Portugal na cauda da OCDE no regresso ao PIB que se projetava antes da Covid

Não é só na União Europeia que a retoma portuguesa compara mal. Também entre os países da OCDE Portugal está na cauda, de acordo com um indicador da Organização.

Ainda que a economia tenha acelerado nos últimos meses, Portugal continua a ficar nas últimas carruagens do comboio da recuperação económica, tanto na União Europeia como entre os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). De acordo com um indicador criado pela Organização especificamente para a situação da pandemia, a economia portuguesa continuava no segundo trimestre cerca de 7% abaixo da tendência pré-crise, entre os piores dos 45 países analisados.

Ao contrário de outras análises, este tracker da OCDE não se limita a comparar o nível da atividade económica de 2021 face ao de 2019 para ver se já recuperou o nível pré-crise. O indicador vai mais longe, comparando o atual tamanho da economia com o nível que teria sido atingido na ausência da pandemia, tendo como base de comparação as últimas projeções da OCDE para o crescimento económico de cada país em 2019, antes da Covid-19.

Ora, com base nestes números da OCDE, as projeções do tracker até pintavam um cenário mais negro (barra verde do gráfico) para a economia portuguesa no segundo trimestre, o qual não veio a concretizar-se (triângulo preto é o que se concretizou). Ainda assim, o gráfico mostra que Portugal está entre as economias mais atrasadas na recuperação total da tendência pré-crise, ao lado de países como a Indonésia (IDN), Espanha, Grécia, Eslovénia, Índia (IND) e República Checa.

Diferença entre o PIB atual e o PIB que se projetava antes da pandemia

Fonte: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Porém, estes dados referem-se ao segundo trimestre, tendo a economia portuguesa já recuperado ainda mais no período que já decorreu no terceiro trimestre. Segundo os dados mais recentes do tracker, na segunda semana de agosto o PIB português estava cerca de 3,1% abaixo da tendência de crescimento económico pré-crise. Face só a 2020, o nível de atividade económica regista um crescimento de 3,5% e comparando diretamente com 2019 estava nessa semana ligeiramente acima (+0,35%).

Já acima da tendência pré-crise está o PIB da Irlanda, o qual é influenciado significativamente por efeitos contabilísticos que incidem sobre o seu cálculo, e o da Estónia. Para lá caminham países como a Turquia, a Austrália, a Coreia do Sul, a Nova Zelândia, a Finlândia, a Suécia, os Estados Unidos — que já recuperaram o PIB que tinham antes da pandemia — e a Lituânia, de acordo com estes dados da OCDE.

Atividade económica da segunda semana de agosto a 3,1% da tendência pré-crise

Fonte: OCDE.

Estas comparações resultam dos dados do indicador da OCDE que mede a atividade económica em tempo real através das pesquisas do Google. A nova ferramenta foi desenvolvida pelo economista da OCDE Nicolas Woloszko, usando machine learning (algoritmos) e dados de 250 variáveis do Google Trends — tendências de pesquisa do Google sobre consumo, emprego, imobiliário, incerteza económica, entre outros — para aferir a variação do PIB em tempo real. Este indicador não nos diz o que vai acontecer, mas o que está a acontecer.

Na semana passada, com base nos dados do segundo trimestre revelados pelo Eurostat, o ECO noticiou que Portugal era o terceiro país da União Europeia que estava mais longe de recuperar o nível do PIB pré-crise, uma ótica diferente da comparação feita pela OCDE. Portugal ainda está a 4,7% do nível pré-crise pandémica enquanto a média europeia está a cerca de 3% de completar a retoma, sendo influenciada pela maior demora nas quatro maiores da economia (Espanha, Itália, Alemanha e França).

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Petróleo sobe 2% após sete sessões a cair

  • ECO
  • 23 Agosto 2021

Analistas consideram, ainda assim, que valorização do barril de petróleo será temporária, antecipando mais descidas à medida que agravamento da pandemia a nível mundial vá afetando procura.

Os preços do petróleo interrompem uma série de sete sessões em baixa, com o barril a valorizar quase 2% na sessão desta segunda-feira. Apesar de tudo, os analistas consideram que a subida será temporária e que as próximas sessões poderão trazer mais quedas devido ao aumento do número de casos de Covid-19 a nível global, potenciada pela variante Delta.

O Brent desvaloriza 1,9%, para 66,41 dólares por barril, depois de ter atingido nesta sessão o valor mais baixo desde maio. O crude WTI recua 1,8%, para 63,27 dólares.

Os dois benchmarks registaram, respetivamente, desvalorizações de 8% e 9% na semana passada, com os investidores a prepararem-se para uma descida na procura devido ao agravamento da pandemia.

Evolução do preço do Brent:

“Os preços do petróleo estão a ganhar algum fôlego depois das quedas acentuadas da última semana. Esperamos mais ajustamentos esta semana, mas o sentimento do mercado vai continuar em baixa com o agravar dos receios em relação a um abrandamento da procura mundial”, referiu Kazuhiko Saito, analista da Fujitomi Securities, citado pela Reuters.

Muitos países estão a responder ao aumento das infeções com mais restrições à atividade económica, impondo limitações nas viagens, por exemplo.

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Galp e BCP somam 1% e reforçam bolsa acima dos níveis pré-pandemia

Jerónimo Martins também está em destaque: aproxima-se rapidamente da cotação mais elevada de sempre. Índices europeus registam igualmente arranque positivo.

A bolsa nacional arrancou a semana com o pé direito, cimentando a sua cotação em níveis registados antes da pandemia, sobretudo graças aos bons desempenhos da Galp e BCP, que registam ganhos de mais de 1%.

O principal índice português, o PSI-20, soma 0,44%, para 5.360,22 pontos, com a grande maioria das cotadas em alta. Desde logo a Galp, que avança 1,07%, para 8,306 euros. O BCP também soma mais de 1%, para 0,1247 euros.

Os ganhos são liderados pela Sonae, dona do Continente, cujas ações valorizam 1,65%, para 0,925 euros. Na semana passada, selou a venda de 25% da Sonae MC ao fundo CVC por mais de 500 milhões de euros.

No retalho, porém, há outra cotada em grande evidência: a Jerónimo Martins: soma 0,27%, para 18,295 euros, negociando cada vez mais perto de máximos de sempre.

Estão quatro cotadas a negociar em baixa, com a EDP Renováveis e a EDP a cederem ambas mais de 1% e a travaram maiores ganhos em Lisboa, que, ainda assim, consegue acompanhar os desempenhos positivos verificados entre os pares europeus.

O Stoxx 600, que reúne as principais cotadas do Velho Continente, ganha cerca de 0,5%, sendo que Frankfurt, Madrid e Paris observam subidas entre 0,8% e 1%.

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Transportes públicos sem limites, grupos maiores nos restaurantes. Isto é o que muda nas regras da Covid-19

Acaba esta segunda-feira o limite à lotação dos transportes públicos. E os restaurantes passam a poder ter mais gente por grupo no interior e nas esplanadas. Fique a par do que muda.

As regras de controlo da pandemia ficam menos rígidas a partir desta segunda-feira, dia em que Portugal avança para a “fase 2” do novo plano de desconfinamento. Este já tem em conta o critério da vacinação. E como as doses estão a chegar aos braços dos portugueses mais rápido do que o previsto, a nova fase chega também mais cedo do que era antecipado.

Uma das novidades mais visíveis é o fim do limite à lotação dos transportes públicos. A partir de agora, um autocarro comum com 85 lugares pode transportar 85 pessoas. De igual modo, um táxi pode sentar quatro passageiros, incluindo no banco do “pendura”.

Para os restaurantes, cafés e pastelarias, oito passa a ser o limite de pessoas por grupo no interior dos estabelecimentos. Nas esplanadas, o limite alarga-se para 15. Se a ocasião for num fim de semana ou num feriado, a entrada no interior dos restaurantes está condicionada aos cidadãos que apresentem teste negativo ou um dos três certificados digitais: testagem, vacinação ou recuperação da Covid-19.

No caso dos eventos, também há novidades. Espetáculos culturais, limitados às duas da manhã, passam a poder receber participantes até ao limite de 75% da lotação. O mesmo acontece para casamentos e batizados.

Dentro de alguns dias, a 1 de setembro, reabrem os serviços públicos para atendimento espontâneo dos cidadãos. Deixa de ser necessária a marcação prévia.

Com mais este passo, o país aproxima-se da “fase 3”. Quando o país atingir os 85% de população com a vacinação completa, os restaurantes, cafés e pastelarias deixam de ter limites à sua lotação, assim como os espetáculos culturais. Será também o momento da reabertura normal dos bares e discotecas, mediante apresentação de certificado digital.

Na sexta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, admitiu que poderá ser possível “chegar mais rápido” do que o esperado à “fase 3”. Contudo, reconheceu também que, à medida que a vacinação avança e acelera, também será “mais difícil” de a acelerar ainda mais.

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Hoje nas notícias: Acidentes, Benfica e autárquicas

  • ECO
  • 23 Agosto 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As companhias de seguro vão partilhar entre si, numa lista única, os acidentes de automóveis reportados pelos condutores a nível europeu. A passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões garante ao Benfica um encaixe de 37 milhões de euros. Das mulheres candidatas a presidente de Câmara, apenas 13,5% são eleitas. Os portugueses aplicaram um valor recorde de de dois mil milhões de euros em fundos de investimento nacionais no primeiro semestre do ano. O programa de habitação lançado em 2020 pelo Governo no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) já deu casa a cerca de 300 pessoas em situação de sem-abrigo.

Seguradoras vão ter lista europeia de acidentes de viação

As companhias seguradoras vão partilhar entra si, numa lista única, os sinistros automóveis reportados pelos condutores, a nível europeu. Assim, cada seguradora poderá ter acesso a informação dos acidentes nos outros países, numa alteração que decorre da diretiva Seguro Automóvel, proposta pela Comissão Europeia e que já tem o acordo do Parlamento Europeu e o Conselho. Os estados membros terão dois anos para transpor a diretiva para a lei nacional.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Benfica garante 37 milhões se passar na Champions

O Benfica defronta esta terça-feira o PSV, em Eindhoven, na segunda mão da 3.ª eliminatória da Liga dos Campeões. Um bom resultado nos Países Baixos, depois da vitória por 2-1 na Luz, garante aos “encarnados” cerca de 37 milhões de euros, mais um montante relativo ao market pool (direitos de televisão), um pouco menos do que o FC Porto (39,5 milhões) e mais do que o Sporting (27 milhões).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Das mulheres candidatas a presidente de Câmara, apenas 13,5% são eleitas

Entre as 308 autarquias do país, apenas sete têm mais mulheres do que homens nos executivos camarários: Alvaiázere (Leiria), Proença-a-Nova (Castelo Branco), Marinha Grande (Leiria), Nisa (Portalegre), Constância (Santarém), Penedono (Viseu) e Vieira do Minho (Braga). À presidência conseguiram chegar 18 mulheres do PS, seis do PSD, quatro do PCP e três independentes. Ainda que o número de candidatas aumente em cada ciclo eleitoral, a tendência de voto tem-se mantido e apenas 13,5% são eleitas. Nas eleições deste ano, o PCP é o partido que mais mulheres apresenta como cabeça-de-lista, num total de 80 candidatas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Fundos registam investimento recorde no primeiro semestre

Os portugueses aplicaram perto de dois mil milhões de euros em fundos de investimento nacionais no primeiro semestre do ano, o que representa uma valor recorde num período em que os mercados acionistas também bateram máximos. Há 14 meses seguidos que os fundos de investimento nacionais captam aplicações, depois de em junho as subscrições líquidas terem atingido os 277,8 milhões.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo já deu casa a cerca de 300 “sem-abrigo”

Desde novembro de 2020, o programa de habitação lançado pelo Governo no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) já deu casa a cerca de 300 pessoas em situação de sem-abrigo. O projeto, que conta com protocolos celebrados em 22 concelhos do país, quer tirar 1.100 pessoas das ruas até ao final do ano, alojando-as em casas ou apartamentos partilhados, para que sejam reintegradas a nível profissional e social. Estão abertas novas candidaturas até ao dia 10 de setembro.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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PRR obriga a mexidas em ministérios e organismos públicos

Criação de grupos de trabalho ou técnicos, extinção e criação de departamentos são algumas das mudanças para garantir a execução das verbas do PRR sem atrasos e travar devolução de dinheiro.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está a obrigar a várias mexidas em vários ministérios e organismos públicos. Para acompanhar a execução dos 16,6 mil milhões de euros do plano estão a ser criados grupos de trabalho nos ministérios e novos departamentos em institutos públicos. O objetivo é garantir que as metas e objetivos definidos junto da Comissão Europeia são cumpridos e que não há atrasos que possam comprometer os futuros reembolsos.

O Ministério da Administração Interna criou, na semana passada, um grupo de trabalho para acompanhar a execução do PRR já que esta área governativa tem a seu cargo um envelope financeiro de 147,9 milhões de euros, repartidos nas componentes da habitação, florestas e transição digital da Administração Pública.

A secretaria-geral do MAI vai desempenhar o papel de beneficiário intermediário dos investimentos sob a responsabilidade desta tutela previstos no PRR e tendo em conta “os desafios associados ao horizonte temporal para garantir a execução material e financeira das reformas previstas” foi criado este grupo de trabalho que com um elemento das várias estruturas do Ministério (gabinete do ministro; gabinete do secretário de Estado Adjunto; gabinete da secretária de Estado da Administração Interna e da secretaria geral do MAI) e com a possibilidade de outras entidades desta tutela também participarem. O grupo de trabalho, que não recebe qualquer remuneração, senhas de presença ou ajuda de custo, tem de apresentar um relatório trimestral sobre a evolução da execução do PRR.

Também a Saúde já tinha criado em junho um grupo de apoio técnico à implementação das políticas de saúde para acelerar a implementação dos objetivos definidos pelo Executivo e preparar a boa utilização dos fundos do PRR, mas também do Portugal 2030. “Aumento e melhoria das respostas dos cuidados de saúde primários, hospitalares, de saúde mental, continuados e paliativos, apostando na saúde desde os primeiros anos de vida, num envelhecimento saudável” foram algumas das metas definidas entretanto comprometidas pela pandemia. Este grupo, que vai reunir uma vez por mês, vai ajudar a implementar as medidas definidas no programa de Governo, apresentar estratégias, projetos e medidas concretas para melhorar o acesso da população aos cuidados de saúde, mas também acompanhar a implementação das medidas necessárias à concretização das reformas e dos investimentos inscritos do PRR, em especial, para a respetiva área de cuidados.

A Saúde tem 1,38 mil milhões de euros reservados no PRR para diversas medidas como a criação de 34 novas unidades móveis para cuidados de saúde primários para cobertura das regiões de baixa densidade; o alargamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados com 5.500 novas camas de internamento e da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, com 400 camas de internamento de menor complexidade.

Este grupo de apoio técnico deverá funcionar durante um ano, sem receber também qualquer remuneração adicional.

Outra das mudanças que o PRR forçou foi ao nível do IAPMEI, que também é beneficiário intermediário, nomeadamente das agendas mobilizadoras. Foram extintos vários departamentos da Direção de Investimento para a Inovação e Competitividade Empresarial e, em alternativa, criados outros na Direção de Capacitação Empresarial.

“As alterações orgânicas promovidas pelo Conselho Diretivo surgem no contexto da implementação do PRR”, explicou ao ECO fonte oficial do IAPMEI. “As novas dimensões e competências de atuação do IAPMEI potenciaram a oportunidade de estabelecer uma estrutura dedicada à conceção, dinamização e gestão de novas medidas de apoio, assegurando-se, ao mesmo tempo, a continuidade do suporte aos programas atualmente em curso”, acrescentou a mesma fonte.

Em causa está um departamento de suporte operacional de programas que gere os sistemas de gestão e controlo associados aos programas de acesso a financiamento, dá apoio técnico e operacional às unidades envolvidas na execução das medidas de financiamento e tenta agilizar os instrumentos de financiamento geridos pelo IAPMEI, com o objetivo de simplificar e promover o acesso por parte das empresas.

Foram também criados dois departamentos de análise de investimento: um para os projetos de resiliência e outro para os de transição ambiental e digital.

O Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública opou por não criar “para já nenhum grupo de trabalho”, confirmou ao ECO, fonte oficial da pasta de Alexandra Leitão. Os investimentos em medidas de simplificação e eficiência da Administração Pública “são executados pelos serviços responsáveis da área governativa MEAP, com o acompanhamento da tutela”, acrescentou a mesma fonte.

Mas o Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública passou a ter um novo diretor. Paulo Areosa Feio terminou antecipadamente a comissão de serviço como conselheiro técnico na Delegação de Portugal junto da OCDE e foi nomeado, em regime de substituição como diretor do PlanAPP “de forma a assegurar o normal funcionamento do serviço”.

Areosa Feio foi coordenador do Observatório do QREN entre 2008 e 2013 passando depois para a OCDE, onde acompanhou as áreas de emprego, trabalho governança pública, entre outras. Agora assume a direção deste centro, criado em março, tem por missão definir linhas estratégicas e prioridades das políticas públicas, mas também assegurar a coerência dos planos setoriais com os documentos de planeamento transversais e acompanhar a execução das políticas públicas.

Entretanto, o processo de recrutamento de um diretor para o PlanAPP prossegue.

Já no Ministério do Ambiente existe “um mecanismo informal que, desde o início deste processo, vem coordenando a preparação e o acompanhamento de todas as matérias relacionadas com o PRR, nomeadamente, no que diz respeito à sua execução”, explicou ao ECO fonte oficial da tutela de Matos Fernandes.

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Seguradoras vão ter lista única europeia de acidentes de viação

  • ECO
  • 23 Agosto 2021

Alterações na diretiva europeia Seguro Automóvel preveem criação de uma base de dados para acidentes automóveis. Após publicadas, Estados-membros têm dois anos para transporem para a lei nacional.

As companhias seguradoras vão partilhar entre si, numa lista única, os sinistros automóveis reportados pelos condutores, a nível europeu. Assim, cada seguradora poderá ter acesso a informação dos acidentes mesmo que tenha ocorrido noutro país da União Europeia, avança o Jornal de Notícias (acesso pago).

Esta alteração da diretiva Seguro Automóvel, que prevê a criação de uma base de dados europeia para acidentes de viação, foi proposta pela Comissão Europeia e que já tem o acordo do Parlamento Europeu e o Conselho.

Depois da publicação no jornal oficial da União Europeia, os Estados-membros terão dois anos para transporem a diretiva para a lei nacional.

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Zurich recoloca lucro semestral no nível pré-pandemia

  • ECO Seguros
  • 23 Agosto 2021

Covid-19 teve impacto bastante inferior ao de um ano antes no resultado operacional. Crescendo dois dígitos em prémios de seguros Não Vida e Vida, o lucro líquido do grupo aumentou 86% no 1º semestre.

O Zurich Insurance Group (Zurich) anunciou “forte recuperação” de resultados na primeira metade do ano, com o lucro operacional consolidado a crescer 60%, para 2,7 mil milhões de dólares, enquanto o resultado líquido atribuível (lucros depois de impostos) ascendeu a 2,2 mil milhões de dólares no primeiro semestre, mais 86% comparativamente com o montante de igual período em 2020.

Apesar de mortalidade mais elevada este ano na atividade de seguros Vida para o conjunto do grupo, os 73 milhões de dólares estimados de impacto Covid-19 no resultado operacional do semestre foram bastante menos gravosos em comparação com os 686 milhões de dólares contabilizados nos primeiros seis meses de 2020.

Os resultados da atividade corrente e impacto mais reduzido da pandemia de Covid-19 “mais do que compensaram aumento de perdas geradas por eventos climáticos extremos,” refere a companhia em comunicado, salientando que o rácio combinado do negócio P&C (seguros de bens e acidentes) desceu aos 93,9%, significando que o indicador de eficiência se situa no melhor nível em mais de 20 anos.

Os resultados alcançados no semestre são “extraordinários,” afirmou Mario Greco, citado no documento. Pesando perdas significativas causadas por catástrofes naturais num período de crise de saúde pública, conquistar 600 mil novos clientes no retalho e com os lucros “a regressarem aos níveis pré-pandemia, quando reportámos o melhor semestre em uma década,” constitui uma realização “notável,” salientou o CEO do grupo Zurich no comunicado em que manifesta “enorme confiança” de que os objetivos anuais serão atingidos.

A Zurich conta mais de 2 500 agentes no mercado português. Na primeira metade de 2021, pelo mundo, o grupo angariou tantos novos clientes, quantos conquistou em Portugal em mais de 100 anos de atividade.

No semestre em que a carteira do grupo alcançou 52,2 milhões de clientes (retalho), o resultado operacional da atividade seguros Property & Casualty (P&C)) mais do que duplicou alcançando 1,56 mil milhões de dólares (+105% em variação homóloga) com o volume bruto de prémios crescer 16% (12% em base constante), faturando 22,03 mil milhões de dólares. Na região EMEA, o crescimento foi suportado por taxa de retenção, novos negócios no retalho e aumentos de preços nas linhas comerciais, uma tendência que a Zurich espera que se mantenha no resto do ano.

No negócio de seguros de Vida, o lucro operacional aumentou 44% (31% em base constante), atingindo 802 milhões de dólares, beneficiando de tarifário mais alto e retorno de investimentos, com o volume bruto do equivalente a prémios (cobrança de prémios e anuidades de poupança) a progredir 14%.

O rácio de solvência, calculado em 206%, reflete a robustez de capital (Solvency Swiss Test) do grupo no fecho do semestre.

No mesmo comunicado, a Zurich refere-se ainda aos objetivos e ações que realiza no âmbito dos compromissos ambientais e sociais. Sendo membro fundador da Net-Zero Insurance Alliance (NZIA), no âmbito da qual, o grupo segurador assume meta de zero-emissões em 2050. Neste âmbito, o grupo suíço adianta que planeia novas ações para reduzir emissões associadas a viagens, frotas, imobiliário, papel e alimentação.

Em julho passado, através de comunicado em Portugal, a companhia anunciou que a Z Zurich Foundation decidiu alargar, até ao final de 2021, “a campanha de angariação de fundos para ajudar a UNICEF a fornecer 2 mil milhões de doses de vacinas contra a COVID-19. Até lá, a Z Zurich Foundation compromete-se a equiparar os fundos angariados até 2,5 milhões de francos suíços (mais de 2,3 milhões de euros)”.

Este compromisso reforça as “doações iniciais feitas pela Z Zurich Foundation para ajudar a UNICEF a fornecer mais de 1,1 milhões de doses a nível mundial através do Mecanismo de Acesso Global à Vacina COVID-19 (COVAX Facility)”. A fundação da seguradora promoveu também várias campanhas locais de angariação de fundos em todo o mundo, convidando à contribuição das comunidades, incluindo fornecedores, parceiros de negócio e clientes da Zurich, assim como o público em geral (incluindo em Portugal).

“À medida que os cidadãos dos países desenvolvidos começam a regressar e a retomar as suas vidas num mundo pós-vacinação, para os países em desenvolvimento o futuro ainda é incerto, com o processo de vacinação lento e desigual,” referia Carla Haddad Mardini, Diretora de Angariação de Fundos e Parcerias do Setor Privado da UNICEF, no comunicado da Zurich Portugal.

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Portugal recebe 2,37 mil milhões de euros em “direitos” do FMI

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

Portugal vai receber esta segunda-feira 1.960 milhões de unidades de Direitos Especiais de Saque (DES) do "aumento de capital" do FMI, que equivalem a cerca de 2.373 milhões de euros.

Portugal vai receber 1.960 milhões de unidades de Direitos Especiais de Saque (DES), cerca de 2.373 milhões de euros, de acordo com a distribuição proporcional à sua quota no Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com o documento que foi aprovado pelo conselho de administração do FMI e que começará esta segunda-feira a reforçar as reservas cambiais de todos os membros do Fundo, Portugal receberá 1.960 milhões de unidades de DES, correspondentes a 2.775 milhões de dólares ao câmbio atual.

“A proposta defende uma alocação de 650 mil milhões de dólares, cerca de 456 mil milhões de DES, baseada numa avaliação das necessidades de reservas dos Estados membros a longo prazo, e inclui medidas para aumentar a transparência e a responsabilização no reporte do uso dos DES, ao mesmo tempo que preserva as características dos DES”, lê-se numa nota técnica do FMI sobre a emissão, que começará agora a ser concretizada.

Na nota, lê-se ainda que “a alocação ajudará muitos estados membros a suavizar a necessidade de ajustamento face aos constrangimento de liquidez e a evitar políticas desequilibradas, ao mesmo tempo que fornece espaço para aumentar a despesa na resposta à crise e nas vacinas”.

Os países em desenvolvimento e os mercados emergentes vão receber 275 mil milhões de dólares (235 mil milhões de euros) do total, disse a diretora executiva do FMI, Kristalina Goergieva, a 2 de agosto, na aprovação da emissão pela direção do Fundo.

Os países membros começaram a discutir uma emissão de DES logo no ano passado devido ao impacto da pandemia de Covid-19, que atirou a economia global para uma recessão de 3,5%, devendo crescer 6% este ano, segundo as previsões feitas do último relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais.

A emissão de DES é um instrumento criado pelo FMI para dar liquidez e ampliar os recursos disponíveis dos Estados com necessidades financeiras, funcionando como uma espécie de aumento de capital do FMI, para reforçar o combate à pandemia e relançar o crescimento económico.

Um DES é uma unidade em que o dólar americano tem 41,73% do peso, o euro 30,93%, o yuan chinês 10,92%, o iene japonês 8,33% e a libra esterlina 8,09%, e tem uma cotação publicada diariamente pelo FMI. No domingo, 1 DES correspondia a 1,2107 euros.

Angola é o país lusófono africano que terá uma alocação mais robusta, seguindo-se Moçambique, com 261 milhões de euros, a Guiné Equatorial (181,6 milhões de euros), a Guiné-Bissau, com 32,6 milhões, Cabo Verde, com 27,8 milhões, e São Tomé e Príncipe, que receberá quase 17 milhões de euros em reservas cambiais.

No total, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) receberão um reforço de 1.372,2 milhões de euros, correspondentes a 1134 milhões de unidades de DES.

A emissão de DES vai ajudar os países com maiores dificuldades a equilibrarem as suas contas e reforçarem a aposta no combate à propagação da pandemia, e tem sido qualificada pelos países africanos como essencial para relançar o crescimento económico da região.

Os países africanos, nomeadamente os da África subsaariana, têm argumentado que a sua parte de DES é desproporcionalmente inferior às suas necessidades devido à diminuta quota no FMI, salientando a baixa taxa de vacinação e a necessidade de manter o financiamento dos projetos com capacidade para robustecer as infraestruturas e assim garantir a atratividade de novos investimentos que façam a região crescer.

O FMI tem defendido que os países mais avançados, menos necessitados desta ‘injeção de capital’, deveriam transferir uma parte do reforço dos seus DES para os países em desenvolvimento, tendo sido acordado pelas principais potências a canalização de pelo menos 100 mil milhões de dólares, equivalentes a cerca de 854 milhões de euros, para os países com mais dificuldades.

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Prego Gourmet fecha portas com dívidas a fornecedores e ao Novo Banco

Insígnia de restaurantes pediu insolvência e a sentença chegou na semana passada. Novo Banco, fornecedores e centro comercial entre os credores.

Insígnia de restaurantes Prego Gourmet foi declarada insolvente na segunda-feira.D.R.

O Prego Gourmet foi declarado insolvente pelo Juízo de Comércio de Sintra do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste. O pedido de insolvência foi apresentado pela própria insígnia de restaurantes, depois de as restrições para o controlo da pandemia terem gerado uma forte quebra na faturação ao longo do último ano e meio.

A sentença ainda pode ser alvo de recurso e não foi possível apurar o montante devido. Mas, de acordo com informações publicadas no Citius, estão entre os credores o centro comercial Alegro Alfragide, fornecedores como a Pcarnes, Frustock e Easybatata, e o Novo Banco.

Esta lista pode aumentar. Foi fixado um prazo de 30 dias para que outros eventuais credores possam reclamar créditos junto do administrador de insolvência, Vasco Lopes Azevedo. Contactado, o responsável disse ter acabado de tomar conhecimento do processo, pelo que não pôde avançar informações adicionais.

O Prego Gourmet tem como principal acionista a holding Ardma SGPS, de Pedro de Almeida, que também é acionista do Observador. São ainda sócios da empresa de restauração David Saragga Igrejas e João Cota Dias, administradores da sociedade, através de outras empresas. O ECO tentou contactar os responsáveis da empresa e encontra-se a aguardar uma reação oficial.

Pandemia tira mais de meio milhão

Fonte familiarizada com o processo disse ao ECO que terá sido a pandemia a levar a este desfecho, com as restrições horárias e fecho dos centros comerciais a prejudicarem severamente o negócio da restauração. Isso acabaria por inviabilizar o Prego Gourmet, com a empresa a perder dinheiro todos os meses — entre 500 mil e 800 mil euros neste período de pandemia.

A mesma fonte disse ainda que, antes da Covid-19, a conjuntura estaria “agradável”. Mas já se notava nas contas a tendência global de redução do fluxo de clientes nos centros comerciais.

Prego Gourmet empregava entre 50 a 60 pessoas em seis estabelecimentos.D.R.

Com o slogan “Um Ritual Português Aperfeiçoado”, o Prego Gourmet era uma marca de restaurantes presente em vários centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa. E, apesar da tramitação do processo de insolvência, já encerrou todas as portas, desconhecendo-se, para já, se o destino é a liquidação da massa falida ou uma tentativa de recuperar a empresa.

Até recentemente, o Prego Gourmet mantinha seis estabelecimentos em funcionamento e empregava entre 50 a 60 pessoas. Chegou a ter presença no Alegro em Carnaxide, Amoreiras Shopping, Atrium Saldanha, Cascais Shopping, Oeiras Parque, Colombo, Alegro Setúbal, Vasco da Gama, Campo Pequeno e Armazéns do Chiado.

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PS diz que “ninguém conhece em todo o país” as propostas do PSD

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, disse que “não se ganham eleições sem uma alternativa política clara” e que “ninguém conhece em todo o país” as propostas do PSD.

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, disse que “não se ganham eleições sem uma alternativa política clara” e que “ninguém conhece em todo o país” as propostas do PSD.

“[Rui Rio] veio dizer que o líder do PS deveria conhecer as propostas do PSD. Mas como é possível conhecer aquilo que ninguém conhece em todo o país?”, questionou José Luís Carneiro no seu discurso durante a apresentação de Orlando Alves, candidato socialista à presidência da Câmara de Montalegre, no distrito de Vila Real.

O dirigente do PS referiu que “ou não há projeto ou não há liderança, para não se conhecerem as propostas” sociais-democratas.

Na rede social Twitter, o presidente do PSD, Rui Rio, escreveu no sábado: “É grave que um primeiro-ministro não leia as propostas do principal partido da oposição. Estão quase todas na internet; e algumas até lhe foram entregues diretamente. Mas, ainda pior do que isso, é exibir a sua ignorância em público, assumindo que desconhece o que devia conhecer”.

Na publicação, Rui Rio partilhava declarações do secretário-geral do PS, António Costa, em entrevista ao Expresso, em que referia que “nestas eleições autárquicas o único pântano que está à vista é o pântano na direita, fragmentada, sem liderança, sem propostas para o país”.

José Luís Carneiro apontou também este domingo, em Montalegre, que “não se ganham eleições sem uma alternativa política clara”, destacando que deve ser “credível e construída pelas pessoas” para “mobilizar o povo para a sua concretização e desenvolvimento do futuro”.

Para o secretário-geral adjunto do PS, o Governo, durante a pandemia de Covid-19, “garantiu que o Serviço Nacional de Saúde fosse capaz de resistir, apesar de todas as más profecias que as oposições faziam”.

“Conseguimos rechaçar todas as más profecias que faziam. Enquanto o Governo lutava em salvaguardar, em Portugal e no estrangeiro, as nossas condições de vida, a oposição procurava pequenos casos, aqui e acolá, para fragilizar o primeiro-ministro e o Governo”, frisou.

O socialista salientou que o Executivo garantiu em Bruxelas “não apenas um pacote financeiro” com o Plano de Recuperação e Resiliência, mas um novo quadro financeiro plurianual que “vai permitir modernizar o Estado, a economia, as empresas e a agricultura”.

“Temos bem o sentido das prioridades. Deve-se transmitir uma mensagem de tranquilidade para os mais inquietos e preocupados com o Orçamento do Estado [OE]. Vai ter as prioridades certas”, sublinhou.

José Luís Carneiro apontou que o OE terá mais investimento público nos transportes, nas infraestruturas de mobilidade, nas políticas de habitação, para “dar dignidade para as condições de habitação”, e ainda maior “dignificação das condições laborais e da proteção dos trabalhadores”.

Para o dirigente, são necessários “autarcas que partilhem a visão do Governo” para a “descentralização de competências, de forma a responderem às necessidades e inquietações dos seus munícipes”. As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.

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Ganharíamos todos com “separação mais clara entre gestão da política de saúde e gestão técnica”, defende Óscar Gaspar

Presidente da Associação da Hospitalização Privada sugere que um instrumento como uma entidade gestora do Serviço Nacional de Saúde poderia dar "vitalidade" e tornar mais eficaz a gestão.

Já arrancam as negociações para o Orçamento do Estado 2022, num ano que será marcado pelas eleições autárquicas, que podem mudar xadrez político. Ao longo deste verão quente vamos ouvir o Governo, partidos, parceiros sociais e empresários sobre um Orçamento que ainda não tem aprovação garantida e que está a ser desenhado no meio de uma pandemia. Leia aqui todos os textos e as entrevistas, Rumo ao OE.

O sistema de saúde em Portugal conta com o setor público e privado, sendo o primeiro assente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), defende que a existência de uma entidade gestora do SNS “é um instrumento que pode dar vitalidade ao SNS” e permitir uma gestão “mais eficiente e efetiva”.

Esta solução permitiria também uma “separação mais clara entre o que é a gestão da política de saúde e a gestão mais técnica dos serviços de saúde”, algo com o qual “ganharíamos todos”, reitera.

A ideia partiu de um estudo desenvolvido pela consultora EY e publicado pelo Health Cluster Portugal, que defendia então a existência de uma entidade gestora do SNS, explica Óscar Gaspar, como um instituto autónomo. “Esse é um instrumento que pode dar alguma vitalidade ao SNS e permitir gerir de forma mais eficiente e efetiva o SNS“, aponta.

Com este mecanismo, poderia existir “uma separação mais clara entre o que é a gestão da política de saúde e a gestão mais técnica dos serviços de saúde”. “Ganharíamos todos se houvesse uma clarificação de papéis do Estado enquanto por um lado definidor de políticas e por outro lado prestador de cuidados de saúde”, reitera o responsável.

Ainda assim, o líder da APHP sublinha que as discussões sobre o modelo de saúde não devem ser tidas “a quente”, não sendo uma questão a ser discutida no OE mas sim mais “ponderada”.

“É um erro” acabar-se com as PPP na saúde

Outras experiências que existiram com entidades gestoras são as parcerias público-privadas (PPP), que colocaram grupos privados a gerir hospitais públicos. No entanto, nomeadamente após negociações para a Lei de Bases da Saúde, acabou por ficar definido que não existiriam novas PPP na saúde, o que, para Óscar Gaspar, “é um erro e é uma perda para Portugal”.

“O último relatório do Tribunal de Contas é absolutamente claro, as PPP cumpriram todos objetivos a que se propuseram”, sublinha. As PPP “foram poupadoras, mais de 200 milhões de euros para o erário público, tinham modelos de acompanhamento em termos de satisfação do doente, realização dos profissionais de saúde e financeiros muito mais exigentes que SNS”, que o TdC até recomenda que também sejam aplicados a SNS, acrescenta.

Os hospitais de Braga e Vila Franca de Xira já foram revertidos para a esfera pública, sendo que estão a funcionar as PPP de Loures e Cascais, mas para esta última “também já é público que a atual gestão não vai concorrer ao próximo concurso“.

“É claro que, politicamente, entendeu-se que as PPP não deviam existir, por isso morreram”, atira o presidente da APHP, salientando que “alguém responderá pela responsabilidade de acabar com este instrumento que estava ao serviço do sistema de saúde”.

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