Nas notícias lá fora: recessão, Disney e Nestlé

  • ECO
  • 30 Setembro 2020

Economia britânica tem a maior queda de sempre registada num segundo trimestre. Comportamento idêntico tem o défice no Brasil, a bater máximos históricos. Já a Disney vai despedir 28.000 trabalhadores

Os impactos da pandemia continuam a fazer-se sentir seja a nível social, seja económico. A economia britânica registou no segundo trimestre a maior contração de sempre (19,8%) e no Brasil o défice registado em agosto também é o maior de sempre, desde que há registos. Já em Espanha o Governo vai propor mais restrições às cidades mais afetadas pela pandemia.

Financial Times

PIB do Reino Unido cai quase 20% no segundo trimestre. É recorde histórico

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido caiu 19,8% no segundo trimestre, em comparação com os três meses anteriores, de acordo com os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (ONS). Esta é a maior queda de sempre registada num segundo trimestre. No primeiro semestre do ano, o PIB britânico diminuiu 21,8% em relação aos seis meses anteriores, acrescentou o Instituto Nacional de Estatística britânico. O Reino Unido entrou oficialmente em recessão em agosto passado, uma vez que dois trimestres consecutivos de contração económica foram confirmados, devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso livre, conteúdo em inglês)

El País

Governo espanhol vai propor maiores restrições em cidades mais afetadas

O Ministério da Saúde espanhol anunciou que vai propor ao Conselho Interterritorial medidas para limitar a mobilidade e horários em todas as cidades do país com mais de 100 mil habitantes onde existe alta incidência da pandemia. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, após uma reunião do grupo Covid-19 realizada esta tarde entre o Governo central e os responsáveis pela comunidade de Madrid, na qual foi alcançado um acordo de princípio sobre medidas restritivas. As restrições serão aplicadas imediatamente aos municípios com incidência cumulativa de mais de 500 casos de infeção por 100 mil habitantes num período de 15 dias, positividade superior a 10% nos testes PCR e com índice de ocupação acima de 35% nas unidades de cuidados intensivos (UCI) ao nível regional.

Leia a notícia completa no El País (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Reuters

Pandemia obriga gestores da Nestlé a pôr mais a mão na massa

O presidente executivo da Nestlé disse que a pandemia forçou a a gestão de topo a imiscuir-se mais nas operações do dia-a-dia já que foi necessário lidar com questões de segurança e de continuidade do negócio. Em entrevista à Reuters, Mark Schneider disse que “a partir do momento em que a crise deixou de ser apenas uma questão chinesa e assumiu um cariz internacional, criámos um comité de crise que eu presido”, explicou o responsável da Nestlé que emprega 291 mil pessoas e vende em 187 países. “O estilo de toda a gestão de topo, incluindo eu, tornou-se muito mais operacional já que é necessário lidar com coisas mais operacionais”, reconheceu, acrescentando que o comité agora já só reúne uma vez por semana, quando no início da pandemia tinham duas reuniões semanais.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

The New York Times

Disney vai despedir 28.000 trabalhadores nos Estados Unidos

A Disney anunciou que vai despedir cerca de 28.000 trabalhadores dos seus parques de diversão, cruzeiros e outros eventos nos Estados Unidos devido à crise financeira causada pela pandemia de Covid-19. A decisão deve-se ao “impacto prolongado da Covid-19” nos negócios do grupo e à “incerteza sobre a duração da pandemia”, explicou a empresa. A Disney perdeu mais de 4,2 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) no primeiro semestre, devido ao encerramento dos parques de diversão, por causa da pandemia do novo coronavírus. A crise neste segmento de negócio aberta pela pandemia não foi compensada pela entrada do conglomerado de diversões no mercado de entretenimento em linha, com a Disney+, informou a empresa em agosto.

Leia a notícia completa no The New York Times (acesso livre, conteúdo em inglês)

O Globo

Défice em agosto foi o pior valor da série histórica do Brasil

As contas do Governo brasileiro registaram um défice primário de 96,096 mil milhões de reais (14,5 mil milhões de euros, câmbio atual) em agosto último, o pior valor da série histórica para o mês. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional e, além de mostrarem o pior desempenho para um mês de agosto na série histórica, que teve início em 1997, indicam um ‘rombo’ quase seis vezes superior ao registado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo negativo foi de 16,821 mil milhões de reais (2,54 mil milhões de euros). Já no acumulado do ano, entre janeiro e agosto, o défice nas contas públicas do Governo federal chegou a 601,3 mil milhões de reais (90,78 mil milhões de euros), também o pior desempenho para o período da série histórica.

Leia a notícia completa no Globo (acesso pago)

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PSI-20 acompanha Europa nas quedas

O PSI-20, assim como as principais praças europeias, estão a registar perdas no início da sessão desta quarta-feira.

O PSI-20 está a cair 0,27% para os 4.022,28 pontos no início da sessão desta quarta-feira, replicando as perdas que se registam também nas principais praças europeias.

A nível internacional, os investidores estão cautelosos no rescaldo do primeiro debate televisivo entre Joe Biden, o candidato democrata, e Donald Trump, o candidato republicano, na corrida para as eleições presidenciais que se realizam em novembro.

Na Europa, tanto o alemão DAX como o britânico FTSE descem 0,6%, o espanhol IBEX cede 0,8% e o francês CAC perde 0,9%. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a desvalorizar 0,6% neste início de sessão.

Em Lisboa, a maior parte das cotadas está a negociar em baixa. O destaque vai para a Pharol que desce 2,27% para os 10,32 cêntimos. Segue-se a Corticeira Amorim que perde 1,53% para os 10,28 euros e a Altri que cede 0,93% para os 3,62 euros.

Uma das exceções é a Ibersol. A cotada está a subir, contrariando a tendência negativa do PSI-20. As ações da empresa que explora espaços de restauração estão a reagir aos resultados do primeiro semestre deste ano, que foram apresentados após o final da sessão desta terça-feira, em que houve um prejuízo de 33,4 milhões de euros. Ainda assim, os títulos sobem 1,43% para os 4,97 pontos.

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Augusto Mateus sobre a saúde: “Em Portugal investe-se de forma muito desequilibrada, aos repelões”

  • Lusa
  • 30 Setembro 2020

O economista Augusto Mateus defendeu esta quarta-feira a necessidade urgente de Portugal iniciar uma reforma no setor da saúde centrada nos cidadãos, que garanta a sua sustentabilidade.

Em declarações à agência Lusa, no âmbito da apresentação de um estudo sobre financiamento da saúde em Portugal da autoria do ISEG e da EY, Augusto Mateus considerou que “em Portugal investe-se de forma muito desequilibrada, aos repelões”, dando como exemplo o caso dos ventiladores.

“Na altura inicial da pandemia parecia que o que era absolutamente essencial era investir em ventiladores. Quando há problemas é preciso enfrentá-los, tudo bem, mas é necessário investir equilibradamente de forma sustentada”, disse o consultor estratégico da EY Portugal. O que aconteceu, sustentou Augusto Mateus, foi “um espelho das dificuldades, em Portugal e em os outros países, que precisam de ser enfrentadas”.

“Isto é, a pandemia escancarou a dificuldade em articular o tratamento de diferentes doenças, em integrar serviços e portanto esta questão suporta a visão de que temos de aumentar a eficiência por integração de serviços e por uma maior colaboração entre público, o privado e o social”, acrescentou.

“A pandemia nestes cerca de seis meses revelou uma grande dificuldade em articular o tratamento da covid-19 e o tratamento das outras doenças e houve custos elevados do ponto de vista da mortalidade em doenças que foram ficando para trás”, disse economista, lembrando que essa é uma indicação de que “as reformas para a eficiência, a integração, flexibilidade e resiliência, para descentralizar o que deve ser descentralizado para centralizar o que deve ser centralizado são absolutamente necessárias para enfrentar este tipo de choques adversos como foi esta pandemia e como serão muitos outros nos próximos anos”.

O estudo do ISEG/EY que irá ser apresentado esta quarta-feira propõe uma reforma em duas fases, uma numa lógica de curto médio prazo, visando dar resposta expedita (maior facilidade de implementação) a alguns dos problemas identificados e outra numa lógica de médio longo prazo, visando uma reformulação mais ambiciosa e complexa da organização e financiamento do sistema de saúde português, semelhante à ocorrida já em alguns países. “Reformas algumas mais imediatas outras mais mediatas, umas de um só golpe, outras de esforço continuado ao longo de 10, 20, 30 anos”, disse.

Numa primeira fase será assim fundamental a organização do SNS centrado nos pacientes, isto é, na procura, e a criação de um instituto autónomo para explorar a gestão do SNS, dotado da capacidade de gestão e execução autónoma das funções de gestão do SNS e do orçamento alocado a esse fim. “Um sistema que é capaz de articular adequadamente aquilo que o público, o privado e o social têm para oferecer aos cuidados de saúde, de forma a criar condições efetivas de eficiência, concorrência e liberdade de escolha”, refere Augusto Mateus.

Defende também o reforço do estatuto da Entidade Reguladora da Saúde enquanto entidade independente, a todos os níveis, garantindo que as regras de licenciamento e de funcionamento do sistema e a respetiva fiscalização sejam iguais para todas as entidades, independentemente da sua natureza jurídica ou entidade titular da gestão. O estudo propõe também que o orçamento público da saúde possa ser plurianual com horizonte superior ao da legislatura.

“Os riscos estão à vista. Temos uma sub-orçamentação relativamente forte, não só nos montantes, mas no ritmo. Há aqui um problema de fundo por isso propomos orçamentos plurianuais para que o fluxo de investimento seja regular”, explicou Augusto Mateus. O estudo defende ainda o reforço das competências dos gestores no SNS, conferindo-lhes uma efetiva capacidade de atuação e permitindo-lhes uma gestão mais eficiente, ágil, adaptada às necessidades locais, com responsabilização e avaliação.

Sinaliza a necessidade de rever o regime de convenções, visando garantir regras de acesso e de funcionamento iguais para todas as entidades do sistema de saúde, bem como transparência, concorrência justa e estabilidade financeira e jurídica nos contratos celebrados. Refere ainda a necessidade de apostar na digitalização de todos os processos e estimular a profissionalização das áreas ligadas à I&D e aos Ensaios Clínicos no SNS enquanto aposta estratégica do país, com vista a promover a adoção de boas práticas internacionais nos cuidados de saúde e a sustentabilidade do sistema nacional de saúde.

Propomos que haja um novo olhar sobre a saúde, que se olhe para a saúde não só como despesa mas que se olhe para a saúde como criação de empregos e de riqueza e de valor económico”, disse Augusto Mateus. “Se somarmos aquilo que são as exportações portuguesas em dispositivos médicos, em medicamentos, em cuidados de saúde. Se percebermos que a qualidade do que já fazemos, articulada com a nossa vocação turística que nos permite desenvolver significativamente a prestação de cuidados a não residentes e portanto aumentando desse ponto de vista a captação de receitas de financiamento e de compensação dos nossos profissionais de saúde e de consolidação dos principais operadores na prestação de cuidados de saúde”, refere o economista.

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Aumentar pensões e salários como antes da crise custa 320 milhões ao Estado

  • ECO
  • 30 Setembro 2020

O Estado gastará mais 320 milhões de euros no próximo ano caso o Governo opte por cumprir o que tinha planeado antes da crise para as pensões e os salários da Função Pública.

Caso o Governo queira aumentar os pensionistas e os funcionários públicos em 2021 tal como fazia antes da crise pandémica, o Estado terá uma despesa adicional de 320 milhões de euros, o equivalente a 0,15% do PIB, de acordo com o Público (acesso condicionado) desta quarta-feira.

Este valor inclui o aumento de no mínimo dez euros nas pensões (145 milhões) e o aumento de 1% para os funcionários públicos (175 milhões), mas poderá também de ter em conta a valorização do salário mínimo na Função Pública. É de notar que este é o impacto bruto na despesa pública pelo que não é contabilizado o acréscimo de receita fiscal com a cobrança de de impostos fruto do aumento das pensões ou salários.

O jornal escreve que esta medida poderia promover o consumo privado no próximo ano e ajudar a levar a bom porto as negociações do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) com a esquerda parlamentar. Do lado dos sindicatos recorda-se as promessas feitas pelo Governo antes da crise pandémica, lembrando que os funcionários têm vindo a perder poder de compra há vários anos.

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Hoje nas notícias: salários e pensões, falências e rendas

  • ECO
  • 30 Setembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Se o Estado quiser aumentar as pensões e salários como antes da crise vai ter de gastar 320 milhões de euros em 2021. Na área da habitação, a proteção aos inquilinos foi prolongada até ao final do ano, mas esta prevê que se houver incumprimento há lugar ao despejo.

Aumentar pensões e salários como antes da crise custa 320 milhões ao Estado

Caso o Governo queira aumentar os pensionistas e os funcionários públicos em 2021 tal como fazia antes da crise pandémica, o Estado terá uma despesa adicional de 320 milhões de euros, o equivalente a 0,15% do PIB, de acordo com o Público. O jornal escreve que esta medida poderia promover o consumo privado no próximo ano e ajudar a levar a bom porto as negociações do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Quase 80% das falências antes da pandemia já eram de famílias

Quase 80% das falências que ocorreram antes da pandemia já eram de famílias. Contudo, ainda não existem dados para os últimos seis meses que permitam perceber o que aconteceu durante o início da crise pandémica. Neste momento, o crédito ao consumo continua a crescer. No caso do crédito à habitação, termina hoje o prazo de adesão. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Inquilinos que não paguem a renda podem ser despejados

A Assembleia da República prolongou até 31 de dezembro a proteção aos inquilinos que estejam a chegar ao fim, mas os que não pagarem a renda podem ser despejados. O incumprimento de um só mês de renda permitirá ao proprietário colocar fim a um contrato que esteja a terminar uma vez que a proteção criada não se aplica nesse caso. Esta lei que prolonga a proteção, a qual ainda tem de ser promulgada e publicada em Diário de República para produzir efeitos, refere que a proteção dependerá “do regular pagamento da renda devida”. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Von der Leyen avisa que dívida pública “terá de descer”

Em entrevista ao Diário de Notícias, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, avisa que, “no longo prazo, todos teremos de ser cuidadosos em relação à dívida, esta terá de descer, os países no seu conjunto terão de reduzir as suas dívidas”. Apesar disso, as regras orçamentais europeias estão suspensas e assim deverão manter-se uma vez que a alemã considera que “não é a altura para mudar nada neste domínio”. E para a dívida pública “o melhor remédio” é uma economia “forte”. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Estudo defende união entre SNS, privados e misericórdias para eficiência financeira

Uma convergência entre o sistema público, privado e social tornaria o setor da saúde mais eficiente, em termos de recursos humanos e materiais, de acesso à saúde mas também em termos de financiamento. A conclusão é de um estudo da equipa de investigadores do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e da EY Parthenon, que defende uma reforma urgente no serviço nacional de saúde (SNS). Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

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Dívida dos clientes à EDP chegou a aumentar 30% na pandemia

Quase 84 mil clientes pediram à EDP para pagar as faturas em atraso a prestações, o que equivale a cerca de 60 milhões de euros. A partir de amanhã, elétricas já podem cortar luz e gás a quem não paga

Com quase 84 mil pedidos de pagamento de faturas de luz e gás a prestações recebidos nos últimos meses — no valor de 60 milhões de euros — por parte de consumidores domésticos e empresariais, a EDP Comercial viu disparar 30% o valor da sua dívida por parte dos clientes, revelou fonte oficial ao ECO/Capital Verde. A empresa conseguiu entretanto recuperar parte dessa dívida e o aumento face a 2019 é agora inferior a 10%.

Dos cerca de 5,2 milhões de clientes de eletricidade que se encontram no mercado liberalizado, a EDP Comercial detém uma quota de mercado de cerca de 80%, de acordo com os últimos dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). No gás natural há 1,3 milhões de clientes no mercado livre e a EDP Comercial abastece 52%. Ou seja, quase 4,2 milhões de clientes na luz e 680 mil no gás.

“No início da pandemia, a dívida de clientes chegou a aumentar cerca de 30%, face aos mesmos meses do ano passado. Mas, com a progressiva normalização da atividade económica, também assistimos a uma retoma gradual do pagamento das faturas de energia. Neste momento, a dívida de clientes está com um aumento homólogo de menos de 10%”, disse fonte oficial da EDP Comercial.

A elétrica garante que logo nessa altura “incentivou famílias e empresas a celebrarem acordos de pagamento, sem juros, caso tivessem dificuldade em honrar o normal pagamento das suas faturas. Os acordos de pagamento já eram uma opção dada pela empresa, mas foram reforçados” em virtude da pandemia de Covid-19.

Assim, a EDP revela que foram mais de 78 mil famílias, mais de quatro mil pequenos negócios e cerca de 1400 empresas que nos últimos meses pediram para flexibilizar os seus pagamentos. “Estes acordos representaram um apoio de mais de 60 milhões de euros, numa média de 500 pedidos por dia, o que demonstra a importância desta medida num período atípico”, sublinhou ainda a mesma fonte.

Voltam os cortes de energia, fica o pagamento de faturas a prestações

A EDP sublinha ainda que a 13 de março “suspendeu, por iniciativa própria, todos os processos de interrupção de fornecimento de energia e manteve essa suspensão em situações de desemprego, casos de Covid-19 e/ou perda de rendimento superior a 20%”.

De março até agora as elétricas estiveram impedidas de cortar luz e gás a quem não paga as faturas, mas entretanto a ERSE já veio avisar que esta quarta-feira, 30 de setembro, termina por completo a proibição do corte do fornecimento de energia.

Primeiro, a ERSE decidiu prorrogar até 30 de junho de 2020 a proibição da interrupção do fornecimento de eletricidade e de gás natural aos consumidores em baixa tensão normal (potência contratada até 41,4KVA) e em baixa pressão (com consumos anuais de gás natural até 10 000m3), por “facto imputável ao cliente”. Este regime também se aplicou aos consumidores domésticos de gás de petróleo liquefeito (GPL) canalizado, enquanto serviço público essencial.

Depois disso, a Lei n.º 18/2020, de 29 de maio prolongou ainda a proibição (excluindo o GPL canalizado) até 30 de setembro mas apenas para situações de desemprego, infeção por Covid-19 ou quebra de rendimentos do agregado familiar igual ou superior a 20%.

Agora, a ERSE alerta precisamente os consumidores nestas três situações, e com faturas com pagamento em atraso, que podem ainda (e devem) contactar o seu fornecedor de eletricidade e gás natural para pedirem um plano de pagamento em prestações, evitando assim o corte do fornecimento a partir do mês de outubro.

As regras para este pagamento faseado permitem até 12 prestações mensais, sem juros, com um mínimo de 5 euros e acerto na última prestação. Quem fizer o pedido até esta quarta-feira, 30 de setembro, “o pagamento da primeira prestação será devido a partir do dia 30 de novembro de 2020”.

Mas a ERSE avisa: “Com o não-pagamento de uma das prestações previstas, o fornecedor pode exigir o pagamento das restantes prestações e o seu não pagamento pode conduzir ao corte do fornecimento”. Ainda assim o corte do fornecimento de eletricidade e de gás natural só pode acontecer após o envio de um pré-aviso, por escrito, com pelo menos 20 dias de antecedência em relação à data prevista do corte.

Em declarações ao ECO/Capital Verde, a ERSE garante que não sabe quantas faturas existem neste momento com pagamento em atraso, nem a quantos milhões de dívida dizem respeito. “O rigor dessa informação é apurável apenas pelos comercializadores de energia”, diz o regulador. A EDP também não revela a quanto equivale em euros o aumento de 10% da dívida de clientes em 2020, face ao ano passado, e as restantes elétricas, como a Galp, Endesa e Iberdrola recusaram comentar este tema.

Quanto ao número de consumidores que se encontram em situação desprotegida e podem potencialmente enfrentar cortes de luz e gás a partir de outubro, a ERSE remete para o seu relatório de agosto — “Especial Covid-19 – Impactos setoriais – eletricidade e gás natural” –, no qual “é identificado que o número total de interrupções de fornecimento de energia apresenta uma quebra de cerca de 20% face a 2019″.

O documento revela ainda que, no primeiro trimestre de 2020, foram reportados cerca de 94 mil cortes de energia. Por causa da pandemia e da quarenta em que Portugal mergulhou a partir da segunda quinzena de março, a ERSE estima que cerca de 9,2 mil interrupções acabaram por não ser efetuadas nos primeiros três meses do ano.

Do lado das comercializadoras, também oito delas pediram ao regulador que se lhes fosse aplicada a medida de fracionamento de faturação do acesso às redes, no valor de 229 mil euros. Para isso, estas empresas reportaram 822 pontos de consumo de energia em que os clientes pediram um plano de prestações.

Outra medida excecional imposta durante a pandemia foi a redução dos valores de potência contratada para os clientes, cuja atividade económica se tenha reduzido. “Até ao final de junho tinham sido apresentados 4.321 pedidos de redução de potência contratada, 1.965 dos quais por clientes em baixa tensão normal”, refere a análise da ERSE. Aqui, a perda de receita estimada para as empresas (na faturação de acesso) com a redução de potência, ascende a cerca de 701 mil euros.

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IRS fixo de 15% tirava 3,5 mil milhões de euros às receitas do Estado

O Governo já disse que é "improvável" que os impostos sobre as famílias sejam desagravados no próximo ano, mas o Iniciativa Liberal e o Chega pedem uma alteração no regime fiscal.

O imposto sobre os rendimentos não deverá alterar-se em 2021, adiando o objetivo do Governo de reduzir o IRS. Mas há dois partidos — o Iniciativa Liberal e o Chega — que pedem uma alteração ainda mais estrutural: a passagem para taxa fixa (em vez do atual regime progressivo). A menos de duas semanas da apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano, a Deloitte fez a estimativa a qual seria o custo desta mudança para os cofres públicos, bem como a poupança para os contribuintes.

As duas propostas têm um racional semelhante — eliminar a progressividade nos impostos por considerarem que penaliza quem trabalha mais, — mas têm diferenças. Por um lado, a do Chega aponta uma isenção para quem estiver abrangido pela rede mínima de proteção social ou beneficiar de subsídios temporários, mas não estabelece qual o limite.

Já o Iniciativa Liberal propõe a introdução de uma taxa fixa sobre todos os rendimentos de 15% com eliminação de todas as deduções. Coloca o o mínimo de existência nos 650 euros mensais, que significaria que todos os contribuintes só pagariam impostos sobre os rendimentos acima de 650 euros. Por cada filho, aplicar-se-ia uma dedução de 200 euros para um casal ou 400 para famílias monoparentais.

Este ano não se fala muito em novidades em matéria fiscal”, começou por dizer Luís Leon, partner na Deloitte, num encontro com jornalistas sobre o Orçamento do Estado para 2021, apontando para a expectativa de que os escalões se mantenham inalterados no próximo ano, devido ao impacto da pandemia.

Por isso, o fiscalista focou-se nas propostas destes partidos. “O impacto de uma taxa fica de 15% de IRS estaria entre 3 e 3,5 mil milhões de euros do ponto de vista de quebra na receita“, refere. Essa diminuição na receita do Estado com impostos resultaria em poupança para os contribuintes, que beneficiaria mais quem recebe mais, de acordo com as estimativas da consultora.

Fonte: Deloitte

No caso de um contribuinte solteiro e sem dependentes, que receba 800 euros por mês, o IRS pago em 2020 deverá situar-se em 528,35 euros, o que representa uma taxa efetiva de 4,72%. Se a taxa fosse fixa em 15%, a taxa efetiva seria de 2,81% e o montante a pagar de 315 euros.

Mas se os rendimentos do mesmo contribuinte, solteiro e sem dependentes, forem de 3.600 euros por mês, a redução da carga fiscal já é de quase 15 pontos percentuais. E, em salários superiores a 10 mil euros, a variação poderia mesmo ultrapassar os 23 pontos.

Se o contribuinte tiver um dependente a seu cargo, então a diferença é ainda maior. Para quem receber 800 euros por mês, a variação na carga fiscal é nula.

Por outro lado, quem recebe 3.600 euros por mês, pagará um total superior a 13 mil euros em impostos com a taxa progressiva (efetiva de 26,05%), valor que cairia para 5.355 euros a uma taxa fixa que coloque a efetiva em 10,63%. Ou seja, menos 15,42 pontos percentuais.

Fonte: Deloitte

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Grupo Dst ensina Aristóteles aos trabalhadores para aprenderem a ser melhores líderes

Grupo de engenharia e construção fechou parceria com Católica de Braga para ensinar e discutir obra de filósofos como Platão e Aristóteles. Objetivo? Evitar a má comunicação na "espuma dos dias".

Aristóteles é um dos filósofos que faz parte do programa da Universidade Católica de Braga e da dst.

Todas as quintas-feiras, José Teixeira reúne os integrantes do “leitura furiosa“, inspirado nas poetisas Regina Guimarães e Filipa Leal. No dia anterior, envia um texto aos participantes no “clube”: estes têm uns minutos, que coincide com a hora de início do expediente — às 9h –, para o lerem e, depois, para o discutirem.

A iniciativa, criada pelo presidente do conselho de administração do dstgroup, uma das maiores empresas nacionais do setor da construção e engenharia, é um exemplo da materialização do “lado literário” que o responsável vive e com o qual “contamina” os que o rodeiam. E uma forma de aproveitar da melhor maneira as 40 horas de formação por ano, obrigatórias para as empresas para com os seus trabalhadores.

Agora, meses depois do arranque do “leitura furiosa”, o grupo anunciou mais uma novidade: em parceria com a Universidade Católica de Braga, 350 quadros superiores da dst vão… estudar formação filosófica.

“Acabámos agora uma pós-graduação na faculdade de filosofia, na qual participaram 25 trabalhadores, sobretudo quadros superiores de vendas e de compras, dos quais ‘abdicámos’ todas as sextas-feiras durante um ano. Mas costumo dizer que não os perdemos, mas aproveitámos o que aprenderam”, conta o engenheiro José Teixeira, em conversa com a Pessoas, sublinhando que, considerando que os 350 lugares, escolhidos com base na antiguidade na empresa, foram muito concorridos. “O critério era ‘os mais antigos’ mas andamos há anos a falar de filosofia, de literatura, de teatro”, assinala.

A relação entre a Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais e a dst não é de agora. Ainda assim, este curso materializa o “movimento de saída” da própria universidade, que vai ao encontro do mundo empresarial”. “A Filosofia não tem merecido, por parte das diversas organizações, das empresas e das instituições, o acolhimento que lhe deveria ser dado. (…) No entanto, é a disciplina mais bem preparada para esta missão pedagógica. Uma empresa que se deixe impregnar pelo sentido crítico, pelo questionamento, pelas inquietações dos grandes filósofos e que, a partir deles, coloque as questões certas para cada problema, para cada desafio, produzirá, certamente, com outra qualidade e será uma empresa que contribuirá para transformar o nosso planeta num mundo mais humano, mais vivível, mais pacífico, mais feliz e habitável para todos”, sublinha José Manuel Martins Lopes, diretor da FFCS.

O principal objetivo é ensinar a fazer perguntas, para fugir da espuma dos dias. Ter diálogos com mais caracteres do que os que o Twitter admite, adotar uma linguagem que não seja a das redes sociais.

José Teixeira

Presidente do conselho de administração do dstgroup

A empresa explica ainda, através de um comunicado, que o curso será “uma viagem através dos autores e dos filósofos mais representativos da história da filosofia, uma viagem de Heráclito a Sartre com estações em mais 30 filósofos”. “Costumo dizer que este é o caminho mais curto para aumentarmos a nossa competitividade: a cultura tem um poder na economia que os economistas e financeiros muitas vezes não conseguem ver”, assinala o engenheiro.

A leitura e o pensamento como deveres

“Nesta empresa, a leitura é um dever, e existe até uma espécie de censura social para quem não lê”, brinca o responsável. Setenta lições, todas sobre grandes filósofos que marcaram o tempo, os vários tempos da história: a apresentação breve do curso de formação filosófica é uma forma de resumir a ideia de ensinar filosofia aos quadros de maior responsabilidade dentro da empresa de construção. Mas, para quê?

“Na engenharia, sabemos como e o que fazer. O que faço, as pessoas sabem. Como faço, é visível. Mas, porque é que fazemos o que fazemos e como fazemos? É isto que tento explicar”, começa por assinalar o engenheiro. “O principal objetivo é ensinar a fazer perguntas, para fugir da espuma dos dias. Ter diálogos com mais caracteres do que os que o Twitter admite, adotar uma linguagem que não seja a das redes sociais. E, claro, ajudar a construir pontes”, justifica. O curso arranca, por isso, com Heráclito, considerado o “pai da dialética”. Seguem-se nomes como os de Platão, Aristóteles, Marco Aurélio, Santo Agostinho, Descartes, Rousseau, Marx, Nietsche e Popper, entre muitos outros.

A filosofia serve para quebrar os monólogos que são ensurdecedores. O potencial está muitas vezes sem luz. E valorizar a nobreza de espírito, para percebermos o valor da ética e evitarmos a mineração da nossa reputação é muito importante. Temos regras, convenções, e temos de fazer não apenas o que é bom para nós mas sobretudo o que é bom para todos”, sublinha o presidente do conselho de administração da empresa fundada em 1984 e que conta com cerca de 1.600 trabalhadores.

José Teixeira acredita ainda que é este esforço de manter o pensamento vivo em todos os dias da empresa que ajuda a que, durante a pandemia, o grupo tenha conseguido integrar 370 novos trabalhadores. “A malta das obras sabe para que serve o martelo mas, às vezes, não sabemos bater na consciência, tomar as melhores decisões. Pretendemos continuar a defender a formação como um valor moral e a preocupação muito forte com a cultura (…) Foram admitidos 370 trabalhadores novos. É tudo sorte? É capaz de ter sido por decidirmos fundar uma empresa elástica, já que esta poesia faz parte da nossa economia”, sublinha José Teixeira.

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Quem quiser pode deixar moratória do crédito a qualquer altura

Alterações ao diploma da moratória do crédito às empresas e famílias preveem mais seis meses, até setembro de 2021, para usufrurir da suspensão das prestações, mas quem quiser pode sair antes.

O Governo estendeu a moratória do crédito em seis meses, até ao final de setembro do próximo ano, dando assim mais tempo às empresas e famílias afetadas pela pandemia que pretendam beneficiar da suspensão do pagamento das prestações. A medida foi anunciada no final da semana passada, sendo que uma das novidades que esta traz é a possibilidade de quem pretender deixar de usufruir da moratória o poder fazer a qualquer altura antes do fim do prazo.

Tal está explicitado nas últimas alterações agora introduzidas ao decreto-lei original de 26 de março que regulamenta a moratória pública no crédito a empresas e famílias que hoje foram publicadas em Diário da República.

“As entidades beneficiárias podem beneficiar dos efeitos das medidas previstas no presente artigo por período inferior à duração da moratória, devendo, para o efeito, comunicar essa intenção à instituição no prazo mínimo de 30 dias anteriores à data em que pretendem fazer cessar os respetivos efeitos”, lê-se num novo ponto que enquadra a aplicação da moratória explicitado em Diário a República esta terça-feira.

A folga adicional de seis meses permitida com esta última extensão da moratória não tem assim de ser utilizada na totalidade pelas famílias e empresas se estas assim não o entenderem. Ou seja, podem abdicar da suspensão do pagamento das prestações do crédito antes de 30 de setembro do próximo ano.

De salientar que a moratória pública, que é acompanhada pela dos bancos, abrange atualmente todos os créditos hipotecários (habitação) e os créditos ao consumo destinados a suportar despesas de educação ou formação. A medida prevê a suspensão do pagamento da prestação, tanto no que respeita à parcela do capital como dos juros até àquela data.

Já no caso das empresas, os setores mais prejudicados pela epidemia — como o turismo e a cultura — beneficiam das mesmas condições, mantendo a suspensão do pagamento do capital em dívida e dos juros. Para as restantes empresas, o prolongamento até 30 de setembro de 2021 apenas prevê a suspensão do pagamento de capital. Ou seja, as empresas terão de pagar os juros dos empréstimos.

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Prazo para aderir à moratória do crédito termina hoje

O Governo alargou o prazo da suspensão do pagamento de prestações no crédito a famílias e empresas por mais seis meses, até setembro de 2021, mas manteve a data limite para as adesões.

O prazo para aderir à moratória de crédito aprovada pelo Governo — com vista a ajudar as empresas e famílias financeiramente afetadas no contexto da pandemia — termina esta quarta-feira. Assim, quem ainda não o fez, mas pretende beneficiar desta medida que permite a suspensão do pagamento das prestações dos empréstimos até setembro do próximo ano, tem apenas até hoje para declarar essa intenção.

A medida de apoio foi alvo de alterações há poucos dias pelo Governo, que decidiu estender por mais seis meses, até ao final de setembro do próximo ano, o período da sua vigência. Mas o prazo para a respetiva adesão não sofreu qualquer alteração, mantendo-se assim o dia 30 de setembro deste ano como a data limite de acordo com as regras estipuladas a nível europeu.

Esta moratória pública, que é acompanhada pela dos bancos, abrange atualmente todos os créditos hipotecários (habitação) e os créditos ao consumo destinados a suportar despesas de educação ou formação. A medida prevê a suspensão do pagamento da prestação, tanto no que respeita à parcela do capital como dos juros até àquela data.

Já no caso das empresas, os setores mais prejudicados pela epidemia — como o turismo e a cultura — beneficiam das mesmas condições, mantendo a suspensão do pagamento do capital em dívida e dos juros. Para as restantes empresas, o prolongamento até 30 de setembro de 2021 apenas prevê a suspensão do pagamento de capital. Ou seja, as empresas terão de pagar os juros dos empréstimos.

A adesão à moratória pode ser efetuada online, através do preenchimento e envio de um formulário disponibilizado pelos bancos. Basta fazer uma ronda pelos sites das instituições bancárias para encontrar as instruções sobre a forma de proceder a esse pedido. Alternativamente, o cliente também pode deslocar-se ao balcão do respetivo banco e concretizar esse pedido.

Os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal indicam que, desde a introdução deste mecanismo, em março, e o final de junho, os bancos já deram aval a mais de 741 mil moratórias.

A maior fatia — 70% (519.173) — corresponde a operações de crédito às famílias, enquanto a restante parcela, correspondente a um total de 222.450, foi atribuída a empresas e a empresários em nome individual.

Dentro das famílias, o crédito à habitação concentra o maior número de moratórias já atribuídas: 322.709, equivalentes a 44% do total. Foram ainda aplicadas num total de 196.464 contratos de crédito aos consumidores.

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Telecoms já podem cortar serviço, mas prometem analisar situações caso a caso

A suspensão legal aos cortes de alguns serviços, incluindo as telecomunicações, termina esta quarta-feira. Mas as operadoras dizem-se sensíveis e prometem analisar as situações caso a caso.

As empresas que prestam serviços básicos vão voltar a poder cortar o serviço aos clientes incumpridores a partir desta quarta-feira, 30 de setembro. Mas a pandemia continua a propagar-se pelo país e a gerar constrangimentos significativos na atividade económica. As operadoras estão atentas a esta realidade social e prometem continuar a analisar as situações caso a caso.

A Altice Portugal assegura que “a esmagadora maioria dos clientes que solicitaram a inibição ou suspensão” do serviço “têm já estabelecidos planos de pagamento a prestações para os valores em dívida”. Em declarações ao ECO, a dona da Meo frisa ainda que “outras situações de clientes com dificuldades em suportar os consumos de telecomunicações são, e vão continuar a ser, devidamente analisados, de forma individual, pelos departamentos competentes da Meo”.

A postura é semelhante no caso da Nos. A operadora mostra-se “consciente das dificuldades vividas pelos clientes ao longo dos últimos meses”, pelo que “implementou várias medidas que têm como objetivo minimizar o impacto que a pandemia está a ter nas famílias portuguesas”, diz fonte oficial.

“Desde o primeiro minuto, e muito antes da publicação do decreto-lei [com medidas extraordinárias de apoio por causa da pandemia], o qual está a ser cumprido, que a empresa tem demonstrado flexibilidade para lidar com situações de atraso no pagamento de serviços de comunicações”, acrescenta a Nos. “Como parte do nosso compromisso social, esta será uma postura que iremos manter”, promete.

Também a Vodafone é “obviamente sensível ao atual contexto económico e social”, pelo que não é “indiferente às dificuldades financeiras que os seus clientes enfrentam”. Deste modo, “sem prejuízo da eventual extinção ou prorrogação da lei que estabelece regimes excecionais e temporários de resposta à epidemia”, “continuará a analisar cada situação individualmente na procura da solução que melhor responde às necessidades dos seus clientes”.

Questionadas, as três operadoras não revelaram qual o montante global em dívida pelos clientes portugueses. E também não adiantaram quantos clientes estão agora na iminência de ficarem sem serviço após corte, com o fim da suspensão que estava prevista na lei.

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5 coisas que vão marcar o dia

Chegam ao fim algumas medidas e apoios implementados para fazer face à pandemia. O Governo vai discutir o Plano de Recuperação e Resiliência com os parceiros sociais.

O último dia de setembro marca o final de várias medidas e apoios implementados para fazer face à pandemia, nomeadamente a adesão às moratórias de crédito, bem como a demonstração de quebra de rendimentos para não sofrer cortes em serviços essenciais como água e luz. Nesta quarta-feira serão também conhecidos indicadores importantes, como o desemprego e a inflação. O dia será ainda marcado pelo encontro entre o Governo e os parceiros sociais, sobre o Plano de Recuperação e Resiliência.

INE divulga dados do desemprego e inflação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta quarta-feira vários indicadores, nomeadamente a estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor/Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, referente a setembro de 2020, bem como as estimativas mensais de emprego e desemprego para agosto deste ano. Para além disso, serão ainda divulgados pelo INE os Índices de Produção Industrial de agosto de 2020.

Governo discute Plano de Recuperação com parceiros

O Governo convocou para esta quarta-feira uma reunião da Concertação Social para discutir o Plano de Recuperação e Resiliência. Para além dos membros do Governo habituais, a reunião vai contar também com a presença do Ministro do Planeamento. O primeiro-ministro já apresentou as linhas gerais do plano para aplicar os cerca de 12,9 mil milhões que Portugal vai receber, montante que se irá dividir pelos pilares da resiliência, transição climática e transição digital.

Termina prazo para aderir a moratórias de crédito

É o último dia do prazo para aderir às moratórias de crédito, como definido pela Autoridade Bancária Europeia. Apesar de chegar ao fim o prazo, o Governo anunciou na semana passada a extensão desta medida por mais seis meses. Desta forma, as famílias e as empresas afetadas pela crise e que pedirem uma suspensão temporária nos empréstimos dos bancos só voltarão a ter de pagar as prestações depois de 30 de setembro de 2021, sendo que a data anteriormente definida era final de março do próximo ano.

Fim da proibição de cortes nos serviços essenciais

Chega esta quarta-feira ao fim a proibição de corte do fornecimento de energia do Plano de Atividades, bem como o prazo para a demonstração da quebra de rendimentos para a não suspensão de serviços essenciais. Para além disso, termina também a suspensão da denúncia dos contratos de arrendamento e da execução de hipotecas de habitação própria e permanente.

Como evoluiu a banca?

O Banco de Portugal divulga o relatório que mostra a evolução do sistema bancário português, com base em “indicadores da estrutura do balanço, qualidade dos ativos, liquidez e financiamento, rendibilidade, solvabilidade e alavancagem”. O documento, referente ao segundo trimestre do ano, permite medir o pulso ao setor.

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