Marcelo espera que subida de preços da energia não se prolongue prejudicando a economia

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

Marcelo Rebelo de Sousa disse que as medidas apresentadas pela Comissão Europeia são de curto prazo, até março, abril do próximo ano.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quinta-feira esperar que a atual subida de preços da energia não se prolongue para além de “março, abril” de 2022, prejudicando a recuperação económica.

Em resposta a questões dos jornalistas, no final de uma visita a uma escola secundária na Amadora, distrito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a Comissão Europeia “tem um pacote de medidas ou de sugestões” aos Estados-membros “para o curto prazo, até março, abril”, acreditando que depois disso “os fatores que pesam hoje já não pesarão”.

É de esperar ou é de desejar que a situação não se prolongue nos termos que existem hoje para além de março e abril, porque aí começaria a pesar ainda mais naquilo que todos desejamos, que é a recuperação do tempo perdido na economia na Europa e no mundo”, acrescentou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa enquadrou este assunto como um problema global e uma preocupação coletiva: “A questão dos combustíveis preocupa todos os partidos, preocupa Governo e oposições, em Portugal, na vizinha Espanha, na União Europeia e em múltiplos países do mundo, porque os fatores que estão a pesar no preço são em muitos casos comuns a vários países do mundo”.

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Putin diz que criptomoedas “podem ser usadas como meio de pagamento”

  • ECO
  • 14 Outubro 2021

A Rússia ainda não aceita criptomoedas como meio de pagamento, mas há sinais de tolerância por parte de Vladimir Putin. "As criptomoedas têm o direito de existir", disse o líder russo.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, mostrou-se tolerante em relação às criptomoedas e até admitiu que podem vir a ser usadas como meio de pagamento. Isto numa altura em que cresce o escrutínio por parte dos reguladores de todo o mundo.

“As criptomoedas têm o direito de existir e podem ser usadas como meio de pagamento”, disse o líder russo, numa entrevista à CNBC, citada pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês), esta quinta-feira. Vladimir Putin frisou, ainda assim, que é “demasiado cedo” para falar do potencial uso deste tipo de moedas na comercialização de petróleo e de outro tipo de bens exportados pela Rússia.

Os reguladores de todo o mundo estão especialmente atentos às criptomoedas, já que receiam que possam vir a ser associadas a esquemas de branqueamento de capitais e a atividade criminosa.

A Rússia, por sua vez, tem estado à procura de alternativas à comercialização com base no dólar, desde as sanções a que foi sujeita em 2014 após a anexação da Crimeia. O presidente russo acusou os Estados Unidos de terem usado, nessa ocasião, a moeda como uma arma. Apesar dos sinais de tolerância deixados por Putin, o Banco da Rússia tem avisado os investidores quanto à volatilidade destas moedas digitais e alertado que não são reconhecidas ainda como meio de pagamento, por terras russas.

Em comparação, na China, por exemplo, as transações baseadas em criptomoedas foram, recentemente, banidas. E nos Estados Unidos, a Casa Branca está a ponderar rever as políticas até agora adotadas, o que poderá traduzir-se em nova regulação.

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Judite de Sousa na CNN Portugal

A jornalista, ex-diretora adjunta de informação da TVI, está de regresso ao grupo Media Capital. A profissional vai integrar a CNN Portugal, canal informativo que arranca a 22 de novembro.

Judite de Sousa está de regresso ao grupo Media Capital indo integrar a CNN Portugal, projeto com arranque previsto a 22 de novembro.

O regresso da antiga diretora-adjunta de informação está a ser comunicado na conta de Instagram do canal. “A vida pode colocar-nos perante o desafio da mudança. Não existe um tempo, existem tempos. Ciclos que se fecham e que se abrem. Este é um ciclo novo, a maior marca de informação à escala global vai chegar ao nosso país. Sempre vivi para o jornalismo, fiz centenas de entrevistas, fui testemunha profissional dos fatos mais marcantes que fizeram história nas últimas décadas”, diz a jornalista num vídeo publicado na conta do canal de informação na rede social.

A escolha marca o regresso da jornalista ao grupo de media depois de, em novembro de 2019, Judite de Sousa ter anunciado na sua conta pessoal no Instagram o fim de um ciclo de oito anos ligado à TVI, canal generalista no qual era diretora de informação adjunta.

Com direção de Nuno Santos, e direção executiva de Pedro Santos Guerreiro e Frederico Roque de Pinho, a CNN Portugal tem arranque previsto a 22 de novembro.

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Ikea alerta que escassez de produtos deve durar até ao verão de 2022

  • ECO
  • 14 Outubro 2021

A IKEA alerta que a escassez de artigos e os atrasos nas entregas, devido à falta de matérias-primas, podem prolongar-se até ao verão de 2022. 

A empresa sueca Ikea alerta que a escassez de artigos e os atrasos nas entregas, devido à falta de matérias-primas, podem prolongar-se até ao verão de 2022.

Na verdade, prevemos que o desafio da disponibilidade e das matérias-primas continuará durante a maior parte, se não todo, [o exercício financeiro até o final de agosto]. É um período mais longo do que pensávamos no início da crise”, apontou Jon Abrahamsson Ring, presidente executivo da Inter Ikea, em declarações ao Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

A Ikea está a enfrentar alguns problemas de escassez de produtos provocada pela escala de preços das matérias-primas e dos contentores marítimos, tal como está a suceder em vários pontos da Europa. Em declarações ao ECO, o diretor-geral da APED fala num “cocktail explosivo” que pode vir a ter impacto” nas compras dos portugueses na época natalícia.

No ano fiscal que terminou em agosto, as vendas da Ikea em Portugal subiram 5% para 462 milhões de euros, o que representa um crescimento de 5% face ao resultado líquido registado no ano anterior. As vendas no online foram um dos fatores impulsionadores para o resultado, tendo representado quase um quarto (23%) das vendas no ano passado, segundo os dados divulgados pelo administrador financeiro e vice-presidente executivo da Ikea Portugal à Lusa.

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Portugal entre países da UE “de risco” no inverno se existirem problemas com gás argelino

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

O documento da ETSOG refere, no entanto, que em caso de rutura argelina no inverno existe uma cooperação eficiente na UE e "nenhum país está exposto a uma redução do fornecimento”.

Portugal faz parte do grupo de países “em risco” na União Europeia (UE) para eventuais perturbações das importações do gás da Argélia neste inverno, em altura de crise energética, não estando ainda assim exposto à redução do fornecimento.

Num documento com perspetivas de abastecimento para este inverno, a que a agência Lusa teve acesso, a Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Gás (ENTSOG) aponta possíveis “perturbações das importações da Argélia através de gasodutos”, definindo um “grupo de risco” que “é formado pela Áustria, Croácia, França, Grécia, Itália, Malta, Portugal, Eslovénia e Espanha”.

A Argélia, atualmente num clima de tensão com Marrocos que já levou ao corte de relações diplomáticas e que pode afetar o fornecimento de gás a Espanha, é um dos principais fornecedores de gás para a Europa, ainda assim superada pela Rússia, que tem a maior fatia, e pela Noruega.

Perante um cenário de “frio de duas semanas combinado com a rutura argelina, a infraestrutura de gás [europeia] permite uma cooperação eficiente entre os países e nenhum país está exposto a uma redução do fornecimento”, assegura a ENTSOG no documento.

O mesmo aconteceria num “dia de pico combinado com a rutura das importações de gasodutos argelinos”, já que “as infraestruturas de gás, incluindo as capacidades dos terminais de GNL em Espanha e Itália e o gasoduto transadriático, permitem uma cooperação eficiente entre os países”.

A conclusão surge numa altura de escalada de preços no mercado do gás devido à maior dependência das importações e à maior procura, cenário que ameaça exacerbar a pobreza energética e causar dificuldades no pagamento das contas de aquecimento neste inverno.

Os atuais níveis de armazenamento de gás na UE estão ligeiramente acima dos 75%, percentagem que ainda assim é mais baixa do que a média dos últimos 10 anos, que ronda os 90%.

Porém, nem todos os Estados-membros têm instalações de armazenamento de gás e os que têm utilizam-nas de forma diferente.

A ENTSOG estima neste documento que, perante um inverno mais frio que implica maior procura, “as necessidades de importação para a UE [de gás] poderiam ser 5% a 10% superiores às observadas nos últimos anos”.

Ainda assim, esta rede garante que “o sistema europeu de gás oferece flexibilidade suficiente para garantir a segurança do fornecimento de gás na Europa, desde que as importações possam ser mantidas a níveis semelhantes aos dos últimos anos”.

Na quarta-feira, numa comunicação sobre os preços da energia, a Comissão Europeia instou os Estados-membros da UE a analisarem “potenciais benefícios” de uma aquisição conjunta voluntária de reservas de gás, em altura de crise energética.

No documento, Bruxelas indicou que irá “explorar os possíveis benefícios da aquisição conjunta de reservas de gás por entidades regulamentadas ou autoridades nacionais para permitir o agrupamento de forças e a criação de reservas estratégicas”.

Além desta ação, a instituição quer “adotar em breve um ato delegado que crie novos grupos de risco de gás regionais transfronteiriços”, de acordo com a comunicação.

Em dezembro próximo, o executivo comunitário irá apresentar um pacote de iniciativas sobre o setor energético, admitindo intervir relativamente à aquisição e ao armazenamento de gás, de forma a reforçar as reservas da UE.

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Portugal é o país da UE com reservas mais baixas de armazenamento de gás

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

Os níveis de armazenamento de gás em Portugal estão em 49,82%, a percentagem mais baixa dos 18 países que armazenam gás.

Portugal é atualmente o país da União Europeia (UE), entre os 18 que têm armazenamento de gás, com reservas mais baixas, que estão em cerca de metade, segundo a Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Gás (ENTSOG).

Num documento com perspetivas de abastecimento para este inverno, datado do início de outubro e ao qual a agência Lusa teve acesso, a ENTSOG indica que os níveis de armazenamento de gás em Portugal estão em 49,82%, a percentagem mais baixa na UE.

De acordo com os dados da ENTSOG, o país tem agora 1,78 terawatt-hora (TWh) de energia armazenada, de um total de 3,57 TWh de capacidade.

A seguir a Portugal, os níveis mais baixos de armazenamento de gás registam-se na Áustria (53,25%), na Holanda (58,39%) e na Alemanha (67,96%), abaixo da média europeia de cerca de 75%.

Em termos de volumes absolutos de armazenamento de gás, os maiores estão localizados em Itália, Alemanha, França e Holanda.

No início desde mês, a capacidade total de armazenamento subterrâneo de gás na UE de era de 831 TWh, valor que compara com 1.053 TWh no mês período de 2020.

“Em comparação com os anos anteriores, a Alemanha, os Holanda e a Áustria têm um baixo nível de armazenamento”, aponta a ENTSOG, indicando que estes três países, que representam 42% da capacidade acumulada do armazenamento europeu (470 TWh), registaram “um reforço limitado durante o verão”.

Ainda assim, “a infraestrutura de gás da UE tem estado totalmente operacional e em funcionamento”, salvaguarda esta rede europeia.

O organismo ressalva ainda que estes níveis poderão aumentar no decorrer do mês de outubro, uma vez que a época de reforço do armazenamento geralmente continua em alguns países até 1 de novembro.

A conclusão surge numa altura de escalada de preços no mercado do gás devido à maior dependência das importações e à maior procura, cenário que ameaça exacerbar a pobreza energética e causar dificuldades no pagamento das contas de aquecimento neste inverno.

Os atuais níveis de armazenamento de gás na UE estão ligeiramente acima dos 75%, percentagem que ainda assim é mais baixa do que a média dos últimos 10 anos, que ronda os 90%.

Nem todos os Estados-membros têm instalações de armazenamento de gás e os que têm utilizam-nas de forma diferente.

Na quarta-feira, numa comunicação sobre os preços da energia, a Comissão Europeia instou os Estados-membros da UE a analisarem “potenciais benefícios” de uma aquisição conjunta voluntária de reservas de gás, em altura de crise energética.

No documento, Bruxelas indicou que irá “explorar os possíveis benefícios da aquisição conjunta de reservas de gás por entidades regulamentadas ou autoridades nacionais para permitir o agrupamento de forças e a criação de reservas estratégicas”.

Além desta ação, a instituição quer “adotar em breve um ato delegado que crie novos grupos de risco de gás regionais transfronteiriços”, de acordo com a comunicação.

Em dezembro próximo, o executivo comunitário irá apresentar um pacote de iniciativas sobre o setor energético, admitindo intervir relativamente à aquisição e ao armazenamento de gás, de forma a reforçar as reservas da UE.

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Galp e renováveis dão energia à bolsa. Jerónimo Martins bate recorde

A praça nacional só conhece o sabor dos ganhos esta semana. Galp, renováveis e Jerónimo Martins, esta última em máximos históricos, animaram PSI-20. Europa também fechou o dia a ganhar.

A Galp e o setor das energias renováveis tiveram um dia positivo esta quinta-feira e, juntamente com a Jerónimo Martins, que fechou em máximos de sempre, ajudaram a bolsa de Lisboa a encerrar em alta pela quarta sessão consecutiva. A praça nacional só conhece o sabor dos ganhos esta semana.

O PSI-20 somou 0,49% para 5.620,72 pontos, com 14 das 19 cotadas que compõem o principal índice nacional no verde.

À boleia do barril de petróleo, que está a negociar em máximos desde 2018 em Londres, acima dos 84 dólares, a Galp foi um dos grandes vencedores do dia: a petrolífera liderada por Andy Brown somou 1,29% para 9,93 euros.

Ainda no setor energético, as renováveis também deram que falar, designadamente a GreenVolt, que valorizou 2,28% para 6,29 euros, protagonizando o melhor desempenho do dia. A EDP Renováveis também avançou, mas menos: ganhou 0,18% para 21,94 euros. Já a casa-mãe EDP não escapou às perdas, recuando 0,97%.

Entre os pesos pesados nacionais, a Jerónimo Martins fechou em alta de 1,47% para 18,95 euros, o valor mais elevado de sempre. Desde o início do ano, a dona do Pingo Doce acumula uma valorização de 37%. Já o BCP encerrou o dia em baixa de 0,89% para 0,1551 euros.

Dona do Pingo Doce fecha em máximos

Lá por fora, as praças europeias tiveram um melhor registo que Lisboa, com o Stoxx 600 a avançar mais de 1%, assim como o CAC-40 de Paris e o DAX alemão. Os analistas associam as valorizações nas bolsas à queda das taxas de juros nas obrigações dos governos. ” A queda das yields de dívida soberana parece refletir menores receios com as pressões inflacionistas, depois do índice de preços no produtor dos EUA ter denotado um alívio do ritmo de subida em setembro. Isto aumenta o apetite para ativos de risco”, explicam os analistas do BCP.

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Greve na Função Pública vai abranger desta vez também a saúde

O Governo marcou a reunião de negociação suplementar pedida pelos sindicatos. Sebastião Santana diz que "não vai iludido" para encontro e que não influencia a greve marcada para novembro.

O Ministério da Administração Pública convocou os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado para a reunião de negociação suplementar que estes tinham pedido, face à insatisfação gerada nomeadamente pelos anunciados aumentos salariais de 0,9%. Ao ECO, o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, garante que o novo encontro não põe em causa “de forma nenhuma” a greve anunciada esta quarta-feira e esclarece que, desta vez, a paralisação também deverá abranger o setor da saúde, ao contrário do que aconteceu em maio.

Perante a “ausência de propostas que deem resposta aos problemas com que todos os trabalhadores da Administração Pública se confrontam”, a Frente Comum decidiu propor, esta quarta-feira, aos sindicatos a realização de uma greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública, no próximo dia 12 de novembro“.

Já na terça-feira, o Governo tinha convocado os sindicatos da Função Pública para a reunião de negociação suplementar que estes tinham pedido, agendando-a para dia 20 de outubro. No último encontro, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, apresentou às três estruturas sindicais do setor com poder de negociação a proposta de uma atualização salarial de 0,9% para o próximo ano, que foi considerada insuficiente e criticada por todas.

Em declarações ao ECO, Sebastião Santana assegura que “não vai iludido” para essa reunião e explica que a negociação suplementar não altera “de maneira alguma” a paralisação convocada, “a não ser que o Governo nos chegue com a satisfação das propostas” que são essenciais para esta estrutura sindical, como aumentos salariais mais robustos. A greve em causa, detalha o sindicalista, será ainda confirmada internamente no dia 18.

A propósito dessa paralisação, Sebastião Santana adianta que prevê que abranja “todos os setores de atividade da Administração Pública”, incluindo a saúde. Na greve de maio, esse setor ficou de fora, tendo em conta o cenário pandémico, mas o contexto evoluiu, daí a diferença de opções, justifica o líder da Frente Comum.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2022, o Governo salienta que os gastos com os salários dos funcionários públicos vão subir 3%, em resultado de progressões, promoções e revisão de carreiras. Isto num ano em que o Governo pretende não só avançar com aumentos generalizados de 0,9%, mas também com a subida da remuneração de entrada dos técnicos superiores em 50 euros.

(Notícia atualizada às 18h10)

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Marcelo alerta para um arranque “coxo” de 2022 sem OE

Marcelo reitera estar "convicto" de que o OE2022 será aprovado. No entanto, alerta que "é completamente diferente arrancar para o próximo ano coxo", sem OE, ou com o máximo dos fundos europeus.

O Presidente da República reitera que “o bom senso” dita que não exista uma crise política e que o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) seja aprovado. Não obstante, Marcelo Rebelo de Sousa alerta que “é completamente diferente arrancar para o próximo ano coxo” com o país a ser gerido por duodécimos ou com o máximo de fundos europeus.

“O que é natural é que haja entendimento [entre Governo e partidos]. O que é natural é que o orçamento passe. O que é natural é que não haja crise”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, após uma visita a uma escola secundária na Amadora, reiterando que está “convicto” de que o Orçamento do Estado vai ser aprovado. “Continuo a acreditar que o bom senso aponta para que não haja crise política em Portugal”, sinalizou.

Nesse contexto, o Chefe de Estado lembra que “este Orçamento calha no fim da pandemia”, bem como “no começo da reconstrução nacional” e envolve vários fundos europeus, que não apenas o Plano de Recuperação e Resiliência.

Assim, Marcelo Rebelo de Sousa defende que o “melhor” é “não perder tempo” e “não atrasar o que já é de alguma maneira muito urgente” e deixa o aviso: é diferente gerir um orçamento como um todo ou em duodécimos. “É completamente diferente arrancar para o próximo ano coxo ou arrancar com o máximo que é possível de fundos europeus ou de aposta numa realidade que é uma realidade que se quer duradoura no futuro e não temporária, transitória à espera de uma decisão de uma eleição”, concluiu.

Questionado sobre o aumento dos preços dos combustíveis, espera que a situação seja temporária e que “não se prolongue” para além da próxima primavera, por forma a não retardar a recuperação económica.

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Guichard. Supremo diz que prisão ordenada por juiz é “ilegal” e “prematura”

Juízes desembargadores consideram que a condenação ainda não tinha transitado em julgado porque esperava decisão do TC. A prisão foi considerada "prematura e indevidamente aplicada" pelo juiz titular.

Os juízes desembargadores que decidiram a libertação imediata de Paulo Guichard — detido a 8 de outubro à chegada a Portugal — consideram que o juiz titular do processo decidiu uma prisão prematura, indevidamente decidida e, portanto, “ilegal”, segundo o Código de Processo Penal.

Em causa estão os recursos de Guichard alegando dupla condenação (na parte da contraordenação e na parte criminal), estando de momento pendente um recurso de constitucionalidade da decisão condenatória no Tribunal Constitucional.

Paulo Guichard, com 61 anos, de nacionalidade portuguesa e que vivia há vários anos no Rio de janeiro (Brasil), foi condenado a uma pena única de quatro anos e oito meses de prisão efetiva pela prática de seis crimes de falsidade informática e um crime de falsificação de boletins, atas ou documentos, no âmbito do processo BPP.

A decisão relativa ao pedido de Habeas Corpus –– conhecida esta quinta-feira e a que o ECO/Advocatus teve acesso — defende que falta ainda saber o resultado da reclamação pedida ao Tribunal Constitucional (TC). Esta reclamação é, assim, o último degrau na hierarquia dos recursos previstos na lei. Dizem então os juízes desembargadores que a decisão de condenação de quatro anos a prisão efetiva ainda não transitou em julgado. Concretizando:

  • Os magistrados defendem que no decurso deste caso criminal, Paulo Guichard viveu no Brasil, “como era do conhecimento das autoridades judiciárias, que conheciam o seu paradeiro”, tendo sido após a fuga de João Rendeiro, que na sequência de despacho proferido em 30.09.2021, foi convocado para se apresentar dia 8.10.2021, a fim de ser ouvido sobre a eventual alteração das medidas de coação, razão pela qual decidiu regressar a Portugal, tendo anunciado aos dois processos em referência essa sua intenção no dia 4 de outubro e, na manhã de 7 de outubro, quando chegou ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto), proveniente do Brasil, foi detido por agentes da Polícia Judiciária;
  • “Encontra-se pendente recurso de constitucionalidade interposto dessa decisão condenatória, aguardando-se o conhecimento pelo Tribunal Constitucional da reclamação”. Enquanto tal recurso “não se encontrar decidido por decisão também ela própria transitada em julgado, a decisão condenatória tomada pela Relação de Lisboa não se encontra transitada em julgado”. Concluindo, decidem “que Paulo Guichard se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença condenatória” e está a cumprir “prematura e indevidamente a pena de prisão que lhe foi imposta, impondo-se a sua imediata libertação.”
  • A nível jurídico, explicam os juízes da mais alta instância judicial que “o trânsito em julgado das decisões penais condenatórias apenas tem lugar quando as mesmas já não são passíveis de recurso ordinário ou de reclamação. Mas, neste caso concreto, ainda está pendente reclamação para o Tribunal Constitucional da decisão de 27 de setembro da Relação .Ou seja, “o requerente foi preso em cumprimento de pena, tendo ainda pendente uma reclamação para o Tribunal Constitucional que ainda não foi decidido”;
  • Assim, a prisão de Guichard foi ordenada no âmbito de uma decisão “que não era ainda exequível, pelo que foi motivada por facto pelo qual a lei a não permite (art. 222., n.° 2, al. b), do CPP), tratando-se, por isso, de uma prisão ilegal”.

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Ativos sob gestão no setor do capital de risco sobem 9,8% para 5,6 mil milhões em 2020

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

No final do ano passado 56 sociedades e 166 fundos estavam em atividade no mercado português, "mais sete sociedades e 29 fundos do que em 2019".

Os ativos sob gestão do setor do capital de risco em Portugal aumentaram 9,8% em 2020, totalizando 5,6 mil milhões de euros, divulgou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o Relatório Anual de Capital de Risco, conhecido esta quinta-feira, no final do ano passado 56 sociedades e 166 fundos estavam em atividade no mercado português, “mais sete sociedades e 29 fundos do que em 2019”.

“Os Fundos de Capital de Risco (FCR) apresentaram um crescimento de 492,0 milhões de euros (10,1%), para 5,4 mil milhões de euros de ativos sob gestão e o investimento efetuado diretamente para a carteira própria das Sociedades de Capital de Risco (SCR) aumentou 10,2 milhões de euros (3,7%), para 283,9 milhões de euros”, pode ler-se no documento.

O texto refere também que “o aumento do valor sob gestão do setor de capital de risco nacional foi de 7,1% em 2020, atingindo 5,3 mil milhões no final do ano”.

Por outro lado, o montante médio, por fundo, de ativos sob gestão “diminuiu para 32,3 milhões de euros em 2020, menos 3,2 milhões de euros face a 2019″.

Dos 166 fundos a operar em Portugal, “35 apresentavam ativos com um valor superior à média do setor”, e “os 11 FCR com ativos sob gestão superiores a 100 milhões de euros concentravam cerca de 46,9% do total do setor, enquanto 111 dos fundos com ativos sob gestão inferiores a 20 milhões de euros representavam 13,9% dos ativos do setor”.

Os fundos “tinham um total de 3.606 participantes, mais 1.549 do que no ano anterior, tendo o valor médio atribuído por participante descido para 1,4 milhões de euros (2,3 milhões de euros em 2019)”, de acordo com a CMVM.

A maioria eram residentes em Portugal (73,7% em 2020 e 76,9% em 2019) “entre os quais se destacavam as pessoas coletivas”, ao passo que no caso dos não residentes “metade eram pessoas singulares”.

O setor “reforçou o investimento afeto a depósitos e outros meios líquidos, outros ativos e, em menor grau, em participações sociais, enquanto o investimento via empréstimos e suprimentos diminuiu”.

“No que diz respeito à distribuição dos investimentos, a carteira estava maioritariamente afeta a outros investimentos (35,6% ou 2,0 mil milhões de euros) e, em menor grau, a operações sobre ‘participações sociais’ (22,2%, o equivalente a 1,3 mil milhões de euros)”.

Segundo a CMVM, outros investimentos “são calculados através da soma das rubricas de prestações suplementares, prestações acessórias, suprimentos, obrigações e outros títulos de dívida e empréstimos”.

“Entre os outros investimentos – que registaram um decréscimo de 6,4% face a 2019 – destacam-se as prestações acessórias, rubrica que continuou a deter o maior peso (898,6 milhões de euros ou 44,7%), seguidas dos suprimentos (553,4 milhões de euros ou 27,5%)”, pode ler-se no relatório.

Já o valor das participações sociais “aumentou 5,6% no ano (66,0 milhões de euros), o que resultou, por um lado, de um aumento do valor investido em empresas não residentes (+143,5%) e, por outro lado, de uma diminuição de 22,3% no investimento em empresas residentes”.

Quanto aos setores de atividade alvo de investimento por parte do setor do capital de risco, excluindo as sociedades gestoras de participações sociais (SGPS), que captaram 776,5 milhões de euros, “as atividades de informação e comunicação (568,4 milhões de euros), as imobiliárias (415,7 milhões de euros) e a indústria transformadora (340,0 milhões de euros) captaram a maioria do investimento”.

A CMVM revela ainda que “o apoio à expansão aumentou 8,2% para 857,2 milhões de euros de valor investido pelo capital de risco no final de 2020”, com a relevância das empresas que pretendem reorientar a sua estratégia a diminuir 16,2%, e o capital de substituição aumentou 32,5%, para 418,9 milhões de euros.

“O investimento em venture capital aumentou face ao ano anterior, passando para 665,7 milhões de euros (+0,3%)”, resultando “do crescimento do valor investido em empresas que se encontram em fases seed capital e early-stage, cujo valor investido atingiu 240,6 milhões de euros (+9,1%) e 182,7 milhões de euros (+2,6%), respetivamente”.

Quanto às startups, “o valor investido diminuiu para 242,4 milhões de euros (-8,6%) no final de 2020″.

No total, das 1.207 transações ocorridas em 2020, “69,7% corresponderam a aquisições no total de 608,6 milhões de euros, enquanto as alienações atingiram 369,3 milhões de euros, traduzindo-se num investimento líquido de 239,3 milhões de euros (desinvestimento líquido de 200,9 milhões de euros em 2019)”.

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Inquérito revela preferência por alimentos mais sustentáveis

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

Os cidadãos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas carecem de conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis, revela o inquérito.

Um inquérito europeu divulgado esta quinta-feira revela que 87% dos portugueses inquiridos acreditam que se deve consumir alimentos mais amigos do planeta, mas 79% consideram que as opções sustentáveis são demasiado caras.

Além disto, 78% indicam que estas opções nem sempre são fáceis de identificar e encontrar nos supermercados, o que justifica que apenas 66% acreditem que sabem como comprar sustentável.

O inquérito foi realizado no âmbito do projeto Eat4Change, em antecipação do Dia Mundial da Alimentação celebrado a 16 de outubro, pela ANP|WWF.

Estas conclusões são também sentidas nos restantes países europeus onde o inquérito foi realizado: os cidadãos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas carecem de conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis.

Os portugueses inquiridos mostram-se preocupados com os impactos ambientais causados pelos alimentos produzidos e consumidos em grande escala como a poluição (94%), a perda de biodiversidade (94%), a destruição de habitats (93%), o aquecimento global (94%) e as alterações na qualidade de lagos, rios e oceanos (94%).

Estas preocupações foram partilhadas a nível europeu, embora as médias de percentagens rondem entre os 77% e os 80%.

O estudo partilha que estes possuem pouco conhecimento sobre o impacto da produção alimentar em grande escala e hábitos de consumo na saúde do planeta, para além das dietas individuais.

Enquanto a nível europeu, 52% dos inquiridos considerarem que os alimentos que produzimos e consumimos têm um impacto negativo sobre o ambiente, esse número sobe para 65% em Portugal.

“Estamos num sistema claramente em desequilíbrio que reflete o sistema económico desigual. O equilíbrio alimentar tem impactos na saúde pública, ambiental e até económica. O ser local, sazonal e mediterrânico não é oco e faz falta”, destacou a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa na apresentação da iniciativa internacional

O Eat4Change tem como principal público-alvo jovens entre os 15 e 35 anos, pretende promover hábitos alimentares sustentáveis que contribuam de forma positiva não apenas para a saúde dos cidadãos, mas também para o planeta.

Estes hábitos passam por combater o desperdício alimentar e sobretudo por comer mais produtos de origem vegetal, alimentos certificados, diversificados e de origem local e sazonal, em detrimento de carne e alimentos processados.

“O nosso objetivo é que, daqui a cinco anos, os portugueses comam de forma diferente” para ter “uma melhor saúde mental e física”, bem como “uma melhor natureza”, afirmou a diretora executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado.

O projeto procura também trabalhar em conjunto com empresas e autoridades para que sejam adotadas práticas de produção e consumo mais sustentáveis.

Financiada pelo programa da Comissão Europeia Development Education and Awareness Raising (DEAR), a iniciativa arrancou em maio 2020 e terminará em abril de 2024, sendo coordenada pela WWF Finlândia.

O Eat4Change está a ser implementado em conjunto com doze parceiros: ANP|WWF, AIESEC, WWF European Policy Office, Estonian Fund for Nature, Fundación Vida Silvestre Argentina e vários escritórios da WWF (Áustria, Bélgica, Brasil, França, Grécia, Reino Unido e Suécia).

O inquérito foi realizado entre fevereiro e março de 2021 na Áustria, Bélgica, Suécia, França, Grécia, Portugal, Finlândia, Estónia e Reino Unido. Responderam 11.439 pessoas e todos os países foram ponderados para serem igualmente representados no total europeu combinado

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