Pensões chegam hoje sem aumento extra, mas já com novas taxas de IRS

As pensões relativas a janeiro são pagas esta sexta-feira, por transferência bancária, refletindo já as novas taxas de retenção na fonte de IRS. Aumento extra previsto no OE ainda não será sentido.

A Segurança Social paga esta sexta-feira as pensões relativas a janeiro, que já refletem as novas tabelas de retenção na fonte de IRS. O aumento extraordinário previsto no Orçamento do Estado para 2021 ainda não será sentido pelos pensionistas, assegurando o Governo que em fevereiro serão pagos retroativos.

De acordo com o calendário oficial, as pensões pagas através de transferência bancária chegam aos seus destinatários esta sexta-feira.

Apesar de estar previsto no Orçamento do Estado um aumento extraordinário de dez euros das prestações até 658,2 euros (1,5 vezes o Indexante dos Apoios Sociais) com efeitos a janeiro, esse acréscimo ainda não será sentido pelos pensionistas. De acordo com o Ministério das Finanças, a atualização extraordinária só será paga a partir de fevereiro, altura em que serão também assegurados retroativos ao primeiro mês do ano.

Pela via normal, todas as pensões deveriam ficar congeladas (face ao contexto de inflação zero), mas o Governo acordou com o PCP um aumento extraordinário para as pensões mais baixas, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos. Ainda assim, na prática, todas as pensões ficam congeladas este mês, já que os 1,9 milhões de pensionistas para os quais foi desenhado o aumento extra ainda não beneficiarão dele.

Por outro lado, e segundo garantiu o Instituo da Segurança Social, às prestações pagas esta sexta-feira já se aplicam as novas taxas de retenção na fonte de IRS, que caíram em média 2% face ao ano anterior. Esse “alívio” teve, no entanto, como alvo principal as famílias e os trabalhadores dependentes, pelo que os pensionistas não devem esperar grande “poupança” por essa via.

Por exemplo, um contribuinte casado (dois titulares) ou solteiro com uma pensão de 700 euros “descontava” mensalmente, em 2020, 18,2 euros (a taxa era de 2,6%). Agora passará a reter 17,5 euros (a taxa passou para 2,5%), o que significa que ficará apenas com mais 70 cêntimos na carteira todos os meses (9,8 euros, no conjunto do ano).

Há, além disso, pensionistas para os quais as taxas de retenção de IRS não mudam. É o caso de um contribuinte solteiro ou casado (dois titulares) com uma pensão de 1.000 euros, 1.500 euros ou 2.000 euros. Nesses três casos, as taxas mantêm-se inalteradas em 9,8%, 15,9% e 20,8%, respetivamente.

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É proibido circular entre concelhos a partir das 23h00 de hoje

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2021

Há restrições de circulação entre todos os 278 concelhos do continente no próximo fim de semana. Habitantes de 253 concelhos do continente estão também sujeitos ao recolher obrigatório.

A circulação entre concelhos do continente está proibida entre as 23h00 de hoje e as 5h00 de segunda-feira, no âmbito das medidas divulgadas pelo Governo para conter a Covid-19, após a escalada de novos casos nos últimos dias.

No final do Conselho de Ministros de quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que, devido ao aumento do número de novos casos na quarta e na quinta-feira, o Governo decidiu manter as restrições de circulação entre todos os 278 concelhos do continente no próximo fim de semana, válidas entre as 23h00 de hoje e as 05h00 de segunda-feira, salvo por motivos excecionais, como questões de saúde ou de “urgência imperiosa”.

Além desta medida, os habitantes de 253 concelhos do continente estão também sujeitos ao recolher obrigatório e consequente proibição de circulação na via pública no sábado e no domingo a partir das 13h00 e até às 05h00 do dia seguinte.

Desta última restrição apenas estão livres 25 municípios, que são considerados como tendo um risco moderado de contágio por Covid-19 — o grau mais baixo da classificação de quatro níveis utilizada pelo Governo –, por terem um rácio inferior a 240 novos casos por 100 mil habitantes em duas semanas.

A nova lista de municípios do continente, distribuídos por nível de risco de contágio, inclui 56 concelhos considerados como tendo um risco extremo de contágio por Covid-19, outros 132 concelhos como estando em risco muito elevado e 65 em risco elevado.

Estas medidas seguem-se à renovação, na quarta-feira, da declaração do estado de emergência pelo Presidente da República, válida até ao próximo dia 15, com provável prorrogação após esta data.

António Costa revelou ainda que o Governo admite adotar medidas ainda mais restritivas já na próxima semana, mesmo antes da renovação da declaração do estado de emergência, caso os números de novos casos continuem a aumentar.

Entre estas, admitiu que pode ser considerado um novo confinamento geral, semelhante ao ocorrido em março, mas sem o encerramento das escolas.

O primeiro-ministro começa hoje a receber os partidos políticos e o Conselho Permanente da Concertação Social para preparar a adoção destas novas medidas.

Na próxima terça-feira decorrerá uma reunião com epidemiologistas no Infarmed, mas Costa sublinhou que, face à situação em que o país se encontra e conforme o que se verificar nos próximos dias, “pode ser útil” não se esperar pelos resultados da reunião no Infarmed, avançando-se imediatamente “com novas decisões”.

De acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, desde março, morreram em Portugal 7.472 pessoas dos 456.533 casos confirmados de infeção pelo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Só na quarta-feira foram reportados 10.027 novos casos e na quinta-feira mais 9.927, dias em que ocorreram 91 e 95 mortes atribuídas à covid-19, respetivamente.

Estes foram os dois piores dias em termos de novos infetados e dos piores em questão de mortes relacionadas com a covid-19 desde março, resultados considerados já como reflexo do alívio das restrições durante a época de Natal.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 1,8 milhões de mortos no mundo desde dezembro de 2019.

As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial, incluindo em Portugal.

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5 coisas que vão marcar o dia

Olhos postos nos números da Covid-19, mas também nos dados do desemprego na União Europeia e do comércio internacional português. Estes temas deverão marcar o último dia da semana.

A divulgação do balanço epidemiológico atrairá as atenções depois do recorde de quarta-feira nas novas infeções. É também o dia em que os pensionistas recebem as prestações já com as novas tabelas de retenção na fonte (mas ainda sem o aumento). No plano da estatística, o INE divulga dados do comércio internacional e o Eurostat mede o pulso ao emprego.

Como evolui a pandemia no país?

A última quarta-feira ficou marcada por mais de dez mil novos casos de Covid-19 em Portugal. Na quinta-feira, os números desceram ligeiramente, mas quase tocaram os dez mil. As atenções dos portugueses e decisores políticos vão estar postas também nos números desta sexta-feira, que poderão pressagiar uma terceira vaga da pandemia depois das celebrações do Natal e do Ano Novo. Concretamente, o Governo está a avaliar a evolução da Covid-19 a par e passo, tendo decidido generalizar a todo o país o recolher obrigatório às 13h00 este fim de semana e a proibição de circulação inter-concelhia.

Pensões chegam hoje com alívio no IRS

A Segurança Social paga hoje as pensões relativas a janeiro. Estas refletem já as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que aliviam o imposto retido aos pensionistas. No entanto, as pensões de janeiro ainda serão pagas sem o aumento extraordinário previsto no Orçamento do Estado para 2021. Só em fevereiro é que o pagamento das pensões já abrangerá o aumento, nomeadamente um aumento de dez euros para as prestações até 658,2 euros, e com efeitos retroativos.

Eurostat mede o pulso ao desemprego

O Eurostat publica hoje as estatísticas do desemprego relativas a novembro de 2020, o que permitirá avaliar como se posiciona o mercado laboral português entre os pares. Na quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística indicou que a taxa de desemprego em Portugal caiu para 7,2% em novembro, uma subida de meio ponto percentual face a mês homólogo (novembro de 2019), mas uma descida em cadeia.

INE publica dados das exportações e importações

O Instituto Nacional de Estatística publica esta sexta-feira as estatísticas mensais do comércio internacional, desta vez relativas ao mês de novembro de 2020. Na atualização anterior, relativa a outubro, o organismo indicou que as exportações encolheram 2,2% e as importações caíram 11,8%, em termos nominais.

Justiça analisa coimas ao Montepio

Iniciam-se esta sexta-feira as alegações finais no julgamento dos pedidos de impugnação das coimas aplicadas em 2019 pelo Banco de Portugal ao Montepio. Concretamente, estão em causa a coima de 2,5 milhões de euros à Caixa Económica Montepio Geral e à Caixa Económica Bancária; de 1,25 milhões ao antigo presidente da Mutualista, Tomás Correia; e de entre 17,5 mil e 400 mil euros a outros sete ex-administradores. Em causa estão alegadas violações das regras de controlo interno e incumprimento dos deveres de implementação desse controlo na concessão de crédito. O processo decorre no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

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Pestana negoceia com credores para evitar pagar já 15 milhões em dívida

A cadeia hoteleira quer negociar uma das condições de incumprimento do empréstimo obrigacionista de 15 milhões que realizou em 2015. E tudo devido à pandemia.

O Pestana, a maior cadeia hoteleira do país, vai chamar os obrigacionistas de um empréstimo de 15 milhões de euros para negociar a dispensa de uma das condições do financiamento contraído em 2015. Em causa está um rácio de endividamento que o Pestana afirma não conseguir cumprir em 2020, e não deverá cumprir em 2021, devido à pandemia, que se não for aprovada obriga o grupo a desembolsar já todo o dinheiro.

Foi em julho de 2015 que a cadeia hoteleira nacional emitiu 150 obrigações a 100.000 euros cada, num total de 15 milhões de euros. Este empréstimo prevê uma taxa de juro anual de 3,95% e vence em 2022. Contas feitas pelo ECO indicam que até ao momento, se contarmos com 2020, o Grupo Pestana já pagou aos obrigacionistas 2,96 milhões de euros em juros.

Mas se até aqui tudo correu normalmente, 2020 trouxe um obstáculo: a pandemia. Devido ao impacto que a crise pandémica teve, e continua a ter, no setor, a empresa diz não ser capaz de cumprir um dos critérios previstos no empréstimo: o rácio Net Debt/EBITDA (dívida financeira líquida sobre os resultados brutos) tem de ser inferior a sete vezes. Ora, de acordo com a convocatória a que o ECO teve acesso, o Pestana convocou os obrigacionistas para uma Assembleia Geral Extraordinária, onde vai solicitar a dispensa de cumprimento desse critério já que o rácio irá ser superior.

“Em face do impacto da pandemia (…) na atividade da sociedade e consequentemente nos seus rácios financeiros relativos ao EBITDA durante o ano de 2020; da elevada probabilidade desse impacto se manter, ainda que mitigado, durante o ano de 2021; e da incerteza da evolução da pandemia e dos efeitos negativos da atual segunda vaga e de uma potencial terceira vaga no setor do turismo, é necessário obter uma dispensa do cumprimento do rácio Net Debt/EBITDA (…) relativamente aos anos de 2020 e de 2021“, lê-se nessa convocatória.

Em declarações ao ECO, o CEO da cadeia hoteleira diz estar confiante na adesão dos obrigacionistas. “Este empréstimo teve uma colocação privada, são dois ou três institucionais que têm as obrigações e conhecem bem o nosso risco”, explicou, referindo que, no caso de não aceitarem, o Grupo Pestana tem de “pagar o empréstimo”. Contudo, José Theotónio não se mostra muito preocupado. “Temos condições [para pagar]. Com 15 milhões não era por aí. Mas obviamente que não era a altura ideal para pagar empréstimos adiantados”, acrescenta.

No mesmo documento, o Pestana justifica esta convocatória com dados do impacto da pandemia no setor hoteleiro, nomeadamente a redução da atividade hoteleira até setembro de 2020 em 59,4% em Portugal e em 71% em Espanha, dois dos principais mercados do grupo. “A sociedade teve um impacto significativo nas suas receitas operacionais e, consequentemente, nos seus rácios financeiros, que se continuará a fazer sentir dada a redução expressiva do turismo nacional e internacional“, refere.

Esta não é a primeira vez que a cadeia liderada por Dionísio Pestana convoca os obrigacionistas para negociar as condições um empréstimo. Em agosto do ano passado, de acordo com o Jornal de Negócios, já tinha feito o mesmo para um empréstimo de green bonds de 60 milhões de euros realizado em 2019. Nessa altura a justificação foi a mesma: os efeitos da pandemia. Aliás, como referiu José Theotónio ao ECO, o grupo hoteleiro tem adotado esta postura com todos os empréstimos, mas apenas naqueles que “têm que ver com o rácio Net/Debt”.

Novo empréstimo para liquidar este? “Temos essa possibilidade”

Questionado pelo ECO sobre a possibilidade de ser pedido um novo empréstimo para liquidar este, o CEO não a descarta. “Podemos vir a fazê-lo, temos essa possibilidade. Aliás, as instituições financeiras têm vindo a dizer que se for necessário algum apoio estão disponíveis. Até porque temos muitos ativos que não estão hipotecados e isso poderia ser feito através de uma hipoteca”.

Mas sobre essa hipótese, José Theotónio diz que tudo vai depender da segunda metade do ano. “Vai depender muito do segundo semestre. Neste primeiro semestre estamos preparados para que seja muito mau, mas se o segundo continuar assim, provavelmente teremos de ir ao mercado de capitais buscar empréstimos para pagar os que temos”.

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“Novo confinamento tem de vir acompanhado de apoios suplementares”, avisa AEP

Líder da AEP alerta que confinamento poderia colocar as empresas numa situação altamente preocupante e que, na eventualidade de acontecer, tem que vir acompanhado de apoios suplementares.

O primeiro-ministro, António Costa, admite que o confinamento geral poderá voltar a ser obrigatório em Portugal a partir da próxima semana. Para o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, um novo confinamento seria uma “situação preocupante” para o tecido empresarial português e “teria que vir acompanhada de apoios suplementares” dada a fragilidade económica das empresas.

“Um novo confinamento vem piorar ainda mais a situação daqueles que já estão fragilizados e vem fragilizar a situação daqueles que ainda não estão tão fragilizados, nomeadamente em setores cujo impacto não foi tão relevante. Esse confinamento seria uma situação altamente preocupante e teria que ser acompanhado de um conjunto de apoios suplementares para que as empresas consigam manter-se em funcionamento”, explica ao ECO o presidente da AEP.

Face aos impactos que o tecido industrial português está a sofrer com a pandemia, o líder da Associação Empresarial de Portugal prevê que “parar a atividade económica vai agravar ainda mais a situação que se está a viver. Os meses que nos faltam até conseguirmos normalizar a nossa atividade vão ser ainda mais duros que aqueles que vivemos até agora. Isto deixa-nos muito preocupados e muito assustados com as consequências que isto poderá ter”, destaca Luís Miguel Ribeiro.

E apesar de os apoios que o Governo já anunciou para ajudar as empresas em 2021, Luís Miguel Ribeiro destaca que é “necessário antecipar a utilização das verbas agora“, nomeadamente do Programa de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030. “É necessário que se execute mais o Portugal 2020. Temos verbas aprovadas do 2030 e é necessário que haja capacidade para antecipar verbas desses programas e que se coloque desde já ao serviço das empresas e da economia. Precisamos do dinheiro agora. É agora que ele é absolutamente necessário. Tem que existir capacidade do Governo de antecipar essas verbas“, diz o presidente da AEP.

Também a AHRESP defende “a urgente disponibilização das medidas anunciadas pelo Governo no início de dezembro. Em comunicado, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal frisa que “o urgente acesso a estes apoios por parte das empresas se torna ainda mais importante, face à renovação de restrições à atividade económica e à circulação de pessoas”. Caso venham a ser aplicadas medidas ainda mais restritivas, isso “irá agravar o já muito debilitado estado financeiro das nossas empresas”, acrescenta a AHRESP.

De notar que, no mesmo dia em que o Governo aprovou em Conselho de Ministros novas restrições para controlar a pandemia, também deu “luz verde” a duas medidas para apoiar as empresas e o emprego nesta nova fase da luta contra a Covid-19.

Por um lado, prolongou-se por mais seis meses o apoio à retoma progressiva, eliminando-se os cortes salariais implicados nesse regime (ainda que com exceções), sem que isso signifique mais custos para os empregadores. Em causa está o instrumento desenhado para suceder ao lay-off simplificado e que permite às empresas em crise cortar horários de trabalho (no limite, em 100%), ao mesmo tempo que recebem apoios para o pagamento dos salários.

E, por outro lado, foi criado o apoio simplificado para microempresas, um “relançamento” do incentivo à normalização (que prevê dois salários mínimos por posto de trabalho e um desconto nas contribuições sociais) que desta vez ficará disponível apenas para as empresas com menos de dez trabalhadores, de acordo com a definição do Código do Trabalho.

Além destas medidas, estão também disponíveis subsídios a fundo perdido para as empresas mais afetadas pela pandemia (através do programa Apoiar.pt), linhas de crédito designadamente para as exportadoras e para os operadores do setor do turismo, apoios ao pagamento das rendas (o Governo vai suportar metade deste encargo). A estas ajudas, soma-se flexibilização do pagamento do IVA e suspensão dos pagamentos por conta.

À parte de exigir novos apoios, o líder da Associação Empresarial alerta que, “caso o confinamento aconteça, deve ser aplicado em setores cujo impacto seja menor”. E não concorda com o primeiro-ministro em aplicar o regime de confinamento sem o fecho das escolas. “Ter as escolas abertas tem um risco acrescido porque as crianças ao final do dia vão estar com os pais, com os avós. Um dos setores que poderia confinar e ter menos impacto seriam as escolas sobretudo a partir do 9º ano de escolaridade até porque são alunos que não precisam do acompanhamento dos pais”, refere Luís Miguel Ribeiro.

Com Portugal a registar números recordes de infetados, o presidente da AEP reconhece que “Portugal não pode ter um SNS em rutura” e que “seria dramático e com enormes consequências”. Luís Miguel Ribeiro apela ao Executivo que encontre uma fórmula para “controlar a situação sanitária ao mesmo tempo que se minimize os impactos na economia”, caso seja implementado um novo confinamento.

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Há 9.495 imóveis do Estado identificados, 14% são para habitação, revela auditoria do Tribunal de Contas

O sistema que agrega o património imobiliário do Estado tem informação incompleta. Há 9.495 imóveis identificados, mas auditoria do Tribunal de Contas diz que são muitos mais.

O número de imóveis que o Estado tem não se conhece e o próprio Ministério da Habitação já disse por várias vezes estar a tentar solucionar esse problema. Mas esse número existe. Contudo, o Tribunal de Contas (TdC) afirma que está “subvalorizado”. Numa auditoria feita ao património imobiliário estatal, a entidade aponta diversas falhas e insuficiências no sistema, concluindo que a própria plataforma apresenta “fragilidades”.

Numa altura em que é cada vez mais difícil aceder a uma habitação, são muitos os dedos apontados ao Estado, por considerarem que é este que deve dar resposta ao problema. Por responder continua a pergunta: Afinal quantos imóveis tem o Estado?

O Governo diz que não sabe, como referiu a secretária de Estado da Habitação recentemente, numa entrevista ao ECO. “Não temos esse inventário feito. (…) Infelizmente, e aqui temos de assumir todos a nossa responsabilidade, aquilo que é o património do Estado com apetência habitacional nunca esteve totalmente identificado“, disse Marina Gonçalves, referindo, no entanto, que “o decreto-lei 82/2020, de 2 de outubro (…) prevê precisamente as ferramentas para inventariar” todo esse património.

O TdC decidiu, então, analisar todo esse inventário, bem como os processos que estiveram e estão em curso para dar uma resposta à referida pergunta. Estes números constam no Sistema de Informação dos Imóveis do Estado (SIIE) que dava conta de 9.495 imóveis pertencentes ao Estado no final de 2019. Mas este número “encontra-se subvalorizado desde logo porque o SIIE inclui mais 1.970 imóveis sem campo titular preenchido”, diz o TdC.

Informação “incompleta”, com “erros” e procedimentos são “frágeis”

O SIIE está em funcionamento desde 2009, na altura criado para suportar o Programa de Gestão do Património Imobiliário (PGPI) que tinha nascido um ano antes para fazer esta inventariação, mas que apenas compreendia o período entre 2009 e 2012. O SIIE contém dados como características físicas do imóvel, localização, inscrição matricial, titulares e respetivas moradas, identificação dos ocupantes, renda, imagens e plantas.

Contudo, apesar de toda esta informação, o TdC diz ser insuficiente, desde logo por subsistirem “dificuldades, designadamente ao nível das insuficiências na informação sobre os imóveis”, nomeadamente pelo facto de o SIIE “não contemplar campos essenciais para a valorização e contabilização dos imóveis e não prever uma informação articulada que assegure a sua atualização tempestiva”.

Entre as várias inconsistências apontadas pelo TdC constam “imóveis já alienados, mas não abatidos”, “sem identificação do titular” (8,3% dos imóveis registados) e “não registados”. Além disso faltam informações relativas à valorização dos imóveis, dado que “os sete campos relativos à valorização de imóveis, não sendo de preenchimento obrigatório, não se encontram, na sua maioria, preenchidos e/ou contêm informação desatualizada”.

Mas o TdC dá números. A auditoria identificou 1.527 imóveis listados como pertencendo à administração direta do Estado, “quando os respetivos titulares são serviços e fundos autónomos e, como tal, pertencem à administração indireta” e “253 imóveis com cotitulares, dos quais apenas 69 (27,3%) indicam tratar-se de compropriedade e só 46 identificam a quota parte”.

Foram ainda identificados 24 imóveis alienados que não tinham sido abatidos, sete imóveis registados em duplicado e seis abates de imóveis. Contaram-se também 17 imóveis que não constam do SIIE, “embora dez deles façam parte da lista de imóveis para integrar o FNRE [Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado], destinados à criação de alojamento para estudantes do ensino superior e a arrendamento habitacional a custos acessíveis”.

Quanto ao estado de conservação dos imóveis, o TdC refere que “a informação é de 2015 ou anterior em 65% dos casos” e quanto ao valor patrimonial “é de 2010 ou anterior, também em 65% dos casos”.

O mesmo relatório afirma, assim, que “o processo de criação dos registos no sistema (aquisições), a sua atualização e/ou abate (alienações) ou outros registos de variações patrimoniais ocorridas no universo dos imóveis do Estado não é fiável, inclusivamente nos casos em que se trata de operações promovidas pela DGTF [Direção-Geral do Tesouro e Finanças]”.

Assim, o TdC concluiu que 11 anos depois de ter sido criado o SIIE, “os objetivos definidos não foram atingidos”, justificando que “continuam a não existir as condições necessárias à elaboração do inventário geral dos imóveis do Estado e dos institutos públicos, porquanto se desconhece o universo dos imóveis a inventariar”. “A informação está incompleta, contém erros e os procedimentos de controlo são frágeis, colocando em causa a sua utilidade”, lê-se.

Nova plataforma “comporta riscos” na transferência de dados

O Orçamento do Estado para 2020 prevê a criação de um “novo sistema de gestão e informação do património imobiliário público (SGIPIP), que inclui a criação de um sistema central com informação integrada relativamente aos imóveis”, refere o relatório do TdC.

Contudo, a entidade alerta que “as atuais insuficiências de informação do SIIE, para o qual não estão previstos aperfeiçoamentos, terão reflexo no SGPIP”, afirmando que “no desenho deste novo sistema, é essencial assegurar que as operações efetuadas sobre os imóveis incluam o reconhecimento do seu impacto nos dados registados (no SIIE ou no sistema que o venha a substituir) e, quando aplicável, na ECE [a Entidade Contabilística Estado]”.

Além disso, o TdC afirma que a criação dessa nova plataforma “comporta riscos nos planos da migração e compatibilização de dados”, dado que o SGIPIP se baseia “numa interface com as várias fontes de informação” — SIIE, Autoridade Tributária e Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) — e que se detetaram “deficiências que apontam não estarem reunidas condições para utilizar as bases de dados do registo matricial e predial”.

E justifica. “No final de 2019, o SIIE continha 9.495 registos de imóveis do domínio privado do Estado, enquanto constavam 18.671 registos na base de dados do registo predial (IRN) e 62.597 na da inscrição matricial (AT)”. Assim, o TdC defende ser necessário identificar os riscos e definir procedimentos para os ultrapassar, “sob pena de se comprometer os objetivos do novo projeto”.

14% dos imóveis identificados são para habitação

Os dados analisados pelo TdC dão conta de 9.495 imóveis propriedade do Estado, dos quais 52,9% dizem respeito a edifícios e 47,1% a terrenos. Numa análise mais fina, contam-se 1.301 imóveis para habitação, 1.987 referentes a lojas ou escritórios, 23 conventos ou mosteiros, 17 do tipo castelo, 43 armazéns, 23 palácios, 45 quintas e 3.842 terrenos para exploração agrícola ou pecuária.

Quanto ao estado de conservação dos imóveis, 74,7% estão classificados como “regular”, 11,9% como “bom” e 13,2% como “mau”. Contudo, o TdC salienta que “61,6% destas avaliações ocorreram até ao final de 2015, pelo que poderão estar significativamente desatualizadas”.

Deste universo de mais de nove mil imóveis, 80,5% estão em utilização corrente, sendo que 12% estão “totalmente devolutos” (1.138 imóveis) e 699 sem ocupação.

O TdC refere que nem todos os imóveis têm informação relativamente à valorização patrimonial e à área, contudo, para aqueles em que esses dados existem (1.816) dos imóveis com a respetiva área, constata-se que 89 imóveis apresentam um valor por metro quadrado entre zero e dez euros, enquanto seis imóveis têm um valor por metro quadrado acima dos 10.000 euros.

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PSD anuncia queixa-crime contra Costa por acusação “delirante” a três sociais-democratas

  • Lusa e ECO
  • 7 Janeiro 2021

O PSD vai apresentar uma queixa-crime contra o primeiro-ministro, após António Costa ter acusado três sociais-democratas de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país.

O PSD vai apresentar uma queixa-crime contra o primeiro-ministro, depois de António Costa ter acusado Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro e Ricardo Batista Leite de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país.

“As declarações de António Costa, ao afirmar a existência de uma campanha contra o nosso país, sem justificação ou fundamentação, revelam sem margem para dúvida um exercício delirante e inaceitável das funções de primeiro-ministro”, criticou esta quinta-feira o partido, num comunicado da Comissão Permanente do PSD, núcleo duro da direção.

O partido considera que “a acusação individualizada de três destacados militantes do PSD, agrava essa irresponsabilidade e justifica a apresentação de uma queixa-crime contra o primeiro-ministro, junto do Ministério Público”.

Os sociais-democratas referem ainda que as declarações de António Costa “visam apenas desviar as atenções do real problema, que consiste numa grave conduta da ministra da Justiça, ao mentir, em diversas circunstâncias, sobre o dossier de nomeação do representante português na Procuradoria Europeia”.

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Allianz é a maior seguradora do mundo por ativos não bancários

  • ECO Seguros
  • 7 Janeiro 2021

A A.M. Best, referência global para ratings do setor, atualizou a lista das 10 maiores do mundo em volume de prémios emitidos e, entre as globais, selecionou o Top 10 de 2019 excluindo ativo bancário.

A gigante norte-americana United Health manteve-se, pelo sexto ano consecutivo, na liderança da tabela geral como a maior de todos os grupos da indústria seguradora, averbando 189,7 mil milhões de dólares (mais de 154 mil milhões de euros) em volume líquido de prémios emitidos em 2019.

A lista geral surge sem alterações, face ao ano anterior, com a Ping An Insurance, em segundo lugar, seguindo-se AXA (que era 2ª no ano anterior), China Life Insurance e Kaiser Foundation (EUA), a completarem o Top5 no ano que precedeu a pandemia.

Além das descidas das europeias AXA e Generali face ao posicionamento de 2018, as mudanças no quadro das 10 maiores do mundo (por volume de prémios) mostra sobretudo a ascensão das chinesas Ping An Group e da estatal PICC (People’s Insurance Company of China).

Comparando com as posições obtidas em anos anteriores, a tabela das maiores seguradoras por ativos não bancários regista algumas alterações, com a Allianz (Alemanha) e a Prudential Financial (EUA) a relegarem a AXA (França) para o terceiro lugar, indica a lista ordenada pela A.M. Best, agência de rating global para a indústria seguradora.

Em 2019, os quarto e quinto lugares da tabela pertenceram, respetivamente, à Berkshire Hathaway e à japonesa Nippon Life Insurance.

Resta salientar que o valor global de prémios emitidos pelos 10 maiores grupos seguradores superou os 874 mil milhões de euros (câmbio médio para o par €/USD foi de 1,1422 em 2020, taxa BCE; BdP). Já o ativo líquido global (não bancário) do Top10 somou 6,91 biliões de euros no ano 2019.

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Congresso avança para impeachment se Trump não for afastado

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2021

A presidente da Câmara de Representantes anunciou que o Congresso abrirá um processo de impeachment caso Mike Pence recuse recorrer à 25.ª Emenda para remoção do Presidente cessante.

A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, anunciou esta quinta-feira que o Congresso abrirá um processo de impeachment caso o vice-Presidente Mike Pence recuse recorrer à 25.ª Emenda para remoção do Presidente cessante, Donald Trump, do cargo.

Pelosi juntou-se aos que pedem à Administração para invocar a 25.ª Emenda da Constituição norte-americana para forçar Trump a sair da Presidência, um dia depois de apoiantes deste terem invadido o Capitólio.

O Presidente dos EUA incitou uma insurreição armada contra o país. Qualquer dia pode ser um episódio de terror para o país”, afirmou Pelosi no Capitólio.

A 25.ª Emenda permite que o vice-Presidente e a maioria da Administração declarem o Presidente inapto para o cargo, tornando-se o vice-Presidente no Presidente interino.

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S&P 500, Dow Jones e Nasdaq em recordes após vitória democrata no Senado

S&P 500, Dow Jones e Nasdaq encerram o dia em máximos de sempre, com os investidores de olhos postos no plano de Joe Biden para a recuperar a economia afetada pela pandemia.

As ações norte-americanas atingiram esta quinta-feira níveis recorde, com os investidores confiantes de que o controlo do Congresso pelos democratas irá abrir a porta a mais estímulos e investimentos públicos para ajudar a economia prejudicada pela pandemia.

Os três principais índices de Wall Street bateram um novo máximo de sempre. O S&P 500 avançou 1,48% para 3.803,79 pontos, acompanhado do industrial Dow Jones e do tecnológico Nasdaq subiram 0,69% e 2,56%, respetivamente.

Este desempenho surge um dia depois de o Capitólio ter sido invadido por apoiantes de Donald Trump, quando se preparava a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden. Essa confirmação surgiu já esta quinta-feira.

Na sequência dos acontecimentos em Washington, a democrata Nancy Pelosi pediu ao vice-presidente Mike Pence para afastar Donald Trump da presidência. O Presidente eleito Joe Biden acusou Trump de fomentar violência.

“O mercado está agora a colocar Trump para trás e a olhar para a frente e para a presidência de Trump, com mais investimento em infraestruturas e mais estímulos”, referiu Dennis Dick, da Bright Trading, citado pela agência Reuters.

No plano económico, as notícias sobre os pedidos iniciais de subsídio de desemprego também foram favoráveis. O Departamento do Trabalho dos EUA revelou que 787 mil pedidos na semana que terminou a 2 de janeiro, quando os analistas apontavam para uma subida para os 800 mil pedidos.

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Seguradoras pagaram 718 milhões ao Estado em 2019

  • ECO Seguros
  • 7 Janeiro 2021

As contribuições das seguradoras para o Estado, quer ao governo central quer a diversas instituições públicas, regrediu 4% face ao ano de 2018, devido a lucros menores e menos colaboradores.

Entre taxas e impostos as companhias de seguros portuguesas contribuíram para as finanças governo central ou para instituições públicas com cerca de 718 milhões de euros em 2019, segundo dados agora divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

Para além de cobrarem aos consumidores valores que entregam a diversos organismos, as próprias seguradoras são fonte de rendimento e, se faturaram em prémios cerca de 11 mil milhões de euros em 2019, para além de indemnizações aos segurados e custos com pessoal e estruturas, entregam diretamente ao Estado receitas relevantes da sua atividade.

De Imposto do Selo as seguradoras pagaram ao Estado 383 milhões de euros resultantes dos 3% que incidem sobre os seguros de Caução, os 5% do valor dos prémios de Acidentes, Doença, Crédito, Agrícola e Pecuário, Mercadorias transportadas e Embarcações e aeronaves e os 9% calculados sobre a faturação em outros ramos Não Vida.

A segunda maior contribuição, foram as retenções na fonte de IRS dos mais de 10 mil trabalhadores diretos das seguradoras no valor de 202 milhões de euros. Em impostos sobre lucros, entre derrama e IRC, a contribuição foi superior a 91 milhões de euros. À ASF foram entregues 16,4 milhões de euros para pagar todos os custos relacionados com a supervisão, neste caso as taxas aplicadas são de 0,05% sobre os prémios de seguro direto do ramo Vida e de 0,24% sobre os ramos Não Vida.

Fonte: APS; Unidade: Milhares de euros Nota: Dados extrapolados para 100% do mercado.

Também surgem com expressão as contribuições para o IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, relacionado com os prémios de seguro colheitas, o IVA para alguns custos do negócio, e contribuições para o Fundo de Acidentes de Trabalho e Fundo de Garantia Automóvel.

Em relação a 2018 a contribuição das seguradoras baixou 4%, devido à redução dos lucros das seguradoras e da redução de colaboradores, conduzindo a menores valores de retenções na fonte de IRS.

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Pilotos dizem que TAP “mostrou abertura para a negociação coletiva”

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2021

De acordo com o sindicato, a negociação "passou rapidamente para a possibilidade de haver contratação coletiva de emergência”, bem como a “definição futura de condições de trabalho”.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) disse, esta quinta-feira, que a TAP mostrou “abertura para a negociação coletiva” depois de uma reunião entre as duas partes para discutir o plano de reestruturação.

De acordo com uma nota enviada aos associados, a que a Lusa teve acesso, a direção da estrutura sindical deu conta do encontro, no contexto “da consulta dos representantes dos trabalhadores para efeitos de audição sobre o plano de reestruturação”.

Na reunião estiveram presentes o secretário de Estado Adjunto das Comunicações, Hugo Santos Mendes, e um adjunto do ministro das Infraestruturas, além do ‘chairman’, Miguel Frasquilho, do presidente executivo, Ramiro Sequeira, e um assessor do Conselho de Administração da TAP.

De acordo com o SPAC, “a troca de impressões passou rapidamente para a possibilidade de haver contratação coletiva de emergência”, bem como a “definição futura de condições de trabalho”.

No encontro, “a TAP mostrou abertura para a negociação coletiva e o SPAC enunciou os objetivos dessa negociação, que passam por evitar despedimentos, bem como ajustar o trabalho dos pilotos às necessidades da empresa, com vista a reduzir os custos operacionais da TAP, com efeitos imediatos”.

O sindicato disse que a reunião, “apesar de não ter sido conclusiva marca uma nova etapa para a intervenção do SPAC no processo de reestruturação da TAP”.

De acordo com a mesma nota, está marcada uma reunião de conciliação na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para o dia 13 de janeiro para debater este processo.

A administração da TAP comunicou aos trabalhadores que iniciou esta quinta-feira uma ronda de negociações com os sindicatos, sinalizando estar para breve a publicação da declaração da empresa em situação económica difícil, um passo “essencial” no processo de reestruturação.

No documento refere-se que, na sequência do anúncio já anteriormente efetuado pelo Governo, está prestes a ser publicada em Diário da República “e, portanto, tornar-se oficial e efetiva, a declaração de a TAP, S.A., da Portugália, S.A. e da Cateringpor, S.A. estarem em situação económica difícil”.

Em 22 de dezembro, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que declara a TAP, a Portugália e a Cateringpor, a empresa de ‘catering’ do grupo TAP, em “situação económica difícil”. “A estas empresas são, assim, atribuídos os efeitos previstos na legislação, nomeadamente a alteração de condições de trabalho e a não aplicação ou a suspensão, total ou parcial, das cláusulas dos acordos de empresa ou dos instrumentos de regulamentação coletiva aplicáveis, com estabelecimento do respetivo regime sucedâneo”, adiantou o Governo.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas em 10 de dezembro, prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, de acordo com o ministro Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da transportadora aérea.

O documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas. O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

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