Recuar na linha circular do metro terá “custos insuportáveis”, diz ex-vice-presidente da CML
João Paulo Saraiva, ex-vice-presidente da Câmara de Lisboa, diz que recuar nas obras da linha circular vai "custar milhões de euros aos portugueses". Custos serão "insuportáveis".
As obras já começaram, mas a Câmara de Lisboa (CML) aprovou esta quarta-feira uma proposta que recomenda ao Governo a suspensão da linha circular do metro de Lisboa. No mandato de Fernando Medina, a autarquia já tinha dado o aval a este projeto — embora a decisão seja totalmente do Executivo –, mas agora Carlos Moedas decidiu recuar, cedendo aos vereadores do PCP.
O ex-vice-presidente da CML lamenta que se recuem nas decisões quando se “alteram as circunstâncias políticas”. Em declarações ao ECO, João Paulo Saraiva nota que “em todas as situações de investimento há um momento para estudar, pensar, debater as diferentes opções e para decidir. Mas há sempre alguém que resolve pôr em causa [as decisões], só porque se alteraram as circunstâncias políticas“.
“Já há buracos na Estrela”, diz o antigo braço direito de Fernando Medina. “Espero que o Governo não volte atrás com esta decisão, que vai custar milhões de euros aos portugueses se for modificada. Os custos de se voltar atrás são completamente insuportáveis“, afirma.
João Paulo Saraiva nota que a CML já se pronunciou sobre este assunto no passado e que o país devia “aprender alguma coisa com a história do aeroporto”. “Andamos há 50 anos a decidir a localização. Tomam-se decisões, revertem-se decisões e nunca mais estabilizamos“, acrescenta, referindo que “seria um desperdício” recuar nas obras da linha circular.
Os vereadores do PCP levaram esta quarta-feira a reunião de Câmara uma proposta que recomenda ao Governo a suspensão das obras. O documento foi aprovado com os votos a favor do próprio PCP, PSD, CDS e Bloco de Esquerda, e os votos contra do PS e do Livre. Apesar disso, esta é uma decisão que cabe unicamente ao Executivo.
A Linha Circular do Metro de Lisboa prevê a criação de duas novas estações na parte sul da cidade — Estrela e Santos –, ligando o Rato ao Cais do Sodré. Este ano arrancaram as obras, tendo estas sido adjudicadas à ZAGOPE – Construção e Engenharia. O investimento previsto para este plano de expansão é de 210,2 milhões de euros, cofinanciado em 127,2 milhões de euros pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão.
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