Tráfego de voz e banda larga móvel dispara no ano da pandemia
Face a 2019, o tráfego de voz móvel subiu 16,4% e a internet em banda larga móvel 28,1% no ano passado, indicou a Anacom. Mas o número de utilizadores de internet móvel recuou.
O tráfego de voz móvel subiu 16,4% e a internet em banda larga móvel 28,1% no ano passado, face a 2019, anunciou a Anacom.
Em comunicado, o regulador adianta que “a evolução ocorrida no tráfego de voz em minutos foi influenciada pela Covid-19”. Por efeito da pandemia, a Anacom estima que “o tráfego médio por acesso móvel tenha crescido 11,9%” no ano passado.
“O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel foi, em média, de 238 por mês, mais 34 minutos (16,4%) que em 2019” e a duração média das chamadas foi de 196 segundos, mais 35 segundos (21,9%) que um ano antes.
Por tipo de chamada, a Anacom aponta que o “elevado crescimento verificado no tráfego de voz em minutos foi sobretudo resultado do aumento do tráfego off-net [chamadas realizadas fora da rede], de 23,3%, e on-net [chamadas dentro da mesma rede], de 13,3%.
“Registaram-se igualmente aumentos significativos no tráfego móvel-fixo (+21,4%) e com destino a números curtos e não geográficos (+17,5%)”, sendo que o tráfego com destino a redes internacionais “diminuiu 21,8% face a 2019, influenciado pelos efeitos da pandemia”, refere a Anacom.
Já o tráfego de internet em banda larga móvel (BLM) cresceu 28,1% no ano passado, face a 2019, e é “explicado sobretudo pelo aumento da intensidade de utilização do serviço”.
O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 24,3% face ao período homólogo, segundo o regulador. Em média, cada utilizador de BLM consumiu 4,8 GB por mês.
O tráfego médio mensal gerado através do computador/tablet/pen/router atingiu os 22,3 GB, o que representa um aumento de 42,5%, uma evolução que é justificada pelo “efeito sazonal associado ao verão e, adicionalmente, o eventual impacto da Covid-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no segundo trimestre de 2020”.
O regulador salienta que os acessos móveis habilitados a utilizar o serviço ascenderam a 17,2 milhões, dos quais 12,4 milhões (72,1% do total) foram efetivamente utilizados.
“Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 11,9 milhões”, acrescenta.
“O número de assinantes que efetivamente utilizaram o serviço diminuiu 62 mil assinantes (-0,5%) em comparação com o ano anterior”, adianta, que refere que a evolução “verificada é explicada pela evolução dos planos pré-pagos (-7,3% nos últimos 12 meses), que estão em queda desde 2013 e que representam agora 38,5% do total de acessos efetivamente utilizados”.
Já os planos pós-pagos e híbridos cresceram 4,3%, mantendo a tendência verificada desde 2012.
“Esta tendência está associada ao continuado aumento da penetração dos pacotes que integram o serviço telefónico móvel”, explica a Anacom.
No final do ano passado, a penetração do serviço móvel era de 166,6 por 100 habitantes e a penetração de acessos móveis comercializados em pacote com serviços prestados em local fixo foi de 46,9 por 100 habitantes (pacotes convergentes).
“O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à internet fixou-se em 8,1 milhões, menos 0,5% que no final do ano anterior, para o que terá contribuído a redução da mobilidade associada à pandemia de Covid-19”, lê-se no comunicado.
A Anacom estima que devido à pandemia o número de utilizadores de Internet móvel tenha recuado 4,2% em 2020.
No tráfego de roaming, “este registou decréscimos em todos os tipos de tráfego face ao ano anterior, destacando-se o tráfego de Internet (-26% no caso do roaming in e -17,3% no caso do roaming out)”.
Em acessos móveis com utilização efetiva, a Meo viu diminuir em 1,3 pontos percentuais a sua quota para 40,6%, seguida da Vodafone, que manteve a quota em 30,2% e da Nos, que subiu um ponto percentual para 26,4%.
A quota da Nowo avançou 0,3 pontos para 1,7%, “associada ao lançamento de ofertas com preços significativamente mais baixos do que as alternativas disponíveis”.
No caso das quotas de subscritores de acesso à internet em banda larga móvel, a quota da MEO subiu 0,2 pontos para 38,6%, seguindo-se a NOS com 30,5%, mais 1,3 pontos percentuais do que no período homólogo, a Vodafone com 28,4%, menos dois pontos percentuais, e a Nowo/Onitelecom subiu a sua quota em 0,5 pontos, para 2,2%.
“A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga móvel, que subiu 3,2 pontos percentuais para 45,8%”, seguindo-se a Meo, com 27,5%, menos 0,8 pontos, e a Vodafone, com 26,3%, menos 2,4 pontos percentuais face a 2019.
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