativou, em 2017 contra a Polónia e em 2018 contra a Hungria, o procedimento conhecido como o artigo 7.º do Tratado de Lisboa, que contempla sanções aos Estados-membros se houver um risco claro de violação grave dos valores em que se baseia a UE.

Em ambos os casos estão em causa questões como alegadas interferências na independência dos juízes.

Numa cimeira histórica, em julho passado, foi aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para fazer face à crise gerada pela Covid-19.

Na altura, Polónia e Hungria recusaram que o cumprimento do Estado de Direito fosse uma condição obrigatória para acederem a fundos comunitários.

Nas conclusões dessa cimeira europeia lia-se então apenas que “o Conselho Europeu realça a importância da proteção dos interesses financeiros da União”, defendendo também a “importância do respeito pelo Estado de direito”.

Neste momento, decorrem negociações entre equipas do Conselho e do Parlamento Europeu sobre o orçamento da UE a longo prazo e o Fundo de Recuperação, mais conhecido como NextGenerationEU.

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Andreia Rangel é a nova responsável pela gestão de pessoas da Deloitte

  • Trabalho
  • 28 Setembro 2020

Andreia Rangel é responsável pela gestão de pessoas da consultora Deloitte desde 1 de setembro. Deixa a Cisco, onde desempenhou funções na gestão de recursos humanos durante 11 anos.

Andreia Rangel é a nova responsável de People da Deloitte.

Andreia Rangel é, desde 1 de setembro de 2020, a nova responsável de people da Deloitte Portugal. Deixa a Cisco, onde trabalhou durante 11 anos na gestão de recursos humanos da multinacional.

A nova responsável acumula experiência na área gestão de pessoas, tanto a nível nacional como internacional.

Andreia Rangel iniciou o percurso na Cisco em 2009, como country HR leader. Foi HR business partner para a Rússia, Europa, Médio Oriente e África (EMEAR, sigla em inglês). Entre 2017 e 2019, foi regional HR manager para a região do Magrebe, África Central e Oriental e, posteriormente, head of HR, global virtual sales & customersuccessEMEAR. Em setembro do ano passado, trocou Madrid por Lisboa para desempenhar a função de people & communities leader e global AR global virtual sales & EMEAR marketing, cargo que ocupou até ingressar na Deloitte.

A profissional iniciou a sua carreira profissional em Barcelona como consultora de RH na Randstad, tendo passado, em Lisboa, pela Hays e pela Ramazzotti, entre 2007 e 2009. É natural do Porto, formada em psicologia clínica pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde-Norte e tem um MBA em gestão de recursos humanos, pela Universidade Europeia.

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Cartão de localização de passageiros nos aviões vai ser digital

  • Lusa
  • 28 Setembro 2020

O cartão de localização de passageiros nos aviões vai passar a ser digital a partir de outubro. Este cartão facilita a localização de possíveis contágios por Covid-19.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que o cartão de localização de passageiros dos aviões, que permite rastrear possíveis casos de Covid-19, vai passar a ser totalmente digital em outubro.

Na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus em Portugal, António Lacerda Sales afirmou que o PLC (Passenger Location Card, denominação em inglês) vai funcionar, a partir de 2 de outubro, com a versão em papel e digital e, a partir de 9 de outubro, passa a ser exclusivamente digital.

Este cartão de localização de passageiros entrou em vigor quando os aeroportos e as companhias aéreas retomaram a atividade, após o período de confinamento, e permite rastrear possíveis casos de Covid-19, depois de um passageiro, após a viagem, testar positivo para a doença. Todos os passageiros têm que obrigatoriamente entregar este cartão à chegada, sendo disponibilizado pela companhia aérea durante o voo.

O anúncio foi feito depois de Lacerda Sales ter sido questionado sobre a aglomeração de passageiros registada no domingo de manhã, na zona da área internacional do Aeroporto de Lisboa, numa altura em que aterraram 18 voos, com cerca de 1.400 passageiros. “Esperamos que tenha sido uma situação meramente pontual que não é recomendável sob o ponto de vista de saúde pública”, disse António Lacerda Sales.

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BCP puxa por Lisboa com maior ganho desde junho

A bolsa de Lisboa acompanhou a subida das praças europeias. A banca puxou pelo PSI-20, com as ações do BCP a recuperarem dos mínimos históricos, subindo mais de 4%, o maior ganho desde junho.

Após sete sessões de quedas, a bolsa de Lisboa entrou na semana a subir, acompanhando a tendência sentida na Europa. O destaque foi a subida do BCP, que recuperou após ter renovado sucessivamente mínimos históricos, atingindo a maior valorização desde o início de junho.

Na Europa, o Stoxx 600 valorizou 2,3%, enquanto o francês CAC-40 ganhou 2,5%, o britânico FTSE 100 avançou 1,8%, o alemão DAX somou 3,2% e o espanhol Ibex-35 valorizou 1,9%. Lisboa acompanhou o sentimento positivo vivido na Europa, negociando significativamente acima da linha de água. O PSI-20 avançou 2,33%, para 4.088,54 pontos, com 14 das 18 cotadas em “terreno” positivo, uma inalterada e apenas quatro a registarem perdas.

A estrela foi o BCP, que avançou 4,17%, para 8,25 cêntimos. Trata-se da maior valorização desde 3 de junho, quando somou 4,88%. O banco liderado por Miguel Maya está a recuperar de mínimos históricos, depois de o Expresso ter noticiado este fim de semana a possibilidade de uma fusão com o Montepio no caso de haver uma intervenção nesse banco. Já esta segunda-feira, o CEO do BCP veio deitar água na fervura, garantindo que não está a negociar uma fusão com o Montepio, mas que poderá vir a analisar a operação caso se justifique.

A puxar pelo índice nacional estiveram ainda as cotadas do setor energético. A Galp Energia avançou 4,02%, para os 8,120 euros, a EDP avançou 0,24%, para os 4,17 euros, enquanto a subsidiária EDP Renováveis ganhou 1,47%, para os 13,82 euros. Já a REN somou 1,06%, para 2,375 euros cada ação.

Entre os “pesos-pesados”, nota positiva também para a Nos, cujos títulos ganharam 4,53%, para 3,048 euros, bem como para as ações da Jerónimo Martins, que valorizaram 2,57%, para os 13,955 euros.

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