Xiaomi abre cinco lojas e três quiosques em Portugal até ao Natal

A marca chinesa que já ultrapassou a Apple como segunda maior fabricante de smartphones vai chegar aos 20 pontos de venda, o que "mostra a importância do mercado português para a Xiaomi".

Viseu (Palácio do Gelo), Gondomar (Parque Nascente), Évora (Évora Plaza), Sintra (Alegro Sintra) e Aveiro (Glicínias Plaza). Entre 30 de outubro e a segunda semana de dezembro, ainda a tempo do Natal, a marca de eletrónica de consumo Xiaomi vai abrir cinco lojas em Portugal.

Além disso, a empresa chinesa de tecnologia vai também apostar no conceito de lojas pop-up, com a instalação, até ao final de novembro, de quiosques temporários no Ferrara Plaza (Paços de Ferreira) no Bragança Shopping e no Fórum Castelo Branco. O processo de recrutamento para os vários espaços já está aberto através da Internet.

Tiago Flores, que em maio deste ano trocou a direção de consumo da Huawei em Portugal pela liderança da subsidiária da concorrente Xiaomi, refere que estas aberturas mostram “a importância do mercado português para a Xiaomi e o compromisso da marca para com todos os consumidores”.

No caso dos quiosques, o responsável da Xiaomi em Portugal justifica, citado numa nota enviada às redações, que a marca pretende “introduzir um conceito novo, com o objetivo de democratização da tecnologia e capilaridade dos [seus] serviços, chegando assim a ainda mais consumidores”.

A abertura destas novas lojas mostra a importância do mercado português para a Xiaomi e o compromisso da marca para com todos os consumidores.

Tiago Flores

Country Manager da Xiaomi em Portugal

No segundo trimestre, a Xiaomi tornou-se, pela primeira vez, a segunda maior vendedora de smartphones a nível mundial. Dados publicados pela empresa de research Canalys mostraram que a fabricante chinesa captou 17% de quota de mercado neste período, superando a Apple (14%) e ficando apenas atrás da Samsung (19%).

Mais 12 (ainda) sem criptomoedas

Estas cinco novas lojas e os três quiosques temporários vão juntar-se às 12 unidades comerciais que a companhia fundada em 2010 e cotada na Bolsa de Hong Kong já tem espalhadas pelo país: Braga Parque, Porto (Sá da Bandeira), Gaia Shopping, MAR Shopping Matosinhos, Coimbra Fórum, Leiria Shopping, Lisboa (Chiado e Colombo), Oeiras Shopping, Almada Fórum, Mar Shopping Algarve e Ponta Delgada (Parque Atlântico).

“Queremos que todos tenham acesso à melhor tecnologia, ao preço mais justo, e isso é válido para todos os produtos da Xiaomi. Queremos estar cada vez mais perto das pessoas contribuindo para um dia-a-dia mais conectado e inteligente”, sublinha Tiago Flores, country manager da Xiaomi.

Tiago Flores, Sales Director da Huawei Portugal, em entrevista ao ECO - 02JUL19
Tiago Flores, Country Manager da Xiaomi em Portugal.Hugo Amaral/ECO

Em agosto, a loja oficial da Xiaomi em Portugal chegou a anunciar que iria passar a aceitar pagamentos com criptomoedas, mas poucos dias depois acabou por ser forçada pela casa-mãe a recuar nessa decisão, citando motivos “regulatório”, numa altura em que aperta o cerco de Pequim a várias empresas de tecnologia, mas também às moedas virtuais, como a bitcoin.

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Carlos Moedas diz que crise política seria “muito má” para os portugueses

  • Lusa
  • 26 Outubro 2021

“Penso que é importante trabalhar para as soluções. Obviamente que o país entrar em crise política é mau para todos (...)", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse esta terça-feira que a possibilidade de uma crise política devido a um chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) seria “muito má” para os portugueses e apelou à responsabilidade dos deputados.

“Eu estou focalizado em Lisboa, no projeto que temos para Lisboa, mas obviamente que uma potencial crise política no país me preocupa. Preocupa-me e penso que todos têm de ser chamados à responsabilidade de que essa crise política é muito má para os portugueses. Portanto, temos de ter muito cuidado, mas sobretudo apelo à responsabilidade, é aquilo que posso fazer”, declarou o social-democrata Carlos Moedas, recém-empossado presidente do município.

Falando aos jornalistas após uma reunião no Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), em Moscavide, concelho de Loures, distrito de Lisboa, Carlos Moedas recusou adiantar qual seria o seu sentido de voto na proposta do Governo de OE2022 caso fosse deputado na Assembleia da República.

Questionado sobre se a posição dos partidos da esquerda, nomeadamente PCP e BE, em negociar com o Governo também pode vir a prejudicá-lo durante o seu mandato como presidente da Câmara de Lisboa, o social-democrata respondeu: “Aquilo que eu tentarei sempre fazer foi aquilo que prometi aos lisboetas, soluções, e essas soluções muitas vezes serão em consenso, consenso também com os partidos da esquerda, para Lisboa, portanto vou trabalhar com todos”.

Carlos Moedas referiu que já começou a trabalhar com todos os que integram o executivo municipal, nomeadamente na aprovação da proposta de delegação de competências da câmara no seu presidente, realçando que houve “o consenso de quase todos”.

Na segunda-feira, a proposta de delegação de competências da câmara no seu presidente foi aprovada por maioria, com os votos a favor dos vereadores de PSD, CDS-PP, PS, Livre, PCP e independentes (eleitos pelas coligações lideradas pelo PS e pelo PSD), e com o voto contra da vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias.

Penso que é importante trabalhar para as soluções. Obviamente que o país entrar em crise política é mau para todos, é mau para os lisboetas, mas Lisboa tem o seu projeto e aquilo que eu quero é transmitir às pessoas, também num momento em que sentimos que pode acontecer essa crise política, que o presidente da Câmara de Lisboa está com elas, que podem estar seguras de que em Lisboa vamos fazer os nossos projetos, que vão fazer aquilo que prometi e isso é que é importante, também num momento de insegurança, porque as crises criam a insegurança”, reforçou.

Sobre se o PSD está preparado para um cenário de eleições antecipadas, Carlos Moedas recusou fazer comentários políticos ou falar sobre os partidos enquanto autarca da capital.

O comentário que faço é um comentário geral de apelo à responsabilidade daqueles que são os partidos que têm estado e que estão no Governo, que são aqueles que apoiam o Governo no sentido dessa responsabilidade. Temos aqui uma responsabilidade enorme em relação a um Orçamento que é necessário para os portugueses, é necessário para que o país possa funcionar, portanto aqueles que têm essas responsabilidades, que estão no Governo ou que apoiam o Governo têm de ser chamados a essa responsabilidade, à responsabilidade desse Orçamento”, reiterou.

Os parceiros de esquerda do Governo ‘bateram com a porta’ confirmando o ‘chumbo’ da proposta de OE2022 e as reuniões e cedências de última hora não chegaram para garantir a sua viabilização.

Depois das audiências em Belém com todos os partidos, o Presidente da República disse, em 16 de outubro, que o cenário “mais natural” era o de “não haver crise política”.

A dois dias da votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o cenário mais provável é a rejeição do documento na Assembleia da República.

Houve várias reuniões e cedências de última hora, mas não foi suficiente. O Governo apenas conseguiu o voto favorável do PS e as abstenções do PAN e das duas deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e Cristina Rodrigues (ex-PAN).

Os restantes partidos (PSD, BE, PCP, CDS-PP e PEV) e deputados únicos (IL e Chega) anunciaram o voto contra, chumbando o OE2022 logo na primeira ‘prova de fogo’.

A votação na generalidade vai realizar-se na quarta-feira.

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Credores voltam a adiar decisão sobre futuro da Dielmar

Assembleia de credores da Dielmar decidiu voltar a suspender os trabalhos até 10 de novembro. Em cima da mesa continuam duas propostas para reabilitar a empresa, mas com novos valores e condições.

Os credores da Dielmar decidiram esta terça-feira voltar a adiar a decisão final sobre o futuro da histórica empresa de vestuário de Alcains, no concelho de Castelo Branco, que se apresentou à insolvência no final de julho.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares, adiantou ao ECO que os trabalhos foram suspensos até ao dia 10 de novembro “para os credores conseguirem analisar as duas propostas que estão em cima de mesa, de forma a avaliar se existem condições para avançar com alguma delas”.

Segundo a dirigente sindical, são ainda as mesmas propostas que já constavam do relatório entregue pelo administrador de insolvência, no início de outubro, no Tribunal do Fundão. “Uma das propostas é da Outfit 21, outra é em nome individual. Esta última empresa ainda não está criada, mas [o seu representante] disse na assembleia de credores ter dinheiro próprio para avançar com 10 milhões de euros”.

E terá sido esta proposta que “inverteu completamente o caminho” na assembleia dos credores que tinha sido anunciada como decisiva, depois de a reunião já ter sido suspensa a 6 de outubro. “O proponente [Cláudio Nunes] disse que tem capitais próprios para investir. Numa fase inicial deposita dois milhões e depois mais oito milhões de euros [aquando da tramitação legal]. Os credores vão ter de analisar esta proposta também e tentar ver se há ou não condições para avançar com alguma delas”, detalhou Marisa Tavares.

De acordo com a Lusa, a proposta da leiriense Outfit 21 também sofreu algumas alterações em relação à que tinha sido levada à última assembleia de credores. Ainda condicionada a uma resposta de financiamento da banca, desceu a oferta inicial de 670 mil para 410 mil euros, sendo que neste valor está incluído o pagamento dos salários de outubro aos trabalhadores.

Com impasse da venda, salários de outubro continuam em risco

O futuro da Dielmar voltou a ser adiado e, por isso, os mais de 240 colaboradores continuam sem ter a garantia de receber o ordenado deste mês. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa alerta que a decisão dos credores de adiar a assembleia “coloca em causa o pagamento dos salários do mês de outubro”.

Perante o impasse sobre o futuro da empresa e a falta de liquidez já assumida pelo gestor judicial, João Maurício Gonçalves, Marisa Tavares adianta ao ECO que vai voltar a “exigir ao Ministério da Economia um mecanismo que salvaguarde o pagamento dos salários”.

“Se existem estes interregnos e limitações durante todo o processo, têm de ser tomadas as medidas para que os trabalhadores não fiquem prejudicados. Se chegarmos a 10 de novembro e nenhuma das propostas for viabilizada pelos credores, os trabalhadores vão ficar com salários em atraso? Não pode ser. Tem de ser encontrado um mecanismo por parte do Ministério da Economia para que os trabalhadores recebam o vencimento de outubro”, pressiona Marisa Tavares.

Estado a “arder” com oito milhões de euros

No relatório que deu entrada no Tribunal do Fundão dia 1 de outubro, o gestor judicial sugeriu o fecho da Dielmar ou o adiamento da reunião de credores face ao “teor muito condicionado” das duas manifestações de interesse.

A reunião de credores que estava agendada para 6 de outubro acabou por ser suspensa até esta terça-feira com o objetivo de dar mais tempo para encontrarem uma solução viável para o futuro da histórica empresa de vestuário de Alcains, no concelho de Castelo Branco.

O administrador de insolvência, João Maurício Gonçalves, já tinha dito no final de setembro, que a venda da empresa de confeções Dielmar com a totalidade dos postos de trabalho era a melhor solução para a viabilização da companhia têxtil.

O anúncio de insolvência da Dielmar foi publicado no final de julho após quebras nas vendas devido à pandemia. Até março, a empresa liderada por Ana Paula Rafael faturou pouco mais de 700 mil euros, quando no ano anterior tinha registado um volume de negócios da ordem dos cinco milhões de euros.

A Dielmar era uma das maiores empregadoras da região da Beira Baixa e deixou uma dívida ao Estado de oito milhões de euros, à banca de cerca de seis milhões e ainda 2,5 milhões a fornecedores e 1,7 milhões à Segurança Social. O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse mesmo que o dinheiro público não serve para salvar empresários” e reconheceu que “se calhar” o Estado não vai recuperar o montante que tinha concedido à empresa.

(Notícia atualizada às 18h28 com mais informação)

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Fitch e Moody’s seguem de perto desenvolvimentos políticos em Portugal

"Neste momento, não vamos comentar acerca das negociações orçamentais dada a proximidade da nossa próxima revisão do 'rating' soberano, marcada para 12 de novembro", indica a Fitch ao ECO.

As agências de notação financeira Fitch e Moody’s estão a acompanhar os desenvolvimentos políticos em Portugal. Mas não querem fazer mais comentários sobre a situação política nacional ou os impactos de um eventual chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022.

Seguimos muito de perto os desenvolvimentos políticos em Portugal. Neste momento, não vamos comentar acerca das negociações orçamentais dada a proximidade da nossa próxima revisão do rating soberano, marcada para 12 de novembro”, diz a Fitch em resposta às perguntas do ECO e da Lusa.

Já a Moody’s, que começou por se mostrar indisponível para comentar na terça-feira, esta quarta avançou ao ECO que estão “a seguir os atuais desenvolvimentos, tal como esperado”. “No entanto, nesta fase não vamos fazer comentários”, acrescentou fonte oficial da agência de rating.

O ECO, tal como a Lusa, também contactou a DBRS Morningstar, que se mostro indisponível para comentar, e aguarda resposta da Standard and Poor’s.

A Assembleia da República iniciou esta terça-feira o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2022, que será chumbada na votação de quarta-feira em plenário, caso se mantenha o voto contra anunciado pelo BE e PCP.

Caso os votos contra do PCP e BE se concretizem, determinando o ‘chumbo’ do Orçamento do Estado, o Presidente da República já anunciou que irá dissolver o Parlamento, precipitando a organização de eleições antecipadas.

Apesar da ausência de comentário, a Moody’s remeteu para a sua Opinião de Crédito manifestada em 21 de setembro, depois de ter subido o rating português de Baa2 para Baa3 quatro dias antes.

Nessa nota, a agência norte-americana elenca, entre os “fatores que poderiam levar a uma revisão em baixa” do ‘rating’, um “declínio do apoio político a políticas orçamentais prudentes, incluindo um aumento dos pedidos para maior despesa”.

A avaliação da Moody’s das instituições portuguesas e da força da governança nacional tem uma classificação superior (aa3) às de Itália (Baa3 estável) e Espanha (Baa1 estável) e inferior à da Irlanda (A2 positiva).

“A governança e a eficácia das políticas reflete a implementação, pelas autoridades, da redução de dívida e de reformas económicas estruturais, bem como progressos lentos na abordagem as fragilidades do setor bancário”, pode ler-se na nota.

A classificação agora atribuída a Portugal (Baa2) é a mais elevada desde 2011 e a primeira desde que em 2018 a Moody’s retirou o país do ‘lixo’ ao atribuir-lhe uma classificação de Baa3.

Antes, em 10 de setembro, a Standard and Poor’s (S&P) não se pronunciou sobre o rating da dívida portuguesa, mantendo-o no nível de investimento BBB, o mesmo sucedendo com a perspetiva estável.

No dia 27 de agosto, a agência canadiana DBRS Morningstar manteve o rating da dívida pública portuguesa em “BBB” (alto) com perspetiva estável.

Anteriormente, em 14 de maio, a Fitch também manteve o rating de Portugal em BBB, nível de investimento, continuando o país com perspetiva estável.

O rating é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 entregue no Parlamento prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.

No documento, o Executivo estima que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022, prevendo também que a taxa de desemprego portuguesa descerá para os 6,5% no próximo ano, “atingindo o valor mais baixo desde 2003″.

A dívida pública deverá atingir os 122,8% do PIB em 2022, face à estimativa de 126,9% para este ano.

(Artigo atualizado na quarta-feira dia 27 de outubro às 10h34 com a nova resposta da Moody’s)

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Ministro do Planeamento acusa Tribunal de Contas de ignorar argumentos do Governo

"Resultados já alcançados ao longo deste ano apontam para que se encontrem asseguradas as condições para um encerramento deste quadro comunitário com total sucesso”, diz ministro do Planeamento.

Ministro do Planeamento critica o Tribunal de Contas e acusa-o de, “no essencial”, não ter tido em conta as observações e esclarecimentos apresentados pelo Executivo nas conclusões do relatório de auditoria ao Portugal 2020, publicado esta terça-feira.

“O ministro do Planeamento concluiu que as observações e esclarecimentos apresentados pelo Planeamento no âmbito do exercício de contraditório, que estão integralmente reproduzidas no anexo V deste relatório, não foram, no essencial, tidas em consideração na formulação de conclusões pelo Tribunal de Contas”, diz o Ministério em comunicado enviado às redações.

Nelson de Souza garante que o “Portugal 2020 apresenta uma elevada taxa de execução e todos os dados apontam para um encerramento bem-sucedido em 2023”. A 31 de agosto de 2021, a taxa de compromisso do quadro comunitário de apoio ainda vigente era de 112%, mas a taxa de execução é de 66%. Para o responsável “estes números refletem uma evolução muito positiva do ritmo de execução, particularmente ao longo do primeiro semestre de 2021”, isto porque, até agosto, a taxa de execução cresceu 34% face ao período homólogo, “o que confere confiança nos objetivos definidos para este ano: atingir uma taxa de execução de 72%”.

Os planos do Executivo passam por executar 16% do PT2020 até ao final deste ano, e como até agosto foram executadas 10% destas verbas prevista, Nelson de Souza afirma que “no seu entender tudo aponta para que a meta de 2021 seja atingida”. E para os críticos que apontam a diferença de evolução do PT2020 face ao QREN (o anterior quadro comunitário), o ministro garante que, “em comparação com o QREN, o esforço de execução dos últimos anos será muito semelhante, sendo que no último ano do Portugal 2020 (2023) prevê-se um esforço menor tendo como objetivo a mitigação da coexistência do Portugal 2020 com o PRR e o Portugal 2030, que obrigação a um esforço de execução superior”. O QREN teve mais dois anos para acabar de ser executado enquanto o Portugal 2020 tem mais três, o que dificulta as comparações diretas de execução dos dois quadros.

O Tribunal de Contas elogia as “boas taxas de compromisso” do PT202, mas aponta a “execução lenta”, o “baixo nível de absorção dos fundos”, o “incumprimento de objetivos intermédios em muitos dos programas” e a “fraca orientação para resultados”. E deixa um conjunto de recomendações para que no PRR e no PT2030 não sejam cometidos os mesmos erros.

Mas o Governo, sublinhando que Portugal esteve sempre entre os primeiros a nível europeu na execução dos fundos, assegura que “os resultados já alcançados ao longo deste ano apontam para que se encontrem asseguradas as condições para um encerramento deste quadro comunitário com total sucesso”.

A experiência do Portugal 2020 alimenta expectativas positivas quanto à capacidade de gestão e de absorção futura do PRR e do Portugal 2030”, diz o mesmo comunicado que replica o contraditório enviado ao Tribunal de Contas e que é assinado pela chefe de gabinete do ministro do Planeamento.

Outro dos pontos que o ministro rebate é o facto de o Tribunal de Contas apontar que “a resposta à pandemia” ter ajudado a “atenuar ou anular os efeitos penalizadores decorrentes do incumprimento dos objetivos intermédios”. Assim como a reafetação de 11,4% da reserva de desempenho, o equivalente a 173,8 milhões, sendo o Fundo Social Europeu o mais afeado.

Acusa a instituição liderada por José Tavares de apresenta “cálculos com base num cenário de não negociação de ajustamentos nas metas dos indicadores com a Comissão Europeia metodologia cujo alcance não se vislumbra” e sublinha que os resultados finais do Portugal 2020 na avaliação do Quadro de Desempenho dos Programas Operacionais “traduziram-se na aplicação da totalidade da reserva de eficiência” e que ao contrário do que aconteceu noutros país, “em Portugal nenhum PO do Portugal 2020 perdeu verba, tendo, nalguns casos, sido concretizados movimentos entre eixos do programa”.

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Défice alivia para 4.634 milhões até setembro

Registou-se uma melhoria de 677 milhões no défice das Administrações Públicas em setembro, face ao mesmo período do ano passado. 

As Administrações Públicas registaram um défice de 4.634 milhões de euros em contabilidade pública até setembro de 2021, segundo os números divulgados pelo Ministério das Finanças em antecipação do boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) que é publicado ao final da tarde. Este montante representa uma melhoria de 677 milhões face ao mesmo período do ano passado.

Este comportamento é “resultado do crescimento da receita (6,9%) ter sido superior ao observado na despesa (5,3%)”, lê-se no comunicado do Ministério das Finanças, que justifica o défice até ao terceiro trimestre do ano com a evolução da pandemia.

Olhando para a receita fiscal e contributiva ajustada, esta cresceu 5,1% “acompanhando a retoma da atividade económica associada ao desconfinamento”, explicam as Finanças. “A receita fiscal cresceu 4,4% ajustada de efeitos extraordinários, tais como os diferimentos originados pelos planos prestacionais”, sublinham.

O suporte a 100% dos salários no lay-off, em 2021 e a evolução positiva do mercado de trabalho levaram a um crescimento das contribuições para a Segurança Social de 6,7%, ajustadas dos planos prestacionais.

No que diz respeito aos gastos públicos, a despesa primária “aumentou 6,8% refletindo as medidas extraordinárias de apoio à economia e a forte dinâmica de crescimento do Serviço Nacional de Saúde”, sublinha o Ministério liderado por João Leão.

No SNS, o Governo diz ter existido um “reforço expressivo do número de profissionais de saúde”, com o número de efetivos no SNS a aumentar 4,8%, em setembro (mais 6.600 trabalhadores), bem como a aquisição de bens e serviços (+10,7%). Além disso, ocorreu também a “execução de medidas previstas no Orçamento do Estado para 2021, como, por exemplo, o pagamento do subsídio de extraordinário de risco no combate à pandemia.

Já quanto aos apoios a famílias e empresas, estes “superam em mais de 40% a despesa total realizada em 2020“, ao atingir os 4.996 milhões de euros, notam as Finanças. Entre as medidas para as empresas, destaca-se o apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade, que representou 502 milhões de euros, e o lay-off simplificado, com 367 milhões.

De sublinhar ainda um aumento de 4,9% nos salários dos funcionários públicos, “refletindo as contratações de pessoal e os encargos com valorizações remuneratórias, nomeadamente nas progressões, destacando-se o acréscimo significativo de 4,9% da despesa com salários dos professores, a par do forte crescimento no SNS”.

(Notícia atualizada às 17h35)

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Lucro da EDP Brasil sobe 70% no terceiro trimestre

  • Lusa
  • 26 Outubro 2021

No acumulado de 2021, o lucro da EDP Brasil atingiu 1,3 mil milhões de reais (201 milhões de euros), um aumento de 67,2% considerando o mesmo período do ano passado.

A EDP Brasil fechou o terceiro trimestre com um lucro de 510,5 milhões de reais (79 milhões de euros), um acréscimo de 70,3% face ao período homólogo, um resultado impulsionado pela distribuição e transporte de energia.

Em comunicado, a empresa informou que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a 1,1 mil milhões de reais (170 milhões de euros) no terceiro trimestre, uma subida de 60,7% face ao mesmo período do ano anterior.

No acumulado de 2021, o lucro da EDP Brasil atingiu 1,3 mil milhões de reais (201 milhões de euros), um aumento de 67,2% considerando o mesmo período do ano passado, e oEBITDA totalizou 2,9 mil milhões de reais (450 milhões de euros), mais 49,8% face aos nove primeiros meses de 2020.

No que se refere à distribuição de energia, a EDP Brasil sublinhou que, “em função da recuperação da atividade económica e expansão do número de clientes, no terceiro trimestre o volume de energia distribuída apresentou um aumento de 4,2% em relação ao mesmo intervalo de 2020”.

“Paralelamente, o processo de reajuste tarifário da EDP Espírito Santo resultou no aumento de 9,75% na tarifa média para o consumidor e numa alta de 46% da Parcela B. Na EDP São Paulo, por sua vez, o reajuste tarifário aprovado promoveu uma elevação de 12,4% na tarifa média para o consumidor e um aumento de 32,6% na Parcela B”, acrescentou.

No segmento de transporte de energia, a empresa destacou que os empreendimentos em operação apresentaram no trimestre a receita anual permitida (RAP) de 45,8 milhões de reais (7 milhões de euros) e EBITDA regulatório de 39,8 milhões de reais (6,1 milhões de euros).

A EDP lembrou que, em 14 de outubro, adquiriu por 1,9 mil milhões de reais (cerca de 309 milhões de euros) 100% das ações da Celg Transmissão S.A (CELG-T), num leilão organizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão regulador do Brasil.

Com esta operação, a EDP estima uma receita anual permitida (RAP) adicional de 223 milhões de reais (34,5 milhões de euros) no ciclo 2021/2022, através da aquisição dos 756 quilómetros de redes de transmissão e das 14 subestações da estatal goiana de transmissão.

Com a venda dos lotes 7, 11 e 24 e a aquisição da CELG-T, a EDP passa a contar com lotes de transmissão no seu portfólio que, quando operacionais, totalizarão 2.241 quilómetros de linhas em extensão e aproximadamente 702 milhões de reais de RAP.

Desde 2017, a EDP diz já ter investido 4,1 mil milhões de reais (635 milhões de euros) em obras e projetos de transmissão adquiridos em leilões da ANEEL ou no mercado secundário, o que “representa 80% de execução de seu CAPEX [investimento em bens de capital] total nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo, Acre e Rondónia”.

Com os investimentos efetuados, obtivemos resultados significativos na distribuição [de energia]. Já em relação às recentes operações realizadas com o mercado, fomos capazes de antecipar e cristalizar valor através do desinvestimento dos três lotes vendidos e, ainda assim, aumentar a participação da EDP Brasil no segmento de transmissão”, frisou João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil.

“Por fim, mas não menos relevante, aprovamos o primeiro investimento da EDP no segmento Solar utility scale, um passo importante em nossa proposta de substituir a geração hídrica por solar […]. São movimentos importantes que, em apenas cinco meses desde o anúncio de nosso plano estratégico, demonstram o nosso compromisso em criar valor adicional aos nossos acionistas”, acrescentou o executivo.

Na segunda-feira, a companhia informou que aprovou o cancelamento de ações próprias representativas de 4,3% do seu capital social, e que prepara a alienação de três ativos hídricos no país sul-americano – a Companhia Energética do Jari – CEJA, a Empresa de Energia Cachoeira Caldeirão S.A. e Energest S.A.

“Até o presente momento, não foram celebrados contratos definitivos para alienação de participações acionistas no âmbito do referido processo”, refere a empresa.

“Em linha com o plano estratégico de 2021-2025, os desinvestimentos nos ativos hídricos refletem a gestão do portfólio da Companhia com objetivo de redução de exposição ao risco hidrológico no Brasil”, adianta.

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A COP26 està à porta. O quer acontecerá em duas semanas de cimeira em Glasgow?

Todos os decisores estarão a olhar para Glasgow. Existe uma grande expectativa, por isso esta conferência terá um grande mediatismo em Portugal e no mundo.

O que é a COP26?

Em novembro de 2021 todos os decisores estarão a olhar para Glasgow. Existe uma grande expectativa, pelo que esta conferência terá um grande mediatismo em Portugal e no mundo. É considerada como a última hipótese de cumprir as metas do Acordo de Paris.

A COP (Conference of the Parties) é o órgão deliberativo do organismo das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

Nesta conferência anual, delegados de todos os países (entre os quais se encontram os chefes de Estado), especialistas e negociadores juntam-se para criar acordos coordenados para responder às alterações climáticas.

COP significa Conferência das Partes. As Partes são os signatários da Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Climáticas (UNFCCC) — um tratado acordado em 1994 que tem 197 Partes (196 países e a UE). A conferência de 2021, realizada pelo Reino Unido juntamente com nossos parceiros da Itália, acontecerá em Glasgow e será a 26ª reunião das Partes, por isso é chamada de COP26.

As conferências das Nações Unidas sobre mudanças climáticas estão entre as maiores reuniões internacionais do mundo. As negociações entre governos são complexas e envolvem autoridades de todos os países do mundo, bem como representantes da sociedade civil e dos meios de comunicação social.

O que é o Acordo de Paris?

O Acordo de Paris foi firmado na COP21 em 2015. Pela primeira vez, quase todos os países do mundo firmaram um compromisso legalmente vinculante para reduzir as emissões. Foi uma ação “de cima para baixo” no sentido de que todos os países — não importando se grandes ou pequenos — aderiram à redução das emissões de carbono para limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 graus e, se possível, a 1.5 grau acima dos níveis pré-industriais.

E foi “de baixo para cima” no sentido de que deixou espaço para cada país decidir como iria alcançar a sua meta. Os documentos que registram a forma de ação de cada país são chamados Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O Acordo de Paris também definiu metas ambiciosas para adaptação e recursos, reconhecendo que muitas pessoas em todo o mundo já estão sofrendo os impactos de um clima em mudança e que o apoio — financeiro, técnico e de capacitação — a essas pessoas seria necessário.

Quais são os objetivos da COP26?

  1. Alcançar um empenho internacional (com contribuições e medidas concretas) para que exista um progresso exponencial na redução de emissões e um alinhamento pelas trajetórias de neutralidade carbónica na próxima década;
  2. Aproveitar o período pós-pandemia covid-19 para uma reconstrução mais “forte e melhor” e para uma mudança verdadeiramente “transformadora”.
  3. Cimentar a ligação clima/natureza evidenciando as “soluções baseadas na natureza” – florestação e reflorestação, desflorestação evitada, etc, dado que esse é o caminho mais aceitável para que as empresas possam reclamar a contribuição para a neutralidade carbónica global.
  4. Fecho do rulebook sobre o novo mercado internacional de carbono – o artigo 6 do Acordo de Paris.

O que acontece na COP26?

As atividades na COP acontecem em duas zonas diferentes: a Zona Azul (Blue Zone) e a Zona Verde (Green Zone). A Zona Azul é destinada a pessoas registadas no órgão da ONU encarregado de coordenar a resposta global à ameaça das mudanças climáticas — a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Na Zona Azul, você pode fazer parte de uma delegação nacional, trabalhar para as Nações Unidas e organizações e agências relacionadas ou ser membro dos media ou de uma organização de observação sem fins lucrativos.

Na Zona Azul, os delegados dos países reúnem-se para negociações formais e consultas informais. Também podem participar de reuniões com outras delegações para esclarecer sua posição e interesses com o objetivo de chegar a um acordo ou de superar um impasse nas negociações. A UNFCCC também sediará uma série de eventos, incluindo briefings técnicos, para apoiar o processo de negociações.

A Zona Verde é destinada ao público em geral. Haverá uma ampla gama de eventos, incluindo workshops, exposições e instalações de arte, bem como apresentações, demonstrações de tecnologia e apresentações musicais para todos os participantes.

Qual vai ser agenda da COP26?

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Energia tira energia à bolsa e Lisboa contraria Europa

PSI-20 recuou pela segunda sessão consecutiva, pressionada pelo setor da energia. BCP teve um dia positivo na véspera de apresentar resultados.

GreenVolt, EDP, Galp e EDP Renováveis terminaram a sessão desta quarta-feira em terreno negativo e pressionaram a bolsa de Lisboa, que recuou pela segunda sessão consecutiva e hoje em contramão com a Europa.

O PSI-20, o principal índice português, desvalorizou 0,39% para 5.714,00 pontos, com dez cotadas a fechar o dia com perdas.

O setor energético foi aquele que mais pressionou a praça nacional. A GreenVolt cedeu 2,90% para 7,03 euros, depois de atingir máximos desde a estreia em bolsa, em julho. A EDP e a EDP Renováveis cederam 1,01% e 0,42%, respetivamente, e a Galp, que tem valorizado à boleia da alta dos preços do petróleo, também recuou 1,02% para 9,354 euros.

Por outro lado, sete cotadas tiveram um dia mais tranquilo, como o BCP, que avançou 0,71% para 0,157 euros, na véspera de apresentar as contas trimestrais. Esta manhã, o seu banco na Polónia reportou prejuízos de 181,2 milhões nos primeiros nove meses do ano, penalizado pelas provisões para os riscos legais com os casos em tribunal relativos a contratos de empréstimo à habitação em francos suíços.

A Ibersol registou a valorização mais expressiva, somando 1,17%, seguindo-se a Navigator, que ganhou também mais de 1%.

Apesar destes ganhos, Lisboa fechou o dia abaixo da linha de água, ainda que o cenário europeu tenha sido mais positivo. O índice de referência Stoxx 600 avançou 0,72%, tendo sido acompanhado por outras importantes praças do Velho Continente, como o alemão Dax-30 e o espanhol Ibex-35, que valorizaram mais de 1%.

“Na Europa, o setor de Viagens & Lazer liderou os ganhos, enquanto o de Recursos Naturais foi o único em queda. À hora de fecho das praças no velho continente, nas congéneres de Wall Street Nasdaq 100, S&P 500 e Dow Jones atingiram novos máximos, com o índice tecnológico a destacar-se, ao avançar mais de 1%, no dia em que se vão conhecer as contas de grandes empresas de tecnologia – Twitter, Alphabet e Microsoft”, observaram os analistas do BCP.

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Casa Branca anuncia encontro entre Biden e Macron sexta-feira em Roma

  • Lusa
  • 26 Outubro 2021

A reunião ocorrerá numa altura em que os Estados Unidos tentam acalmar a tensão político-diplomática entre os dois países depois do polémico acordo com a Austrália e o Reino Unido.

Os Presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, vão reunir-se sexta-feira em Roma, antes da cimeira do G20, anunciou esta terça-feira o conselheiro para a Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

A reunião ocorrerá numa altura em que os Estados Unidos tentam acalmar a tensão político-diplomática entre os dois países depois do polémico acordo com a Austrália e o Reino Unido, que prejudicou um negócio da venda de submarinos franceses aos australianos.

O porta-voz não avançou pormenores sobre o encontro, que decorrerá antes do início da cimeira dos chefes de Estado e de Governo do grupo dos 20 países mais industrializados do mundo (G20), na capital italiana.

A reunião será a primeira presencial entre os dois chefes de Estado desde o início da crise diplomática provocada pela assinatura, a 15 de setembro, do pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos), que visa reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.

Uma primeira consequência foi o cancelamento, pela Austrália, de um contrato com a França para o fornecimento de submarinos convencionais e a intenção de desenvolver submarinos nucleares em coordenação com os seus novos aliados, o que originou protestos e críticas de Paris.

A França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.

Paris expressou então insatisfação com os três países signatários do pacto AUKUS depois de Macron ter decidido chamar os embaixadores franceses em Washington e Camberra para consultas.

A 22 de setembro, Biden telefonou a Macron para tentar esclarecer a questão, tendo, na altura, ambos concordado nos primeiros passos para reduzir a tensão e ficado definido que os dois chefes de Estado iriam reunir-se pessoalmente em outubro, tendo já falado uma segunda vez, também telefonicamente.

Para continuar, depois, as discussões, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, deslocar-se-á a Paris em novembro.

A França procura, em particular, obter o acordo dos norte-americanos para a criação de um verdadeiro sistema de defesa europeia, um projeto caro aos franceses, mas que ainda não se concretizou, 30 anos após o seu lançamento.

Também na sexta-feira, Biden será recebido no Vaticano pelo Papa Francisco, bem como pelo chefe do Governo italiano, Mario Draghi, acrescentou Sullivan, que não adiantou qualquer informação sobre eventuais encontros bilaterais que o Presidente dos Estados Unidos poderá manter à margem do G20.

O porta-voz também não avançou pormenores sobre a deslocação de Biden a Glasgow (Escócia), onde participará na Cimeira Internacional sobre o Clima (COP26), que decorrerá de 31 deste mês a 12 de novembro.

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Emirates quer recrutar 6.000 nos próximos 6 meses

Em causa está a contratação de mais pilotos e tripulação de cabine, mas também engenheiros e pessoal de terra para a sede no Dubai e outras localizações.

Com o alívio das restrições em todo o mundo e com a aceleração da vacinação contra a Covid-19, a Emirates planeia aumentar a sua equipa com 6.000 novos funcionários. O processo de recrutamento deverá acontecer já durante os próximos seis meses, sendo que podem candidatar-se profissionais de todo o mundo. Para já, não há ações de recrutamento previstas para Portugal, disse fonte da empresa à Pessoas.

“Por enquanto, candidatos de todo o mundo podem ingressar na plataforma de recrutamento e iniciar seu processo de inscrição online”, disse fonte oficial quando questionada sobre a possibilidade de a companhia avançar com alguma ação de recrutamento em Portugal, à semelhança de anos anteriores.

Em causa está a contratação de mais pilotos e tripulação de cabine, mas também engenheiros (aeronáuticos e pessoal de apoio à engenharia) e pessoal de terra (ground staff), para serem sediados no Dubai e noutros locais.

“A Emirates sempre esteve no centro do crescimento do Dubai. A nossa necessidade de mais 6.000 funcionários ilustra a rápida recuperação da economia do Dubai e conduzirá a oportunidades e outros desenvolvimentos positivos em várias outras empresas, incluindo as dos setores de consumo, viagens e turismo”, afirma Sheikh Ahmed bin Saeed Al Maktoum, presidente e chefe executivo da Emirates Airline and Group, em comunicado.

“Temos vindo a restabelecer prudentemente as nossas operações em conformidade com os protocolos de reabertura de fronteiras e de requisitos de viagem. Com os sinais positivos na recuperação económica e com o crescimento contínuo da procura, esperamos estar de volta ao ponto onde estávamos antes da pandemia a partir de meados de 2022”, continua.

A Emirates já retomou 90% da sua rede de destinos e deverá atingir 70% da sua capacidade antes da pandemia até ao final do ano. Para além disso, a companhia aérea está também a instalar aviões A380 em mais rotas e operações. Até novembro, a Emirates vai disponibilizar mais de 165.000 lugares adicionais através dos seus aviões de bandeira, os A380.

Os interessados podem saber mais sobre as funções e requisitos aqui.

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PRR

Associação da construção defende fundo para cobrir aumentos de custos nas obras públicas

  • Lusa
  • 26 Outubro 2021

A associação aponta ainda problemas com o fornecimento de matérias-primas e com a falta de mão-de-obra. "Não sei qual deles é pior", afirmou o presidente da AICCOPN, Manuel Reis Campos.

A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) defende a criação de um fundo para cobrir “aumentos significativos” nos custos de produção das obras públicas, sob pena de ficarem “desertos” muitos concursos do PRR.

“O que se fez em Itália, está a fazer-se em França e nós tínhamos pedido para este Orçamento do Estado, é criar um fundo para, em obras públicas em que o Estado reconhecesse que os aumentos [do custo dos fatores de produção] foram significativos, esse fundo cobrir [a diferença] e não ter de se começar, outra vez, o concurso. Porque, daqui a pouco, não temos possibilidade de atempadamente fazer as obras que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pretende”, afirmou o presidente da AICCOPN em declarações à agência Lusa.

Segundo Manuel Reis Campos, “Itália criou esse fundo, para os donos de obra terem maleabilidade e flexibilidade quando é reconhecido, através da revisão de preços oficiais, que o preço da obra ficou desatualizado, sendo esse valor automaticamente reconhecido e calculado”.

Se não for assim – sustentou – o que acontece é que há um desgaste permanente e, quando a obra for posta em concurso, já está desatualizada, os construtores não a podem fazer por aquele preço e não há nada que se possa fazer para corrigir o preço-base”.

Como resultado, acrescenta, corre-se o risco de “os concursos [de obras públicas], daqui a algum tempo, ficarem desertos”.

Para além da escalada do custo dos fatores de produção na construção – nos últimos 12 meses o preço do aço em varão para betão aumentou 55%, o do alumínio 59% e o do cobre 46%, por exemplo, a que se junta a subida dos custos dos combustíveis e da energia – a AICCOPN considera tanto, “ou até mais”, preocupante a falta de mão-de-obra no setor.

“Além deste problema das matérias-primas, temos o problema grave da mão-de-obra e não sei qual deles é pior”, afirmou Reis Campos.

Salientando que “o setor precisa de 70 mil trabalhadores”, mas “neste momento não há mão-de-obra”, o dirigente associativo questiona o porquê de, segundo os dados oficiais, estarem registados no fundo de desemprego “32 mil trabalhadores da construção”.

“Não se percebe porquê, mas é verdade”, lamenta.

Ainda assim, e apesar das “fortes disrupções em toda a cadeia de produção” que a escassez e encarecimento das matérias-primas está a provocar, o presidente da AICCOPN diz não ter conhecimento de obras paradas no país por falta de materiais.

“A falta de matérias-primas sabemos é um problema generalizado, mas não é um problema fulcral que esteja a levar à paragem de obras”, disse, explicando que “uma obra é composta por muitas especialidades, portanto há umas que vão andando e outras que atrasam” quando falta material.

Segundo Manuel Reis Campos, haverá é, certamente, obras que “não foram ainda concluídas por falta de determinadas matérias-primas ou equipamentos”, nomeadamente os que têm de ser importados, mas não têm chegado à associação relatos de “obras paradas ou sem arrancar por falta de matérias-primas”.

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