BCP quer até 900 saídas para poupar 35 milhões por ano
Banco liderado por Miguel Maya prevê saídas entre 800 a 900 trabalhadores. Reestruturação vai custar 90 milhões e BCP espera alcançar poupanças de 35 milhões por ano.
O BCP avançou com um plano de reestruturação que irá levar à saída de até 900 trabalhadores nos próximos anos. Miguel Maya disse que avançou para este plano não por causa da pandemia, embora o vírus tenha acelerado a tendência. Com a redução dos quadros, o banco espera alcançar poupanças de 35 milhões de euros por ano.
O banco anunciou esta segunda-feira que a reestruturação vai ter um custo de 90 milhões de euros, tendo sido este um dos fatores que pressionou os resultados no primeiro semestre — lucro caiu 80% para 12,3 milhões.
Na conferência de resultados, o CEO adiantou que o banco não avançou com a redução de pessoal no ano passado por causa de crise pandémica e da incerteza. Porém, “chegamos a um momento em que temos visibilidade sobre o futuro, entendemos que o devíamos fazer”, frisou Miguel Maya, que destacou que “o processo para fazer na sua totalidade este ano, não é para atrasar”.
Esta reestruturação “não tem a ver com a pandemia”, acrescentou o gestor. Mas “a pandemia funcionou como um acelerador de tendências”, como a maior procura digital por serviços bancários e ainda maior concorrência das fintech.
Segundo o banco, antecipando saídas entre 800 a 900 trabalhadores, 50% a 55% diz respeito a cortes de pessoal nas agências do banco e 45% a 50% nas áreas centrais.
Em termos domésticos, a instituição contava com 6.937 pessoas nos seus quadros no final de junho, menos 217 do que há um ano. E também tem menos agências: encerrou 35 e tem agora 458 balcões.
Maya admite despedimento coletivo
Miguel Maya explicou tem necessidade de “retirar a capacidade em excesso que o banco tem” e não é indiferente de onde o banco retira as pessoas”. E, nessa medida, admitiu que pode avançar para rescisões unilaterais caso o BCP não alcance o seu objetivo — para já avançou com programas de rescisões amigáveis e reformas antecipadas.
“Como queremos reduzir o número de pessoas a sair, e que saiam as pessoas que o banco tenham a mais, [o banco] pode exigir medidas unilaterais”, disse o CEO na conferência de resultados.
Sem adiantar números, Miguel Maya adiantou que o processo de redução “está a correr bem, dentro das expectativas do banco”. “Gostaríamos que não fossem necessárias, que se chegasse a acordo com todos os trabalhadores, infelizmente nem sempre é possível”, adiantou.
Recusou que esta questão seja uma “pressão” para a sua equipa. “É uma questão de transparência, (…) temos obrigação de falar verdade com as pessoas”, referiu.
Também recusou a acusação da UGT garantindo que “não há concertação nestas matérias”. “O que há uma clara compreensão dos desafios que o setor tem pela frente“, contextualizou o CEO do BCP.
(Notícia atualizada às 18h28)
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