Entrámos na fase da “vacinação rápida”. Maiores de 60 vão ter pelo menos uma dose até fim de maio, diz Temido

Portugal prepara-se para ter uma maior disponibilidade de vacinas, pelo que o país vai entrar numa "fase de vacinação rápida". Maiores de 60 anos vão receber uma dose da vacina até final de maio.

A diretora-geral da Saúde afirma que Portugal se prepara para ter uma maior disponibilidade de vacinas, pelo que o país vai entrar numa “fase de vacinação rápida”. Ao mesmo tempo, Marta Temido adianta que os todos portugueses com mais de 60 anos vão receber, pelo menos, uma dose até “ao final de maio”.

“Vamos entrar numa fase de maior disponibilidade de vacinas”, disse a ministra da Saúde esta quarta-feira, em conferência de imprensa, transmitidas pelas televisões. Marta Temido reconheceu que o país enfrentou “um problema de escassez de vacina”, bem como alguns imprevistos, mas que a situação vai agora reverter-se. “O maior desafio agora é o da fluidez e da celeridade do processo de vacinação”, disse, destacando que “o processo de agendamento” e “a capacidade dos centros de vacinação realizarem a sua missão” vai ser determinantes para esta nova fase.

Também a diretora-geral da Saúde sinalizou que Portugal vai entrar num processo de “vacinação rápida”, que vai ocorrer através de “faixas etárias decrescentes”. “Entraremos na fase da abundância. E isso permite-nos alterar as propostas”, apontou, acrescentando que vai começar pela faixa dos 70 aos 79 e depois dos 60 aos 69.

Neste contexto, o coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19 reitera que o objetivo passa por conseguir vacinar 100 mil pessoas por dias, sete dias por semanas. “Não será uma tarefa fácil”, admite. Ao mesmo tempo, a ministra da Saúde garantiu que “até ao final de maio ou ate à terceira semana de maio todas as pessoas com mais de 60 anos” vão estar vacinadas com, pelo menos, uma dose da vacina. Este compromisso já tinha sido assumido por António Costa.

Outra das grandes alterações do plano de vacinação diz respeito a uma ligeira alteração aos grupos prioritários considerados nesta segunda fase do plano. Nesta fase, estão agora incluídas doenças oncológicas ativas, pessoas em situação de transplantação, imunossupressão e algumas doenças neurológicas e mentais.

Além disso, vão também começar a ser vacinados as pessoas que estiveram infetadas com Covid-19 “há mais de seis meses”, sendo que nestes casos a lógica de administração de vacina também vai seguir o critério de faixa etária decrescente e, nestes casos, os utentes tomarão apenas uma dose da vacina, dado que já têm alguma imunidade ao vírus.

Ao mesmo tempo, para esta segunda fase do plano de vacinação está a ser preparado um método alternativo de agendamento de vacinas que vai permitir o auto-agendamento da vacinação por parte dos utentes através de uma plataforma online. “Estimamos que para a semana o auto-agendamento esteja disponível”, disse Marta Temido. Até agora, os centros de saúde estão a contactar os utentes preferencialmente por SMS, uu por chamada telefónica (quando acharem necessário ou não houver resposta ao SMS) ou por carta (quando não existirem contactos telefónicos disponíveis).

Num balanço relativamente ao plano de vacinação, a ministra da Saúde disse que agora tinham chegado a Portugal 2,9 milhões de vacinas, sendo que deste total acrescem ainda as 31.200 doses que estão em “stand-by” da Janssen. Deste total, já foram administradas cerca de 2,7 milhões de vacinas, o que permitiu que 20% da população portuguesa já tivesse “alguma imunidade” ao vírus.

(Notícia atualizada às 12h50)

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Fundo Europeu de Investimento dá à CGD garantia de 25 milhões para investimentos na educação

  • Lusa
  • 21 Abril 2021

O FEI irá assumir 80% do risco de financiamento da dívida concedido pela CGD a empresas e organizações portuguesas, do setor da educação.

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) concedeu à Caixa Geral de Depósitos (CGD) uma garantia de até 25 milhões de euros, no âmbito do Piloto-Garantia de Competências e Educação, para promover investimentos no setor da educação, foi anunciado esta quarta-feira.

“Graças ao apoio do FEI no âmbito do Piloto-Garantia de Competências e Educação, a CGD irá desenvolver dois produtos de empréstimo destinados a aumentar a sua capacidade de concessão de empréstimos tanto a empresas portuguesas que investem na melhoria das competências dos seus trabalhadores como a organizações que oferecem serviços de educação e formação”, informou a Representação da Comissão Europeia em Portugal, em comunicado.

Neste contexto, o FEI irá assumir 80% do risco de financiamento da dívida concedido pela CGD a empresas e organizações portuguesas, do setor da educação. “Investir na melhoria das competências e nos serviços de formação significa investir no nosso futuro, contribuindo para o crescimento económico, a competitividade, a inovação e o emprego. Estes são elementos indispensáveis para assegurar uma recuperação inclusiva da pandemia da covid-19”, afirmou o diretor executivo do FEI, Alain Godard.

O Piloto-Garantia de Competências e Educação (Piloto C&E) é uma iniciativa de financiamento da dívida destinada a estimular investimentos na educação, na formação e nas competências, explicou a Representação da Comissão Europeia em Portugal, em comunicado. O FEI executa o Piloto C&E em nome da Comissão Europeia e, assim, a iniciativa beneficia do apoio orçamental da União Europeia ao abrigo do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), o principal pilar do Plano de Investimento para a Europa.

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José Ferrari Careto substitui João Torres na presidência da E-Redes

  • Lusa
  • 21 Abril 2021

José Ferrari Careto é licenciado em Economia pela Nova Business School e está na EDP desde 2003, onde era o responsável pela área de tecnologia e digital do grupo.

José Ferrari Careto assumiu a presidência da E-Redes (antiga EDP Distribuição), em substituição de João Torres, que esteve 15 anos no cargo, anunciou esta quarta-feira a distribuidora de eletricidade.

José Ferrari Careto é licenciado em Economia pela Nova Business School e está na EDP desde 2003, onde era o responsável pela área de tecnologia e digital do grupo.

Anteriormente, o gestor tinha também assumido funções como diretor de ‘marketing’, dentro da EDP, tendo ainda sido administrador de várias participadas.

Entre 2006 e 2012 foi membro do Conselho de Administração da Autoridade Reguladora das Comunicações (Anacom) e, previamente, tinha assumido funções como administrador de várias empresas no setor das telecomunicações.

José Ferrari Careto sucede a João Torres, que esteve à frente da distribuidora de eletricidade nos últimos 15 anos e que assumiu agora funções de assessoria estratégica para implementação da Plataforma Global de Redes de Distribuição e Transmissão, comunicada no âmbito do Plano de Negócios da EDP para 2021-2025.

A E-Redes, antiga EDP Distribuição, que alterou este ano o nome e imagem, por imposição da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), é a empresa que gere as redes de distribuição de alta, média e baixa tensão de mais de seis milhões de clientes.

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Centros comerciais defendem apoio superior a 40% das rendas para cinemas

  • Lusa
  • 21 Abril 2021

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais elaborou um plano de retoma para o setor do retalho onde propõe um apoio superior a 40% nas rendas dos equipamentos de lazer e culturais, como os cinemas.

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) traçou um plano de retoma para o retalho onde propõe um apoio superior a 40% nas rendas dos equipamentos de lazer e culturais, como os cinemas, até final do ano.

A medida faz parte do plano de retoma do retalho que a APCC está a debater com outras associações do setor e que espera apresentar ao Governo e partidos políticos, documento a que a Lusa teve acesso.

A APCC sublinha que “a cultura é um dos setores mais afetados pela crise” com os cinemas a registarem perdas de 91% de março de 2020 a março de 2021, pelo que propõe “um apoio superior a 40% na renda até ao final do ano com a possibilidade destes apoios serem convertidos em benefícios fiscais”.

No documento, a associação refere que os centros comerciais têm 320 salas de cinema, fora de Lisboa e Porto que, “na maior parte dos casos, são as únicas salas de cinema nos respetivos concelhos”.

O apoio deverá abranger também os equipamentos de lazer, que foram “especialmente” afetados pela crise causada pela pandemia de covid-19, defende a APCC.

A associação sugere ainda um apoio de rendas a lojistas locais “proporcional à quebra nas vendas até ao final de 2021 para operadores, especialmente aqueles que não tenham componente ‘online’, e a pequenos operadores (com menos de três lojas), com a possibilidade destes apoios serem convertidos em benefícios fiscais”.

Para a APCC, é também importante que os lojistas dos centros comerciais sem presença ‘online’ “possam ser discriminados positivamente nos planos de marketing dos próprios centros comerciais onde se encontram através do apoio na criação e divulgação de materiais e conteúdos próprios”.

A implementação de novos métodos de pagamento, entre os quais a tecnologia contactless e o pagamento por smartphone, a realização de campanhas conjuntas que promovam o regresso ao retalho físico e a criação de uma incubadora de retalho são outras das propostas que a associação quer ver implementadas no curto prazo.

O plano de retoma do retalho integra ainda medidas de médio prazo que assentam na transição digital, requalificação física de espaços e requalificação dos recursos humanos.

No documento, a APCC frisa que “as mudanças trazidas pela pandemia refletidas na aceleração brusca do comércio online são demasiadamente radicais para serem acomodadas num curto espaço de tempo, beneficiando claramente os gatekeepers internacionais implantados”.

Para a associação, com a reabertura da economia, “torna-se premente criar soluções conjuntas de apoio ao retalho físico, que sejam sustentáveis, caminhem de novo no sentido do omnicanal, e tenham o consumidor e o emprego como os principais focos, com vista a trazer sustentabilidade a um setor muito fustigado neste período”.

Uma estratégia integrada de retoma do retalho terá de distinguir dois tipos de retalhistas: “aqueles que já avançaram no processo de digitalização do seu negócio e aqueles que não o fizeram”, defende a APCC.

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Costa avisa que restrições vão continuar mesmo sem estado de emergência

Primeiro-ministro alerta que mesmo sem estado de emergência as restrições vão continuar até Portugal atingir a imunidade de grupo.

Marcelo Rebelo de Sousa já mostrou o desejo que o atual estado de emergência fosse o último. O primeiro-ministro, António Costa, avisa que mesmo sem estado de emergência as restrições vão continuar até Portugal atingir a imunidade de grupo.

“Deixar de haver estado de emergência não quer dizer que deixe de existir restrições, o estado de emergência é só aquilo que nos permite ter restrições mais intrusivas na vida pessoal das pessoas, mas seguramente não vamos voltar à normalidade da vida enquanto não tivermos atingido a imunidade de grupo e ainda temos muito que andar nesse sentido”, alerta Costa em declarações ao jornalistas em Andorra.

António Costa lembra ainda que a eventual renovação do estado de emergência “é uma decisão que cabe ao Presidente da República”. Marcelo Rebelo de Sousa disse que se impõe “acautelar” os próximos passos, entendendo que há razões para prolongar o estado de emergência por mais 15 dias, “nos mesmos termos da última renovação”.

Ainda em relação à vacinação, a ministra da Saúde, Marta Temido, refere na conferência de imprensa sobre o Plano de Vacinação que 7% da população da população portuguesa tem o processo completo de vacinação. António Costa lembra a “União Europeia está a dar um bom exemplo” que “nunca interrompeu a exportação de vacinas” e que está a ser feito “um esforço conjunto e global”.

O primeiro-ministro lembra que “tal como o vírus não tem nacionalidade, as vacinas também não” e “a solução tem que ser global porque sem solução global não há solução”, destaca António Costa.

(Notícia atualizada às 11H30 com mais informação)

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Portugal consegue juros negativos recorde em emissão de dívida a 3 e 11 meses

Portugal voltou esta quarta-feira ao mercado de dívida para uma emissão dupla de Bilhetes do Tesouro a três e 11 meses, na qual obteve juros mais negativos.

Portugal voltou esta quarta-feira ao mercado de dívida para uma emissão dupla de Bilhetes do Tesouro a três e 11 meses, na qual obteve os juros mais baixos de sempre em ambas as maturidades. O país continua a beneficiar de melhorias nas condições de financiamento e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, liderada por Cristina Casalinho, colocou um total de 1.250 milhões de euros.

Na maturidade mais longa, até 18 de março de 2022, o IGCP colocou 800 milhões de euros, com uma yield de -0,558%. A última vez que o país se tinha financiado a 11 meses foi em fevereiro e, na altura, conseguiu um juro de -0,524%. O valor pedido pelos investidores continua assim a recuar e bate o anterior mínimo de sempre.

Já no que diz respeito aos títulos a três meses, ou seja com prazo até 16 de julho de 2021, a yield conseguida foi de -0,599% pela emissão de 450 milhões de euros. No último leilão comparável, também em fevereiro, tinha sido de -0,543% e é também neste caso um novo recorde.

A quebra dos juros — que tem sido tendência tanto no mercado primário como secundário — acompanhou o reforço do apetite dos investidores por dívida nacional. Nos títulos a 11 meses, a procura foi 3,04 vezes superior à oferta (o que compara com 2,75 vezes no último leilão comparável), enquanto a 3 meses a procura dos investidores superou a oferta em 3,65 vezes (contra 2,87 vezes em agosto do ano passado).

Este foi o primeiro leilão de BT realizado pelo este trimestre, no qual a agência espera arrecadar um total máximo de 4,25 mil milhões em dívida de curto prazo. As próximas duas colocações irão acontecer a 19 de maio e 16 de junho, sendo que o IGCP irá conduzir igualmente vendas sindicadas e leilões de Obrigações do Tesouro.

(Notícia atualizada às 11h00)

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Segurança Social já esgotou valor previsto para medidas Covid em 2021

A despesa já realizada até março representa um valor superior ao que tinha sido orçamentado para todo o ano de 2021 (776 milhões de euros), segundo o Ministério das Finanças.

O Estado gastou em três meses de 2021 o equivalente a 42% da despesa Covid-19 da Segurança Social realizada em todo o ano de 2020. Segundo o Ministério das Finanças, que adianta alguns números em antecipação da síntese de execução orçamental que será divulgada a 26 de abril, a despesa das medidas extraordinárias da Segurança Social atingiu os 804,9 milhões de euros no primeiro trimestre, mais do que o previsto para o ano todo. Neste período, Portugal entrou no segundo confinamento e vários apoios, como o lay-off simplificado, regressaram.

A despesa já executada neste âmbito “representa um valor superior ao que tinha sido orçamentado para todo o ano de 2021 (776 milhões de euros)”, admite o Ministério das Finanças. Ainda assim, o ministro tem vindo a repetir que, neste momento, não é necessário um Orçamento Retificativo, apesar de não o descartar totalmente. Este será mais inevitável caso Portugal volte a apertar as restrições, assumiu recentemente.

O maior gasto da Segurança Social até ao momento é o lay-off simplificado com 272,6 milhões de euros, seguindo-se o apoio à retoma progressiva (o sucessor do lay-off simplificado) com 229,5 milhões de euros. Em conjunto, a despesa de 502 milhões de euros destes dois apoios ao emprego representa 51% da execução de todo o ano de 2020, segundo o gabinete de João Leão.

Nestes valores não está contabilizada a receita perdida com a isenção de pagamento da Taxa Social Única por parte das empresas. Além disso, as Finanças não revelam o valor pago de incentivo à normalização, outro apoio ao emprego, no primeiro trimestre.

A terceira maior despesa da Segurança Social no início deste ano está no apoio ao rendimento dos trabalhadores, incluindo trabalhadores independentes, com um gasto total de 155 milhões de euros, o que equivale a 43% da execução do ano passado.

O restante foi gasto em medidas de proteção social como o pagamento do isolamento profilático (51,6 milhões de euros), o subsídio de doença Covid (48,4 milhões de euros), o apoio excecional à família (33,8 milhões de euros), subsídios de assistência a filho e a neto (10,9 milhões de euros) e prestações por doenças profissionais (2,7 milhões de euros).

Além das medidas da Segurança Social, o Governo está a apoiar as empresas e os trabalhadores também através do programa Apoiar, o qual até fevereiro já tinha uma despesa superior a 350 milhões de euros. Contudo, o Executivo não revelou os dados deste programa até março, sendo necessário esperar pela próxima segunda-feira para se conhecer esses números.

(Notícia atualizada às 10h53 com mais informação)

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CGTP cumpre a tradição do 1.º de Maio na rua, mas UGT comemora de novo em confinamento

  • Lusa
  • 21 Abril 2021

A CGTP vai ter as habituais manifestações nos Aliados, no Porto, e na Alameda, em Lisboa. Já a UGT considera que não ficava bem ir para a rua em plena pandemia, tendo optado por não o fazer.

A CGTP comemora pela segunda vez o 1.º de Maio em pandemia, com menos gente para garantir o distanciamento, mas na rua como é sua tradição, com as habituais manifestações nos Aliados, no Porto, e na Alameda, em Lisboa.

A Intersindical vai assinalar o Dia do Trabalhador deste ano com concentrações, desfiles e manifestações em todos os distritos e regiões autónomas, com os devidos cuidados para evitar a propagação da Covid-19, mas sem deixar de tornar esta data numa jornada de luta.

“O 1.º de Maio terá uma componente de comemoração, mas será também uma grande jornada de luta, de reafirmação das reivindicações dos trabalhadores”, disse à agência Lusa a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

As comemorações do Dia do Trabalhador da CGTP vão decorrer sob o lema “Lutar pelos direitos, combater a exploração” e vão reafirmar a defesa do emprego, do crescimento dos salários, do horário semanal de 35 horas e da melhoria dos serviços públicos.

“No fundo são as grandes questões para as quais temos exigido resposta, mas que não temos conseguido, aliás, pelo que vimos no Livro Verde do Futuro do Trabalho, parece que vamos exatamente no sentido contrário”, disse a líder da Intersindical.

Antes da pandemia da Covid-19, o Dia do Trabalhador da CGTP incluía iniciativas em mais de 40 localidades, com o ponto alto em Lisboa, com o numeroso desfile do Martim Moniz para a Alameda Afonso Henriques, onde era aguardado por milhares de populares em ambiente de festa.

Para este ano estão previstos dois pequenos desfiles, com saída do Campo Pequeno e dos Anjos, que convergirão para os relvados frente à Fonte Luminosa.

“Os desfiles decorrerão com o devido distanciamento e com máscaras, porque nós defendemos sempre o cumprimento das regras de saúde, é a nossa prioridade”, disse Isabel Camarinha.

A sindicalista lembrou que desde 1 maio de 2020 a CGTP e as suas estruturas fizeram dezenas de manifestações e concentrações, “sempre cumprindo as regras sanitárias, sem registar qualquer problema”.

UGT comemora de novo em confinamento com conferência sindical

Por sua vez, a UGT volta este ano a comemorar o 1.º de Maio em confinamento, com uma conferência sobre os desafios da negociação coletiva, porque considera que não ficava bem ir para a rua em plena pandemia.

“Não quisemos vir para a rua na situação de grande incerteza que o país vive. O plano de vacinação está atrasado, o estado de emergência termina dia 30 e ninguém sabe o que vai acontecer. Por isso optámos por comemorar a data com uma conferência que decorrerá de forma virtual e em presença”, disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, Carlos Silva.

A central sindical vai assinalar o Dia do Trabalhador com uma conferência sobre “Os desafios da negociação coletiva, bloqueios e oportunidades”, que terá como oradores os antigos ministros do Trabalho Paulo Pedroso e José António Vieira da Silva.

Os painéis de debate serão compostos pelos líderes dos principais sindicatos da UGT, que “terão assim oportunidade de apresentar as suas queixas em matéria de negociação coletiva”. “Porque todos eles têm motivos para se queixar“, disse Carlos Silva.

A conferência vai decorrer no auditório da sede da UGT, com a presença de apenas 60 pessoas, que é cerca de um décimo da capacidade do espaço, devido à exigência de distanciamento social.

O evento terá também transmissão em direto no site da UGT. “Ainda não é este ano que iremos comemorar o Dia do Trabalhador em Vila Real, devido à pandemia, mas entendemos que não nos ficava bem apregoar direitos, liberdades e garantias e desconfinar quando outros têm de confinar”, afirmou o líder da UGT.

Nos últimos anos a UGT tem comemorado o 1.º de Maio em várias cidades do país, em prol da descentralização, e tinha marcado as comemorações de 2020 para Vila Real, que foram canceladas devido à Covid-19. Assim, no ano passado a data foi assinalada com depoimentos sindicais on-line.

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Nas notícias lá fora: PRR espanhol, certificado Covid e TikTok

  • ECO
  • 21 Abril 2021

A imprensa internacional noticia que o Governo espanhol já antecipou parte das verbas previstas no PRR espanhol. No Reino Unido, o TikTok está a ser processado por questões de privacidade.

Como parte do seu plano de recapitalização, a Air France-KLM concluiu a sua emissão de obrigações, de montante total de três mil milhões de euros. Esta quarta-feira fica também marcada pela notícia de que a Netflix acaba de registar aquele que foi o seu pior primeiro trimestre dos últimos oito anos, com o número de novos clientes angariados a ter ficado bem abaixo das previsões. Por sua vez, França é agora o primeiro país da União Europeia a começar a testar o uso do certificado digital de vacinação para a realização de viagens.

Cinco Días

Governo espanhol já antecipou 2,1 mil milhões do PRR

A Comissão Europeia ainda não pode ir aos mercados financeiros para se financiar e distribuir as verbas pelos Estados-membros, mas há países que decidiram antecipar os investimentos uma vez que são elegíveis as despesas realizadas desde fevereiro de 2020, altura em que a Covid-19 chegou à Europa. No caso de Espanha, o jornal Cinco Días revela que o Governo já antecipou 2,1 mil milhões de euros do seu Plano de Recuperação e Resiliência este ano, o que corresponde a 8% dos 26,6 mil milhões de euros que espera que em 2021 entrem nos cofres do Estado vindos de Bruxelas, segundo o OE2021. A maior parte do valor foi canalizada para a emergência climática e para a “economia do cuidado”, isto é, ajudas para quem cuida de idosos e dependentes.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre e conteúdo em espanhol)

Financial Times

TikTok está a ser processado por causa de preocupações sobre privacidade

A aplicação TikTok está a ser processada por questões de privacidade uma vez que é acusada de ter recolhido informações pessoais de milhões de crianças no Reino Unido e na Europa, de acordo com o Financial Times. O caso está a ser avançado pela ex-comissária das crianças da Inglaterra, Anne Longfield, e alega que a empresa chinesa ByteDance recolhe informações como números de telemóvel, imagens, vídeos, a localização e dados biométricos. Posteriormente, a app vende essa informação a outras empresas para lucrar. No processo argumenta-se que esta informação está a ser recolhida sem o consenso necessário, o que no caso de crianças deveria passar por uma autorização de um adulto.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago e conteúdo em inglês)

The Guardian

França é o primeiro Estado-membro da UE a testar o certificado digital de vacinação

França tornou-se no primeiro país da União Europeia a começar a testar o certificado digital de vacinação que passará a ser necessário para a realização de viagens internacionais. A aplicação chamada TousAntiCovid, que fazia já parte do programa de rastreio de infeções dentro do país, foi agora melhorada, de forma a conseguir guardar os resultados dos testes realizados à Covid-19. A partir desta semana, esta funcionalidade será testada em voos para a Córsega e para regiões ultramarinas francesas. Este ensaio será prolongado até 29 de abril, para que se possa testar, também, o uso do certificado digital de vacinação.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Les Echos

Air France-KLM emite três mil milhões de dívida para se recapitalizar

A Air France-KLM realizou uma emissão de dívida de três mil milhões de euros, uma operação que se inscreve no seu plano de recapitalização. A operação dividiu-se em três tranches de títulos subordinados com duração indeterminada. A emissão foi totalmente subscrita pelo Estado francês. A Comissão Europeia já tinha aprovado no início de abril a possibilidade de Estado injetar até quatro mil milhões de euros na companhia e aumentar a participação no capital até 30%.

Leia a notícia completa no Les Echos (acesso condicionado, conteúdo em francês)

Bloomberg

Crescimento da Netflix abranda no primeiro trimestre do ano

A Netflix foi uma das empresas a lucrar com a chegada da pandemia, tendo atingido um crescimento recorde em 2020. Porém, acaba de registar aquele que foi o seu pior primeiro trimestre dos últimos oito anos. O número de novos clientes angariados pelo serviço de streaming nos primeiros três meses do ano ficou abaixo em milhões de assinantes relativamente às suas previsões. De acordo com a Netflix, este novo trimestre será ainda mais desafiante, com a empresa a esperar um ganho de apenas um milhão de novos clientes. Perante estes novos dados, as ações da empresa mergulharam 13%.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês)

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Matos Fernandes garante Lei Europeia do Clima aprovada em duas semanas

"Esta lei é melhor do que aquela com que começámos. O ponto de chegada é melhor do que o ponto de partida. Trouxemos mais ambição à Lei Europeia do Clima", disse o minitsro do Ambiente.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, garantiu esta quarta-feira em conferência de imprensa pouco depois das oito da manhã que dentro de duas a três semanas a Lei Europeia do Clima poderá ser oficialmente aprovada, depois do acordo político provisório alcançado esta noite entre a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu.

Pouco depois, era a vez do primeiro-ministro, António Costa, reagir na rede social Twitter ao marco histórico alcançado durante a presidência portuguesa da UE: “Mais um compromisso concretizado hoje no Trílogo sobre a primeira Lei europeia do Clima. É um sinal inequívoco da determinação da #UE no combate às alterações climáticas e um bom presságio para a Cimeira do Clima do dia 22”, escreveu, acrescentando ainda: “O tempo urge. A emergência pandémica não fez desaparecer a emergência climática. Que o Dia da Terra inspire outros a passar à ação em prol de um mundo mais saudável e sustentável”.

“É um objetivo muito ambicioso. É um passo grande”, disse ainda o primeiro-ministro em declarações aos jornalistas, e citado pera RTP, à margem da cimeira Ibero-Americana, em Andorra.

Este acordo legisla o objetivo da neutralidade climática da União Europeia em 2050 e a meta de redução coletiva líquida das emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% no ano de 2030, por comparação com 1990. Em conferência de imprensa, o ministro explicou que a lei só terá de passar agora no crivo do Parlamento Europeu e da Co-REPER, já que foi delineada no âmbito de um mandato que o Conselho Europeu deu à presidência portuguesa para negociar a neutralidade climática.

Se não chegássemos a este acordo corríamos o risco de perder a liderança na luta contra as alterações climáticas. Esta lei é melhor do que aquela com que começámos. O ponto de chegada é melhor do que o ponto de partida. Trouxemos mais ambição à Lei Europeia do Clima”, disse Matos Fernandes em conferência de imprensa, enunciando as melhorias ao texto da lei: a criação de um corpo científico independente, um orçamento de carbono, metas intermédias, roteiros setoriais e emissões negativas na UE para lá de 2050.

O ministro admitiu mesmo que a União Europeia poderá ir além dos 55% na redução líquida de emissões de gases com efeito de estufa, e chegar perto dos 57%, graças ao teto imposto nos sumidouros de carbono de 225 megatoneladas. Neste momento a UE tem já uma capacidade de sumidouro de carbono na ordem das 280 megatoneladas, e com tendência para crescer, o que irá gerar além de 2050 emissões negativas.

“Estamos satisfeitos com o acordo provisório hoje alcançado. A Lei Europeia do Clima é a ‘lei das leis’, definindo o enquadramento da legislação climática da UE para os próximos 30 anos. A UE está fortemente empenhada em alcançar a neutralidade climática no ano de 2050, e hoje sentimos orgulho por termos lançado os alicerces de um objetivo climático ambicioso e capaz de congregar o apoio de todos. Com este acordo, enviamos uma mensagem forte ao mundo – precisamente na véspera da Cimeira de Líderes dedicada ao Clima, a 22 de abril – e abrimos caminho para que a Comissão avance, em junho, com a proposta do pacote climático “preparados para os 55”, tinha já dito em comunicado o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

No que diz respeito ao objetivo para 2030, os negociadores concordaram quanto à necessidade de priorizar a redução das emissões sobre as remoções. De modo a garantir que até 2030 são envidados esforços suficientes para reduzir e prevenir as emissões, introduziu-se um limite de 225 megatoneladas de CO2 equivalente à contribuição de remoções para a meta líquida. Também concordaram que a União Europeia deve ter como objetivo atingir um volume maior de sumidouros de carbono até 2030.

Este acordo provisório inclui outros componentes, tais como a formação de um Conselho Científico Consultivo Europeu para as Alterações Climáticas, composto por 15 especialistas científicos seniores de diferentes nacionalidades, com no máximo dois membros nacionais do mesmo Estado-Membro por mandato de quatro anos. Este conselho independente será incumbido, entre outras tarefas, de fornecer aconselhamento científico e reportar as medidas da UE, as metas climáticas e os valores indicativos para os gases com efeito de estufa, bem como a sua consonância com a Lei Europeia do Clima e os compromissos internacionais da UE à luz do Acordo de Paris.

Os negociadores concordaram que a Comissão irá propor um objetivo climático intermédio para 2040, caso seja pertinente, o mais tardar seis meses depois da primeira avaliação global levada a cabo sob o Acordo de Paris. Em simultâneo, irá estimar e publicar um orçamento indicativo para os gases com efeito de estufa da União, para o período 2030-2050, conjuntamente com a respetiva metodologia. O valor é definido como o volume indicativo total das emissões líquidas de gases com efeito de estufa (descritos como equivalentes a CO2 e fornecendo informações separadas sobre emissões e remoções) previstas para esse período, sem colocar em risco os compromissos da União firmados no Acordo de Paris.

Os mediadores concordaram ainda que a Comissão irá articular-se com setores da economia que optem por preparar planos de ação voluntários e indicativos, no sentido de alcançarem o objetivo de neutralidade climática da União em 2050. A Comissão poderá monitorizar o desenvolvimento desses planos de ação, facilitar o diálogo ao nível da UE e partilhar boas práticas entre as partes relevantes.

Este acordo provisório também estabelece a ambiciosa meta de que a UE se esforce por alcançar o patamar das emissões negativas após 2050.

O acordo político provisório está sujeito a aprovação por parte do Conselho e do Parlamento, antes ainda de se avançar para as etapas formais do procedimento de implementação. Este acordo provisório foi alcançado pela Presidência Portuguesa do Conselho da UE e pelos representantes do Parlamento Europeu, com base nos mandatos das respetivas instituições.

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Constitucional alemão abre caminho à “bazuca” europeia

A providência cautelar contra a lei dos recursos próprios da UE foi rejeitada pelo Constitucional alemão. O Presidente do país já pode assinar a lei que permite à Comissão Europeia emitir dívida.

O Tribunal Constitucional decidiu esta quarta-feira rejeitar a providência cautelar contra a promulgação da ratificação da decisão dos recursos próprios da União Europeia, no âmbito do pacote de recuperação da UE. Esta legislação acordada entre os Estados-membros tinha sido aprovada pelo Bundestag (Parlamento alemão) e ia ser promulgada pelo presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, mas o Constitucional suspendeu o processo para avaliar uma providência cautelar que é agora rejeitada.

Na decisão, os juízes alemães não afastam totalmente a possibilidade da emissão de dívida conjunta ao abrigo do Próxima Geração UE seja inconstitucional, admitindo que, “no mínimo”, não pode ser afastado “totalmente” que esta autorização para a Comissão Europeia endividar-se em 750 mil milhões de euros “exceda as competências” dos tratados europeus. E também não se pode negar que tal representa um risco para a dívida e a responsabilidade orçamental da Alemanha.

Porém, na decisão do Constitucional pesou mais o que aconteceria se esta legislação não fosse promulgada. “Atrasar a entrada em vigor da decisão de 2020 dos recursos próprios iria afetar negativamente o objetivo de política económica pretendido”, escrevem os juízes, afirmando que as “desvantagens” dessa decisão poderiam ser “irreversíveis” dada a urgência temporal destas medidas face ao impacto da crise pandémica. O Tribunal recorda que existem limites nesta legislação sobre o volume, a duração — não prevê futuras emissões — e o objetivo deste endividamento, obrigando os fundos a serem utilizados “exclusivamente” para resolver questões relacionadas com a pandemia.

Menos peso têm as consequências de se concluir, mais tarde, que esta decisão é inconstitucional. Neste caso, o Orçamento alemão só seria chamado se os ativos da União Europeia não fossem suficientes para reembolsar a dívida e, mesmo no caso em que todos os Estados-membros falhem com o financiamento pedido pela Comissão Europeia, o “fardo matemático possível” seria de 21 mil milhões de euros anualmente até 2058. Mas esse cenário é “irrealista” para o Bundestag, nota o Constitucional.

Foi com satisfação que o primeiro-ministro português reagiu esta manhã ao anúncio do Tribunal Constitucional, em declarações transmitidas pela RTP3. “Isso significa que uma das dúvidas que havia sobre a possibilidade de concluir a tempo e horas a ratificação da decisão que permite à Comissão Europeia para proceder à emissão de dívida está removida“, disse António Costa, assinalando que “há poucos países” que ainda não ratificaram. Costa disse ser possível concluir este processo até ao final da presidência portuguesa do Conselho da UE (final de junho), incluindo a negociação dos primeiros Planos de Recuperação e Resiliência.

A decisão também foi bem recebida pela ex-ministra alemã e atual presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen: “Saúdo a decisão de hoje do Tribunal Constitucional alemão“, escreveu no Twitter, assinalando que a UE está a caminho da recuperação económica após esta pandemia sem precedentes. De acordo com a Reuters, a decisão do TC alemão foi aprovada por sete dos oito juízes.

Já nos mercados a reação foi pouco entusiasta, o que poderá ser explicado pelos investidores esperarem esta decisão e estarem a aguardar a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Os juros das dívidas soberanas a 10 anos mantêm-se praticamente inalterados face à última sessão. No caso de Portugal em 0,415%, de Espanha em 0,409% e da Alemanha nos -0,245%.

Este era um dos principais obstáculos que o fundo de recuperação europeu tinha encontrado até ao momento, mas não é o único. Depois de ultrapassar a resistência de alguma parte da sociedade alemã, a ratificação da decisão dos recursos próprios — a “margem orçamental” necessária para a Comissão Europeia possa endividar-se — ainda tem caminho a fazer nos países que não avançaram com o processo ainda, como é o caso da Holanda que foi a eleições em março e está em negociações para a formação do Governo. Outros países como a Áustria, Estónia, Finlândia ou Roménia também ainda não concluíram o processo legislativo.

(Notícia atualizada às 11h07 com mais informação)

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Já saíram 760 trabalhadores da TAP e são precisos mais 500, avisa secretário de Estado Santos Mendes

  • ECO
  • 21 Abril 2021

Hugo Santos Mendes reconhece que existe a "possibilidade" dos trabalhadores da Groundforce ficarem sem os salários de maio, porque a TAP não tem mais meios disponíveis para ajudar a empresa.

A TAP ainda não atingiu um número de trabalhadores que lhe permita salvaguardar a sua situação financeira, avançou o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, em entrevista ao Tudo é Economia, da RTP3. Hugo Santos Mendes repetiu ainda o alerta de Pedro Nuno Santos: a TAP não tem mais meios disponíveis para ajudar a Groundforce com o pagamento dos salários dos seus trabalhadores.

Hugo Santos Mendes destacou que a “TAP não está em condições de ajudar mais a Groundorce” e que espera que não se chegue a uma “situação em que o cenário de insolvência se possa colocar”. Assim, reconhece que existe a “possibilidade” dos trabalhadores ficarem sem os salários de maio, tudo dependendo das negociações que estão a decorrer entre a “Pasogal” e uma nova “entidade privada”.

No que toca à TAP, o secretário de Estado refere que a empresa necessitará de “ter mais saídas, entre 400 e 500”, o que fica abaixo do intervalo apontado quando arrancou a nova ronda de medidas voluntárias que está ainda em curso. Tendo, até ao momento, sido aceites pela TAP um total de “760” saídas voluntárias (resultantes de 1.200 candidaturas), a companhia aérea prepara-se agora para se “dirigir” a este novo “conjunto” de trabalhadores, para poder “apresentar as opções às escolha”.

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