Novo Banco prepara-se para mudar imagem a pensar no novo capítulo de lucros
António Ramalho quer virar a página dos prejuízos e o banco prepara-se para renovar sua imagem no final do próximo mês.
O Novo Banco prepara-se para renovar a sua imagem, a pensar no novo capítulo da sua vida. A mudança vai ter lugar nos próximos dois meses, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Neste mês de setembro, os próprios trabalhadores do banco vão ser chamados colaborar na criação da nova imagem, que será apresentada ao público e implementada nos pontos de contacto do banco, incluindo rede de agências, no final de outubro.
Questionado pelo ECO sobre este processo, a instituição financeira recusou fazer qualquer comentário, mas a renovação da imagem está a ser pensada há meses e o CEO, António Ramalho, enviou este domingo à tarde um e-mail aos trabalhadores a dar conta dessa mudança, convidando-os a participarem na iniciativa.
“Eis que chegou o momento de escrevermos mais um capítulo desta nossa já longa viagem, o rejuvenescimento da nossa marca, a criação de uma nova imagem que marca a nova etapa da vida do nosso banco”, escreveu António Ramalho na missiva a que o ECO teve acesso.
“E se juntos chegamos aqui, juntos vamos fazer história ao criar uma marca através de um processo colaborativo inédito a nível mundial. Vamos, com a colaboração de cada um, criar o nosso símbolo coletivo, a nossa onda de mudança”, refere.
"Queremos voltar a ser um banco novo: queremos consolidar a nossa trajetória de rentabilidade, queremos voltar a uma rota de crescimento, queremos assumir plenamente esta nova fase de renascimento.”
A nova imagem ainda não está “desenhada”. Aliás, o banco conta com a participação dos 4.500 trabalhadores neste processo. Foi desenvolvida uma aplicação que transformará as vozes de cada um dos colaboradores numa única onda de voz e da qual resultará a nova imagem.
O banco já registou novas imagens no Instituto de Propriedade Intelectual em julho, e onde são visíveis as diferenças face à atual imagem, nomeadamente ao nível do lettering e das cores.
A nova imagem vem no timing apropriado na vida do banco. Surge no ano em que o Novo Banco se prepara para ter finalmente lucros, naquilo que o CEO pretende que seja o virar de página da instituição, depois de anos a fio de prejuízos (e pedidos de dinheiro polémicos ao Fundo de Resolução) e de multiplicação de casos que beliscaram a perceção pública do banco.
O próprio António Ramalho reconhece os “obstáculos” que o banco teve de ultrapassar nos últimos anos, mas é tempo da fase do “renascimento”. “Queremos voltar a ser um banco novo: queremos consolidar a nossa trajetória de rentabilidade, queremos voltar a uma rota de crescimento, queremos assumir plenamente esta nova fase de renascimento”, disse aos trabalhadores.
As contas do semestre já mostram lucros de 138 milhões de euros (contra prejuízos de mais de 500 milhões na primeira metade do ano passado) e António Ramalho conta fechar o ano no verde. Por outro lado, com o fim da comissão de inquérito do Parlamento — o relatório final deverá ser discutido em plenário no próximo mês –, a cadência de notícias sobre o banco terá tendência para diminuir.
“Libertar-se dos elos do passado”
Foi já com base na nova “identidade” que o Novo Banco lançou um novo modelo de agência no ano passado, e que o ECO teve oportunidade de dar a conhecer no início do ano, na sequência de uma entrevista com o CEO.
Em relação ao nome da marca, tudo se mantém desde que a instituição nasceu da resolução do BES em agosto de 2014. Ou seja, mantém o nome dado ao banco de transição pelo governador do Banco de Portugal há sete anos. Carlos Costa já teve oportunidade de explicar nome “Novo Banco” foi da sua autoria. Surgiu em 10 minutos, após as autoridades europeias rejeitarem a proposta “Novo BES”, sendo que foi necessário pedir ao BCP para ceder o nome.
As mudanças na vida do Novo Banco não ficarão por aqui. Para os trabalhadores que trabalham na sede em Lisboa também se perspetivam mudanças. O banco está a preparar-se para deixar a Avenida da Liberdade e mudar-se para o Tagus Park, em Oeiras, onde já tem os serviços de informática, como o ECO avançou em primeira mão.
“Esta mudança permite-nos iniciar um novo capítulo da nossa história, numa nova morada liberta dos elos que ainda nos ligam ao passado“, disse Ramalho aos trabalhadores no passado mês.
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