Governo quer alargar regime de perdão de penas a quem confessar corrupção

  • ECO
  • 29 Abril 2021

Pacote de medidas propostas pelo Governo contempla fim dos megaprocessos, a criação do crime de escrituração fraudulenta e o agravamento de penas mesmo para políticos.

O Governo vai aprovar uma medida que prevê o alargamento do regime de perdão de penas para quem confessar corrupção, contemplando vários graus de dispensa de penas para agentes de corrupção passiva ou ativa, aplicáveis quer durante a investigação quer na fase de julgamento, avança o Público (acesso pago).

Esta medida, que deverá ser aprovada em Conselho de Ministros, faz parte de um pacote que concretiza as linhas orientadoras da Estratégia Nacional contra a Corrupção. As medidas repressivas contempladas são propostas de lei a enviar à Assembleia da República, bem como o diploma que cria o Regime de Proteção dos Denunciantes. Já as preventivas serão concretizadas por decreto de lei do Governo.

O conjunto de propostas inclui ainda medidas que têm em vista o fim dos megaprocessos, ao clarificar o conceito de conexão de processos, e a criação do crime de escrituração fraudulenta. Alterações à Lei da Responsabilidade dos Titulares de Cargos Políticos estão também na calha, contemplando um aumento de penas.

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Fronteiras com Espanha devem abrir e restauração poderá servir jantares a partir de sábado

  • ECO
  • 29 Abril 2021

Executivo vai decidir se antecipa a quarta fase do plano para sábado e, a confirmar-se, a restauração poderá servir almoços e jantares. Fronteiras com Espanha também deverão abrir

O Governo reúne, esta quinta-feira, em Conselhos de Ministros para decidir o rumo do plano de desconfinamento. As fronteiras entre Portugal e Espanha deverão abrir já no sábado. Ao mesmo tempo, o Executivo vai decidir se antecipa a quarta fase do plano para sábado e, a confirmar-se, a restauração poderá servir almoços e jantares, avança o Público (acesso pago).

Segundo o mesmo jornal, a decisão de abrir as fronteiras com Espanha deverá ser anunciada por despacho conjunto do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da ministra da Saúde, Marta Temido. Além disso, nesta reunião será também decido se a quarta fase de desconfinamento é antecipada para sábado, já que está prevista para segunda-feira, dia 3 de maio.

A confirmar-se, o setor da restauração poderá já a partir de sábado servir almoços e jantares nas esplanadas a grupos de até seis pessoas e no interior dos estabelecimentos a grupos de até quatro pessoas, de acordo com o Público. A decisão poderá terá um impacto económico favorável para o setor, dado que no sábado se assinala o 1º de maio e no domingo o dia da Mãe, picos de habitual procura.

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Europeus, incluindo portugueses, querem metas climáticas mais ambiciosas

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

Portugal é o quarto país com mais cidadãos a pedir um esforço acrescido na redução de emissões de gases com efeito de estufa, num inquérito da Federação Europeia de Transportes e Ambiente.

Os europeus querem metas climáticas mais ambiciosas, sendo Portugal o quarto país com mais cidadãos a pedir um esforço acrescido na redução de emissões de gases com efeito de estufa, indica um inquérito divulgado esta quinta-feira.

O inquérito, em 12 países da União Europeia (UE), Portugal incluído, é da responsabilidade da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) uma organização ambientalista de defesa de políticas sustentáveis e que junta 63 associações do setor dos transportes e ambiente de 24 países europeus.

Divulgadas em comunicado pela associação ambientalista portuguesa Zero, membro da T&E, as conclusões do inquérito, que abrangeu um universo de 13.324 pessoas, indicam um grande apoio dos cidadãos ao reforço das metas nacionais de redução de emissões. A UE estabeleceu uma meta de redução de 55% até 2030.

Esse aumento de ambição foi a opinião expressa por 68% dos 88% de inquiridos que se manifestaram sobre o assunto. Os que consideraram que os esforços não devem aumentar foram 24% e foram 8% os que defenderam que, ao contrário, devem diminuir. Entre os que defenderam mais ambição nas metas para 2030 estão os cidadãos do sul da Europa, com Itália a liderar (85%), seguida da Espanha (79%), Roménia (73%) e Portugal (72%).

Os polacos (68%) e os húngaros (67%) expressaram também por grande maioria que os seus governos devem estabelecer metas mais elevadas de redução de gases com efeito de estufa.

Na Holanda e na Dinamarca os cidadãos não defenderam maioritariamente o aumento das metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, escolhendo antes que se mantenham (cerca de 85%). O estudo indicou que o apoio a que pelo menos as metas se mantenham não é inferior a 80% em nenhum dos países onde decorreu o inquérito.

O trabalho mostrou ainda que a vontade de aumentar a ambição climática é maior por parte das mulheres, não se verificando grandes diferenças em termos de faixas etárias.

Em termos gerais a grande maioria (84%) dos inquiridos apoiou um aumento dos esforços climáticos nos transportes e edifícios através de normas e regulamentos (como limites de emissões de dióxido de carbono nos automóveis). Mas já foram menos de metade os que concordaram que se criem instrumentos de mercado (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) que tornem os combustíveis mais caros.

Com base nas conclusões do inquérito, a T&E e a Zero defendem que a Comissão Europeia deve aproveitar o apoio público esmagador a novas normas e regulamentos climáticos para aumentar a ambição nas políticas setoriais, por exemplo em relação às emissões dos automóveis novos. E dizem que a União Europeia perdeu uma grande oportunidade para fazer subir as metas de redução de emissões até 2030 em 60%, como o Parlamento Europeu tinha pedido.

No comunicado, a associação Zero lembra ainda que a Comissão Europeia se prepara para lançar um pacote de medidas para alcançar a redução de emissões em 55% até 2030. Uma delas relaciona-se com as emissões dos setores dos transportes e edifícios, cujas reduções ou são da responsabilidade dos governos ou são enquadradas no sistema de comércio de emissões de carbono. Se a opção for o mercado de carbono a Zero diz não concordar, e alerta que no inquérito os cidadãos também não concordaram, preferindo o que existe agora, com metas nacionais.

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Novo incentivo à normalização só inclui trabalhadores que estiveram no mínimo 30 dias em lay-off

O novo incentivo à normalização vai ser calculado com base nos trabalhadores que tenham estado, pelo menos, 30 dias em lay-off, dita o projeto de portaria a que o ECO teve acesso.

Os empregadores que saiam do lay-off simplificado ou do apoio à retoma progressiva vão ter à disposição o incentivo à normalização da atividade empresarial, mas só vão contar para o cálculo desse apoio os trabalhadores que tenham estado, pelo menos, 30 dias nos referidos regimes de manutenção dos postos de trabalho, em 2021. Tal consta do projeto de portaria enviado pelo Governo aos parceiros sociais, ao qual o ECO teve acesso, e difere daquilo que esteve previsto em 2020, numa outra versão deste incentivo.

O relançamento do incentivo à normalização da atividade empresarial deu-se no final de março, com a publicação do decreto-lei 23-A de 2021, mas falta uma portaria para que a medida possa ser colocada no terreno. É esse diploma que o Governo enviou agora para apreciação dos parceiros sociais e no qual constam as regras relativa aos procedimentos, condições e termos de acesso à prestação, que diferem, em alguns pontos, daquilo que esteve previsto na versão de 2020 deste incentivo.

Assim, nesta nova versão, o incentivo à normalização destina-se apenas aos empregadores que, no primeiro trimestre de 2021, tenham passado pelo lay-off simplificado ou do apoio à retoma progressiva e equivale:

  • A duas vezes a retribuição mínima mensal garantida (1.330 euros), por trabalhador abrangido pelo referidos regimes extraordinários, sendo o incentivo pago de forma faseada ao longo de seis meses. Isto se o apoio for requerido até 31 de maio;
  • Ou ao valor da remuneração mínima mensal garantida (665 euros), por trabalhador, sendo o incentivo pago, neste caso, de uma só vez, se o apoio for pedido após 31 de maio e até 31 de agosto.

Tais características já estavam indicadas no decreto-lei publicado há um mês, mas a portaria agora partilhada com patrões e sindicatos vem acrescentar uma outra diferença em relação à versão de 2020 desta medida. É que, desta vez, o cálculo partirá do número de trabalhadores do empregador que estiveram, em 2021, pelo menos, 30 dias em lay-off simplificado ou no apoio à retoma.

Diz o diploma: “O cálculo do novo incentivo à normalização é efetuado com base no número de trabalhadores da entidade empregadora no mês anterior ao da apresentação do requerimento previsto no artigo seguinte, tendo como limite o número máximo de trabalhadores abrangidos que beneficiaram dos apoios previstos no artigo 6.º [isto é, lay-off simplificado e apoio à retoma], no último mês da sua aplicação, e, desde que estes trabalhadores tenham estado abrangidos em 2021 por esses apoios por um período igual ou superior a 30 dias até à entrada em vigor da presente portaria“.

Em 2020, mesmo as empresas que tivessem estado menos de um mês nestes regimes extraordinários tinham acesso ao incentivo à normalização, que era reduzido proporcionalmente. Desta vez, o Governo faz uma opção diferente.

No caso dos empregadores que venham a receber dois salários mínimos por trabalhador, o incentivo à normalização será sinónimo também da dispensa de 50% das contribuições para a Segurança Social, durante os primeiros dois meses da medida, a contar do mês seguinte à data do pagamento da primeira prestação do apoio.

Este incentivo à normalização da atividade deverá ser pedido ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) — em período ainda a definir –, ficando este responsável por dar resposta aos requerimentos 15 dias úteis (em 2020, o prazo de resposta foi de dez dias), exceto quando haja lugar à solicitação de esclarecimentos ou informações adicionais ou seja realizada a audiência de interessados, nos termos do Código do Procedimento Administrativo.

Em contrapartida, os empregadores terão de manter a situação tributária e contributiva regulariza, não fazer cessar contratos de trabalho (durante o apoio e até 90 dias após) por despedimento coletivo, despedimento por extinção do posto de trabalho ou despedimento por inadaptação e manter o nível de emprego, observado no mês anterior ao da apresentação do pedido, durante a concessão do apoio, bem como nos 90 dias seguintes (em 2020, esse dever era menos prolongado).

O projeto de portaria enviado aos parceiros sociais define, por outro lado, que a primeira tranche desta incentivo deverá ser paga aos empregadores até dez dias após o “sim” do IEFP, “mediante a comprovação da situação contributiva e tributária regularizadas perante a Segurança Social e a Autoridade Tributária”. Já a segunda prestação chegará 180 dias, também após a comunicação da aprovação do pedido.

O diploma partilhado com sindicatos e patrões estabelece as regras também do apoio simplificado às microempresas, que está previsto desde janeiro, ao qual falta igualmente uma portaria para ser realizado. Tal como já escreveu o ECO, esta medida destina-se às microempresas (empregadores com menos de dez trabalhadores) que estejam em crise (isto é, tenham quebras de, pelo menos, 25%) e tenham estado em lay-off simplificado ou no apoio à retoma em 2020, mas não no primeiro trimestre de 2021.

Neste caso, o apoio é o equivalente a duas vezes o salário mínimo (1.330 euros) por cada trabalhador abrangido pelos referidos regimes de apoio ao emprego, valor que será pago de forma faseada ao longo de seis meses, com os mesmos prazos, após o “sim” do IEFP, que estão previstos para incentivo à normalização.

Se em junho, estas microempresas se mantiverem em crise, terão, depois, direito a um apoio adicional de 665 euros, por trabalhador, desde que durante todo o primeiro semestre de 2021 não adiram ao lay-off simplificado nem ao apoio à retoma progressiva.

Neste apoio, o Governo define que “o cálculo é efetuado com base no número de trabalhadores da entidade empregadora no mês anterior ao mês da apresentação do requerimento, tendo como limite o número máximo de trabalhadores abrangidos” pelos regimes de apoio ao emprego, ou seja, não se estipula que só contam os que estiveram, pelo menos, 30 dias nessa situação.

Ao abrigo desta medida, os empregadores também ficarão obrigados a manter a situação contributiva e tributária regularizada, a não fazer cessar contratos por despedimento coletivo, despedimento por extinção do posto de trabalho ou despedimento por inadaptação (durante a medida e até 60 dias seguintes) e a manter o nível de emprego (durante o apoio e nos 90 dias seguintes.

O Executivo de António Costa determina, por outro lado, que o incentivo à normalização e o apoio simplificado às microempresas não serão cumuláveis entre si, nem poderão ser gozados em simultâneo com o lay-off simplificado, apoio à retoma progressiva ou lay-off clássico. Ainda assim, findo esses apoios, os empregadores poderão recorrer ao lay-off tradicional, previsto no Código do Trabalho.

O Governo esclarece, além disso, que tanto o incentivo como o apoio simplificado poderão ser requeridos por empresas que tenham beneficiado do incentivo à normalização em 2020.

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Governo prepara-se para deixar empresas no apoio à retoma cortarem horários em 100% em maio

A legislação publicada no início do ano prevê que, a partir de maio, o apoio à retoma permita apenas cortes nos horários até 75%. Ao ECO, Governo diz que se prepara para subir esse limite para 100%.

Afinal, as empresas que adiram ao apoio à retoma progressiva poderão vir a conseguir reduzir em 100% os horários de trabalho, também no mês de maio. A legislação publicada no início do ano prevê que, a partir do próximo mês, o corte máximo do período normal de trabalho (PNT) baixe para 75%, mas fonte do Ministério do Trabalho adianta ao ECO que será discutido, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros o aumento desse limite, de modo a “acompanhar a reabertura progressiva no âmbito do desconfinamento, garantindo a proteção do emprego e a manutenção do maior número de postos de trabalho“.

O apoio à retoma progressiva permite aos empregadores em crise reduzirem os horários de trabalho, em função das suas quebras de faturação. Assim, atualmente, as empresas com quebras de, pelo menos, 25%, mas inferiores a 40%, podem reduzir os horários até 33%. Já aquelas que registem quebras iguais ou superiores a 40%, mas inferiores a 60%, podem cortar os tempos de trabalho no máximo em 40%. Se as quebras forem iguais ou superiores a 60%, mas inferiores a 75%, esse máximo é de 60%. E no caso dos empregadores com quebras iguais ou superiores a 75%, é possível cortar em 100% os horários de trabalho.

No início do ano, o Governo publicou um decreto-lei que estabelece, contudo, que, a partir de maio, o limite aplicado a esse último grupo de empregadores (os mais afetados pela pandemia) baixa de 100% para 75%. Esse diploma ressalva, por outro lado, que em abril, tendo em conta a evolução da situação pandémica e da atividade económica, o Executivo poderá ajustar os tetos da redução temporária do período normal de trabalho. É isso que o Governo está a agora a preparar, depois de ter ouvido, esta quarta-feira, os parceiros sociais.

Ao ECO, fonte do Ministério do Trabalho garante que na reunião de Conselho de Ministros desta quinta-feira será discutido “o alargamento da redução máxima do PNT a 100% em maio“. O objetivo, diz o gabinete de Ana Mendes Godinho, é “acompanhar a reabertura progressiva no âmbito do desconfinamento, garantindo a proteção do emprego e a manutenção do maior número de postos de trabalho”.

Na resposta enviada ao ECO, não é referido, porém, o corte máximo dos horários dos trabalhadores abrangidos pelo apoio à retoma relativo a junho, pelo que se mantém, pelo menos por agora, a previsão de que, nesse mês, esse limite passará para 75%. É importante salientar, por outro lado, que o apoio à retoma progressiva ficará disponível até ao fim de setembro, tendo o Governo esclarecido ao ECO, na semana passada, que nesses três meses (julho, agosto e setembro) o corte máximo deverá ser de 75%.

Com o desconfinamento progressivo da economia, muitas empresas já perderam o acesso ao lay-off simplificado — regime que tem sido considerado mais atrativo, por incluir a isenção das contribuições sociais –, crescendo a relevância do apoio à retoma progressiva como medida alternativa com vista a “salvar” e manter postos de trabalho.

De acordo com os dados mais recentes disponibilizados pelo Gabinete de Planeamento e Estratégia do Ministério do Trabalho, mais de 29 mil empresas tinham pedido para aderir a este apoio, até ao início de março.

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Hoje nas notícias: desconfinamento, corrupção e censos

  • ECO
  • 29 Abril 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo vai anunciar esta quinta-feira as medidas para a quarta fase do desconfinamento, que poderá ser antecipada para sábado. Os restaurantes poderão servir almoços e jantares já este fim de semana, isto ao mesmo tempo que são reabertas as fronteiras com Espanha. O Executivo prepara-se também para aprovar um alargamento do regime de perdão de penas para quem confessar corrupção. E os dados dos Censos ficaram sujeitos a sistema de vigilância nos EUA.

Fronteiras com Espanha devem abrir no sábado e restaurantes poderão servir jantares

O Governo reúne, esta quinta-feira, em Conselhos de Ministros para decidir o rumo do plano de desconfinamento. As fronteiras entre Portugal e Espanha deverão abrir já no sábado, por despacho conjunto do Ministério da Administração Interna e da Saúde, segundo o Público. Ao mesmo tempo, o Executivo vai decidir se antecipa a quarta fase de desconfinamento para sábado e caso esta situação se verifique a restauração poderá já no sábado servir almoços e jantares nas esplanadas a grupos de até seis pessoas e no interior dos estabelecimentos a grupos de até quatro pessoas.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo quer alargar regime de perdão de penas a quem confessar corrupção

O Governo vai aprovar um alargamento do regime de perdão de penas para quem confessar corrupção, contemplando vários graus de dispensa de penas para agentes de corrupção passiva ou ativa, aplicáveis quer durante a investigação quer na fase de julgamento, em Conselho de Ministros. Há ainda medidas que têm em vista o fim dos megaprocessos e a criação do crime de escrituração fraudulenta. Propostas seguem para Parlamento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Dados dos Censos ficaram sujeitos a sistema de vigilância dos EUA

O Instituto Nacional de Estatística (INE) contratou a Cloudflare, uma empresa norte-americana, para operacionalizar a operação dos Censos. Isto pode ter levado a que os dados constantes das respostas já recebidas pelo INE tenham estado sujeitas a programas de vigilância norte-americanos. A conclusão é da fiscalização feita pela Comissão Nacional de Proteção de Dados, que levou à suspensão, por esta entidade, do envio de dados do Censos para os Estados Unidos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Creches e colégios privados retiram descontos Covid no próximo ano

As creches e colégios definiram descontos devido à pandemia, que limitou a presença nos estabelecimentos escolares. No entanto, estes deverão ser retirados no próximo ano. Os estabelecimentos querem defender-se da pausa letiva devido ao risco de contágio. Para além disso, a lei que impõe a redução só é aplicável até junho e apenas abrange o setor social.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Época balnear regressa às datas pré-pandemia

A abertura da época balnear deste ano vai começar a 15 de maio e estende-se até ao final de outubro, à semelhança do que acontecia antes da pandemia. Não obstante, as medidas de contenção são para manter. Voltam os semáforos que guiam a ocupação do areal e distanciamento físico no areal e nas mesas entre esplanadas será obrigatório.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

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Acordo entre Reino Unido e UE torna-se oficial, com tarifas e quotas zero mas algumas barreiras

O documento que determina a relação comercial entre o Reino Unido e a União Europeia já foi aprovado pelo Parlamento Europeu. Regras mais restritivas são definitivas.

Depois de uma longa maratona negocial para a aprovação, que acabou por ocorrer na véspera de Natal, o acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia recebeu “luz verde” do Parlamento Europeu. Com esta ratificação, o documento que define a relação entre os blocos entra em vigor de forma permanente a 1 de maio. Há tarifas e quotas zero, mas outros assuntos como a segurança não estão contemplados.

O acordo estava já em vigor de forma provisória desde o início do ano para minimizar as disrupções, o que deu algum tempo para as pessoas e negócios se adaptarem, mas o passo dado esta quarta-feira vai tornar as novas regras mais definitivas. Ao saudar a aprovação do acordo, a presidente da Comissão Europeia sublinhou que a “implementação fiel é essencial”.

Afinal, o que determina este acordo? Com a saída do Reino Unido do mercado único europeu, onde as pessoas, os bens, os serviços e os capitais podem circular livremente, o comércio assume um lugar central. As trocas comerciais ficam isentas de tarifas aduaneiras nos produtos em conformidade com as regras de origem, estando também livres da aplicação de quotas (não há limite de bens).

Ainda assim, há mudanças, sendo que são impostas barreiras regulatórias em alguns casos, por exemplo nas regras de origem, e assim mais burocracia no comércio de mercadorias. No que diz respeito à segurança e saúde, os exportadores britânicos de bens alimentares têm de assegurar certificados sanitários e controles fitossanitários nos postos fronteiriços.

Já no comércio de serviços, as forças concordaram com um nível de abertura que vai ligeiramente além das disposições da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas o Reino Unido deixa de beneficiar da liberdade de prestação de serviços em toda a UE.

Quanto à circulação de pessoas, deixa de ser tão livre. Existe controlo nas fronteiras e é necessário um visto para estadias superiores a 90 dias, e os passaportes de animais de estimação deixam de ser reconhecidos automaticamente na fronteira. As operadoras móveis deixam também de estar obrigadas a não cobrar tarifas de roaming para conexões móveis e de dados, como acontece dentro do mercado único.

Nos transportes há alguns limites, como por exemplo os camiões de longo curso vindos de território britânico apenas podem fazer uma paragem em países da UE, quando antes eram três. As companhias aéreas do Reino Unido podem operar voos até à União, mas as licenças deixam de ser suficientes para operar entre destinos da UE ou a partir da UE.

Um ponto fulcral das negociações foi o chamado “level playing field“, que determina que os dois blocos terão de seguir padrões idênticos ao nível laboral, ambiental, social e fiscal, para garantir que não existem vantagens competitivas indevidas.

Alguns assuntos ficaram de fora deste “guia” da relação entre os blocos. A política externa, a segurança externa e a cooperação no domínio da defesa não são abrangidas neste acordo, porque o Reino Unido não quis negociar esta matéria, um aspeto que os eurodeputados lamentaram aquando a aprovação.

Desta forma, não há nenhum quadro em vigor entre o Reino Unido e a UE para desenvolver e coordenar respostas conjuntas aos desafios da política externa, por exemplo, a imposição de sanções a nacionais de países terceiros ou economias.

Para além disso, o Reino Unido não quis participar no programa de intercâmbio de estudantes Erasmus +, no qual participava desde 1987, alegando questões de custos. Ao invés, o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou um programa substituto, com o nome do matemático britânico Alan Turing.

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TAP espera gerar 10 mil milhões de euros para a economia até 2030

Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira defendem, num artigo de opinião no ECO, que é "importante que se conheça o retorno" do apoio para a economia e para as finanças públicas portuguesas.

A intervenção pública na TAP poderá vir a resultar num retorno para a economia de até 10 mil milhões de euros até 2030, segundo a análise de custo-benefício pedida pela companhia aérea. O número foi avançado pelo chairman Miguel Frasquilho e pelo CEO Ramiro Sequeira, num artigo de opinião, intitulado “Salvar a TAP: O retorno para a economia portuguesa” e publicado esta quinta-feira no ECO.

Os dois gestores admitem que há diferentes posições sobre o apoio público à TAP, que já recebeu 1,2 mil milhões de euros e poderá vir a ser ajudada num total de 3,7 mil milhões até 2024, segundo o plano de reestruturação proposto pelas autoridades portuguesas à Comissão Europeia. É, por isso, “importante que se conheça o retorno” deste apoio para a economia e para as finanças públicas portuguesas, defendem.

“Para trazer números e objetividade a este debate, elaborámos uma análise custo-benefício de dois cenários alternativos, não deixa margem para dúvidas: salvar a TAP retorna para a economia portuguesa um montante superior a 10 mil milhões de euros até 2030, face a um cenário hipotético em que o auxílio público não tinha sido concedido”, dizem, apontando para o prazo de dez anos durante o qual a TAP está impedida de pedir novo auxílio.

É assumido no artigo de opinião que, sem ajuda pública, a TAP entraria num “complexo e demorado” processo de falência, que resultaria no fim do hub nacional. Só em passagens com destino a Lisboa, a perda seria de cerca de 3 milhões (ou 13%) por ano ou 11 milhões de turistas até 2030. Em simultâneo, haveria ainda uma redução das exportações portuguesas (substituídas por importações), eliminação de postos de trabalho e ainda efeitos colaterais para fornecedores.

Com base no que representou a TAP em 2019, a estimativa é que o auxílio até 2024 tenha um valor potencial de retorno entre 2,7 e 3,5 vezes. Já sobre as finanças públicas poderá situar-se entre 1,2 e 1,4 vezes o valor do auxílio ou 4,3 a 4,7 mil milhões de euros. Frasquilho e Sequeira dizem crer que os valores são “impressivos e apontam, claramente, para a relevância, em termos de retorno, que terá, num prazo a 10 anos, a manutenção da TAP a operar, assegurando a continuidade territorial em Portugal e ligando o nosso país ao mundo”.

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Vendas dos iPhone fazem disparar receitas e lucros da Apple

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

Os lucros atingiram os 23,6 mil milhões de dólares (19,5 mil milhões de euros), enquanto a faturação da Apple cresceu 54%, para 89,6 mil milhões de dólares.

A procura de iPhone levou os lucros da Apple a mais do que duplicar no primeiro trimestre do ano, com o conglomerado tecnológico a capitalizar a dependência do smartphone.

Os resultados divulgados depois do fecho de Wall Street, mostraram que os lucros atingiram os 23,6 mil milhões de dólares (19,5 mil milhões de euros), enquanto a faturação cresceu 54%, para 89,6 mil milhões de dólares, anunciou a empresa norte-americana.

O iPhone, a “jóia da coroa” da Apple, tinha deixado de vender tão bem como em anos passados, por as pessoas manterem os seus modelos por mais tempo. Mas o lançamento de quatro novos modelos iPhone 12 no último outono fez aumentar as vendas do iPhone, que subiram 66% para os 47,9 mil milhões de dólares.

Alguns analistas acreditam que a popularidade do iPhone 12 pode conduzir às maiores vendas do aparelho desde 2014, quando apareceu o iPhone 6, que foi um sucesso graças ao aumento do ecrã.

O iPhone 12 é o primeiro modelo que pode ligar às redes sem fio 5G, que prometem maiores velocidades, mas que ainda estão em construção.

A companhia anunciou também que reservou 90 mil milhões de dólares para comprar ações próprias.

Nas transações realizadas depois do fecho do mercado, as ações da Apple estavam a valorizar 3%.

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Facebook quase duplica lucros para 9,5 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

3,45 mil milhões de utilizadores no mundo servem-se pelo menos de uma das plataformas do grupo, seja Facebook, Instagram, Messenger ou WhatsApp, todos os meses.

O Facebook quase duplicou o lucro no primeiro trimestre, em termos homólogos, para 9,5 mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de euros), capitalizando com a transição acelerada dos consumidores para a internet durante a pandemia.

Os números da faturação, que subiu 48%, para os 26,2 mil milhões de dólares, e que assenta essencialmente nas receitas de publicidade, excederam as expectativas dos analistas. O agrado com os números divulgados na quarta-feira depois da bolsa nova-iorquina encerrar traduziu-se numa valorização de 5% nas transações eletrónicas que se realizam depois do fecho de Wall Street.

“Há um ano, colocavam-se questões cruciais sobre a capacidade da Facebook enfrentar as consequências da pandemia para os negócios. Sabemos agora que o grupo não só resistiu, como se reforçou”, comentou Aho Williamson, analista na eMarketer.

O conglomerado das redes sociais também não diminuiu o seu ritmo de crescimento em termos de utilizadores. Mais de 1,9 mil milhões de pessoas utilizam a Facebook todos os dias, o que representa mais 8% do que há um ano, segundo o comunicado da empresa com os resultados trimestrais.

E cerca de 3,45 mil milhões de utilizadores no mundo servem-se pelo menos de uma das plataformas do grupo (Facebook, Instagram, Messenger, WhatsApp) todos os meses.

Durante a crise sanitária, a sociedade investiu massivamente em produtos publicitários que facilitam as transações diretamente nos seus sítios e aplicações móveis.

“Vamos continuar a investir de forma agressiva para criar novas experiências importantes durante os próximos anos, incluindo em domínios ainda pouco explorados, como a realidade aumentada e virtual ou a economia dos influenciadores”, indicou o fundador e presidente do conglomerado, Mark Zuckerberg, em comunicado.

Segundo a eMarketer, a Facebook está bem colocada para ultrapassar os 100 mil milhões de dólares de receitas publicitárias, pela primeira vez, em 2021.

Enquanto as empresas da economia tradicional têm sofrido com as restrições socioeconómicas decididas para responder à pandemia, despedindo milhões de pessoas, as de Silicon Valley prosperaram. O Facebook emprega mais de 60 mil pessoas, mais 26% do que há um ano.

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Portugueses sabem hoje se dão o último passo do desconfinamento. Saiba o que pode reabrir

Na segunda-feira, a vida da maioria dos portugueses deverá assemelhar-se um pouco mais da normalidade. O Conselho de Ministros decide hoje se o país dá o quarto e último passo no plano de reabertura.

Mais de um mês depois de apresentar o plano de desconfinamento a “conta-gotas”, António Costa revela hoje ao país se avança a quarta e última fase prevista no calendário anunciado a 11 de março. A Páscoa não gerou um descontrolo da situação pandémica, como se temia, e tudo parece indicar que o Conselho de Ministros vai dar “luz verde” ao derradeiro passo da reabertura.

A confirmar-se, o primeiro-ministro deverá anunciar que os restaurantes na generalidade do território continental podem, a partir de segunda-feira, servir até seis pessoas por mesa no interior dos estabelecimentos ou dez pessoas por mesa nas esplanadas, e já sem o limite de horário que, até aqui, enviava os portugueses para casa às 13h00 nos fins de semana ou 22h00 nos dias úteis.

Nos termos do que foi anunciado em março, deverão também ser retomadas todas as modalidades desportivas e permitida a atividade ao ar livre, em ginásios, numa altura em que já estão abertos os cinemas e teatros há cerca de 15 dias. Passam também a ser permitidos os grandes eventos exteriores, e também os eventos interiores, desde que com lotação reduzida. Os casamentos e batizados poderão realizar-se com 50% da lotação dos respetivos espaços.

A dar força a esta ideia não estão só os indicadores da pandemia. Esta semana, foram várias as declarações de representantes de órgãos de soberania e decisores políticos a apontarem para esse mesmo caminho. Na segunda-feira, António Costa disse ter “a esperança” de que os especialistas confirmassem “o que os dados parecem indicar” — “que estamos no bom caminho e que possamos dar o passo que falta dar”, assumiu.

Ora, os especialistas, reunidos na sede do Infarmed na passada terça-feira, não colocaram entraves expressivos a mais uma fase de reabertura. No encontro, destacou-se a tendência decrescente da incidência nos concelhos com situações pandémicas mais graves e, do ponto de vista das variantes, também não foram levantadas dúvidas ou cautelas.

A reunião também terá sido decisiva para Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, anunciar na terça-feira à noite a decisão de não renovar o estado de emergência. O país entra assim numa nova fase de controlo da pandemia, em que as incidências estão mais ou menos sob controlo e o processo de vacinação avança à medida que chegam novas doses: “Vacina chegada é vacina dada”, dizia esta semana o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes.

Indicadores abaixo da linha vermelha

A matriz de risco que guia o plano de desconfinamento, apelidada aqui no ECO de “bússola” do desconfinamento, também aponta para esse caminho. A agulha do risco de transmissibilidade (Rt) está em 1 e a da incidência no continente cifra-se nos 66,5 casos por casa 100 mil habitantes acumulados a 14 dias.

Por outras palavras, a situação pandémica a nível continental encaixa-se na “zona verde” da matriz de risco, o que deverá dar confiança ao Governo para que, em Conselho de Ministros, dê carta-branca para a quarta fase do plano de reabertura.

Matriz de risco a 28 de abril de 2021:

Fonte: Direção-Geral da Saúde

Mas deverá haver exceções. Há 15 dias, António Costa obrigou quatro concelhos a recuar e seis ficaram a “marcar passo”. Um total de 13 concelhos foram deixados de sobreaviso: caso não baixassem as respetivas incidências, não poderiam passar à fase seguinte.

Na quarta-feira, analisando os dados de dia 23 de abril (os últimos divulgados pela Direção-Geral da Saúde), o ECO concluiu que vários concelhos estão em risco de não avançar para a fase seguinte. É o caso de Aljezur (501), Almeirim (191), Barrancos (122), Mêda (153), Miranda do Douro (234), Paredes (209), Resende (572), Valongo (185) e Vila Nova de Famalicão (146) — tendo sido colocados em alerta, apresentavam na sexta-feira incidências acima dos 120 casos por 100 mil habitantes.

Quanto aos concelhos que, há 15 dias, apresentavam situações mais graves, Odemira é o caso mais paradigmático. A incidência tem vindo a subir e chegou a 991 casos no dia 23. Todavia, André Peralta Santos, epidemiologista, disse na terça-feira que este município já iniciou uma tendência decrescente. Estará, contudo, ainda acima da fasquia dos 120, assim como Moura (153), Portimão (306) e Rio Maior (137); e Albufeira (159), Carregal do Sal (227), Figueira da Foz (153), Marinha Grande (140) e Penela (278), os que não avançaram para a terceira fase.

Portugal reabre. E depois?

O Conselho de Ministros desta quinta-feira também deverá decidir como será feita a gestão da situação pandémica para lá de 3 de maio. Sem estado de emergência, nem por isso o Executivo fica impedido de tomar medidas e de aplicar restrições. Como enquadramento jurídico deverá estar a lei da saúde pública e a Lei de Bases da Proteção Civil.

Sabe-se pouco sobre como funcionará a gestão para lá deste dia. É possível que o Governo mantenha o mesmo modelo de reavaliação quinzenal, que permite avaliar a evolução da Covid-19 com algum distanciamento e aferir se as medidas continuam a manter o coronavírus sob controlo, ou se é preciso apertar a malha às deslocações — por exemplo, impedindo as saídas dos concelhos de residência, como tem vindo a acontecer noutras ocasiões, se isso se revelar necessário.

Mas a expectativa do primeiro-ministro, já anunciada, é a de que, no final de maio, seja possível gerir a pandemia de outra forma: nessa altura, a vacinação já permitirá um maior fôlego aos portugueses, numa altura em que as inoculações se aproximam das 100 mil por dia. Tal deverá permitir proteger as camadas da população com idades cada vez mais baixas, na medida em que o processo decorre agora por ordem decrescente de idade e comorbilidades.

A 25 de abril, 2,23 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas com pelo menos a primeira dose, as quais 827,8 mil tinham a vacinação completa. Isso representa 22% e 8% da população, respetivamente, de acordo com o último relatório da vacinação divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Há, por isso, boas notícias e alguma esperança, embora ainda não seja o momento de pendurar a máscara de proteção. A situação pode rapidamente inverter-se e as recomendações são de manutenção do distanciamento social e dever de recolhimento domiciliário sempre que possível. Nesta fase, toda a prudência é pouca.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Parlamento nacional discute o Programa de Estabilidade enquanto o Parlamento europeu decide o mandato de negociação do certificado verde digital. Estes e outros temas vão marcar o dia.

O Governo anuncia esta quinta-feira se o país avança ou não para a quarta e última fase do plano de desconfinamento, bem como em que moldes. É expectável que Portugal passe ao estado de calamidade, depois de não ter sido pedida a renovação do estado de emergência. O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar a estimativa rápida da taxa de desemprego de março e o Banco de Portugal (BdP) divulga o relatório do dos Sistemas de Pagamentos de 2020.

País avança ou não no desconfinamento?

O Presidente da República anunciou na terça-feira o fim do estado de emergência, após quase seis meses consecutivos de renovações. Ainda assim, as restrições não deverão acabar. Esta quinta-feira o Governo, reunido em Conselho de Ministros, vai revelar as restrições que se mantêm, sendo expectável que o país avance para a quarta fase do plano de desconfinamento apresentado em março. Todo o país deverá regressar ao estado de calamidade, mas poderá haver locais que ficam a “marcar passo” e outros que recuam, como aconteceu há duas semanas.

Parlamento debate Programa de Estabilidade

O Governo vai apresentar e debater esta quinta-feira o Programa de Estabilidade na Assembleia da República, sendo expectável que haja críticas da esquerda à direita. O documento, entregue a 15 de abril pelo Ministério das Finanças, traça as perspetivas económicas até 2025: o PIB deverá crescer 4% em 2021, ao passo que o défice ficará nos 4,5%, seguindo-se uma aceleração da economia em 2022 para um crescimento de 4,9%, enquanto o défice baixa para os 3,2%. Estarão ainda em discussão projetos de resolução do PCP, PSD e CDS e a Lei das Grandes Opções para 2021-2025.

Desemprego baixa em março com desconfinamento?

O mercado de trabalho tem mostrado resiliência até ao momento, com as medidas de apoio ao emprego, como o lay-off simplificado, a prevenirem uma vaga de despedimentos, mesmo no segundo confinamento. A taxa de desemprego subiu em janeiro para 6,9% e estabilizou nesse número em fevereiro. Esta quinta-feira, o INE vai divulgar a estimativa rápida para março, mês em que o país começou a desconfinar. Por um lado, pode haver mais emprego com a reabertura da economia. Por outro, pode haver inativos que deixem de o ser com o aliviar das restrições.

Certificado Verde Digital votado no Parlamento Europeu

Esta quinta-feira conhece-se o resultado da votação dos eurodeputados da proposta da Comissão Europeia para o Certificado Verde Digital, que vai permitir viajar com maior facilidade entre os 27 Estados-membros. O objetivo da União Europeia é que o certificado esteja operacional até ao início do verão e que indique se o seu titular já recebeu a vacina contra a Covid-19 ou se esteve infetado. Para já, é preciso que o Parlamento Europeu aprove o seu mandato para as negociações com os Estados-membros. O Conselho adotou o seu mandato de negociação já a 14 de abril.

BdP divulga relatório dos Sistemas de Pagamentos

Como é que mudaram os hábitos dos portugueses relativamente aos pagamentos por causa da pandemia? Já se sabe que houve um aumento dos pagamentos contactless, por exemplo, mas o relatório do BdP sobre os Sistemas de Pagamentos em 2020, que vai ser divulgado esta quinta-feira, terá mais pormenores sobre o que mudou na vida financeira dos cidadãos. Em 2019, o recurso à tecnologia contactless representou 7,8% do valor total de compras com cartão, duplicando o seu peso face a 2018.

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