“Portugal já desconfinou, só não está a trabalhar”, diz CIP

  • ECO
  • 9 Março 2021

Numa altura em que o Governo está a ultimar o plano de desconfinamento, a CIP considera que a retoma deverá arrancar pela abertura das escolas dos níveis de ensino mais baixos, bem como cabeleireiros.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que o plano de desconfinamento deverá arrancar na próxima segunda-feira, com a abertura de creches, jardins infantis e o ensino básico até ao 6.º ano, bem como cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas, segundo o plano da confederação patronal, consultado pela rádio TSF (acesso livre).

Para a confederação liderada por António Saraiva “os portugueses não estão a ficar em casa”, pelo que considera que “Portugal já desconfinou, só não está a trabalhar!”, lê-se no documento. Não obstante, a CIP defende que o desconfinamento deve ser apoiado com um forte controlo da transmissão do vírus. Nesse sentido, a entidade sugere que sejam feitos testes nas empresas, que estes testes de despiste possam também ser feitos nas farmácias e considera que se deve aumentar o número análises feitas à saliva, um teste menos invasivo.

Neste documento, a CIP também aponta datas para o desconfinamento com um horizonte temporal de cerca de um mês (de 15 de março até 12 de abril). Assim, uma semana após a reabertura das aulas para os mais pequenos, devem ser flexibilizadas as regras do teletrabalho. Além disso, aponta que restaurantes e o comércio a retalho devem reabrir a partir de 22 de março até às 18h, “com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica”. Os restantes níveis de ensino, museus, as salas de cinema e espetáculos, por exemplo, só depois da Páscoa. Já última fase, a partir de 12 de abril, sugere que se possam “reiniciar as restantes atividades”, mas só até às seis da tarde.

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Parlamento Europeu levantou a imunidade a independentista catalão Puigdemont

  • Lusa
  • 9 Março 2021

O levantamento da imunidade dos três deputados europeus irá permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição emitidos pela Espanha contra Puigdemont.

O Parlamento Europeu levantou esta terça-feira a imunidade parlamentar de que gozavam três eurodeputados independentistas da Catalunha, entre eles o antigo presidente da região Carles Puigdemont, fugidos da justiça espanhola após a tentativa de independência de 2017.

O resultado da votação telemática que teve lugar na segunda-feira ao fim do dia foi anunciado em Bruxelas, tendo os europarlamentares tomado a decisão por 400 votos a favor, 248 contra e 45 abstenções.

Carles Puigdemont, que foi eleito para o Parlamento Europeu nas eleições de maio de 2019, e os seus antigos “ministros” Toni Comin e Clara Ponsati estão fugidos à justiça espanhola por estarem envolvidos na organização, em 2017, de um referendo considerado ilegal sobre a independência da Catalunha, uma região governada pelos movimentos separatistas, que têm a maioria no parlamento regional.

O levantamento da imunidade dos três deputados europeus irá permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição emitidos pela Espanha contra Puigdemont e Comin, que vivem na Bélgica desde 2017 para escapar à justiça espanhola.

As autoridades judiciais na Escócia, onde vive Clara Ponsati, também suspenderam a avaliação do pedido de extradição enquanto esperavam a decisão do Parlamento Europeu.

Os três deputados são acusados pela justiça espanhola de “sedição”, e no caso do Carles Puigdemont e de Toni Comin também de “desvio de fundos públicos”, e já anunciaram que irão recorrer da decisão junto do Tribunal de Justiça da União Europeia, se a sua imunidade for levantada.

Os independentistas consideraram que o Supremo Tribunal espanhol não tem jurisdição para que esse recurso fosse apresentado naquele país e também denunciaram a “natureza política” do processo contra eles.

Vários antigos líderes catalães, que pertenceram ao Governo regional liderado por Puigdemont, que permaneceram em Espanha, como o antigo vice-presidente Oriol Junqueras, estão a cumprir penas de prisão por terem organizado o referendo.

Os partidos separatistas catalães, apesar de muito divididos, saíram reforçados das últimas eleições regionais, que tiveram lugar em 14 de fevereiro último, e deverão continuar à frente do Governo regional.

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PSI-20 contraria Europa e valoriza 1,5%

A bolsa nacional está a valorizar no início da sessão desta terça-feira, contrariando as quedas registadas pelas principais praças europeias.

O PSI-20 arrancou a negociação desta terça-feira a valorizar 0,07% para os 4.691,54 pontos, acumulando três sessões de ganhos, mas entretanto intensificou a subida: avança 1,5% para os 4.758,35 pontos. A bolsa nacional contraria a tendência europeia de queda no início desta sessão.

As bolsas europeias estão a corrigir da sessão de ontem onde registaram a maior subida em quatro meses. O alemão DAX segue a descer 0,3%, assim como o britânico FTSE. O espanhol IBEX cede 0,1% e o francês CAC está inalterado. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desvaloriza 0,1%. Durante a madrugada, as bolsas asiáticas fecharam no verde.

Em Lisboa, há agora 12 cotadas em alta e seis em baixa.

Entre as subidas o destaque vai para a EDP Renováveis que sobe 3,27% para os 17,06 euros. Segue-se a Nos com uma valorização de 2,93% para os 2,83 euros e a Galp Energia que avança 2,5% para os 10,64 euros. Esta segunda-feira a subida do petróleo para lá dos 70 dólares tinha dado gás à Galp, mas neste momento a cotação do barril já está a corrigir.

A completar o “pódio” está a EDP que sobe 2,41% para os 4,63 euros e a Navigator que avança 2,19% para os 2,89 euros.

A contrariar a tendência positiva da negociação no PSI-20 está a Corticeira Amorim, a Pharol, a Novabase, a Ramada e a Jerónimo Martins com quedas inferiores a 1%.

(Notícia atualizada às 9h18 com informação atualizada sobre a bolsa nacional)

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Tribunal anula indemnização de quase 240 milhões de euros à Bragaparques

  • ECO
  • 9 Março 2021

Foi anulada a decisão do caso Bragapaques que tinha condenado a CML ao pagamento de uma indemnização à empresa de Domingos Névoa. Pode haver recurso para tribunal arbitral ou Supremo.

O Tribunal Central Administrativo Sul anulou a decisão arbitral do caso Bragaparques que tinha condenado a Câmara Municipal de Lisboa (CML) ao pagamento de uma indemnização no valor de quase 140 milhões de euros à empresa de Domingos Névoa por danos provocados por via de decisões ilícitas da autarquia.

Segundo o que o ECO apurou, esse valor de indemnização já estava calculado em apenas 138 milhões de euros, uma vez que a autarquia já tinha aceitado devolver logo no início do processo uma compensação pelo Parque Mayer no valor de 100 milhões de euros. E não os 238 milhões referidos na terça-feira. Ou seja, com a anulação do contrato entre a Bragaparques e a CML, esta última devolveu 100 milhões de euros, ficando em causa apenas 138 milhões de euros na decisão tomada pelo Tribunal Arbitral.

Assim, o TCA anulou a decisão do Tribunal Arbitral, mas as partes podem voltar a recorrer e usar o mesmo meio de resolução de litígios se assim o entenderem. Entre as alternativas está também a negociação privada e o recurso o Supremo Tribunal Administrativo.

Em causa estava o negócio de troca de terrenos da autarquia na Feira Popular com os imóveis do Parque Mayer detidos pela Bragaparques e das respetivas operações urbanísticas promovidas pela autarquia.

Após uma avaliação, foi estipulado que valor do Parque Mayer equivale a cerca de 18 milhões de euros. Em Tribunal Arbitral foi contestada esta avaliação aos imóveis e discutiram-se questões como o valor a pagar pelo Parque Mayer e prejuízos por não terem sido desenvolvidos alguns dos projetos.

Porém, a Bragaparques defendeu que o acórdão do Tribunal Administrativo “não isenta o município do pagamento”, mas ordena a repetição do julgamento.

“A ‘P. Mayer SA’ [empresa da Bragaparques responsável pelo Parque Mayer] vem por este meio desmentir as notícias que estão a ser veiculadas pela comunicação social de que foi anulada a indemnização de 240 milhões de euros a pagar pelo município de Lisboa e de que da mesma não existe possibilidade de recurso”, afirmou, num comunicado, a empresa.

Segundo a empresa, a decisão do Tribunal Central Administrativo Sul ​(​​​​​​TCAS), de 4 de março último, anula o Acórdão Arbitral de 20 de outubro de 2016 e ordena “a repetição de tal julgamento”, mas não põe em causa o seu direito à indemnização, “nem isenta o município de Lisboa do seu pagamento, nem tão pouco o absolve de responsabilidades indemnizatórias em todo este processo”.

 

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Marcelo: “Se os portugueses não derem maioria clara a ninguém, será um berbicacho para o Presidente”

  • ECO
  • 9 Março 2021

Marcelo Rebelo de Sousa antecipa ao Público o que espera para o segundo mandato enquanto Presidente da República que arranca esta terça-feira com a tomada de posse no Parlamento.

No dia em que arranca o segundo mandato, o Presidente da República confessa ao Público (acesso condicionado) que poderá confrontar-se com uma situação complicada caso os resultados das eleições legislativas sejam inconclusivos. “Se os portugueses não dão maioria clara a ninguém, será um berbicacho para o Presidente”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, admitindo que a imprevisibilidade é elevada e que muitas vezes a realidade muda rapidamente.

Está tudo com um grau de indeterminação tremendo, às vezes tudo muda no intervalo de dias“, descreve ao jornal. Para Belém “vai tudo depender da dimensão da crise económica e social” no seguimento da pandemia e mesmo neste ponto não há consenso sobre o impacto da crise. “Há muitos mandatos dentro deste mandato“, antecipa o Presidente que em janeiro garantiu a reeleição para o cargo que ocupará até 2026. O primeiro ciclo do mandato irá até às autárquicas que se realizam no final deste ano.

Numa altura em que o país ainda está em confinamento, Marcelo Rebelo de Sousa questiona-se sobre os impactos deste período pandémico na sociedade: “Que efeitos está a deixar a pandemia nas pessoas e nas instituições? Quais os traumas nas crianças, nos jovens, nas famílias e nas instituições?”. O Presidente da República está preocupado com os efeitos na Administração Pública e nos atrasos da Justiça, entre outros. “Nem se imagina os custos que teve a desestruturação das instituições“, avisa.

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Hoje nas notícias: ADSE, Bragaparques e Marcelo

  • ECO
  • 9 Março 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Após a abertura aos trabalhadores com contratos individuais, a ADSE recebeu 38 mil novas inscrições. A marcar o dia está ainda a notícia de que foi anulada a decisão arbitral do caso Bragaparques que tinha condenado a CML ao pagamento de uma indemnização de cerca de 240 milhões de euros. No dia em que arranca o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República confessa que poderá confrontar-se com uma situação complicada caso os resultados das eleições legislativas sejam inconclusivos. Numa altura em que o Executivo está a ultimar o plano de desconfinamento, a CIP considera que a retoma deverá arrancar já na próxima segunda-feira, com a abertura das escolas dos níveis de ensino mais baixos, bem como cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.

38 mil inscrevem-se na ADSE em três meses

38 mil trabalhadores com contrato individual de trabalho da função pública, mais 11,5 mil beneficiários familiares, inscreveram-se na ADSE decorridos três meses desde que esta possibilidade foi criada. A maioria (95%) dos novos aderentes à ADSE é do setor da saúde. Este alargamento da ADSE foi legislado no início deste ano e o período de novas inscrições decorre durante um total de seis meses. Quem quiser aderir terá de descontar 3,5% do seu salário todos os meses. O Governo prevê que haja cem mil inscritos, aos quais se poderão somar 60 mil beneficiários familiares. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Tribunal anula indemnização de cerca de 240 milhões de euros à Bragaparques

O Tribunal Central Administrativo Sul anulou a decisão arbitral do caso Bragaparques que tinha condenado a Câmara Municipal de Lisboa (CML) ao pagamento de uma indemnização no valor de 239,6 milhões à empresa de Domingos Névoa por danos provocados por via de decisões ilícitas da autarquia. Segundo o Observador, esta decisão não é passível de recurso já que o acordo entre a autarquia lisboeta e a Bragaparques estabeleceu apenas uma instância de recurso. Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Marcelo: “Se os portugueses não derem maioria clara a ninguém, será um berbicacho para o Presidente”

No dia em que arranca o segundo mandato, o Presidente da República confessa que poderá confrontar-se com uma situação complicada caso os resultados das eleições legislativas sejam inconclusivos. “Se os portugueses não dão maioria clara a ninguém, é um berbicacho para o Presidente”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, admitindo que a imprevisibilidade é elevada e que muitas vezes a realidade muda rapidamente. Para Belém “vai tudo depender da dimensão da crise económica e social” no seguimento da pandemia e mesmo neste ponto não há consenso sobre o impacto da crise. “Há muitos mandatos dentro deste mandato”, antecipa o Presidente que em janeiro garantiu a reeleição para o cargo que ocupará até 2026. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

“Portugal já desconfinou, só não está a trabalhar”, diz CIP

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que o plano de desconfinamento deverá arrancar na próxima segunda-feira, com a abertura de creches, jardins infantis e o ensino básico até ao 6.º ano, bem como cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas, segundo o plano da confederação patronal. Para a confederação liderada por António Saraiva “os Portugueses não estão a ficar em casa”, pelo que considera que “Portugal já desconfinou, só não está a trabalhar!”, lê-se no documento. Leia a notícia completa na Rádio TSF (acesso livre).

Projeto online quer promover competitividade dos jovens agricultores

A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) está a criar uma plataforma online onde os agricultores e empresários rurais poderão participar em ações de qualificação e aceder a informação. Intitulado Laboratório Vivo da Agricultura 4.0 e com um investimento global de cerca de 500 mil euros, apoiado pelo programa Portugal 2020, este novo projeto tem como objetivo capacitar e promover estes profissionais. O projeto irá decorrer ao longo de dois anos. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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38 mil inscrevem-se na ADSE em três meses

  • ECO
  • 9 Março 2021

A ADSE já conta com mais 38 mil beneficiários, aos quais se juntam 11,5 mil beneficiários familiares, graças ao alargamento legislado no início deste ano.

38 mil trabalhadores com contrato individual de trabalho da Função Pública, mais 11,5 mil beneficiários familiares, inscreveram-se na ADSE decorridos três meses desde que esta possibilidade foi criada. A maioria (95%) dos novos aderentes à ADSE é do setor da saúde e tem uma média de idades de 39 anos, segundo o Jornal de Negócios (acesso pago) desta terça-feira, citando dados oficiais.

Este alargamento da ADSE foi legislado no início deste ano e o período de novas inscrições decorre durante um total de seis meses, sendo que as inscrições arrancaram a 18 de janeiro. Quem quiser aderir a este sistema de saúde terá de descontar 3,5% do seu salário todos os meses. O Governo prevê que haja cem mil inscritos, aos quais se poderão somar 60 mil beneficiários familiares.

De acordo com o Jornal de Negócios, a idade média dos novos aderentes é um fator relevante para se avaliar a sustentabilidade deste alargamento da ADSE dado que por regra os gastos com saúde são mais expressivos quando maior for a idade. Foi o impacto desta medida na saúde financeira da ADSE que explica o atraso deste processo, o qual começou a ser discutido há mais de três anos.

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Lisboa é 5ª cidade europeia com mais carros elétricos e melhor qualidade do ar

No ranking da Microsoft, Lisboa é a 4ª cidade com melhor retorno nas medidas de mobilidade urbana, mas surge no fundo da tabela, em 22º lugar, quanto ao nível de desenvolvimento dessas medidas.

De acordo com o mais recente Índice de Mobilidade Inteligente divulgado pela Microsoft, que analisa dados de 29 cidades europeias, incluindo Lisboa, para avaliar o nível de desenvolvimento e penetração de medidas de mobilidade urbana inteligente e os resultados da implementação dessas mesmas medidas, a capital portuguesa é a 4ª cidade com melhor retorno nas medidas de mobilidade urbana em curso, mas surge apenas em 22º lugar quanto ao seu nível de desenvolvimento.

“A mobilidade é vital para o bom funcionamento das cidades e são muitos os desafios que estas enfrentam, seja na rapidez às respostas ao desenvolvimento urbano, quer nas métricas acordadas para uma sociedade mais ecologicamente sustentável”, refere a Microsoft em comunicado, a propósito do Índice de Mobilidade Inteligente.

Neste estudo, Lisboa é reconhecida pela sua aposta e uso de transportes com recurso a fontes de energia renovável (6º lugar) e está no top 5 de entre 29 cidades europeias em termos da penetração de carros elétricos no parque rodoviário.

Além disso, é também a quinta cidade com melhor qualidade do ar, a seguir a metrópoles como Helsínquia, Estocolmo, Tallinn e Oslo, todas no norte da Europa.

A análise revela que a capital portuguesa é considerada como a segunda cidade com as estradas de melhor qualidade, e a sétima cidade com melhor nível de adequação face ao volume de tráfego.

O índice da gigante tecnológica norte-americana fundada por Bill Gates revela ainda que a boa posição que Lisboa ocupa na aposta em meios de locomoção mais verdes, posiciona a cidade a meio da tabela (13º lugar) no nível de redução de emissões de CO2 neste setor.

Este fator, aliado à definição de zonas de emissão reduzida (ZER), permite que Lisboa tenha uma performance de 36% acima da média (5º lugar) no nível de concentração de partículas finas no ar.

“Resolver os desafios complexos de mobilidade irá exigir inovação capacitada pela colaboração entre a autarquia, serviços de mobilidade, transportadores públicos e privados e tecnológicas. O conceito de mobilidade está a caminhar para um sistema mais inteligente, impulsionado pela conectividade, dados em tempo real e Inteligência Artificial”, diz Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal.

Tempo gasto em transportes penaliza a capital portuguesa

Apesar da boa avaliação em alguns índices, Lisboa surge penalizada na análise da Microsoft pela quantidade de tempo gasta pelos cidadãos nos meios de transporte (públicos e privados) quando se deslocam pela cidade e na adoção de alternativas de mobilidade. É a 6ª cidade da Europa onde se anda menos a pé (depois de Bruxelas, Atenas, Manchester, Birmingham e Dublin) e 4ª onde menos se anda de bicicleta (depois de Madrid, Estocolmo e Marselha).

As alternativas de mobilidade sustentável até existem, mas o volume de utilização continua a centrar-se na micro-mobilidade e nos serviços de trotinetes elétricas (5º lugar).

Relativamente aos investimentos públicos nas infraestruturas de mobilidade urbana, Lisboa apresenta-se no último lugar da tabela, demonstrando um baixo nível de digitalização das instituições do Estado comparativamente às restantes cidades europeias.

Diz a Microsoft que se verifica ainda uma relação direta entre a performance das cidades nestes indicadores e o nível de satisfação dos seus residentes. Como resultado, “Lisboa e Atenas encontram-se empatadas no fundo da tabela como cidades com pior nível de satisfação por parte dos seus residentes”, refere o Índice de Mobilidade Inteligente.

A análise de dados teve como base mais de 20 fontes internacionais, incluindo o Eurostat, a Agência Europeia do Meio Ambiente e a OCDE, e um total de 35 indicadores de mobilidade urbana inteligente.

As cidades em análise são: Amesterdão, Atenas, Barcelona, Berlim, Birmingham, Bruxelas, Budapeste, Colónia, Copenhaga, Dublin, Hamburgo, Helsínquia, Lisboa, Londres, Lyon, Madrid, Manchester, Marselha, Milão, Munique, Oslo, Paris, Praga, Riga, Roma, Estocolmo, Tallinn, Viena e Varsóvia.

A digitalização dos transportes e o exemplo de Copenhaga

As conclusões do Índice de Mobilidade Inteligente mostram que “a utilização de dados de forma mais integrada entre as várias infraestruturas do sistema de mobilidade urbana resulta que cidades como Copenhaga atinjam uma melhor classificação na qualidade de vida e na eficiência do sistema de mobilidade”, garante a Microsoft.

Por seu lado, Lisboa posiciona-se abaixo da média das 29 cidades no que diz respeito a estas métricas, conclui a análise, “o que abre espaço ao desenvolvimento e investimento numa área que pode oferecer à cidade um retorno positivo na gestão eficiente dos seus transportes, tal como Copenhaga”.

O relatório refere ainda que a nova realidade de trabalho remoto por conta da pandemia de Covid-19 altera os comportamentos de mobilidade.

“Os confinamentos provocados pela pandemia levaram muitas pessoas a repensar nas suas escolhas de mobilidade, mas uma tendência pré-crise mantém-se: a necessidade para soluções de mobilidade urbana inteligente. Além disso, com as novas formas híbridas de trabalhar (76% das empresas europeias já têm políticas de trabalho remoto), prevê-se uma redução na locomoção dos colaboradores para os escritórios”, remata o índice da Microsoft.

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Dos transportes aos restaurantes, este é o plano de desconfinamento proposto pelos especialistas

A proposta de desconfinamento dos especialistas apresenta cinco níveis de medidas restritivas. Conheça as restrições propostas para cada um dos setores de atividade.

Os especialistas apresentaram, esta segunda-feira, aquela que é a sua proposta de plano de desconfinamento a aplicar assim que estiverem reunidas as condições. Das escolas ao comércio e retalho, passando pelos transportes públicos e pela restauração, a sugestão dos especialistas passa pela existência de uma abertura gradual de toda a atividade.

A estratégia inclui tanto medidas que devem ser aplicadas a nível nacional, como outras a aplicar no âmbito de cada um dos concelhos, mediante o risco de contágio. Por essa razão, este plano apresenta cinco níveis de medidas restritivas que indicam os procedimentos a adotar em cada um dos casos, com o nível 5 a ser o mais severo, acontecendo precisamente o contrário com o nível 1.

Assim, o que propõem os especialistas é que o país abra, de norte a sul, com as medidas referentes ao nível 4, independentemente do nível de risco associado a cada um dos concelhos nesse momento. Um reforço ou alívio das restrições em cada um dos municípios ocorrerá mediante novas avaliações quinzenais de risco.

Mas quais são as medidas propostas pelos especialistas em cada um destes níveis de risco nas várias atividades? Neste artigo, o ECO pretende fazer uma explicação sistemática do que poderá vir a acontecer em cada um dos setores.

Setor escolar

Num cenário de reabertura da atividade, que como foi já explicado contará com as medidas de nível 4, os especialistas propõem que sejam retomadas as atividades presenciais no ensino pré-escolar e infantil. Os alunos do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico deverão apenas retornar à escola no nível 3, sendo necessário que as probabilidades de contágio desçam ainda mais para que alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário possam retomar normalmente a sua atividade letiva (nível 2).

Apenas no nível mais baixo, na ótica dos especialistas, deverá existir um regresso dos alunos do ensino superior aos estabelecimentos educativos, com uma suspensão geral da atividade a poder ser reposta caso o nível de risco volte a atingir o seu nível máximo (nível 5). O cumprimento do distanciamento físico, a utilização obrigatória de máscara, a promoção de desfasamento de horários e da higienização dos espaços e superfícies serão regras que deverão ser aplicadas a nível nacional.

Atividade Laboral

Ainda que o teletrabalho continue a ser imposto como a verdadeira regra, “sempre que possível”, a promoção de horários desfasados, o aumento da testagem dos funcionários que trabalhem em regime presencial e a garantia do distanciamento físico em contexto de escritório deverá acontecer sempre que o teletrabalho não for possível.

Ainda assim, os vários níveis de risco propõem a existência de situações diferenciadas a nível concelhio. Se o nível 5 se refere à situação em que estamos neste momento, em que apenas operam os serviços essenciais, a abertura do país, num nível 4, deverá permitir situações de trabalho “em locais comuns sem contacto com público”. Apenas no nível de risco mais baixo será permitida uma retoma de todas as atividades laborais.

Este plano propõe ainda que, numa fase inicial do desconfinamento e até aos casos de nível 2, todas estas atividades funcionem, nos dias úteis, até às 21 horas, e aos sábados até às 13 horas, apenas. Desse período horário poderão escapar somente as atividades comerciais em regime de take away ou delivery.

Comércio e Restauração

Passando para o setor do comércio e retalho, que no nível de risco mais elevado deverá envolver uma “suspensão da atividade”, com exceção dos serviços essenciais, a venda ao postigo deverá ser retomada no nível proposto para o desconfinamento global do país (nível 4).

As restrições de horários, propostas nos dois níveis de risco mais elevados, manter-se-ão apenas no nível 3, onde as medidas de distanciamento deverão ser cumpridas, mediante definição prévia do limite de pessoas que podem entrar nos estabelecimentos. Isto é algo que deverá ocorrer, também, nos dois níveis de risco mais baixos.

 

Para os estabelecimentos de restauração, a situação não deverá alterar-se muito numa primeira fase, na medida em que o nível 4 apenas possibilita a sua atividade em regime de take away ou delivery, à semelhança do que acontece no nível de risco mais elevado. Uma ida a uma esplanada apenas será possível a partir do nível de risco 3, para um máximo de quatro pessoas.

Apenas nos dois níveis de restrições mais reduzidas haverá, de acordo com esta proposta dos especialistas, a possibilidade de realizar uma refeição dentro de uma sala fechada, ainda que se deva dar prioridade à realização de refeições ao ar livre, onde as medidas são mais permissivas. Porém, se no nível de risco mais baixo serão aceites grupos de seis pessoas nestes espaços fechados, no nível seguinte (2) esse mesmo número baixa para quatro.

O cumprimento do distanciamento social e a utilização de máscara deverão continuar a ser regras a não esquecer em qualquer situação, na perspetiva dos especialistas.

Transportes Públicos

No que concerne os transportes públicos, como os autocarros e o metro, os especialistas defendem que, nos níveis de risco 3 e 4, apenas se deve permitir que os transportes públicos ocupem 25% da sua capacidade total. A capacidade de utilização permitida nestes transportes deverá subir para os 50% nos dois níveis de risco mais baixo.

No que toca a transportes públicos de menores dimensões, como os táxis e os TVDE’s, a lotação do veículo deverá ser limitada a apenas dois terços da sua capacidade, em todos os níveis de risco. A exceção ocorre, precisamente, no nível de risco mais elevado, em que a utilização de transportes públicos, seja de que natureza forem, apenas deverá ocorrer “em situações emergentes e justificadas”.

Convívio Familiar

Também as situações de convívio familiar foram pensadas pelos especialistas. Num primeiro momento, os contactos sociais deverão ficar restringidos ao agregado familiar, algo que deverá acontecer sempre num concelho que seja classificado como de nível 4 ou 5 – ou seja, de risco mais elevado.

Por outro lado, no nível mais permissivo (1) será possível juntar, ao seu agregado familiar, “outras 10 pessoas do seu conjunto sociofamiliar”, desde que em condições de distanciamento social e com recurso à máscara. Nos níveis de risco 2 e 3, apenas poderá reunir-se com mais seis pessoas exteriores ao agregado familiar.

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5 coisas que vão marcar o dia

É dia de Marcelo Rebelo de Sousa tomar posse como Presidente da República, depois de ter sido reeleito em janeiro. Esta terça-feira, o INE revela como tem evoluído a atividade dos transportes.

Esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa toma posse como chefe de Estado. O dia ficará ainda marcado pela divulgação dos dados da atividade dos transportes, bem como das estimativas da OCDE para a economia mundial. Na Assembleia da República, é dia de audições sobre a ADSE. E o Ministério do Trabalho promove uma conferência sobre o trabalho remoto, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

Marcelo Rebelo de Sousa toma posse

Esta terça-feira é dia da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, estando marcada para este efeito uma sessão solene na Assembleia da República. Na cerimónia, estarão presentes também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa. Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito chefe de Estado nas eleições de janeiro.

Como está a evoluir a atividade dos transportes?

O Instituto Nacional de Estatística divulga, esta terça-feira, os dados da atividade dos transportes relativos ao quarto trimestre de 2020, período que ficou marcado pelo endurecimento das restrições em resposta ao agravamento da pandemia. Entre julho e setembro, tinha sido registada alguma recuperação nos aeroportos nacionais, com 5,4 milhões de passageiros movimentados.

Deputados em audições sobre ADSE

A Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local acolhe, esta terça-feira, duas audições, a propósito do alargamento das inscrições na ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos. Serão ouvidos nesse contexto Maria Manuela Faria, presidente do Conselho Diretivo da ADSE, e João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE.

OCDE divulga previsões económicas

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga, esta terça-feira, as perspetivas económicas intercalares. O documento inclui estimativas para a economia mundial e para todos os países do G20, grupo no qual não está incluído Portugal. De notar que, em dezembro do ano passado, a OCDE estimava que a Zona Euro cresceria 3,6% em 2021 e 3,3% em 2022.

Futuro do trabalho em debate

O Ministério do Trabalho promove, esta terça-feira, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, a conferência “Trabalho remoto: desafios, riscos e oportunidades“. O evento contará com a participação de Ana Mendes Godinho, além do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT),Guy Ryder, e do comissário Europeu para o Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit. O primeiro-ministro, António Costa, também intervirá.

 

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Marcelo arranca segundo mandato com 23 vetos no currículo

Marcelo Rebelo de Sousa toma posse esta terça-feira para o segundo mandato como Presidente da República. No "currículo" tem 23 vezes em que usou o poder de veto.

A crise bancária, dos incêndios e do coronavírus marcaram os cinco anos do primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa em que vetou 23 diplomas, de acordo com a contabilização feita pelo ECO. O segundo mandato começa esta terça-feira com a crise pandémica ainda em curso, a que se soma uma crise económica e social. Pelas suas mãos também vão passar dossiers complicados, desde logo o resultado da fiscalização da despenalização da morte assistida que pediu ao Tribunal Constitucional. No currículo tem ainda 697 condecorações e 17 visitas de Estado, nomeadamente à China, aos Estados Unidos e à Índia.

O último veto do atual mandato aconteceu a 5 de dezembro de 2020 por causa das alterações à lei da contratação pública que agilizava as regras da contratação pública de projetos financiados por fundos comunitários. Em concreto, a legislação criava medidas especiais de contratação pública, alterava o Código dos Contratos Públicos e mudava também o Código de Processo nos Tribunais Administrativos. Na justificação, Marcelo pedia mudanças na legislação em duas áreas: “um mais elaborado tratamento dos efeitos do controlo a posteriori pelo Tribunal de Contas quanto ao adjudicante e ao adjudicatário”; e garantias sobre “a composição e funções da nova comissão independente de acompanhamento e fiscalização”.

Este foi o último de 23 vetos, na sua maioria (19) sobre diplomas vindos da Assembleia da República, mas em alguns casos (4) também do Governo. Em 2021, não houve nenhum veto até ao final do primeiro mandato, tendo apenas mandado para fiscalização preventiva a legislação aprovada no Parlamento sobre a despenalização da morte assistida, mais conhecida por eutanásia.

Em 2020, último ano do mandato, e em vésperas das eleições presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa acumulou seis vetos, dos quais se destacou o chumbo de iniciativas dos deputados para reduzir o número de debates europeus e para aumentar o número de assinaturas necessárias para uma petição ser discutida em plenário, de quatro mil para dez mil. Nas entrelinhas ficou patente que era contra o fim dos debates quinzenais combinado entre o PS e o PSD, sobre o qual não teve de tomar uma decisão uma vez que o Presidente não decide sobre questões regimentais do Parlamento.

Em ano de pandemia, que se pautou pela cooperação entre Belém e São Bento, o Presidente da República também vetou a primeira alteração à lei do mar, isto é, a lei de bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço Marítimo Nacional, que pretendia dar mais autonomia às regiões autónomas e as alterações à lei da nacionalidade — que permitem que filhos dos imigrantes legais com autorização de residência ou que fixaram residência há pelo menos um ano e nasceram em território nacional possam ter nacionalidade portuguesa — por ter identificado “injustiças”. Por fim, chumbou o alargamento do apoio aos sócios-gerentes no final de junho, argumentando que este violava a “lei-travão” uma vez que pode envolver aumento de despesas previstas no Orçamento de Estado para 2020, dando espaço para os partidos negociarem a proposta ao abrigo do Orçamento Suplementar.

Em 2018 e 2019, o Presidente da República também usou o poder do veto seis vezes, nomeadamente o chumbo das polémicas Lei da Procriação Medicamente Assistida e legislação sobre a autodeterminação da identidade de género e expressão de género, o chumbo da regulamentação sobre o lóbi onde identificou “lacunas” e o veto ao reconhecimento de interesse público da Escola Superior de Terapêuticas Não Convencionais, argumentando que “as Ordens Profissionais competentes não aprovam o ensino de terapêuticas não convencionais”. No final de 2018 chumbou o diploma do Governo que “mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 na carreira docente”, obrigando o Executivo a sentar-se à mesa com os sindicatos.

Em 2017, foram apenas dois vetos e em 2016, o primeiro ano do seu mandato, fez três vetos. Em 2017 um dos vetos mais badalados recaiu sobre o diploma do Parlamento que alterava o regime do serviço público de transporte coletivo de superfície de passageiros na cidade de Lisboa, tendo Marcelo argumentado que era excessivo vedar a possibilidade de concessão da Carris caso fosse essa a vontade da autarquia. Anteriormente tinha vetado uma alteração semelhante para o Porto/STCP. Em 2016, o primeiro ano do seu mandato, a estreia dos vetos deu-se com a gestação de substituição (barrigas de aluguer) e a troca automática de informação financeira sobre depósitos bancários superiores a 50 mil euros por causa da “situação particularmente grave vivida pela banca”. O Governo viria a fazer esta mesma proposta mais tarde, em 2018, e foi aceite pelo Presidente.

Em suma, Marcelo Rebelo de Sousa foi, deste ponto de vista, um Presidente da República mais interventivo, somando 23 vetos num período de cinco anos, o que compara com os 25 vetos de Cavaco Silva durante dez anos (dois mandatos). Neste segundo mandato, o Presidente da República terá outros temas “quentes” a passar pelo seu campo de decisão: é o caso do diploma que despenaliza e regulamenta a morte assistida (eutanásia), após a deliberação do Constitucional, e a eventual posse de um Governo de direita com algum tipo de apoio por parte do partido de extrema-direita Chega. Por outro lado, uma maioria de esquerda com um PS mais enfraquecido poderá levar a alterações maiores na lei laboral, um tema que poderá ser recebido com reticências em Belém.

Recorde-se que o Presidente da República tem poder de veto, mas este não é definitivo. Caso os deputados queiram, a Assembleia da República pode devolver o diploma (em alguns casos pode requerer uma maioria de 2/3) em causa tal como este foi chumbado e, na segunda vez, Belém não pode voltar a vetar, sendo obrigado a promulgar. O veto político é absoluto no caso do Governo, ou seja, o diploma não entra mesmo em vigor, mas o Executivo pode optar por devolvê-lo com as alterações exigidas pelo Presidente.

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Segurança Social aperta cerco a empresas com trabalhadores que não gozaram licença parental

As empresas com trabalhadores que não gozaram a licença parental obrigatória do pai estão a ser notificadas pela Segurança Social, que avisa que esse é um comportamento ilícito.

A Segurança Social está a notificar as empresas que tenham a seu cargo trabalhadores que não gozaram na íntegra a licença parental obrigatória exclusiva do pai, alertando que tal é “um comportamento ilícito por parte da entidade empregadora”, que a lei “configura de grave”.

“No Dia Internacional da Mulher, que hoje [esta segunda-feira] se celebra, é fundamental reforçar a relevância de todos contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa, desde logo na repartição mais equilibrada entre homens e mulheres dos deveres associados à parentalidade“, sublinha a Segurança Social, na mensagem eletrónica enviada às empresas com trabalhadores nessa situação

No alerta encaminhado para as entidades empregadores, adianta-se que, com base no Sistema de Informação da Segurança Social, foram identificados “indícios de terem existido, em 2020, situações de trabalhadores que não gozaram integralmente a licença parental obrigatória de pai” e alerta-se que esse é um comportamento ilícito por parte da entidade empregadora, que é considerado grave aos olhos da lei.

“Reiteramos a importância do respeito por este direito enquanto elemento essencial para a promoção da igualdade de género”, remata a Segurança Social, na referida mensagem.

De acordo com o Código do Trabalho, é obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental exclusiva de 15 dias úteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento do filho. Desses 15 dias, cinco têm de ser gozados imediatamente a seguir ao nascimento do filho.

A aplicação deste direito é fiscalizada, no setor privado, pela Autoridade para as Condições do Trabalho e, no setor público, pelas Inspeções dos Ministérios. A Inspeção-Geral de Finanças atua cumulativamente, detalha a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).

O incumprimento das disposições relativas à licença parental exclusiva de pai constitui, diz o Código do Trabalho, uma contraordenação muito grave, variando as coimas entre 2.040 euros e 61.200 euros, em função da dimensão da empresa e consoante o incumprimento tenha acontecido por negligência ou com dolo.

Até meados de 2009, a licença obrigatória em causa era de somente cinco dias (com 15 facultativos). Nesse ano, passou para dez dias (com dez facultativos). E em 2016, aumentou para os atuais 15 dias obrigatórios, sendo hoje possível que os pais estendam também essa licença por mais dez dias, embora este segundo período seja facultativo.

De acordo com os dados oficiais mais recentes, em 2016, 58.638 pais usufruiram da licença obrigatória, número mais alto desde pelo menos 2005, mas equivalente a apenas 67,3% das crianças nascidas nesse ano.

Ao longo dos últimos anos, têm sido várias as campanhas públicas no sentido de incentivar o gozo da licença por parte dos pais, no sentido de promover uma distribuição mais igual das responsabilidades parentais. As notificações agora promovidas pela Segurança Social encaixam-se nesse caminho.

De notar que o ano de 2020, por força da pandemia, ficou marcado pelo agravamento da desigualdade entre homens e mulheres, a vários níveis. No que diz respeito às famílias, por exemplo, mais de 80% dos trabalhadores que pediram o apoio à família — isto é, que faltaram ao trabalho para ficar com os filhos face ao encerramento das escolas — foram mulheres, revelou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, à saída de uma reunião com os parceiros sociais, o que reflete o desequilíbrio das responsabilidades no seio dos agregados.

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