Mercer está a reestruturar equipas das três instituições que vão formar o Banco de Fomento
Mercer está a avaliar as redundâncias e as carências da futura estrutura de recursos humanos do Banco Português de Fomento. Instituição já tem uma proposta de logótipo.
A Mercer está a trabalhar com o Banco Português de Fomento para ajudar a reestruturar as equipas das três instituições que o vão integrar: Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua, Instituição Financeira de Desenvolvimento e PME Investimentos, apurou o ECO.
Em causa está a avaliação das funções que devem ser desempenhadas, mas também fazer um descritivo das mesmas. A consultora está ainda, desde o início de setembro, a fazer a avaliação de perfis dos diversos colaboradores e a conduzir entrevistas, mas não está a fazer nenhum processo de seleção, precisa fonte oficial da consultora ao ECO.
“A colaboração da Mercer visa criar os fundamentos de Recursos Humanos do Banco Português de Fomento”, explicou ao ECO Tiago Borges, responsável pela área de career na consultora. Como há que proceder à fusão de várias organizações e existem “práticas diferentes dentro das organizações”, nomeadamente ao nível de avaliação de desempenho ou de planos de carreira, é necessário “fazer um trabalho de harmonização, identificar lacunas e fragilidades dos modelos e melhorar os processos”, acrescentou.
“Estamos a fazer entrevistas para fazer uma avaliação das competências das pessoas nas várias entidades e como encaixam melhor na estrutura de funções do Banco Português de Fomento”, precisou Tiago Borges, sem adiantar mais detalhes de modo a não violar a confidencialidade do contrato assinado com a SPGM.
Uma estrutura que está a ser definida pela Oliver Wyman, escolhida pelo Executivo para, em 70 dias, ajudar a desenhar e implementar o Banco Português de Fomento, que deve estar operacional no início de novembro. “Estão a definir a linha de montagem da estrutura e a linha organizacional, o que é um trabalho mais vasto do que aquele que estamos a tratar”, frisa o responsável da Mercer.
Mercer e Oliver Wyman pertencem ao mesmo grupo, mas o processo de seleção de ambas as consultoras foi distinto. Se a primeira resultou de um processo de consulta a ouras três entidades no mercado, a segunda recebeu o projeto por ajuste direto e sem passar pelo crivo do Tribunal de Contas, tal como o ECO noticiou.
O contrato foi assinado com a SPGM, tal como todas as outras entidades que estão a trabalhar para a criação do banco de fomento, mas ainda não foi publicado no portal base. O valor ronda os 100 mil euros e está definido em duas partes: definir os processos de recursos humanos em 12 semanas – “de modo a ter a estrutura a funcionar no dia 1, ter aquilo que é fundamental na ótica de recursos humanos”, diz Tiago Borges — e fazer a gestão do processo de fusão, a implementação de todas as políticas de modo a chegar ao fim com uma política de recursos humanos ao longo de seis meses.
Tiago Borges afirma que no âmbito do processo que estão a levar a cabo “é possível chegar à conclusão que há redundâncias”. “Mas não me parece que seja o tema”, diz. Contudo, “poderá haver carências, porque o Banco Português de Fomento vai desenvolver uma atividade bancária pura e dura e poderá não haver nas estruturas competências para tal”, admite. “O objetivo é ter os recursos alocados da melhor forma”, acrescenta.
No entanto, a Mercer não está envolvida em contratações ou na escolha da estrutura de topo da instituição que pretende ser um banco promocional e atuar diretamente no retalho, função que está atribuída à Oliver Wyman.
Banco de fomento já tem proposta de logótipo
E se o objetivo é ter “consolidados, até ao início do próximo ano, os pilares de recursos humanos” do Banco Português de Fomento, a imagem está numa fase mais avançada já que o ministro da Economia já tem na sua secretária uma proposta de logótipo para a instituição.
A Globaz foi contratada para fazer o “estudo, definição de estratégia, design, desenvolvimento criativo e gráfico tendentes à conceção de um novo logótipo, identidade visual e branding” do BPF. E, em menos de dois meses a empresa do Porto já apresentou uma proposta de logótipo, que agora espera luz verde para avançar.
A decisão de atribuir a tarefa a esta empresa do Porto foi tomada a 26 de agosto, após consulta prévia ao mercado. Com a assinatura do contrato no final de agosto começou a contar o relógio para cumprir o estipulado em 230 dias, ou seja, pouco mais de sete meses.
A Globaz já assinou, este ano, contratos com as Câmaras do Porto, de Aveiro e Odivelas, mas também com a Universidade de Aveiro num conjunto total de 141 mil euros. O trabalho para a SPGM é, até agora o mais avultado, entre os celebrados com entidades públicas
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