Europa bate recorde com 700.000 novos casos de Covid-19 numa semana

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Só na semana passada, a Europa registou mais de 700.000 novas infeções por Covid-19. Reino Unido, França, Rússia e Espanha foram responsáveis por mais de metade dos novos casos observados na região.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou esta terça-feira que a Europa registou mais de 700.000 novas infeções pelo novo coronavírus na semana passada, o número mais alto desde o início da atual crise pandémica.

Nos dados semanais divulgados esta terça-feira, a agência da ONU destacou que o número de casos da doença Covid-19 e de mortes no continente europeu aumentou 34% e 16%, respetivamente.

Reino Unido, França, Rússia e Espanha foram responsáveis por mais de metade dos novos casos observados na região, segundo os indicadores da OMS.

No caso concreto de Espanha, e apesar do país ainda registar valores bastante expressivos (o Ministério da Saúde espanhol notificou na segunda-feira 27.856 novos casos da doença Covid-19 desde sexta-feira), a agência da ONU observou que o número de novas infeções contabilizadas mostra um “declínio notável” em comparação com as últimas semanas.

Já na Polónia, segundo frisou a OMS, os casos de infeção pelo novo coronavírus e as mortes associadas à doença covid-19 aumentaram 93% e 104%, respetivamente, cenário que obrigou o Governo polaco a reforçar as medidas restritivas para tentar evitar um novo confinamento.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse esta semana que a agência da ONU entende a frustração das pessoas à medida que a pandemia se prolonga, mas advertiu que “não há atalhos, nem balas de prata”.

Na segunda-feira, o responsável da OMS para a covid-19 na Europa, David Nabarro, pediu aos Governos para que não utilizem o confinamento como principal método para controlar a disseminação do novo coronavírus, instando as autoridades a utilizarem métodos mais direcionados para deter o vírus. “Os confinamentos têm apenas uma consequência que nunca deve ser subestimada: tornar os pobres muito mais pobres”, afirmou o médico, numa entrevista ao jornal The Spectator.

A pandemia da doença covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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PAN pede mais negociação para OE. Neste momento, está “distante” de voto favorável

O PAN reconhece que há matérias que foram acolhidas pelo Governo mas aponta que é necessário existir abertura para negociar outras questões.

O PAN ainda não se comprometeu com um sentido de voto para o Orçamento do Estado (OE) para 2021, já que ainda está a analisar o documento que foi entregue esta segunda-feira no Parlamento, mas adiantou que, “tal como está”, o partido está “muito distante do que possa ser viabilizar ou um voto favorável ao OE”. O partido pede ainda mais negociação.

A deputada do PAN Inês Sousa Real admitiu que “há um conjunto de matérias que ficaram acolhidas pelo Governo mas está muito aquém”, em declarações transmitidas pelas televisões. O partido defende assim a necessidade de mais negociações com o Governo para o Orçamento, dizendo que tem de “haver maior abertura”.

O partido “não se demite de, na especialidade apresentar, caderno de encargos”, garante a deputada, mas “a bola está do lado do Governo”. A deputada aponta que é “fundamental” que durante a discussão do Orçamento na Assembleia da República haja “abertura” para acolher as propostas, defendendo que “não se pode ter medidas que vêm servir mais do mesmo”.

Inês Sousa Real defende que o “OE acaba por ser muito curto e tapar sol com a peneira”, apontando que se foca em resolver “apenas alguns problemas”. Entre as críticas ao documento, a deputada do PAN sublinhou que o Novo Banco “continua a ser o elefante na sala”, e que é “fundamental esclarecer que temos de renegociar contratos”.

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Novo Banco vai precisar de mais 476,6 milhões de euros

Governo adiantou que o Novo Banco deverá pedir 475 milhões de euros no próximo ano ao Fundo de Resolução. Assegurou que não emprestará nem um cêntimo, mas sentirá impacto no défice.

O Novo Banco deverá precisar de mais de 475 milhões de euros, já depois dos 3.000 milhões injetados no banco nos últimos anos, anunciou esta terça-feira o Governo na apresentação do Orçamento do Estado do próximo ano. Aliás, os próprios mapas de despesa do Orçamento preveem uma injeção de 476,6 milhões de euros do Fundo de Resolução no banco detido pelos americanos do Lone Star.

Segundo os governantes, este é o valor de despesa previsto para o Fundo de Resolução, entidade responsável pelas injeções no Novo Banco, ao abrigo do acordo de capital contingente, no próximo ano (uma verba muito próxima dos 468,6 milhões inicialmente previstos para o Fundo de Resolução mas que, por lapso, são para a CP).

“O valor que está registado no mapa de despesa das entidades da administração pública, relativa ao Fundo de Resolução, são os 470 milhões de euros. Foi o cenário que foi construído com o Fundo de Resolução”, explicou o secretário de Estado das Finanças, João Nunes Mendes, em conferência de imprensa. Nos mapas de despesa do Orçamento o valor certo é de 476,6 milhões de euros.

De onde virá o dinheiro? Do Orçamento do Estado não será seguramente, sublinhou o ministro das Finanças, João Leão, com o Governo a reiterar que não vai ultrapassar “uma linha vermelha” assumida pelo Bloco de Esquerda para a aprovação do Orçamento do Estado para 2021. “Não há aqui qualquer intervenção do Estado, [o OE 2021] não tem nenhum empréstimo ao FdR no próximo ano. (…) O que está previsto é que o sistema bancário vai emprestar ao FdR e é apenas através do empréstimo e receitas próprias que este se financia”, assegurou o ministro. Ainda assim, o Novo Banco vai ter um impacto nas contas públicas de 275 milhões.

O Fundo de Resolução conta com receitas próprias anuais de cerca de 300 milhões de euros, por via das contribuições periódicas dos bancos e do imposto sobre o setor financeiro. Uma vez que terá de pagar juros de cerca de 100 milhões de euros relativos aos empréstimos anteriores do Estado e da banca, disponibilizará 200 milhões ao Novo Banco de capitais próprios. Outra parte será capital alheio: um sindicato bancário emprestará 275 milhões, adiantou João Leão.

João Nunes Mendes acrescentou que ainda não há um contrato de empréstimo assinado com a banca, designadamente Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta e BPI, de acordo com o Jornal Económico.

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PCP admite “qualquer sentido de voto”

Líder parlamentar João Oliveira considera que o Governo tentou limitar o défice em detrimento de uma resposta mais eficaz à crise pandémica.

O PCP não garante a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2021. Na primeira reação do partido ao documento entregue esta segunda-feira no Parlamento, o líder parlamentar João Oliveira diz que ainda vai refletir sobre o sentido de voto dentro de duas semanas.

“Numa primeira avaliação, a proposta de Orçamento do Estado para 2021 não responde aos problemas estruturais que o país enfrenta“, começou por dizer João Oliveira, em declarações aos jornalistas a partir do Parlamento, transmitidas pelas televisões. “O PCP admite qualquer sentido de voto“.

“Vamos fazer uma avaliação mais profunda do documento que deu entrada no Parlamento. Sem prejuízo desta primeira avaliação, que não permite tirar conclusões quanto ao posicionamento no sentido de voto”, apontou sobre a votação da proposta na generalidade, que está marcada para 27 e 28 de outubro.

O PCP admite que questões como o aumento das pensões, o reforço do pessoal nas escolas e no Sistema Nacional de Saúde ou a redução das taxas moderadoras estão inscritas na proposta de Orçamento do Estado para 2021 a pedido do partido, mas considera que são “exemplos de inscrição parcial e limitada” de propostas do PCP.

Acusa o Governo de estar limitar “a resposta que se exigia e seria preciso dar” à crise pandémica por causa do défice, que está previsto cair para 4,3% no próximo ano (após 7,3% este ano). E defende ainda que este tem de se libertar de “condicionantes de política de direita”.

Se o partido decidir chumbar a proposta, poderá complicar as contas do Governo já que o Bloco de Esquerda (o outro parceiro primordial do Governo nas negociações para o OE) abriu a porta à não aprovação. Assim, “o PCP vai refletir nos próximos dias com recusando chantagens e pressões e centrando-se”, garantiu João Oliveira, acrescentando que espera voltar a negociar nos próximos dias com o Executivo. “É uma questão terá certamente oportunidade de ocorrer, mas que ainda não ocorreu”.

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“Para este Governo, motor do crescimento é a despesa pública”, diz CDS

A líder parlamentar do CDS diz que a visão estratégica do Executivo resume-se "a gastar dinheiro público", criticando ainda o facto de a proposta do OE2021 pouco se referir ao investimento privado. 

O Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) que foi entregue pelo Governo, e negociado com os partidos de esquerda, não agrada ao CDS. Para os centristas, a visão estratégica do Executivo resume-se “a gastar dinheiro público”, criticando ainda o facto de pouco se referir ao investimento privado. Por isso, considera que este não é o Orçamento que o país precisa” e por isso o partido não deverá votar a favor.

“É manifesto que para este Governo o motor do crescimento é a despesa pública e muito pouco é dito em relação ao investimento privado ou em relação ao rendimento que fica disponível nas famílias“, lamenta Cecília Meireles esta terça-feira, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Assim, segundo os centristas “há uma grande desconfiança relativamente à iniciativa privada”, já que não se vê “uma única medida com relevo” relativamente aos trabalhadores por contra própria ou relativamente ao alívio fiscal. “Era importante e vital que houvesse um alívio do IRS”, sinaliza a líder parlamentar dos centristas, acrescentando que o “que há é uma mexida nas tabelas de retenção na fonte” que deverá ter um impacto de liquidez na ordem dos 200 milhões de euros e compara com o montante disponibilizado para a TAP.

Além disso, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos acusa o Governo de preferir “continuar a apostar num preconceito contra o setor privado” e “numa divisão artificial absurda entre setor público, privado e social em pontos fundamentais” como é o caso da saúde.

Quanto ao sentido de voto do documento, o CDS assume que é “óbvio” que o caminho do CDS “diverge” do Governo, mas remete mais esclarecimentos para a conferência desta tarde do líder do CDS.

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Biocombustíveis feitos de resíduos vão ter incorporação obrigatória de 0,5% em 2021

O Governo decidiu também isentar do pagamento de imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) as biocombustíveis avançados e os gases de origem renovável, como o biometano e o hidrogénio, entre outros

Já em 2021 vai passar a ser obrigatória a incorporação de 0,5% de biocombustíveis avançados, produzidos a partir de resíduos e outras matérias-primas consideradas ambientalmente mais sustentáveis. A meta é traçada pela proposta de Orçamento do Estado para 2021 e justificada com a necessidade de uma “descarbonização mais acelerada do setor dos transportes”.

O Governo quer também apostar na produção destes biocombustíveis avançados, para posterior incorporação nos combustíveis de origem fóssil vendidos em Portugal. Neste contexto, o Governo decidiu também isentar do pagamento de imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) as biocombustíveis avançados e os gases de origem renovável, como o biometano e o hidrogénio, entre outros.

Estes produtos, cujo desempenho é idêntico aos produtos de origem fóssil, têm um impacto ambiental muito inferior e permitem a valorização dos recursos nacionais e a redução das importações”, explica a proposta de orçamento do Estado.

No âmbito da transição energética em curso, o Governo elege como uma principais medidas a concretizar em 2021 “apostar na produção e na incorporação de biocombustíveis avançados, nomeadamente dos produzidos a partir de resíduos e de outras matérias-primas consideradas ambientalmente mais sustentáveis, prevendo-se uma incorporação obrigatória de 0,5% já em 2021, fomentando a descarbonização mais acelerada do setor dos transportes”.

O OE2021 sublinha a importância da fiscalidade ambiental e garante que “a política fiscal atua também no sentido de desagravar a carga fiscal sobre alternativas mais alinhadas com os objetivos climáticos”. É nesse sentido que para 2021 “o Governo cria uma isenção de ISP sobre os biocombustíveis avançados e sobre os gases de origem renovável”.

Para 2020 foi fixada uma percentagem de incorporação de biocombustíveis no gasóleo e na gasolina de 10%, quando em 2019 foi de apenas 7%. Este salto resultou num impacto na formação do preço dos combustíveis. No preço de referência calculado diariamente pela Entidade Nacional para o setor Energético (ENSE) esta mudança introduziu uma variação na componente “Incorporação de Biocombustíveis”, registando-se um aumento de 1,6 cêntimos por litro na gasolina e de 1,3 cêntimos por litro no gasóleo.

Apesar da meta de 10% para 2020, os dados da ENSE mostram que a incorporação física de biocombustíveis está abaixo dos objetivos estabelecidos, tendo registado um máximo de apenas 6% no mês de abril. Neste mês e em pleno contexto de estado de emergência por causa da pandemia de Covid-19, o Governo decidiu obrigar as petrolíferas a respeitar uma incorporação física de 6,75% de biodiesel no gasóleo utilizado no setor dos transportes terrestres.

Esta obrigatoriedade excecional e transitória suspendeu a possibilidade de as petrolíferas cumprirem a meta de 10% de incorporação unicamente através de títulos de biocombustíveis comprados pelos incorporadores (empresas que introduzem no mercado combustíveis rodoviários, como gasóleo e gasolina), como se verifica.

Fonte: ENSE

Mensalmente, e no âmbito das suas competências, a ENSE verifica a percentagem de incorporação física dos biocombustíveis substitutos dos combustíveis fósseis. As entidades que incorporam combustíveis no mercado para consumo final no setor dos transportes, estão obrigadas a contribuir para o cumprimento das metas de incorporação em percentagens de biocombustíveis, em teor energético, estando obrigados a comprovar essa mesma incorporação através de Títulos de Biocombustíveis. Estes podem ser obtidos através de incorporação física de biocombustíveis ou adquiridos a agentes que os tenham em excesso.

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Descida da retenção na fonte de IRS é “uma medida fútil e de propaganda”, diz Mortágua

A descida média de 2% que o Governo quer fazer na taxa de retenção na fonte de IRS é vista pelo Bloco de Esquerda como uma medida "fútil e de propaganda".

O Governo pretende descer a taxa de retenção na fonte de IRS no próximo ano, mas esta medida não é vista com bons olhos pelo Bloco de Esquerda (BE). A deputada Mariana Mortágua afirma que esta proposta “não terá impacto” no rendimento das pessoas e que “não é com este tipo de medidas que o país vai combater a crise” causada pela pandemia de coronavírus.

O Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) é diferente do dos anos anteriores, “porque tem obrigação de responder a uma das mais graves crises que já vivemos”, explicou a bloquista esta terça-feira, em conferência de imprensa.

Referindo que a proposta do OE2021 do Governo não mostra “grandes surpresas” face ao que o partido já conhecia, Mariana Mortágua disse que devido à crise que se vive atualmente, o OE do próximo ano “precisa de medidas muito concretas, fortes, determinadas e que produzam resultados”.

Assim, enumerou quatro pontos que considera fundamentais nas negociações com o Governo: “travar a vaga de despedimentos, proteger o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com mais profissionais, impedir recursos para o Novo Banco sem uma auditoria e ter uma prestação social que retire as pessoas da pobreza em tempos de pandemia”.

Assim, o partido “mantém a porta aberta caso o Governo entenda reconsiderar a sua posição” e essa mudança de posição poderá acontecer até à votação na generalidade, disse a deputada.

Descida da retenção na fonte de IRS “não terá impacto no rendimento”

Assim, Mariana Mortágua disse que uma das coisas que este OE não comporta em momentos de crise são “anúncios fúteis”, referindo-se à redução média de 2% da taxa de retenção na fonte de IRS. “Não terá impacto no rendimento das pessoas”, afirmou, classificando a medida como “de propaganda”.

“Não só altera apenas o momento em que os impostos são pagos, como também terá impacto de cerca de dois euros no rendimento mensal das famílias com salários acima dos 900 euros”, explicou, acrescentando que “não é com este tipo de medidas que Portugal vai conseguir combater a crise”.

Para o OE2021, o Governo pretende reduzir, em média, 2% a taxa de retenção na fonte de IRS para todos os trabalhadores. Por esta via, o Executivo aumenta o rendimento disponível mensalmente aos portugueses, compensando com uma menor devolução do IRS no ano seguinte.

“Não podemos aceitar que OE comprometa recursos públicos para o Novo Banco”

A deputada bloquista comentou ainda as propostas do Executivo no que diz respeito ao Novo Banco. Esta terça-feira, o Governo anunciou que o banco deverá precisar de 476,6 milhões de euros, já depois dos 3.000 milhões recebidos nos últimos anos.

Para Mariana Mortágua, essa é a “questão essencial”: o facto de o OE2021 comprometer esta quantia para “pagar os prejuízos do Novo Banco”, quando há “dúvidas e indícios da gestão do Lone Star e da forma danosa e ruinosa como este está a gerir o Novo Banco”.

Assim, a deputada voltou a defender uma avaliação à gestão do Lone Star. “Não podemos aceitar que o OE continue a comprometer recursos públicos e financeiros para o Novo Banco sem ter uma avaliação à gestão do Lone Star. A gestão do Lone Star tem de ser passada a pente fino. E sem ter conclusões sobre essa avaliação, o OE não pode assumir compromissos sobre essa matéria“, acrescentou.

Prestação social anunciada “está longe de ser a proposta do Bloco”

Outro dos pontos de divergência com o Governo é o Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores — referido como “prestação social” –, cujo limite mínimo é de 50 euros. Na mesma conferência de imprensa, Mariana Mortágua afirmou que este apoio é “mais um dos exemplos da diferença entre um anúncio e a medida que conta”.

“A medida que foi anunciada está longe de ser a proposta do BE para uma prestação social. O BE propôs uma prestação social que não deixasse ninguém entrar na pobreza em tempos de pandemia“, notou a deputada.

Assim, Mortágua explicou que a proposta dos bloquistas é um “apoio extraordinário em que se diminui o prazo de atribuição da prestação de um ano para seis meses para a maior parte das pessoas, e com condições de acesso que vão limitar um alargado número de pessoas de aceder a esta prestação”.

(Notícia atualizada às 13h27 com mais informação)

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Covid-19: Bruxelas permite ajudas estatais e recapitalizações de empresas até 2021

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Prazo das regras temporárias para ajudas estatais na União Europeia devido à crise da covid-19 foi alargado pela Comissão Europeia até junho de 2021 e das recapitalizações até setembro do próximo ano.

A Comissão Europeia alargou o prazo das regras temporárias para ajudas estatais na União Europeia (UE) devido à crise da covid-19 até junho de 2021 e das recapitalizações até setembro do próximo ano.

Após ter proposto, no início do mês, uma prorrogação do prazo do enquadramento temporário para os Estados-membros da UE poderem apoiar as suas empresas com perdas significativas no volume de negócios, a Comissão Europeia vem hoje anunciar a extensão destas regras mais flexíveis para auxílios estatais, normalmente vedados pela instituição.

Em concreto, “todas as secções do enquadramento temporário são prorrogadas por seis meses, até 30 de junho de 2021, [enquanto] a secção para permitir a concessão de apoio à recapitalização é prorrogada por três meses, até 30 de setembro de 2021”, precisa o executivo comunitário em comunicado.

Em causa estão regras mais “flexíveis” de Bruxelas para as ajudas estatais, implementadas devido ao surto de covid-19.

Adotado em meados de março passado, este enquadramento europeu temporário para os auxílios estatais alarga os apoios que os Estados-membros podem prestar às suas economias em altura de crise gerada pela pandemia, em que muitas empresas enfrentam graves problemas de liquidez.

Inicialmente, previa-se que estas regras temporárias apenas estivessem em vigor até 31 de dezembro deste ano, enquanto as medidas de recapitalização podiam ser concedidas até 30 de junho de 2021.

Porém, uma vez que os efeitos da crise económica ainda perduram na UE, a Comissão Europeia decidiu estender estes prazos.

Com a alteração hoje aprovada pelo executivo comunitário, é também introduzida uma nova medida, que determina que os Estados-membros podem apoiar as empresas que, durante o período elegível, “enfrentam uma diminuição do volume de negócios de, pelo menos, 30% em comparação com o mesmo período de 2019, devido ao surto de coronavírus”.

Neste apoio em concreto, está em causa “parte dos custos fixos dos beneficiários que não são cobertos pelas suas receitas, até um montante máximo de três milhões de euros por empresa”, sendo que também aqui a ajuda estatal se traduz numa “contribuição temporária para uma parte dos seus custos”, que visa “prevenir a deterioração do seu capital, manter a sua atividade económica e proporcionar-lhes uma plataforma forte para a recuperação”.

Adaptadas hoje foram, ainda, as regras relativas à recapitalização das empresas, que passam a prever que o Estado saia “da participação no capital próprio dessas empresas através de uma avaliação independente, repondo a sua participação anterior e mantendo as salvaguardas para preservar uma concorrência efetiva no mercado único”.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela política de concorrência, Margrethe Vestager, vinca na nota de imprensa que as alterações hoje adotadas visam “responder às necessidades contínuas das empresas, protegendo ao mesmo tempo o mercado único da UE”.

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Clientes da CGD sem acesso ao serviço Caixadirecta

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Caixa Geral de Depósitos está "com problemas técnicos na gestão do sistema de Internet", o que está a impedir a realização de operações online na Caixadireta.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está “com problemas técnicos na gestão do sistema de Internet”, o que está a impedir a realização de operações online na Caixadireta, disse esta terça-feira à Lusa fonte oficial da instituição.

“Estamos a trabalhar com todas as equipas para a rápida resolução do problema”, acrescentou a mesma fonte.

Os problemas surgiram cerca “das 09:00”, referiu a mesma fonte.

Quando se entra no endereço www.cgd.pt surge a informação de que “esta página não existe”, problema que afeta alguns serviços da CGD, entre os os cais Caixadireta e Contact Center.

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Marcelo promulga alteração ao apoio extraordinário à retoma, mas frisa que fica aquém do pedido pelos parceiros

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

O Presidente da República considera que se trata de "um passo no sentido de corrigir" este regime, tornando-o mais flexível e abrangente.

O Presidente da República promulgou esta terça-feira o diploma do Governo que altera o apoio extraordinário à retoma de atividade das empresas, considerando que é “um passo no sentido de corrigir” este regime, tornando-o mais flexível e abrangente.

Numa nota divulgada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa assinala que esta “alteração agora introduzida” pelo Governo fica “aquém de propostas de parceiros sociais ouvidos” e cobre “apenas limitadamente o âmbito do originário regime do lay-off simplificado”.

Contudo, “atendendo ao fato de representar um passo no sentido de corrigir o regime que o substitui, em termos de mais alguma flexibilidade e abrangência, o Presidente da República promulgou hoje o diploma do Governo que altera o apoio extraordinário relativo à retoma progressiva de atividade em empresas em situação de crise empresarial“, lê-se na mesma nota.

Este diploma, aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira passada, altera o decreto-lei n.º 46-A/2020, de 30 de julho, que regula o apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade em empresas em situação de crise empresarial.

De acordo com o Governo, “esta alteração tem como objetivos reforçar os apoios à manutenção dos postos de trabalho nas empresas em maiores dificuldades; proteger os rendimentos dos trabalhadores, garantindo que quem for abrangido não receberá menos do que 88% da sua remuneração; e reforçar o apoio à formação, mais do que duplicando a bolsa para o trabalhador”.

Segundo um comunicado do Governo, “ao abrigo desta alteração, as empresas com quebras de faturação iguais ou superiores a 75% podem reduzir o Período Normal de Trabalho (PNT) até 100%”, sendo que “ao trabalhador é sempre garantido o mínimo de 88% da retribuição”. E, “nestas situações, a Segurança Social assegura o pagamento de 100% da compensação retributiva, mantendo-se o regime constante (…) quanto às contribuições sociais”.

Por outro lado, “o apoio à retoma progressiva passa a abranger as empresas com quebras de faturação iguais ou superiores a 25%, permitindo a redução do PNT até 33%, revendo-se o conceito de crise empresarial”.

No comunicado refere-se ainda que, em matéria de apoios à formação dos trabalhadores, “procede-se a um aumento do valor da bolsa para o plano de formação previsto no diploma”, que passa de 66 euros para 132 euros para o empregador e de 66 euros para 176 euros para o trabalhador.

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Descontos com IVAucher anulam deduções do IVA na coleta de IRS

O montante acumulado pelos cidadãos com o IVAucher e que seja usado para descontar no trimestre seguinte deixa de contar para as deduções específicas de 15% na coleta de IRS.

O IVA pago pelos contribuintes no turismo e restauração num dado trimestre, e usado em compras no setor no trimestre seguinte, deixa de contar para as deduções específicas no IRS quando feito o acerto do imposto no ano seguinte.

A informação foi dada pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, na apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2021. Uma ocasião aproveitada para dar mais detalhes sobre o programa de incentivo ao consumo IVAucher, uma das medidas do documento que mais buzz tem gerado nos últimos dias.

“Todos estamos familiarizados com o pedido de fatura. A partir do eFatura, vamos conseguir apurar em períodos de três meses qual o IVA que cada um de nós suporta no alojamento e restauração”, começou por explicar Mendonça Mendes. “Essa informação, que por norma é usada no ano depois, vai ser usada no imediato para informar os portugueses de qual IVA vai ser disponibilizado no trimestre seguinte”, continuou.

Ora, o saldo em IVA que for usado pelos contribuintes para obterem descontos num dado período deixa de abater na coleta do IRS no acerto do imposto no ano seguinte. Em sentido inverso, “todo o saldo que não for usado é remetido para o regime dos 15% [de dedução à coleta]. Estamos a devolver a totalidade do valor do IVA, se não o usar, o valor funcionará na mesma nos mesmos termos normais das deduções”, revelou o secretário de Estado.

Assim, um contribuinte que tenha despesas em restaurantes, alojamentos e cultura num dado trimestre, e que vá pedindo fatura com número de contribuinte, verá o montante do IVA suportado acumular no portal eFatura como saldo. No período de três meses seguinte, poderá usar esse crédito como desconto nestes mesmos setores. Esgotando o saldo, fica sem a dedução específica no IRS no ano seguinte. Não o esgotando, o valor que sobrar retoma para a dedução específica de 15% do IVA na coleta do IRS no ano seguinte.

Como já foi explicado pelo ECO, espera-se que a medida seja operacionalizada a partir de janeiro, o que permite antecipar que, janeiro a março (primeiro trimestre de 2020) seja o trimestre em que o IVA será acumulado, e entre abril a junho (segundo trimestre) o trimestre em que será descontado. Mas ainda não foi explicitamente confirmado pelo Executivo.

Os contribuintes não são obrigados a aderirem a este regime e a ativação do mecanismo também não é automática, sendo, por isso, de adesão opcional. A dotação desta medida é de 200 milhões de euros, de acordo com o ministro das Finanças, João Leão.

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Menor retenção de IRS vai beneficiar mais agregados com um ou dois titulares

Os trabalhadores dependentes que integrem agregados com um ou dois titulares serão os que vão beneficiar mais da redução das taxas de retenção na fonte de IRS.

A redução das taxas de retenção na fonte de IRS anunciada pelo Governo no relatório do Orçamento do Estado para 2021 vai ser “muito direcionada” para os contribuintes com rendimentos de trabalho dependente e que integrem agregados com um ou dois titulares, já que é aí que se verifica o maior desajustamento entre o imposto retido e o imposto efetivamente devido, explicou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, esta terça-feira.

“O nosso esforço vai ser muito direcionado a este grupo de contribuintes: os trabalhadores dependentes com agregados com um ou dois titulares de rendimentos”, disse o responsável, referindo que há 2,5 milhões de portugueses nessa situação. Em média, o alívio fiscal será de 2%, “o que irá variar bastante em função do escalão de rendimento”, acrescentou Mendonça Mendes.

No relatório do Orçamento do Estado para 2021, o Governo anunciou que as taxas de retenção na fonte de IRS vão baixar, garantindo às famílias uma liquidez adicional de 200 milhões de euros, ao longo do próximo ano. Nos últimos três anos a atualização das tabelas teve um impacto de 500 milhões.

Nesse documento, não é explicado, contudo, como será colocado em prática esse alívio fiscal. Questionado sobre esse ponto esta segunda-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais sublinhou que a referida redução das taxas de retenção prossegue o caminho que já estava a ser feito nos últimos anos, face ao “grande desvio” registado entre o imposto retido pelos portugueses e o imposto devido no final. “É exatamente o que vamos fazer este ano, mas com maior intensidade“, afirmou António Mendonça Mendes, em declarações aos jornalistas.

O responsável frisou, por outro lado, que no caso dos pensionistas, existe já uma “correspondência quase perfeita” entre a taxa de retenção de IRS e a taxa efetiva, pelo que, qualquer alteração nas tabelas, poderia significar que estes portugueses passariam a ter de pagar imposto, no momento do acerto de contas.

É, portanto, nas tabelas desenhadas para os trabalhadores dependentes que se encontra hoje o desajustamento mais considerável entre o imposto retido e o imposto devido, pelo que será aí que o alívio previsto 2021 será concentrado, garantiu o secretário de Estado.

O que não significa que todas as atualizações que decorram de aumentos salariais ou atualizações de pensões não tenham reflexo para que as tabelas não venham a ficar desajustadas”, detalhou Mendonça Mendes. “Os 200 milhões vão ser distribuídos em função do critério de onde existe o maior desajustamento e, por outro lado, onde medidas de política (como aumentos de remunerações) justificam haver essas atualizações“, acrescentou o mesmo.

De notar que a atualização (normal) das pensões é ditada pela inflação, que este ano deverá ficar próxima de zero. Ainda assim, o Governo já anunciou um aumento extraordinário das pensões mais baixas (até 658 euros).

De acordo com as tabelas de IRS hoje em vigor, só as pensões abaixo de 659 euros estão isentas de retenção na fonte, o que significa que, se não houver uma atualização dessas tabelas, algumas das pensões aumentadas passarão a ter de reter imposto.

António Mendonça Mendes garantiu, no entanto, que esses aumentos serão tidos em conta no desenho das novas tabelas, pelo que se espera que esse limiar também suba para continuar a garantir isenção aos mesmos contribuintes.

Já quanto às subidas salariais, o Governo tem defendido um reforço do salário mínimo nacional, em linha com os aumentos médios verificados nos últimos anos, isto é, cerca de 24 euros.

Mais uma vez, se o limite até ao qual os contribuintes estão isentos de retenção na fonte de IRS (659 euros) não for alterado, os trabalhadores que recebem o salário mínimo poderão ter de começar a reter imposto. O Governo sinalizou, por isso, que deverá alterar esse teto, para garantir a isenção tradicional.

António Mendonça Mendes sublinhou ainda esta terça-feira que as novas tabelas de retenção na fonte serão publicadas em dezembro, a tempo do processamento dos salários e das remunerações de janeiro.

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