Adesão a restaurantes está a ser boa, mas fechar às 22h30 causa “apreensão”, diz chef Avillez

Novas regras na restauração têm um impacto importante, mas limite de fecho restringe a faturação, principalmente devido aos horários tardios dos jantares dos portugueses.

Com o avançar do desconfinamento, os restaurantes passaram a poder abrir portas durante mais tempo aos fins de semana, mas também a sentar mais pessoas às mesas. Se por um lado estas medidas são “importantes” e têm um “peso muito grande na faturação”, existe ainda preocupação com o limite das 22h30, nota o chef José Avillez ao ECO. Estas restrições limitam os jantares, sobretudo quando os clientes são maioritariamente portugueses, que fazem esta refeição mais tarde.

“Estou muito contente de estarmos a seguir para a quarta fase do desconfinamento”, começa por dizer o chef ao ECO, nomeadamente com a antecipação das medidas que permitiram abrir já no fim de semana passado, dando “mais uma oportunidade de se faturar”. No entanto, existe também “apreensão” à mistura, sobre “durante quanto tempo mais continua o limite das 22h30”.

Este limite horário é um problema numa altura em que se serve cerca de 95% de portugueses, “que jantam quase só a partir das 20h ou 20h30”, com as restrições horárias “a baixar 40% ou 50% a possibilidade de faturar ao jantar”. Isto já que os estrangeiros costumam “jantar pelas 19h, às vezes até às 18h30”, o que permitia aproveitar mais este horário.

É por isso que, principalmente quando ainda existem muitos limites ao turismo, é “muito importante que se abra até mais tarde”, até permitindo ter dois turnos de jantar, nota o chef. Não existe ainda horizonte de quando acabarão as restrições horárias, já que no plano de desconfinamento estava previsto que terminassem os limites nos restaurantes, mas tal acabou por não se verificar.

Para além disso, há ainda “restrições de pessoas na mesa, de afastamento entre mesas e ocupação total do restaurante”, recorda o chef. Ainda assim, o lado positivo das medidas pesa mais na perspetiva de José Avillez. “Os fins de semana são de facto muito importantes e têm peso muito grande na faturação”, nota, sinalizando que é uma “grande conquista, foi concretizado até uma semana antes, o que é ótimo”.

Depois de serem conhecidas as medidas, os telefones dos restaurantes do chef começaram logo a tocar com marcações para o fim de semana passado. Foram feitas “bastantes reservas nos vários restaurantes”, adiantou José Avillez, apontando que a antecipação das medidas acabou por coincidir com o dia da Mãe, o que se juntou às previsões do bom tempo.

A partir de 1 de maio, passou a ser possível os clientes permanecerem nos estabelecimentos até às 22h30, seja durante a semana ou aos fins de semana e feriados. É ainda permitida a presença de grupos de dez pessoas nas esplanadas, número que baixa para as seis se estiverem em espaços interiores, mas há regras como dispor as mesas de forma a garantir que as pessoas estão a dois metros umas das outras.

Adesão é boa, mas ainda longe dos tempos pré-pandemia

Depois de um segundo confinamento que apenas permitia aos restaurantes ter take-away ou serviço de entrega, lentamente a reabertura foi sendo possível. Os restaurantes do chef Avillez foram reabrindo e a adesão está a ser positiva, mas ainda longe dos níveis registados em 2019, antes de a pandemia atingir o país, que serão difíceis de atingir com as restrições.

Os espaços do grupo foram reabrindo à medida que o desconfinamento foi avançando, ficando no entanto fechados ao fim de semana até agora, já que até às 13h “é não abrir praticamente”, reitera o chef. Ainda assim, a adesão “está a ser boa”, as pessoas estão “com muita vontade de voltar, sentem segurança e estão contentes”.

"Adesão a restaurantes está a ser boa, mas tendo muito pouco turismo estamos muito longe ainda de números parecidos com 2019.”

José Avillez

No entanto, “tendo muito pouco turismo, estamos muito longe ainda de números parecidos com 2019”, admite José Avillez. A abertura aos fins de semana vai ajudar, nomeadamente numa altura em que as “pessoas são prudentes mas não têm o medo que existia na primeira fase”, nota, existindo cada vez mais procura pelos restaurantes.

Assim, principalmente nas principais cidades onde o negócio estava alavancado a turismo, “vai ser difícil chegar a número de vendas de 2019”. “Vai ser preciso acabar com as restrições de horário”, e depois com os afastamentos para ser possível sentar mais gente, uma medida que tem “impacto em espaços mais pequenos”. Tudo pesado, o chef Avillez está “relativamente otimista” quanto ao futuro, de olhos postos no levantamento das restrições finais nos restaurantes.

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Stock da Cunha diz que é “fácil” grandes devedores fugirem com garantias

Gestor considera que aval pessoal não deve ser fator decisivo para conceder crédito pois é “relativamente fácil” devedor fugir com essa garantia.

Stock da Cunha diz que “pedir aos grandes devedores avais pessoais é uma armadilha que não funciona” pois “quando querem fugir dessa preocupação, é relativamente fácil” fazê-lo.

“A experiência provou em alguns casos no Novo Banco que quando o devedor quer dar o aval pessoal dá. Quando quer fugir dessa preocupação é relativamente fácil. Quando fomos tentar ir buscar alguma coisa, havia pouca coisa disponível. Isto não é nenhuma novidade”, disse antigo CEO do banco na comissão de inquérito.

O gestor bancário lamentou que a legislação em Portugal limite os bancos na recuperação dos créditos, ao contrário do que se passa nos EUA ou no Reino Unido, países onde já viveu e onde é mais fácil os bancos “irem atrás dos devedores”. Algo que foi contrariado pelos deputados, incluindo o presidente da comissão, que disseram que existem soluções no atual enquadramento que dão ferramentas aos bancos nestas situações. Stock da Cunha tomou nota positiva, mas lembrou que “o problema da dificuldade de execução afeta os bancos, mas também afeta a sociedade em geral”.

Stock da Cunha explicou de seguida que “a vida tem mostrado, nomeadamente em Portugal, quando é dado cash em colateral, é uma garantia muito forte” e que “um imóvel também tende a ser muito forte”.

Já “um aval pessoal é menos forte” e também não deve ser o fator decisivo na hora de conceder o crédito a alguém, acrescentou o gestor que trabalha atualmente no britânico Lloyds. “Se alguém me pede 1.000 euros e me diz que tem um relógio de 5.000 euros, que vá à casa de penhores”.

Em relação aos grandes devedores, Stock da Cunha disse que há uma “certa tendência para olhar para casos de insucesso” e afirmou que a “Sogema e a Ongoing são casos de insucesso pois o banco não conseguiu recuperar quase nada”.

Contudo, disse que mudou a política de risco do banco quando chegou e esses créditos já não seriam passíveis de serem concedidos.

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Biden quer vacinar 70% dos adultos até 4 de julho

  • Lusa
  • 4 Maio 2021

Até ao dia da Independência nos EUA, Joe Biden quer ter 70% dos adultos vacinados contra o Covid com pelo menos uma dose.

O Presidente norte-americano fixou um novo objetivo para a vacinação contra a covid-19 nos Estados Unidos, ao indicar que pretende vacinar com pelo menos uma dose 70% dos adultos até ao Dia da Independência, a 4 de julho.

Joe Biden, que tem previsto falar esta terça-feira sobre o tema da pandemia, também vai anunciar a meta de 160 milhões de norte-americanos totalmente vacinados até a mesma data.

Segundo fontes da Casa Branca, citadas pela agência noticiosa France-Presse (AFP), se se alcançarem essas metas, tal mudará significativamente a maneira como os norte-americanos irão passar as férias do verão, uma vez que haverá muito menos restrições.

Após os níveis recordes de vacinação, o número diário de pessoas que estão a receber uma dose de uma vacina contra a covid-19 está a diminuir nos Estados Unidos, forçando as autoridades a rever a estratégia para alcançar os indiferentes e os céticos.

Em vez dos enormes centros de vacinação nos estádios, as autoridades estão agora a priorizar as clínicas móveis e a multiplicação dos pontos de vacinação o mais próximo possível das residências dos norte-americanos.

Os Estados Unidos são o país mais afetado em termos de mortes e de casos, com 577.500 óbitos entre os 32.471.116 de casos, de acordo com o levantamento realizado pela universidade norte-americana Johns Hopkins.

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SaeR alerta para possível elevado número de “óbitos económicos” em Portugal

  • Lusa
  • 4 Maio 2021

A pandemia “vai obrigar a alterações nos fundamentos do turismo”, defende a SaeR.

O impacto da pandemia em Portugal pode levar a um elevado número de “óbitos económicos”, devido à quebra de atividade económica, diz o relatório trimestral da consultora SaeR – Sociedade de Avaliação de Estratégia e Risco.

No documento, a SaeR analisa a “estratégia orçamental portuguesa na resposta à crise”, que assentou “mais num diferimento de pagamentos do que em apoios diretos”, uma estratégia que classifica de “prudente”, tendo em conta “o nível da dívida pública e da incerteza quanto ao modo de regresso das regras orçamentais ditados por Bruxelas”.

“Contudo, dado o nível de quebra de atividade e o que esta significa (desemprego, insolvências/falências, níveis de endividamento individuais e societários, descapitalização das empresas, créditos ‘malparados’), não será de afastar que o erário público tenha que vir a assumir parte destas perdas sob pena de a economia portuguesa registar um elevado número de ‘óbitos económicos’, os quais a podem vir a penalizar significativamente e à sua competitividade, acentuar os desequilíbrios sociais e dificultar soluções governativas estáveis”, salienta.

A consultora aconselha a “reponderar o grau de afetação de fundos comunitários (esperados) a algumas destas questões. Inclusive, ‘agilizar’ que agentes económicos dinâmicos (muitas PME) não fiquem ‘presos’ ao passado por legislação fiscal-comercial desadequada à velocidade das economias e sociedades modernas”.

A SaeR diz ainda que a pandemia “vai obrigar a alterações nos fundamentos do turismo”, acrescentando que acredita que o setor deverá avançar com “um novo propósito e uma nova abordagem regenerativa, repondo ou melhorando os recursos naturais utilizados”.

Para a consultora, o “extraordinário crescimento e desenvolvimento da atividade económica do turismo e, como seu aliado, o do transporte aéreo, tem provocado avaliações económicas e sociais muito benévolas, nomeadamente quanto à distribuição da riqueza a nível global, que resulta dos fluxos originados em países ricos, com destino a geografias mais carenciadas”.

No entanto, alerta a consultora, “nos últimos tempos e também resultante dos momentos de reflexão e de reinvenção que a pandemia provocou, tem vindo a surgir uma dimensão latente, mas que se está a tornar mais clara: o ambiente e a transição climática”.

A SaeR refere, neste âmbito, que “a limitação de determinado tipo de voos, o desenvolvimento de aviões e equipamento mais eficientes do ponto de vista ecológico, alteração nas infraestruturas e processos que suportam o turismo desde aeroportos a hotéis, tudo tem vindo a ser objeto de reflexão profunda”.

A consultora destaca ainda que “uma das atividades económicas do turismo mais perversas quanto a esta dimensão é da indústria de cruzeiros, por poder ser bastante poluidora e, consequentemente, pôr em causa um dos mais importantes ecossistemas da humanidade, o mar”.

Para a SaeR, “sem respeitar a natureza e o ambiente, o turismo deixa de constituir uma necessidade e uma utilidade social, não cumprindo a sua promessa inicial”.

A organização alerta ainda para que “entre os fatores e tendências que irão ter um papel determinante na evolução do turismo numa era pós-pandémica a utilização mais intensa da internet e TIC [Tecnologias de Informação e Comunicação] é uma ‘tendência pesada’ e resulta num decréscimo de determinados tipos de fluxos de tráfego aéreo e turístico, nomeadamente nas viagens de negócios, congressos e eventos”.

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Preço do carbono acima dos 50 euros pode valer mais 200 milhões ao Fundo Ambiental

Se o valor das licenças de emissão se mantiver nos 50 euros, o Fundo Ambiental poderá receber cerca de 200 milhões de euros adicionais.

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, congratulou-se esta terça-feira pelo facto do preço das licenças de emissão no mercado Europeu ter ultrapassado, pela primeira vez, a barreira dos 50 euros, “refletindo uma maior ambição das políticas para a descarbonização”.

As receitas de leilão de licenças de emissão são uma das principais fontes de receitas do Fundo Ambiental, permitindo a sua aplicação na ação climática, em medidas de descarbonização e de adaptação. Se o valor das licenças de emissão se mantiver nos 50 euros, o Fundo Ambiental poderá receber cerca de 200 milhões de euros adicionais.

“O carbono deve ter um preço e este deve ser suficientemente alto para motivar a opção por tecnologias de baixo carbono. O Comércio Europeu de Licenças de Emissão é um importante instrumento para a descarbonização, tornando-se mais eficaz quanto maior for o preço de carbono”, sublinhou o ministro, em comunicado.

O aumento do preço do carbono surge no contexto da aprovação da Lei Europeia do Clima, no decurso da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, de acordo com a qual a meta de redução de emissões de gases com efeito de estufa, até 2030, aumentou de 40% para pelo menos 55%, em relação a 1990.

“Esta maior ambição deverá agora ser traduzida em vários instrumentos europeus, incluindo o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE)”, frisou o MAAC no mesmo comunicado, acrescentando ainda: “Preços de carbono que reflitam os reais impactes da utilização de combustíveis fósseis são determinantes para acabar com a produção de eletricidade a partir destas fontes e são um forte incentivo à descarbonização da indústria. Validam, ainda, a importante aposta portuguesa nas energias renováveis, que se refletirá numa quebra do preço da eletricidade”.

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Fundo Ambiental dá 500 mil euros aos municípios para criarem “biobairros”

  • Capital Verde
  • 4 Maio 2021

A lei dita a obrigatoriedade de que até 31 de dezembro de 2023 os biorresíduos sejam separados e reciclados na origem, de forma a "permitir uma reciclagem de elevada qualidade".

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática anunciou que foi publicado esta terça-feira em Diário da República o aviso “Biobairros – da terra à terra”, com uma dotação de 500 mil euros e um cofinanciamento de 85% até um valor máximo de 31.250 euros por candidatura, destinado a apoiar os municípios na criação de soluções de separação e reciclagem na origem.

A lei dita a obrigatoriedade de que até 31 de dezembro de 2023 os biorresíduos sejam separados e reciclados na origem, de forma a “permitir uma reciclagem de elevada qualidade e impulsionar a utilização de matéria-prima secundária de qualidade”. Através deste aviso, o Fundo Ambiental “incita os municípios a promoverem uma reciclagem mais efetiva e reforçar a redução de deposição dos resíduos em aterro, incentivando, em simultâneo, a economia circular”

Em comunicado, o MAAC explicou ainda que o aviso “Biobairros – da terra à terra” visa desviar de aterro os biorresíduos dos municípios que apresentam níveis de recolha indiferenciada elevados, através da separação e reciclagem na origem. Pretende-se, assim, assegurar que os biorresíduos são separados e reciclados de modo a obter benefícios ambientais da sua valorização, evitando em paralelo os custos e impactos decorrentes da necessidade de eliminação deste tipo de resíduos”.

As soluções a implementar pelos municípios devem ter como objetivo:

  • O aproveitamento dos biorresíduos produzidos pelo próprio produtor (compostagem doméstica);
  • A disponibilização local de uma rede na fonte de receção de biorresíduos e distribuição do composto (compostagem comunitária, biocompostores descentralizados).

Dirigido a todas as regiões de Portugal Continental, são beneficiários elegíveis a este aviso os municípios, as entidades gestoras de sistemas de gestão de resíduos urbanos responsáveis pelas atividades de recolha indiferenciada ou recolha seletiva de biorresíduos ou entidades gestoras de sistemas de gestão de resíduos intermunicipais às quais essa responsabilidade tenha sido delegada pelos municípios.

As candidaturas podem ser submetidas até às 23:59 horas de 17 de junho de 2021 através do website do Fundo Ambiental, na página dedicada ao Aviso “Biobairros – da terra à terra”.

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FMI ataca “desvio artificial” dos lucros das empresas

O Fundo Monetário Internacional publicou um livro sobre os impostos que incidem nos lucros das empresas e uma das sugestões passa pela sua consolidação entre países para evitar o "desvio artificial".

“Profit shifting” ou, numa tradução livre, o “desvio artificial” dos lucros, é uma prática legal das multinacionais para desviarem os lucros gerados em países com impostos mais elevados para serem taxados em países com uma carga fiscal mais baixa. Este é um dos problemas identificados pelos autores de um livro publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) esta terça-feira e a solução pode estar na consolidação dos lucros, segundo Kristalina Georgieva.

Na apresentação do livro, a diretora-geral do FMI disse que as regras atuais, algumas com mais de um século de existência, apenas permitem que os países cobrem impostos onde as empresas têm uma presença física, algo que está desatualizada face à composição atual da economia. “Os gigantes da internet — e muitas outras empresas — evitam os impostos ao colocar os seus ativos intangíveis em países com impostos baixos assim como desviando os lucros para estes países“, descreveu Georgieva.

É preciso resolver este problema sem criar outro, ressalvou, apontando para uma das soluções apresentadas pelo livro: tem de ser criada uma nova forma de alocar os lucros das multinacionais entre os países. “Atualmente as empresas separam as contas de entidades relacionadas [subsidiárias] e agem como se fossem todas independentes”, o que não corresponde à realidade, pelo que uma “forma simples” de resolver o problema é “consolidar os lucros do grupo da multinacional e repartir os lucros aos países consoante fatores como o emprego, capital e vendas em cada jurisdição”. “Isto iria acabar com o desvio prejudicial dos lucros“, concluiu.

Mas há outras alterações em cima da mesa: as empresas podem ser “apenas ou parcialmente” tributadas onde estão os seus consumidores finais, em vez de apenas onde a produção é feita ou onde a empresa tem a sua sede legal. “Isto criaria alguns riscos mas seria mais justo nesta economia digitalizada e reduziria a concorrência fiscal prejudicial“, argumentou a búlgara.

No seu discurso, a diretora-geral do FMI teceu críticas ao sistema internacional de tributação de impostos sobre as empresas, apelidando-o de “sombrio e distorcido”. “Mas temos uma especial oportunidade este ano para lhe trazer a luz da simplicidade e da justiça“, acrescentou logo de seguida. Uma coisa é certa para Kristalina Georgieva: as coisas têm de mudar e é preciso aproveitar o enquadramento político atual, o qual é mais favorável a essa mudança.

No passado, a maior motivação para mudanças na política fiscal ocorreu em períodos de guerra, disse, referindo que agora o mundo enfrenta duas “crises desastrosas e muito caras”: a da Covid-19 e a emergência climática. “Estas necessidades urgentes, combinadas com um espírito renovado de multilateralismo, dão-nos uma oportunidade única para repensar e consertar o sistema internacional de tributação, criando um sistema que seja verdadeiramente adequado ao século XXI“, afirmou Georgieva, mostrando o seu apoio à iniciativa da OCDE e às palavras “energéticas” de Janet Yellen, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos sobre a imposição de uma taxa mínima mundial no imposto sobre as empresas.

Para a diretora-geral do FMI este tipo de “abordagem multilateral é a única forma de se assegurar que as multinacionais com muitos lucros paguem os impostos suficientes e paguem-nos aos países onde têm um envolvimento significativo, incluindo em países em desenvolvimento com rendimento baixo“. No início de abril, em reação à posição tomada por Janet Yellen, a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse ser “muito a favor” de uma taxa mínima mundial de imposto sobre as empresas.

A economista argumentou que as atuais disparidades nas taxas de IRC praticadas em diferentes países desencadearam um “grande volume” de evasão e elisão fiscal, reduzindo a base tributária com que os Estados arrecadam receitas que são necessárias para cobrir as despesas públicas, nomeadamente com o apoio social em tempos de crise. A economista-chefe do Fundo acrescentou que esta medida será uma ajuda para os Estados, os quais precisam de voltar a encher os seus cofres após os gastos massivos com a pandemia. Questionada sobre se recomendava algum valor para essa taxa mínima de imposto, a economista disse que o FMI ainda não tomou uma posição sobre o nível ideal.

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75% dos portugueses ainda não recebeu nenhuma vacina contra a Covid. Mas vacinação duplicou num mês

Relatório de vacinação revela que 25% da população portuguesa já tem, pelo menos, uma dose da vacina, ou seja, faltam vacinar 75% dos portugueses. Num mês, percentagem com uma dose quase duplicou.

Mais de 2,5 milhões de portugueses já receberam uma dose da vacina contra a Covid-19, o correspondente a 25% da população portuguesa, de acordo com o relatório de vacinação divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Isto significa que 75% dos portugueses ainda não tomaram nenhuma dose da vacina contra o SARS-CoV-2.

Apesar de muitos portugueses ainda não terem tomado a vacina, o ritmo de vacinação tem aumentado, sendo que no espaço de um mês quase duplicou a percentagem de pessoas que receberam pelo menos uma dose do fármaco. No início de abril o relatório de vacinação da DGS dava conta de 13% da população portuguesa com uma dose e o relatório desta terça-feira dá conta de quase o dobro (25%). Já receberam uma dose 2.568.344 pessoas, mais 341.313 que na semana anterior.

Na última semana, 86.940 ficaram com a vacinação completa, o que eleva o total para 915.246 (9% da população portuguesa). Portugal aproxima-se, assim, do marco de um milhão de vacinados.

O grupo etário com maior percentagem de vacinação é o dos mais de 80 anos, com 632.941 com a primeira dose tomada (93% do total), dos quais 557.022 já têm a vacinação completa (82%). A par dos profissionais de saúde, este foi o grupo identificado como prioritário pela task force do plano de vacinação.

A seguir a este grupo vem as pessoas entre os 65 e os 79 anos que já podem auto-agendar as suas vacinas. Deste grupo já 1.137.503 pessoas levaram a primeira dose (71%), das quais 117.416 completaram a vacinação (7%).

Seguem-se os restantes grupos etários: 400.759 pessoas (19%) com idades entre os 50 e os 64 anos, 366.200 pessoas (11%) entre os 25 anos e os 49 anos, 30.550 pessoas (4%) entre os 18 anos e os 24 anos e 386 pessoas (0%) com idades até 17 anos já tinham recebido também a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Quanto à vacinação completa as percentagens descem para 4% (nos grupos dos 50 aos 64 e 25 a 49) e 2% (18 a 24 anos). Já 232 crianças com menos de 17 anos têm a vacinação completa.

Quanto à distribuição geográfica da vacinação, destaca-se Lisboa e Vale do Tejo, onde foram administradas 1.152.640 doses da vacina contra a Covid-19, 131.433 das quais na última semana, sendo que 23% dos habitantes da região já levaram uma dose e 8%% tem a vacinação completa. É a região com mais doses administradas. Porém, a nível percentual o destaque vai para o Alentejo onde 32% dos residentes já tomaram a primeira dose e 13% tem a vacinação completa.

Veja o relatório de vacinação (dados até 2 de maio):

(Notícia atualizada às 18h34)

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“Novo Banco era mau, mas podia sobreviver. E sobreviveu”, diz Stock da Cunha

Antigo CEO disse que banco tinha um “abcesso muito grande” com grupo de grandes devedores. Falou em situações “opacas” com alguns clientes. E em devedores que podiam, mas não queriam pagar dívidas.

Stock da Cunha foi presidente do Novo Banco entre dezembro de 2014 e agosto de 2016. Quando chegou ao banco ficou com esta ideia: “Havia um banco péssimo, o BES, e havia o banco mau, com possibilidades de ser recuperado, com um bom franchise”. O problema: esse banco mau, o Novo Banco, tinha “um abcesso muito grande com um número diminuto de devedores, mas com uma exposição creditícia muito grande”.

“O Novo Banco era mau, mas podia sobreviver. E sobreviveu”, acrescentou aos deputados da comissão de inquérito, isto para defender o seu trabalho à frente da instituição.

O gestor bancário revelou que encontrou situações “opacas” ao longo do tempo do seu mandato. Quais situações? Por exemplo, a determinado momento, detetou que havia um produto emitido pela companhia seguradora (o BES Vida) e que o banco tinha subscrito. “Era como se fosse um fundo que tinha 200 milhões de euros de liquidez. Disse logo: acabem com o produto pois precisamos de liquidez e vamos ter a composição de cada um dos ativos”. Descobriu-se que o fundo tinha títulos em fundos de investimento no Luxemburgo, que por sua vez tinha fundos e que estes também tinham fundos. “Quando fomos ver camada a camada, na base havia algum crédito a alguns grandes devedores. Eram poucos milhões”.

Mais tarde, após insistência do presidente da comissão de inquérito, Stock da Cunha revelou que “num dos níveis mais abaixo” havia crédito a uma sociedade ligada ao grupo Ongoing.

O gestor, hoje em dia no britânico Lloyds, disse ainda que havia quatro grupos de devedores, sendo que um deles correspondia aos devedores que “podiam mas que não queriam pagar os seus créditos”. Quem eram? Stock da Cunha não quis revelar.

Os vilões e os trabalhadores heróis

Stock da Cunha lembrou por mais do que uma vez que “a esmagadora senão a totalidade dos créditos problemáticos nasceu no BES, e não no Novo Banco”, isto apesar de ter admitido que se aumentou a exposição de alguns grandes devedores durante a sua passagem. Por exemplo, em relação ao grupo Moniz da Maia, esse aumento decorreu de um project finance que tinha sido assinado em 2012.

Pelo meio da sua intervenção, o gestor quis fazer um tributo àqueles que considera ser os “maiores lesados” do BES: os trabalhadores do Novo Banco. Muitos foram despedidos, incluindo durante o mandato de Stock da Cunha. Outros eram acionistas do BES que perderam os investimentos com a resolução. Também sofreram “ameaças” à sua integridade, contou.

“Esta história terá alguns vilões, mas também terá heróis. E nunca foi reconhecido o papel dos trabalhadores”, disse Stock da Cunha.

(Notícia atualizada às 18h42)

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EDP Renováveis arrasta bolsa de Lisboa para terreno negativo

O principal índice nacional fechou esta terça-feira com 5.045,32 pontos, uma quebra de 1,67% face à anterior sessão. Apenas sete cotadas ficaram em terreno positivo.

Apesar de ter sido um dia positivo para sete das cotadas que compõem o PSI-20, a bolsa de Lisboa fechou o dia em terreno negativo, com a EDP Renováveis a ter um papel determinante nessa quebra. O índice de referência nacional terminou esta terça-feira a cair 1,67%, para os 5.045,32 pontos. Já a EDP Renováveis recuou 5,34%, para os 19,16 euros por ação.

Das sete cotadas que fecharam em terreno positivo, destaca-se a Sonae, que foi a que registou um maior crescimento, na ordem dos 1,70%. No setor energético, a Galp subiu 1,32% para os 9,94 euros por ação. Também as ações da REN subiram na ordem dos 0,40%, para os 2,49 euros, num dia que fica marcado por uma consistente subida no setor energético nacional, que valorizou 1,16% em comparação com o dia anterior. Ainda assim, a EDP registou um pior desempenho face ao anterior fecho, tendo caído 2.34%, para os 4,60 euros por ação. Isto um dia depois da Blackrock ter aumentado a posição acionista na EDP para os 7%.

Dentro do grupo das principais cotadas, destaca-se ainda o BCP, que caiu 0,87%, com cada ação a valer agora 0,12 euros. O mesmo aconteceu com a Jerónimo Martins, com uma descida de 0,23%, fixando-se agora nos 15,09 euros por ação.

Lisboa seguiu a tendência negativa que se registou no resto da Europa. Esta terça-feira, o Stoxx 600 desceu 1,5%, ao passo que o alemão DAX e o francês CAC-40 também decresceram, respetivamente, 2,5% e 1,1%. Para a bolsa alemã foi, efetivamente, o pior dia dos últimos quatro meses. No Reino Unido, o FTSE 100 também registou uma tendência negativa, tendo caído 0,8%. A bolsa espanhola não fugiu à regra, com o IBEX-35 a ter caído 0,5%.

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Dificuldades no setor dos resíduos podem comprometer metas e futuro, admite ministro

  • Lusa
  • 4 Maio 2021

O ministro do Ambiente e Ação Climática admite dificuldades no setor da gestão de resíduos, devido a “uma série de decisões e circunstâncias” que possivelmente irão “comprometer metas e o futuro”.

O ministro do Ambiente e Ação Climática admitiu esta terça-feira dificuldades no setor da gestão de resíduos, devido a “uma série de decisões e circunstâncias” que possivelmente irão “comprometer metas e o futuro”.

João Pedro Matos Fernandes falava na comissão parlamentar de Ambiente, sobre o cumprimento de metas de resíduos, a requerimento do grupo parlamentar do PSD.

“Estamos acima da média europeia em produção de resíduos urbanos per capita; 75% dos resíduos são encaminhados para aterro ou incineração, incluindo materiais com potencial de reciclagem; e dois terços dos municípios continuam sem cobrir os gastos com os serviços essenciais de ambiente, contra a lei das finanças locais e contra os compromissos exigidos para obter fundos públicos e comunitários”, disse o ministro na sua intervenção inicial, falando também do “difícil retomar de uma estratégia” que “foi interrompida e dificultada por uma série de decisões e circunstâncias”.

O ministro traçou a evolução do setor dos resíduos, incluída nos dois primeiros Planos Estratégicos para os Resíduos Urbanos (PERSU), com os planos do primeiro PERSU cumpridos e os do segundo PERSU a terem ficado “a meio caminho” devido a mudanças de estratégia da anterior governação PSD/CDS-PP.

Por isso, justificou, foi mais difícil “retomar o caminho” em 2015, houve constrangimentos na mobilização de financiamento, em 2018 a Diretiva Resíduos elevou a fasquia das metas de reciclagem e impôs a recolha seletiva de biorresíduos até ao fim de 2023, em 2019 foi preciso o “redesenhar de objetivos”, e depois “a estagnação do setor numa fase de retoma económica comprometeu resultados”.

“Mas não baixamos os braços”, garantiu o ministro, que traçou o que tem sido feito na presente legislatura, os apoios que têm sido disponibilizados ou a formação de técnicos, ou ainda a proibição de importação de resíduos, tendo já sido mais de 271 mil toneladas de resíduos que não entraram em Portugal para aterro.

“Apesar das dificuldades, foi notório perceber que o desbloquear dos investimentos começou a ser visível em alguns indicadores: entre 2011 e 2015, a subida da percentagem de resíduos urbanos recolhidos seletivamente foi de 0,9%. Entre 2016 e 2019 a subida foi de 4,8%”, disse o ministro.

E não se esqueceu de referir o polémico aumento da Taxa de Gestão de Resíduos (TRG) e o decreto-lei que aprova o regime geral de gestão de resíduos e as principais medidas que contempla, ou alguns municípios que já avançaram para a recolha de biorresíduos.

O deputado social-democrata Bruno Coimbra, que foi o primeiro a intervir, já tinha falado ao ministro do “incumprimento reiterado e sem solução à vista” das metas que o país precisa de cumprir.

Citando o último relatório sobre resíduos urbanos o deputado lembrou que a produção de resíduos estava em 513 quilos por ano por habitante (em 2019) quando a meta era 410 quilos (em 2020).

“Na preparação para reutilização e reciclagem estávamos nos 41% em 2019 sendo a meta 50% em 2020”, disse o deputado, acrescentando que a deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro situava-se em 45% quando era preciso descer para 35%, e que nos fluxos específicos a meta em 2019 era 65% e a recolha situou-se em apenas 20%.

E nos resíduos elétricos e eletrónicos, disse também Bruno Coimbra, as entidades gestoras não cumprem o estipulado e há “falta de transparência”.

Em termos gerais toda a oposição considerou a situação grave, “um desastre” e sem uma única meta a ser cumprida nas palavras de Nelson Peralta, do BE, para quem tal se deve à privatização do setor, algo com que também concordou a deputada comunista Alma Rivera.

Pedro Morais Soares, do CDS-PP, criticou também o não cumprimento de qualquer meta, seja na produção de resíduos seja na reciclagem.

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Merkel na Cimeira Social, mas apenas por videoconferência

  • ECO
  • 4 Maio 2021

Chanceler pediu para participar na cimeira apenas virtualmente. Em 2017 foi a única líder da União Europeia que não esteve presente na Cimeira Social na Suécia.

A chanceler alemã vai estar presente na Cimeira Social, que se realizará no Porto neste fim de semana, mas não fisicamente. Angela Merkel marcará presença apenas por videoconferência, como avança a imprensa internacional.

A Confederação Europeia de Sindicatos esperava que todos os líderes europeus marcassem presença nesta cimeira fisicamente pois “uma cimeira destas em formato online não terá sucesso”. Aliás, o secretário-geral, Luca Visentini lembrou a Cimeira Social de Gotemburgo (Suécia), em 2017, na qual estiveram presentes “todos os primeiros-ministros, exceto Angela Merkel, o que não enviou uma boa mensagem para a Europa e para os trabalhadores europeus”.

Mas se em 2017 Merkel não esteve, de todo, presente, o mesmo não acontecerá em 2021. Segundo o Politico, o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, disse que “tendo em conta a situação pandémica na Alemanha e as severas restrições sob as quais os cidadãos alemães têm atualmente de viver, a chanceler pediu para ter a possibilidade de participação digital”. Esse pedido já chegou a António Costa que convidou a líder alemã a participar por videoconferência.

O evento reunirá os chefes de Estado e de Governo, parceiros sociais e representantes das organizações de sociedade civil para chegar a um consenso político sobre a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, um conjunto de 20 princípios que visa contribuir para o progresso social através do apoio a mercados de trabalho e sistemas de proteção social justos e funcionais.

A falta de Merkel na Cimeira deste fim de semana junta-se a outro percalço provocado pela pandemia na presidência portuguesa da União Europeia, uma vez que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também não vai participar presencialmente na Cimeira UE-Índia, prevista para 8 de maio no Porto.

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