Receios da ómicron e grupo EDP pressionam PSI-20

O PSI-20 arrancou esta quinta-feira em terreno negativo, em linha com as quedas registadas nas principais praças europeias.

Os receios sobre a variante ómicron continuam a dominar o sentimento dos investidores nas bolsas. O PSI-20 está a cair 0,47% para os 5.448 pontos no início da sessão desta quinta-feira, em linha com as principais praças europeias.

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a encolher 0,9% no arranque da sessão. O alemão DAX desce 1,2%, o francês CAC 40 desvaloriza 1,1%, o espanhol IBEX cede 1,3% e o britânico FTSE contrai 0,8%.

A falta de informação mais sólida sobre os potenciais efeitos da nova variante está a criar incerteza na negociação nos mercados financeiros. O presidente da Reserva Federal norte-americana avisou na terça-feira que o aparecimento de mais uma variante pode arrefecer a economia e a contratação de trabalhadores, bem como aumentar a incerteza quanto à inflação.

Em Lisboa, a maior parte das cotadas segue em terreno negativo, sendo que as cotadas do setor energético são as mais penalizadas. A maior queda é protagonizada pela EDP Renováveis com uma desvalorização de 1,15% para os 22,28 euros.

Segue-se o BCP com as ações a encolher 1,03% para os 14,37 cêntimos, a Galp Energia com os títulos a cair 0,99% para os 8,39 euros e a EDP com uma queda de 0,83% para os 4,78 euros. Nota ainda para a Navigator que cede 0,57% para os 3,12 euros.

A impedir quedas mais expressivas do PSI-20 está a Novabase, cujas ações valorizam 0,61% para os 4,93 euros. Os títulos da Semapa, Greenvolt, Ibersol e Ramada estão inalteradas.

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Portugal realizou 117 mil testes na terça-feira e atingiu um novo máximo diário

Até agora, o dia de maior número de testes realizados tinha ocorrido no dia 21 de abril deste ano, com cerca de 98 mil testes. Em novembro realizaram-se aproximadamente 1,5 milhões de testes.

Portugal atingiu, na terça-feira, um novo máximo de testes diários desde o início da pandemia, ao realizar cerca de 117 mil testes à Covid-19, revela a Task Force da Testagem em comunicado. Estes valores, no entanto, não incluem os autotestes.

“Este número reflete o esforço de testagem levado a cabo em Portugal desde março de 2020. Recorde-se que, até agora, o dia de maior número de testes realizados tinha ocorrido no dia 21 de abril deste ano, com cerca de 98 mil testes”, refere o comunicado.

A task force detalha ainda que foram feitos 15 milhões de testes TAAN/PCR e 6,3 milhões de TRAg de uso profissional, mais conhecidos como testes antigénio, num total de 21,4 milhões de testes.

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) recorda que os testes rápidos de antigénio efetuados nas farmácias e laboratórios “aderentes ao regime excecional de comparticipação voltaram a ser gratuitos”. E que a medida vigora até 31 de dezembro, abrangendo toda a população. O objetivo é “reforçar a proteção da saúde pública e o controlo da pandemia”.

Num balanço da atividade de testagem — “um importante pilar da monitorização e controlo da transmissão da infeção por SARS-CoV-2 e na gestão da pandemia” — a task force sublinha que, em novembro, se realizaram aproximadamente 1,5 milhões de testes de diagnóstico, com uma média diária de cerca de 50 mil testes e que a 26 de novembro, o país tinha já atingido a marca de 21 milhões de testes à Covid-19.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Nas notícias lá fora: Fed, China e Petrobras

  • ECO
  • 2 Dezembro 2021

O livro bege da Fed descreve que a economia norte-americana cresceu num ritmo "modesto a moderado". Na Turquia, o ministro das Finanças demite-se devido ao crash da lira.

Na imprensa internacional esta quinta-feira destaca-se a descrição da economia norte-americana feita pela Fed no livro bege, a demissão do ministro das Finanças turco por causa do crash da lira e a intenção da Repsol de vender 25% da sua filial de energias renováveis. Nota ainda para a WTA que suspendeu os torneios na China após caso da tenista Peng Shuai e para o ministro da Economia brasileiro que insiste em incluir a Petrobras no plano de privatização.

Wall Street Journal

Economia americana cresceu num ritmo “modesto a moderado”, diz Fed

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) considera que a economia do país cresceu a um ritmo “modesto a moderado” em outubro e início de novembro, de acordo com o Livro Bege. “A atividade económica cresceu a um ritmo modesto a moderado na maioria dos distritos da Reserva Federal durante outubro e início de novembro. Alguns distritos notaram que, apesar da forte procura, o crescimento foi constrangido por disrupções na cadeia de oferta e escassez de mão-de-obra”, pode ler-se no documento. Quanto ao emprego, o crescimento “foi de modesto a forte entre os vários distritos da Reserva Federal”, tendo sido reportada “uma procura robusta por trabalho mas uma dificuldade persistente em contratar e reter trabalhadores”, segundo a instituição que atua como banco central dos Estados Unidos.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Cinco Días

Repsol retoma venda de 25% da sua filial de renováveis

A petrolífera espanhola retomou a venda de até 25% da sua filial de renováveis, de acordo com fontes financeiras citadas pelo Cinco Días. Os valores preliminares da filial apontam para uma avaliação de quatro mil milhões de euros. O objetivo da Repsol é ter um parceiro como sócio para depois dispersar o restante capital em bolsa, além de abrir a porta a investidores minoritários para projetos específicos de energia solar e eólica. O banco norte-americano JP Morgan é quem esta a tratar do processo, mas ainda não houve manifestações de interesse. Também esteve em cima da mesa a hipótese de ceder mais do capital, até 40%, mas nesse caso a petrolífera espanhola ficaria com menos poder de decisão.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Financial Times

Ministro turco das Finanças demite-se devido ao crash da lira

O ministro turco das Finanças, Lutfi Elvan, o último membro do Executivo defensor da ortodoxia económica, apresentou a demissão e já foi substituído por Nureddin Nebati, um elemento leal ao Presidente Recep Tayyip Erdogan. a saída de Elvan surge depois de uma queda abrupta da lira e após semanas de rumores de que pretendia abandonar o cargo. Nebati que foi durante três anos vice-ministro das Finanças disse que a Turquia está há anos a tentar implementar uma política de baixas taxas de juro, mas sempre enfrentou forte oposição à ideia. “Desta vez estamos determinados em implementá-la”, escreveu o novo ministro no Twitter, acrescentando que não há “qualquer problema” em manter as taxas de juro baixas nas atuais condições de mercado.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

CNN

WTA suspende torneios na China após caso da tenista Peng Shuai

A WTA suspendeu oficialmente os torneios do circuito previstos para a China, na sequência do caso da tenista Peng Shuai, que acusou, em novembro, um ex-membro do Governo chinês de abuso sexual. “Não vejo como os nossos atletas possam competir lá, enquanto a Peng Shuai não puder comunicar livremente e foi pressionada para negar as suas denúncias de abusos sexuais”, disse Steve Simon, presidente da Associação de Ténis Feminino. A tenista, de 35 anos, revelou, no início de novembro, ter sido abusada sexualmente pelo ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, numa publicação que foi imediatamente retirada da rede social chinesa Weibo. Apesar de ter reaparecido em 21 de novembro e de já ter falado, por videoconferência, com o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, a WTA levanta dúvidas quanto à liberdade da atleta.

Leia a notícia completa na CNN (acesso livre, conteúdo em inglês)

Valor Econômico

Ministro da Economia insiste em incluir a Petrobras no plano de privatização

O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, insiste que o plano de privatização do Governo deve incluir a petrolífera estatal Petrobras porque “o futuro é verde” e o petróleo terá “valor zero” em alguns anos. “A Petrobras não satisfaz ninguém e é uma bomba para o Governo”, declarou Guedes num evento virtual com outras autoridades e no qual defendeu que “o mundo caminha para uma economia verde e digital.” A possível privatização da empresa, controlada pelo Estado brasileiro, mas com capital misto e cujas ações estão cotadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madrid, começou a ser cogitada pelo próprio Presidente, Jair Bolsonaro, há meses. Segundo Bolsonaro, essa ideia responde aos fortes aumentos dos preços dos combustíveis, que já acumulam uma subida de perto de 50% este ano, que, juntamente com outros fatores, tem afetado sua popularidade.

Leia a notícia completa no Valor Econômico (acesso pago)

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ANA quer desincentivar uso de aviões pequenos em Lisboa

  • ECO
  • 2 Dezembro 2021

Para desincentivar a utilização de aviões pequenos no aeroporto de Lisboa, a ANA quer que o valor mínimo da taxa de estacionamento passe das atuais 14 toneladas para as 45 toneladas.

A partir de 2022, a ANA – Aeroportos de Portugal pretende introduzir alterações ao modelo da estrutura tarifária dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, para desincentivar o uso de aviões mais pequenos, mas também adequar as taxas no Algarve aos períodos de menor procura, revela esta quinta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

Particularmente no aeroporto da capital, a empresa tenciona, quanto à taxa de estacionamento, que “o valor mínimo passe das atuais 14 toneladas para 45 toneladas, desincentivando assim a utilização destas aeronaves mais pequenas“. Deste modo, deixa de haver diferença no valor cobrado a aeronaves abaixo das 45 toneladas, o que, tendo em conta a capacidade limitada da infraestrutura aeroportuária de Lisboa, poderá incentivar o uso de aviões de maior dimensão, o que permitiria realizar menos voos mas transportar mais passageiros.

Fonte oficial da empresa disse ao jornal que esta proposta visa promover “rotações mais rápidas e reduzir o valor do estacionamento no período noturno, em que o aeroporto tem limitações de operação por via ambiental”. A intenção é que, para períodos de estacionamento inferiores a 24 horas, a taxação seja feita ao minuto, aplicando-se, nesse período, uma isenção entre a meia-noite e as 6 horas.

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SNS gastou 400 milhões com horas extra e prestações de serviço este ano

  • ECO
  • 2 Dezembro 2021

Até setembro, os enfermeiros tinham feito mais de cinco milhões de horas extras e os médicos mais de quatro milhões.

As horas extraordinárias feitas pelos profissionais de saúde este ano ascendem a 18,5 milhões até outubro, o que ultrapassa o valor total realizado no ano passado. Estas horas extras, em conjunto com as prestações de serviço (os chamados “tarefeiros”), já custaram mais de 400 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo os dados cedidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ao Público (acesso condicionado).

Até setembro, os enfermeiros tinham feito mais de cinco milhões de horas extras e os médicos mais de quatro milhões, números que traduzem as necessidades dos hospitais num ano que continuam pressionados pela Covid-19. Os enfermeiros são o grupo profissional do SNS que mais tem sido chamado a fazer trabalho suplementar.

Além das horas extras dos profissionais da casa, o SNS também recorre às prestações de serviço, os chamados “tarefeiros”. Até setembro foram pagas 3,6 milhões de horas destes recursos humanos externos, o que custou 105,7 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde. De acordo com o jornal, esta tem sido a solução de hospitais e centros de saúde para dar resposta à procura pelos serviços de saúde.

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Hoje nas notícias: SNS, TAP e venda de carros

  • ECO
  • 2 Dezembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa altura em que o número de casos aumenta significativamente, conhecem-se dados sobre as horas extraordinárias realizadas no Serviço Nacional de Saúde durante este ano, o que sinaliza as necessidades acrescidas dos hospitais e centros de saúde públicos. Esta quinta-feira é notícia também que a ANA quer desencorajar o uso de aviões pequenos e que a TAP só transportou um em cada dez passageiros no Porto. Por fim, o renting e o leasing já valem um terço das vendas de carros desde 2018.

SNS gastou 400 milhões com horas extra e prestações de serviço este ano

As horas extraordinárias feitas pelos profissionais de saúde este ano ascendem a 18,5 milhões até outubro, o que ultrapassa o valor total realizado no ano passado. Estas horas extras, em conjunto com as prestações de serviço (os chamados “tarefeiros”), já custaram mais de 400 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Até setembro, os enfermeiros tinham feito mais de cinco milhões de horas extras e os médicos mais de quatro milhões, números que traduzem as necessidades dos hospitais num ano que continuam pressionados pela Covid-19.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

ANA quer desincentivar uso de aviões pequenos em Lisboa

A ANA – Aeroportos de Portugal pretende introduzir, em 2022, alterações ao modelo da estrutura tarifária dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, para desincentivar o uso de aviões mais pequenos, mas também adequar as taxas no Algarve aos períodos de menor procura. Esta proposta visa promover “comportamentos ambientais mais responsáveis, através de uma utilização mais eficiente das infraestruturas“, segundo fonte oficial da gestora aeroportuária. Particularmente no aeroporto da capital, a empresa tenciona que o valor mínimo da taxa de estacionamento “passe das atuais 14 toneladas para as 45 toneladas, desincentivando assim a utilização destas aeronaves mais pequenas“.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

TAP só transporta um em cada dez passageiros no Porto

Dos 385 voos operados, na terça-feira, no aeroporto de Lisboa, 146 eram da TAP. No Porto, de um total de 142, a companhia aérea nacional ofereceu 16. A transportadora justifica estas diferenças com “as fortes limitações” da pandemia e com os negócios de “hub and spoke”, que, neste caso, se trata do sistema de transporte de passageiros desde aeroportos mais pequenos, em trânsito para aeroportos maiores e centrais, como a TAP elege o de Lisboa. De junho para setembro, a TAP terá duplicado o número de passageiros no Porto, passando de uma quota de 5% no segundo trimestre para uma de 10% no terceiro trimestre, “um crescimento que se espera que continue”, segundo fonte da administração da transportadora nacional.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Agostinho Branquinho tinha conta na Suíça com quase 900 mil euros

O ex-deputado do PSD, Agostinho Branquinho, tinha uma conta na Suíça com quase 900 mil euros, à qual tinha acesso Marco António Costa, também ex-deputado social-democrata e ex-secretário de Estado. Essa conta seria alimentada por outra conta de uma offshore do Panamá. No total, Branquinho tinha 15 contas bancárias e lá foram parar cerca de 6,3 milhões de euros a partir de 2006. É com base nestes dados bancários que o Ministério Público questiona a necessidade do ex-deputado de pedir um “empréstimo de amigo” de 225 mil euros ao promotor da obra do Hospital de Valongo. Essa obra foi investigada por um alegado suborno, mas todos os arguidos foram absolvidos.

Leia a notícia completa no Correio de Manhã (acesso pago)

Renting e leasing valem um terço das vendas de carros desde 2018

Desde 2018 que as opções de renting e leasing representam mais de um terço das vendas de automóveis novos ligeiros de passageiros em Portugal. Dos últimos cinco anos, 2020 foi o ano em que houve mais veículos matriculados através desta opção. Só no ano passado, foram matriculados 145.417 automóveis novos ligeiros de passageiros, sendo que, destes, 36,3% foram registados através da compra por renting e leasing.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso pago)

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão conhecidos dados relevantes sobre o desemprego na União Europeia, bem como sobre a dívida pública em Portugal.

Serão conhecidos dados relevantes sobre o desemprego na União Europeia, bem como sobre a dívida pública em Portugal. O dia será também marcado por algumas reuniões ministeriais onde a energia e os combustíveis vão assumir o lugar de destaque, nomeadamente no encontro dos ministros do grupo OPEP+ e ainda dos ministros da União Europeia responsáveis pelos Transportes, Telecomunicações e Energia.

Como evoluiu o desemprego?

O Eurostat divulga esta quarta-feira os dados relativos à taxa de desemprego nos Estados-membros durante o mês de outubro deste ano. Em setembro, o desemprego recuou na União Europeia e na Zona Euro, tanto face ao mês anterior como ao período homólogo, para 6,7% e 7,4%, respetivamente.

Ministros da OPEP+ reúnem

Ocorre esta quinta-feira a 23.ª Conferência de Ministros do Grupo OPEP+, que é composto por 13 Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dez parceiros não-OPEP. No início de novembro, a OPEP e os aliados concordaram em manter o ritmo de aumento de produção em 400 mil barris por dia até dezembro, rejeitando os pedidos dos EUA para acelerar a produção e assim aliviar os preços do petróleo.

Banco de Portugal divulga dados da dívida

O Banco de Portugal publica uma série de indicadores económicos esta quinta-feira, nomeadamente referentes ao endividamento do setor não financeiro e a dívida das Administrações Públicas durante o mês de outubro de 2021. Além disso, serão também conhecidos dados sobre as taxas de juro de novas operações de empréstimos e depósitos e sobre a dívida pública.

Ministros da UE discutem o aumento dos preços da energia

Arranca esta quinta-feira a reunião dos ministros dos Estados-membros da União Europeia responsáveis pelos Transportes, Telecomunicações e Energia. O dia será dedicado às questões de Energia, sendo que estará em cima da mesa o aumento dos preços da energia, bem como os progressos alcançados em relação às propostas que visam alterar as diretivas sobre energias renováveis e eficiência energética que fazem parte do pacote Objetivo 55.

Governo visita feira de serviços para a indústria em dia de dados

O primeiro-ministro, António Costa, e ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, visitam a Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria, que conta com a participação de mais de 360 expositores de vários países. Esta quinta-feira serão também conhecidos dados do Eurostat sobre os preços na produção industrial em outubro.

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Europa tem em marcha 750 projetos de hidrogénio. Mais de 130 são em Portugal

Os projetos vão desde a produção de hidrogénio limpo até à sua utilização na indústria, mobilidade, energia e edifícios.

A Aliança Europeia para o Hidrogénio Limpo revelou esta semana, durante o terceiro Hydrogen Forum, uma grande carteira de projetos que a indústria europeia está a empreender, a fim de desenvolver a economia europeia do hidrogénio em grande escala, informou a Representação em Portugal da Comissão Europeia.

Com mais de 750 projetos, esta listagem de projetos revela “a dimensão e o dinamismo da indústria europeia do hidrogénio”, diz o comunicado.

Os projetos vão desde a produção de hidrogénio limpo até à sua utilização na indústria, mobilidade, energia e edifícios, e estão situados nos quatro cantos da Europa. Muitos deles devem entrar em operação até o final de 2025.

Esta carteira baseia-se numa seleção de entre mais de mil candidaturas de projetos de membros da Aliança Europeia para o Hidrogénio Limpo que foram avaliados pela Comissão em função de um conjunto de critérios bem definidos, incluindo a redução das emissões de gases com efeito de estufa, a dimensão mínima e a maturidade dos projetos.

O diretório é pesquisável por tipo de projeto, localização, empresa e data de início. Portugal surge com 23 projetos listados na região norte, 67 no centro, 23 na Área Metropolitana de Lisboa e 18 no Alentejo.

Desta lista fazem parte, entre outros, projetos emblemáticos como:

  • H2SINES – ENGIE
  • RENH2DISTRIBUTION – REN Portgás Distribuição
  • RENH2GRID – REN Gasodutos, S.A
  • RENH2MOBILITY – REN Gasodutos, S.A
  • RENH2VALLEYS – REN Gasodutos, S.A
  • SABOR/MOGADOURO – Smartenergy
  • Sines Green Energy Park – Petrogal SA (GALP)
  • H2Enable – Bondalti
  • H2Mobility Alenquer – EDP Energias de Portugal, S.A.
  • HyMob Oeste – Resilient Group Lda
  • HyTagus Cluster – Iberdrola
  • Sines Green Energy Park – Petrogal SA (GALP)
  • Hyperion H2 Setúbal – Hyperion Renewables

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Israelitas “graduam” investimento na produção de lentes em Vila do Conde

A Shamir vai aumentar a capacidade no fabrico de lentes para óculos graduados e montar nova unidade para tratamentos antirreflexo em Portugal, onde emprega 300 pessoas e fatura 50 milhões de euros.

É numa pequena freguesia do concelho de Vila do Conde que a gigante israelita Shamir produz lentes oftálmicas para óculos graduados, sendo o core business as progressivas, que representam 80% da produção. Sob receita, todos os dias saem dez mil lentes da fábrica portuguesa, onde trabalham quase 300 pessoas e que vai beneficiar de um aumento de capacidade em 2022, num investimento total próximo dos cinco milhões de euros.

Luís Feijó, presidente executivo da Shamir em Portugal, adiantou ao ECO que o grupo vai substituir duas linhas de produção mais antigas e adicionar uma outra de raiz – passa a somar uma dezena –, o que vai permitir fabricar diariamente mais perto de 1.300 lentes. O gestor contava ter a unidade industrial renovada no início do próximo ano, mas devido à falta de componentes eletrónicos no mercado, essas novas máquinas apenas devem chegar no segundo trimestre.

Ainda nas instalações de Vilar, que no ano passado foram ampliadas com uma nova área de armazém com 1.150 metros quadrados – funciona também como centro logístico para abastecer outros laboratórios e distribuidores na Europa –, o grupo fundado em 1972 vai investir num sistema para escoar e compactar os desperdícios das máquinas, construir um centro de formação e também mudar uma parte do telhado para acrescentar uma nova ala de painéis solares.

Com orçamento já aprovado e um prazo de conclusão previsto até março de 2022, a Shamir vai avançar igualmente com uma nova unidade de produção em série, que ficará situada a poucos metros da fábrica original, dedicada em exclusivo a fazer tratamentos antirreflexo em lentes semiacabadas. “É um processo que fazemos aqui dentro de forma limitada, em quantidades pequenas, mas para abastecer Portugal e os outros laboratórios temos de ter uma unidade externa. Vai libertar espaço para crescer noutras áreas”, resumiu Luís Feijó, prevendo transferir cinco funcionários e criar 20 postos de trabalho.

O que motiva estes investimentos e o acréscimo na produção de lentes em Portugal? “Há efetivamente mais pessoas a usarem óculos porque se usam cada vez mais equipamentos digitais e o teletrabalho aumentou imenso [o número de] pessoas que precisam de correção visual porque estão muito tempo à frente de ecrãs. Mas o mercado não é elástico. Felizmente temos conseguido crescer e este ano estamos a aumentar as vendas em 16,3% no mercado nacional e 9,7% a nível global”, justificou o gestor.

Há efetivamente mais pessoas a usarem óculos porque se usam cada vez mais equipamentos digitais e o teletrabalho aumentou imenso as pessoas que precisam de correção visual. Mas o mercado não é elástico.

Luís Feijó

CEO da Shamir em Portugal

A Shamir Portugal prepara-se para fechar o ano de 2021 com uma faturação de quase 50 milhões de euros. Natural de Lisboa, onde nasceu há 65 anos, Luís Feijó está neste cargo desde janeiro de 2005, quando trocou a Carl Zeiss, em Setúbal, pelo projeto do grupo israelita. O mercado interno absorve atualmente 20% das peças produzidas no norte do país, mas vale 40% da faturação, uma vez que a exportação é feita a preços intercompany, apenas para oito subsidiárias europeias do grupo. Espanha, França, Holanda, Inglaterra e Polónia são os destinos mais relevantes.

Maior fábrica na Europa e ateliês em Lisboa e Matosinhos

Levando na origem, na propriedade e também na designação comercial o nome de um kibutz situado na região mais elevada da província da Galileia, a Shamir é atualmente um dos maiores grupos mundiais no desenvolvimento e produção de lentes oftálmicas. Conta com 16 laboratórios e uma equipa de mais de 2.100 trabalhadores, está presente em 24 países e faz atualmente parte do grupo francês Essilor, que em 2011 comprou uma participação acionista de 50%.

Até 2001, o grupo não tinha produção própria e vendia apenas os designs – as geometrias das lentes progressivas – a outros laboratórios. E foi precisamente em Vila do Conde, no esqueleto de uma têxtil que nunca chegou a ser usada, que os israelitas instalaram a primeira fábrica. A mão-de-obra barata, a facilidade em recrutar quadros especializados e que “vestem a camisola” e o facto de então não ter clientes em Portugal fez com que “[valesse] a pena experimentar aqui o mercado para ver como funcionava”.

Luís Feijó, CEO da Shamir em Portugal.Ricardo Castelo/ECO

O projeto de expansão para a Europa desenhado pela Shamir, que a partir de 2006 reforça a aposta comercial em Espanha, Inglaterra, Turquia, Holanda, França e Alemanha, faz com a unidade fabril portuguesa passasse em apenas dois anos de 700 para 2.000 lentes produzidas por dia, todas sob receita – “não fazemos lentes para a prateleira, qualquer lente que entre aqui tem o nome da pessoa e o destino”, ressalva o CEO. Passou a fabricar também na Itália, Grécia e Turquia, mas continua a produzir mais em Portugal do que no conjunto desses outros laboratórios europeus.

Além da fábrica de Vila do Conde, a Shamir tem também em funcionamento dois ateliês em Lisboa (desde 2014, com 12 pessoas) e em Matosinhos (desde 2017, com sete funcionários), que têm uma produção máxima limitada a 200 lentes por dia e que assegura a entrega das lentes em duas horas. Há dois anos criou ainda uma unidade móvel, montada num camião TIR e com máquinas mais pequenas, que anda a circular pelo país e por algumas cidades europeias “a divulgar o processo e a fazer parcerias com as óticas para as pessoas perceberam a vantagem do serviço”.

Felizmente não temos tido problemas de abastecimento, embora cada vez mais estejamos a aumentar o volume de stocks, com medo de que amanhã [haja falhas no fornecimento de matérias-primas].

Luís Feijó

CEO da Shamir em Portugal

Em termos industriais, excetuando o atraso num produto que é injetado na Tailândia, Luís Feijó, que tem formação de base em programação informática e estudou depois Optometria na Suíça, assegurou que “felizmente não [tem] tido problemas de abastecimento, embora cada vez mais [esteja] a aumentar o volume de stocks, com medo de que amanhã” haja falhas no fornecimento. É que 90% da matéria-prima para a produção de lentes vem da Ásia e, além de o preço ter disparado, o tempo do transporte marítimo para a Europa passou, “com sorte”, de quatro para seis a oito semanas.

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Magistrados terão cursos “relâmpago” para chegar mais depressa aos tribunais

O Conselho de Ministros aprovou decreto-lei que reduz os períodos de formação inicial da 'escola' de magistrados. Ideia é que cheguem mais depressa aos tribunais devido ao número de aposentações.

Os próximos cursos de magistrados (quer de juízes, quer de magistrados do Ministério Público) serão mais curtos, de forma que estes entrem mais depressa nos tribunais.

O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira um decreto-lei que reduz os períodos de formação dos próximos cursos do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) mas de forma excecional e temporária. Quer o inicial dos juízes, bem como a duração do estágio dos Magistrados do Ministério Público. Feitas as contas, juízes terão menos três meses e meio de formação e os magistrados do Ministério Público terá menos um ano de formação. No total de três anos que é a duração ‘normal’ dos cursos de formação do Centro de Estudos Judiciários.

Segundo nota da reunião do Conselho de Ministros, o diploma pretende “evitar uma situação de carência de meios humanos nas magistraturas judicial e do Ministério Público, garantindo, contudo, os padrões de exigência e de qualidade na seleção e formação de magistrados que o interesse público exige”.

A aprovação do diploma foi ao encontro da vontade dos Conselhos Superiores das Magistraturas que têm vindo a alertar para a necessitar de colmatar o défice de magistrados face às jubilações e aposentações verificadas na classe. “O CSM, em resposta à solicitação do Ministério da Justiça, manifestou concordância com o Decreto-Lei agora aprovado em Conselho de Ministros”, segundo o mesmo explicou ao ECO/Advocatus.

Mas a Associação Sindical dos Juízes Portugueses admite que não concorda com este tipo de “mecanismos excepcionais”, segundo Manuel Ramos Soares explicou ao ECO/Advocatus. “São pensados para momentos de dificuldades inesperadas, não podem ser normalizados como soluções de remendo. É possível prever antecipadamente quantos magistrados se jubilam, quantos estarão ausentes no gozo de licenças ou por baixas médicas e quantos vão para comissões de serviço em cada ano judicial”, explica o magistrado e líder sindical. “Por isso, uma boa gestão dos recursos tem de prever essas necessidades com antecedência e planificar as admissões, de maneira a não “atropelar” os períodos formativos. Isso é o mais básico na gestão de qualquer sistema público”.

Ramos Soares admite ainda que “é contraditório afirmar, como tem sido feito, que há redução de pendências e de tempos de resolução dos processos e que os efeitos da pandemia não tiveram impactos negativos extraordinários nos tribunais, para depois se invocar que existem graves carências nos quadros, no que respeita aos juízes, e necessidade de soluções de emergência. Isso não se percebe. É evidente que a redução dos períodos normais de formação, pensados para garantir a capacitação técnica e humana necessária à boa administração da justiça, ainda que em tempo curto, não acrescenta qualidade. Claro que rapidamente a experiência adquirida no “terreno” e o estágio com os juízes formadores permitem suprir alguma lacuna formativa que possa haver. Mas isso não anula o facto de ser um erro reduzir os períodos de formação dos magistrados”, concluiu.

“A redução de estágios e do período de formação no Centro de Estudos Judiciários (CEJ) tem sido já uma prática de há vários anos, em virtude da clara e manifesta falta de magistrados do Ministério Público (MP) nos tribunais. Tem sido essa a justificação que claro o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) entende prejudicial para quem está a ser formado e, designadamente, para aqueles que serão os futuros magistrados mas, infelizmente, em virtude da crise de magistrados que é de facto gritante, tem sido a única forma de permitir que mais rapidamente cheguem aos tribunais e possam de facto suprir essa grande carência de quadros de magistrados do Ministério Público“, segundo fonte oficial do SMMP.

Em junho passado, o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), José António Lameira, alertava o Ministério da Justiça que nos “próximos tempos” 80 a 100 juízes iriam aposentar-se, havendo “necessidade de substituir o quadro de juízes” e acelerar a formação de magistrados.

“Temos sempre problemas com as licenças de maternidade ou com baixa por motivos de doença, prevendo-se muitas jubilações, e este ano houve bastantes”, afirmou, notando que “tudo isso” causa “uma carência tremenda de quadros”, disse então o vice-presidente daquele órgão de gestão e administração dos magistrados judiciais.

Segundo indicou, na altura, nos últimos dois anos a renovação anual do quadro de juízes oscilou entre 35 e 40 e idêntico número estava previsto para 2022, pelo que será preciso “um curso especial” de formação de juízes ou “encurtar os cursos”.

Como é feita atualmente a formação no CEJ?

A formação inicial de magistrados para os tribunais judiciais e para os tribunais administrativos e fiscais compreende, em cada caso, um curso de formação teórico-prática, organizado em dois ciclos, e um estágio de ingresso. No total, com estágio incluído, a formação para magistrados tem a duração de praticamente três anos.

O 1.º ciclo do curso de formação teórico – prática realiza-se na sede do Centro de Estudos Judiciários e tem a duração de dez meses.

O 2.º ciclo do curso de formação teórico-prática decorre no âmbito da magistratura escolhida e tem também a duração também de dez meses.

O estágio tem a duração de 12 meses, com início no dia 1 de setembro subsequente à aprovação no curso de formação teórico-prática. Pode ser prolongada até mais 6 meses por decisão do CSM.

O curso de formação teórico-prática tem como objetivos fundamentais “proporcionar aos auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades e a aquisição de competências técnicas para o exercício das funções de juiz nos tribunais judiciais e nos tribunais administrativos e fiscais e de magistrado do Ministério Público“, segundo explicou o próprio CEJ.

E como vai passar a ser?

No decreto-lei aprovado, o 1° ciclo passa de 10 meses para sete meses, quer para a carreira do Ministério Público, quer para a magistratura judicial.
O 2° ciclo passa de 10,5 meses para para sete meses para o MP e reduz em 15 dias para a magistratura judicial. O estágio é reduzido apenas para a carreira do Ministério Público em seis meses. Feitas as contas, juízes terão menos três meses e meio de formação e os magistrados do Ministério Público terá menos um ano de formação.

Quantos juízes e procuradores existem atualmente nos tribunais?

Entre 2015 e 2020 verificou-se uma ligeira redução no número de Juízes nos Tribunais Judiciais de primeira instância, apesar de um ligeiro aumento destes últimos em 2018 e 2019. Duas circunstâncias contribuíram para isso: a escassa admissão de magistrados entre 2011 e 2015 e um grande número de saídas por jubilação. Segundo o relatório estatístico apresentado pelo Ministério da Justiça em novembro — relativo aos anos de 2015 a 2020 — entre 2016 e 2020, foram abertas 649 vagas para auditores de justiça iniciarem formação no Centro de Estudos Judiciários: 203 magistrados judiciais; 320 magistrados do Ministério Público e 126 juízes para os Tribunais Administrativos e Fiscais (ver quadro abaixo).

O Centro de Estudos Judiciários tem trabalhado no limite da sua capacidade formativa desde 2016. O recrutamento para o Ministério Público destina-se a prover vagas não só na jurisdição comum, como também na administrativa e tributária.

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Empresas querem investir 9,7 mil milhões nas agendas mobilizadoras do PRR

Com mais de 1.700 entidades envolvidas nos 64 consórcios, a maior parte das candidaturas (35%) são na área industrial e das tecnologias de produção. Mas há propostas na mobilidade, ambiente e saúde.

Desbloquear todo o potencial da indústria de semicondutores e reforçar a capacidade produtiva e de inovação desta indústria em Portugal é a aposta da ATEP – Ampor Technology, a líder de um dos 64 consórcios que foram pré-selecionados para obter financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que vão ser apresentados publicamente esta quinta e sexta-feira, em Leixões, num evento que conta com a presença do primeiro-ministro e do ministro da Economia.

Esta iniciativa da subsidiária da Amkor (um dos maiores fornecedores mundiais de packaging e teste de semicondutores) é a resposta nacional à necessidade da Europa de superar as falhas sistémicas no mercado global dos semicondutores. Propõem-se investir 76,7 milhões de euros e acrescentar novas soluções às que já oferece ao mercado ao nível sobretudo de telecomunicações, automóveis e segurança, tudo a partir da fábrica de Vila do Conde com a ajuda de outras entidades envolvidas neste consórcio e que são responsáveis também por uma parte do investimento (11,5 milhões).

Estes 64 consórcios, que se propõem investir 9,78 mil milhões de euros, concorrem a um apoio de 930 milhões de euros reservado para as agendas mobilizadoras, um montante que poderá, no entanto, ser aumentado, tal como o ministro da Economia já admitiu. Agora, nesta segunda fase, serão apresentadas as propostas finais e aberto o concurso onde serão determinadas as condições de financiamento.

Foram pré-selecionadas menos de metade (44%) das 144 manifestações de interesse inicial, umas por não serem elegíveis, outras por não terem atingido a nota máxima na avaliação da candidatura. Mas a esmagadora maioria dos projetos destina-se a investimento produtivo (64%) e a investigação e desenvolvimento (33%).

É o caso do investimento de 214 milhões do consórcio liderado pela Colep, a empresa de embalagens sediada em Vale de Cambra e detida a 100% pelo grupo RAR. O objetivo é alterar o perfil de especialização da fileira das tecnologias de produção em Portugal. Ou ainda dos 30 milhões que o consórcio liderado pela Continental Advanced Antenna quer investir para criar um novo ecossistema de inovação industrial na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Com foco na indústria automóvel, esta Agenda propõe-se “implementar um plano de atividades” para desenvolver novas tecnologias, serviços e produtos, aumentar a capacidade tecnológica e digital das empresas, gerando valor em toda a cadeia industrial nacional, potenciando a exportação e a escalabilidade a outras indústrias.

O objetivo final das agendas mobilizadoras é precisamente aumentar o volume das exportações de bens e serviços para 53% do PIB até 2030, mas também aumentar o investimento em I&D para atingir 3% do PIB até 2030 e contribuir para a dupla transição digital e climática através da redução das emissões de CO2 em 55% até 2030.

Com mais de 1.700 entidades envolvidas nestes consórcios, a maior parte das candidaturas (35%) inserem-se na área industrial e das tecnologias de produção, mas a mobilidade (13%), os recursos naturais e o ambiente (11%) e a saúde e bem-estar (9%) também foram alvo de propostas.

A Decsis II Ibérica, por exemplo, pretende investir 22,9 milhões de euros para desenvolver aplicações móveis de suporte à decisão de pessoas com diabetes e profissionais de saúde, que recolham os dados dos sensores e outras informações de dados de saúde, permitindo disponibilizar informação histórica sobre a evolução dos indicadores recolhidos. Esta empresa portuguesa — fundada em 2014, possui uma sucursal em Espanha, onde desenvolve a sua atividade de serviços em parceria com grandes fabricantes como Hitachi Vantara, Oracle, Hewlett Packard Enterprise, Dell Technologies, entre outras — pretende ainda projetar, desenvolver e integrar um conjunto de sensores óticos, físicos e eletroquímicos (alguns existentes no mercado e outros em fase de protótipos testados nos laboratórios deste consórcio) numa plataforma sensorial e depois fabricá-los com recurso a técnicas e processos de smart manufacturing (Indústria 4.0).

A importância de ser verde

Os 930 milhões de euros de dotação das agendas mobilizadoras estão divididos em 558 milhões de euros, para as agendas mobilizadoras para a inovação empresarial e 372 milhões de euros para as agendas verdes para a inovação empresarial. E nesta gaveta 100% verde encaixam 12 dos 64 consórcios pré-selecionados. Por isso, grandes empresas como a Galp apresentaram projetos para cada uma destas gavetas.

A Galp propõe investir 980,5 milhões de euros para estabelecer uma operação mineira sustentável em Portugal, que produza entre 170 a 200 mil toneladas por ano de espodumena, mas também implementar uma refinaria sustentável de processamento de lítio em Portugal, que produza entre 25 a 35 mil toneladas por ano de lítio refinado de elevada qualidade (battery grade), suficiente para a produção de mais de 1 milhão de veículos elétricos por ano na UE. Nos planos que envolvem a Savannah está previsto também potenciar a assemblagem e reciclagem de baterias de lítio em Portugal. Este é o projeto no âmbito das agendas verdes.

Mas a empresa liderada por Andy Brown também está pré-selecionada para apoio do PRR num investimento de 722 milhões de euros para implementar no complexo industrial de Sines a produção de hidrogénio verde através da instalação de um eletrolisador de 100 MW que irá gerar 10 mil toneladas de hidrogénio renovável, anualmente, estando o offtake garantido pelos demais projetos, numa lógica de complementaridade. Mas também se propõe produzir etanol sintético, bioetanol avançado e Alcohol-to-Jet. Além disso, está previsto criar uma unidade inovadora de hidrodesoxigenação de resíduos reutilizando o equipamento proveniente da refinaria de Matosinhos desativada, o que permitirá reduzir o investimento do projeto e reduzir a necessidade de materiais novos.

Já a Efacec, no âmbito das agendas verdes, pretende em conjunto com outras 65 empresas, 27 entidades do sistema de investigação & inovação, criar um ecossistema estruturante para a transição energética, além de produtos e serviços para modernizar as redes de transporte e distribuição de energia elétrica, para melhorar as infraestruturas de carregamento de veículos elétricos ou ainda descentralizar os sistemas de distribuição que promovam a descarbonização através do uso de gases renováveis. A empresa, a braços com um processo de reprivatização, pretende com este projeto de 355,8 milhões de euros criar 400 postos de trabalho.

A empresa gerida por Ângelo Ramalho lidera ainda um outro consórcio de 925 milhões de euros para criar o maior projeto sustentável português para produzir combustíveis verdes: hidrogénio e metanol verdes. Presentemente, não existe tecnologia nacional integrada capaz de dar resposta a todas as etapas processuais exigidas para a implementação de unidades industriais de hidrogénio e metanol verdes. O projeto pretende ser desenvolvido em conjunto com sete outros parceiros industriais: Dourogás Renovável, Navigator, Bondalti Chemicals, Capwatt, Sonae Arauco, Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo e Compatibleglobe. Algumas destas empresas também são elas próprias líderes de consórcios como a Navigator ou a Bondalti.

Veja aqui a listas dos 144 projetos apresentados e as respetivas classificações:

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Galp escolhe Sines para construir refinaria de lítio em Portugal

Na proposta que entregou às agendas mobilizadoras da Economia, para fundos do PRR, a Galp identificou "os locais de implementação da mina e refinaria, respetivamente, em Boticas e Sines".

Menos de um mês depois do CEO da Galp, Andy Brown, ter garantido ao ECO/Capital Verde à margem da Web Summit, que a localização de uma futura refinaria de lítio em Portugal “está ainda por ser decidido”, o Ministério da Economia vem agora desvendar o mistério.

O complexo de Sines é afinal o local escolhido pela petrolífera portuguesa Galp e pela mineira britânica Savannah Resources para “implementar uma refinaria sustentável de processamento de lítio em Portugal, que produza entre 25 a 35 mil toneladas por ano de lítio refinado de elevada qualidade (battery grade), suficiente para a produção de mais de 1 milhão de veículos elétricos por ano na UE”.

Para isso, garantem manter a “coesão territorial nos locais de implementação da mina e refinaria, respetivamente Boticas e Sines”, de acordo com a síntese do projeto divulgada aos jornalistas pelo Ministério da Economia, e que foi entregue pela mão das próprias empresas às Agendas Mobilizadoras para a Reindustrialização e Agendas Verdes para a Inovação Empresarial.

Contactada pelo ECO/Capital Verde, fonte oficial da Galp confirmou que avançou de facto com a localização de Sines na candidatura aos fundos do PRR, mas continua a dizer que o local de construção da refinaria de lítio não está ainda 100% fechado. A refinaria de Matosinhos, mais a norte, chegou a ser falada como uma opção, após o seu fecho, mas essa hipótese foi sempre negada pela Galp.

O projeto da Galp, tal como foi como apresentado, já está pré-selecionado e entre os 64 finalistas, sendo um dos 12 escolhidas também para as Agendas Verdes) e propõe-se a investir 980,5 milhões de euros para estabelecer uma operação mineira sustentável em Portugal, que produza entre 170 a 200 mil toneladas por ano de espodumena.

Mas também implementar uma refinaria sustentável de processamento de lítio. O único entrave à sustentabilidade neste plano, é que o lítio terá de viajar quase 600 km desde a mina do Barrroso da Savannah, em Boticas (onde é extraído e concentrado), até Sines, onde será então refinado, aumentando a pegada carbónica de toda a operação.Nos planos que envolvem a Savannah está previsto também potenciar a assemblagem e reciclagem de baterias de lítio em Portugal.

“A Agenda Cadeia de Valor das Baterias de Lítio em Portugal encontra-se estruturada em sete Work Packages: 1. Mineração, 2. Refinação, 3. Baterias, 4. Economia Circular, 5. Qualificação e Competências, 6. Promoção e Divulgação e 7. Gestão da Agenda”, pode ler-se na síntese de projeto do Ministério da Economia.

A empresa liderada por Andy Brown também está pré-selecionada para apoio do PRR num investimento de 722 milhões de euros para implementar no complexo industrial de Sines a produção de hidrogénio verde através da instalação de um eletrolisador de 100 MW que irá gerar 10 mil toneladas de hidrogénio renovável, anualmente, estando o offtake garantido pelos demais projetos, numa lógica de complementaridade.

Mas também se propõe produzir etanol sintético, bioetanol avançado e Alcohol-to-Jet. Além disso, está previsto criar uma unidade inovadora de hidrodesoxigenação de resíduos reutilizando o equipamento proveniente da refinaria de Matosinhos desativada, o que permitirá reduzir o investimento do projeto e reduzir a necessidade de materiais novos.

Os projetos dos 64 consórcios pré-selecionados vão ser apresentados publicamente esta quinta e sexta-feira, em Leixões, num evento que conta com a presença do primeiro-ministro e do ministro da Economia. A vez da Galp será na sexta-feira, no lote destinado à Energia – Hidrogénio e Lítio.

Vai haver certamente uma refinaria de lítio em Portugal. Ainda não existe nenhuma na Europa mas sabemos — não me cabe a mim divulgá-lo — mas sim foi-me apresentado um projeto por empresas (sim, o Governo reúne com empresas, para espanto de muitos) e sabemos que concorreu às agendas mobilizadora para a indústria um projeto para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal

Matos Fernandes

O ECO/Capital Verde tinha já avançado em outubro que iria finalmente ser construída uma refinaria de lítio em Portugal, com o Governo a ter conhecimento do projeto e o mesmo a ser submetido às Agendas/Alianças Mobilizadoras para a Reindustrialização e Verdes para a Inovação Empresarial que foram abertas no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência, disse em entrevista o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

“Vai haver certamente uma refinaria de lítio em Portugal. Ainda não existe nenhuma na Europa mas sabemos — não me cabe a mim divulgá-lo — mas sim foi-me apresentado um projeto por empresas (sim, o Governo reúne com empresas, para espanto de muitos) e sabemos que concorreu às agendas mobilizadora para a indústria um projeto para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal”, disso o ministro em entrevista ao ECO/Capital Verde.

O ministro anunciou ainda que o concurso para a prospeção de lítio em áreas já selecionadas e submetidas a avaliação ambiental vai ser lançado “no início do próximo ano”.

“Vamos ter certamente exploração de lítio e feita de forma justa”. Não será é tão cedo quanto desejado, anuncia. “Nós queremos muito lançar o concurso para a prospeção, mas já não vai ser este ano, porque a consulta pública acaba a 10 de dezembro. Vai ser no início do próximo ano”.

“Neste momento está em curso a discussão pública. Foi prolongada até 10 de dezembro. Existe da parte dos autarcas vontade de discutir com rigor este deste projeto da AAE? Não, não existe. Porque quem pediu o prolongamento, agora está a fazer manifestações. Não consigo entender como é que se quer mais tempo para a discussão pública, se diz que é preciso transparência, mas depois vão engrossar a voz das manifestações”, critica Matos Fernandes.

Mais cedo, espera o ministro, arrancará no terreno a extração e produção de lítio na mina de Boticas, da Savannah. “Temos também uma forte expectativa do que será a decisão da Avaliação de Impacto Ambiental da mina do Barroso, em Boticas. Por isso acreditamos que essa sim é aquela que está mais perto (se tiver uma DIA positiva e espero que venha a acontecer) de avançar o quanto antes. E aí já estamos a falar de produção e não só prospeção”, rematou o ministro.

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