Altice, NOS e Vodafone contrataram 780 na pandemia. Têm mais de 130 vagas até final do ano

Operadoras nacionais reforçaram quadro de colaboradores mesma na fase mais dura da pandemia. Até ao final do ano as três principais operadoras vão reforçar força de trabalho.

Nem a pandemia abrandou o ritmo de contratação das operadoras nacionais, que desde março do ano passado recrutaram 780 colaboradores, e não dão sinais de fechar o processo de renovação das equipas. Até ao final do ano, Altice, NOS e Vodafone querem contratar mais de 130 colaboradores. Engenharia, data science e analytics, suporte ao negócio, marketing são alguns dos perfis procurados.

“Desde o início de 2020 e até ao momento, a NOS já recrutou mais de 300 pessoas. Mas ainda estão em aberto 60 vagas para serem preenchidas até ao final do ano”, adianta Isabel Borgas, diretora de Pessoas e Organização da NOS.

“A preparação para a chegada do 5G, a aposta em tecnologias inovadoras como inteligência artificial, machine learning e robótica, ou o desenvolvimento de áreas críticas como ciência de dados, cloud, cibersegurança e analytics, ditaram a necessidade da NOS continuar a reforçar as suas equipas, independentemente da situação pandémica que temos vivido”, refere a responsável.

Um reforço que vem igualmente por via do programa NOS Alfa, dirigido a recém-licenciados, que decorreu mesmo durante a pandemia, e cuja nova edição arrancou no passado dia 11 de outubro. No final do programa, que tem a duração de 12 meses, os jovens integram os quadros da empresa.

vodafone espanha

Na Vodafone o ritmo de contratações também não abrandou com a eclosão da pandemia. Recrutaram 200 pessoas durante a pandemia, com 7% do recrutamento efetuado para posições de liderança — de administradores a managers — e 30% recém-licenciados, com idades abaixo dos 26 anos.

“As áreas que receberam mais pessoas foram a área da tecnologia (46%) e a unidade de negócios particulares (27%). Mais de metade do recrutamento foi para funções digitais e foram necessidades de recrutamento associadas a business cases, como resultado da estratégia da empresa, que passa pelo recrutamento de competências desta natureza”, adianta fonte oficial à Pessoas.

“As contratações em período de pandemia obrigaram a uma ajuste do processo, de modo a criar uma maior proximidade e engagement com os candidatos resultado da distância física a 100%”, refere fonte oficial da companhia. No entanto, já antes da pandemia, “uma parte dos processos de recrutamento da Vodafone já eram realizados virtualmente, quer pelas metodologias de assessment (já muito digitalizadas), quer pela prática de realizar estes processos para posições e com colegas do grupo que estão em outras geografias, pelo que a adaptação foi bastante rápida e natural”, ressalva.

O Onboarding, a integração de colaboradores remotamente, durante a pandemia, foi um “desafio”, admite a companhia, “dado que todo o processo teve que passar a 100% remoto implicando a redefinição total do processo – desde a entrega dos equipamento, passando pelas atividades das equipas até aos momentos de formação.”

Agora, com a passagem para o modelo de trabalho híbrido — a empresa regressou ao escritório em finais de setembro neste modelo — “coloca-se mais uma vez o desafio de transformação e de adaptação do onboarding, de modo a assegurar os ganhos de eficiência e acima de tudo garantir a boa experiência que tem vindo a ser reportada pelos recém-contratados com o onboarding remoto”.

“No que respeita ao acolhimento e integração na equipa, a Vodafone considera que os benefícios do presencial são evidentes, pelo que desde que foi iniciado o regresso à sede, no final de setembro, os momentos de integração com a chefia e o acolhimento com o “buddy” e a equipa já estão a acontecer presencialmente”, refere ainda.

Será, portanto, de forma presencial que vai decorrer o onboarding dos futuros quadros da operadora. Neste momento, há 73 vagas em aberto — 64 para profissionais com diferentes níveis de senioridade e nove para recém-licenciados, informa a empresa.

“Sendo que 60% deste recrutamento é para as áreas de tecnologia, onde se destacam algumas funções: Desenvolvimento de software (backend, frontend e fullstack), Produto (TV Product Manager, Content Product Manager), IOT (IoT Test Lead Engineer, IOT Product Owner), Analytics (Data Scientist, Data Analytics Expert), Comercial (Account Manager) e Support Functions (Finance, Legal Advisor, Communication Assistant)“, descreve.

“A aposta no rejuvenescimento da base de colaboradores, na formação e na especialização são fatores essenciais neste setor em que há uma constante exigência e competitividade empresarial. Apesar da situação de pandemia, a Altice Portugal tem dado continuidade ao processos de procura de talento“, refere fonte oficial da dona do Meo.

Assim, em 2020 e 2021, em pleno contexto de pandemia, a Altice Portugal “realizou 280 novas contratações, 110 estágios académicos e perto de 200 estágios profissionais, visando uma maior adaptação de perfis às novas tecnologias. Paralelamente, reforçámos a nossa aposta em formação, com vista à qualificação e desenvolvimento de competências técnicas dos nossos profissionais.”

“Temos promovido uma relação de proximidade com as universidades, desenvolvemos uma Academia Técnica (vocacionada para alunos do ensino técnico-profissional das áreas de redes, energia, robótica, automação, programação ou informática) e o DarWin (programa de trainees para recém-graduados focados em áreas específicas como a economia digital, as tecnologias emergentes e planeamento tecnológico)”, descreve.

“A par destes programas estruturados e desenhados à medida das necessidades da Organização, a Altice Portugal promove vários estágios profissionais, curriculares e estágios de verão com destaque para o “Altice Summer Experience” (com duração de um mês, dirigido aos filhos de colaboradores que terminaram o 12º ano e que passam, desta forma, por uma primeira experiência profissional)”, refere ainda.

Processo e reforço de equipas que continua, apesar de a companhia ter em marcha um processo de despedimento coletivo de cerca de 200 pessoas. “Os processos de recrutamento em curso encontram-se disponíveis no site e no LinkedIn da Altice Portugal focando-se, essencialmente, em perfis de engenharia de redes, gestor de negociação, project manager e business developer.” Neste momento, no site da empresa estão listadas 6 ofertas.

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Costa tenta resolver OE no Conselho de Ministros desta quinta-feira

O primeiro-ministro aponta para este Conselho de Ministros como o desbloqueador das negociações do OE 2022. Costa tenta conquistar esquerda com a agenda para o trabalho digno e estatuto do SNS.

Perante a ameaça de chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), com o PCP e o Bloco a anunciarem o voto contra a proposta tal como está, António Costa tirou dois trunfos da cartola e anunciou na reunião com o grupo parlamentar do PS que iria levar a Conselho de Ministros a agenda do trabalho digno, incluindo uma mexida na caducidade da contratação coletiva, e o estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Essa reunião acontece esta quinta-feira, a menos de uma semana da votação do OE 2022 na generalidade, cujo desfecho continua em risco.

O que vai estar em cima da mesa dos ministros? Comecemos pela agenda para o trabalho digno e a referida mexida na caducidade da contratação coletiva: o Governo prepara-se para prolongar por mais um ano, até 2024, a suspensão da caducidade das convenções coletivas e para reforçar o mecanismo de arbitragem de modo a prevenir a caducidade dos contratos coletivos. Este pacote legislativo de 70 medidas, que ainda terá de ficar em discussão pública, focava-se no combate à precariedade e não estava nas negociações do Orçamento até a esquerda o exigir.

O outro tema “caro” ao PCP e ao Bloco é a concretização do estatuto do SNS, na sequência da já aprovada Lei de Bases da Saúde, para dar maior autonomia ao sistema. “O objetivo é criar as regras próprias para que as carreiras sejam atrativas e condições que permitam atrair e fixar duradouramente profissionais que se sintam realizados no serviço que prestam à comunidade através do SNS“, afirmou António Costa sobre essa legislação que também terá de estar em consulta pública antes de ser lei. Porém, a ministra da Saúde já tinha dito que apenas incluirá “uma parte” dos médicos, excluindo outras profissões do SNS, e que esse processo “não se fará numa legislatura”.

Em reação, tanto os comunistas como os bloquistas desvalorizaram os anúncios do primeiro-ministro. Primeiro foi Mariana Mortágua a desdenhar as ofertas: “Já depois da apresentação da lei orçamental, foram divulgadas publicamente duas propostas destinadas a criar confusão: uma que cria um mecanismo para manter a caducidade da contratação coletiva que o Bloco quer eliminar, e outra [estatuto do SNS] que pretende impor um regime muito limitado de exclusividade e que até já existe”, escreveu num artigo de opinião no Jornal de Notícias.

Já o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, disse em entrevista à Antena 1 que “se isso não significar compromissos concretos, serve de pouco”. O comunista desvalorizou o “anúncio de intenções” por não servir “de muito”, exigindo “compromissos diretos e claros” ao Governo para que haja respostas “no imediato”, mas também com um olho no futuro. “Ou há uma clarificação por parte do governo exatamente sobre o caminho que quer fazer ou é muito difícil que essa hipótese [viabilizar OE para a especialidade] possa ser colocada”, concluiu.

Acresce que, mesmo que ganhe o apoio da esquerda com a viabilização do Orçamento para o próximo ano, o primeiro-ministro deverá ter de enfrentar outro problema: os patrões. Após a reunião da concertação social esta quarta-feira, a CIP anunciou que vai pedir aos grupos parlamentares, ao Presidente da República e à Provedora de Justiça para enviarem para o Tribunal Constitucional os novos travões à caducidade das convenções coletivas, os quais dizem ser inconstitucionais.

Reuniões com Costa não desbloquearam negociações

Esta semana houve uma nova ronda de negociações entre o Governo e o PCP e o Bloco, mas estes dois partidos continuam sem dar sinal de que o sentido de voto mudará. E, face ao que já foi dito, não parece que este Conselho de Ministros irá ser o desbloqueador que Costa esperava, a não ser que faça mais cedências mais do que se espera. O braço-de-ferro continuará nos próximos dias e, no máximo, até à próxima quarta-feira, dia em que o documento terá mesmo de ser votado na Assembleia da República.

Durante esta contagem decrescente ainda muito há para negociar e tudo está em aberto. O próprio primeiro-ministro já contempla a imprevisibilidade da ex-geringonça, apesar de confiar na “racionalidade” dos partidos, e decidiu marcar uma reunião de urgência da comissão política do PS, que não estava prevista, para esta sexta-feira, segundo o Observador. A hipótese de eleições antecipadas está em cima da mesa se os partidos da esquerda não se abstiverem, sendo já certo que o PSD não irá “salvar” o Orçamento.

No caso do Bloco, ainda haverá pelo menos mais uma reunião, mas o partido revelou que no caso da Segurança Social o Governo “não trouxe qualquer proposta” e no da legislação laboral o Executivo recusou as reversões exigidas pelos bloquistas, “ficando por medidas simbólicas que não concretizou por escrito” — um acordo político escrito é uma exigência do BE. Onde existe alguma esperança é no SNS com o Bloco a aguardar por “novas redações com eventuais aproximações”.

À Lusa, uma fonte do Governo contrapôs com uma versão diferente, garantindo que “apresentou avanços em vários domínios”, incluindo na legislação laboral e na Segurança Social, ainda que admita que “há pontos em que subsistem divergências já conhecidas”.

No caso do PCP, a lista de exigências é maior e não é claro o que avançou ou não. “Não quero precipitar a apreciação da atitude do Governo“, disse João Oliveira, notando apenas que a reunião foi uma oportunidade para abordar temas “de forma mais alargada” e com “maior profundidade”. Mas também acusou o Governo de estar menos flexível do que em anos anteriores — no ano passado, o PS teve de viabilizar uma em cada cinco das propostas do PCP para viabilizar o OE2021. No dia da reunião, Jerónimo de Sousa disse ainda em público que o PS continua a estar “longe da solução”.

Na sua última intervenção pública, António Costa apelou à racionalidade dos partidos e voltou a falar da legislação que irá a Conselho de Ministros. “O que seria absolutamente irracional era juntar dramas políticos” aos dramas da pandemia e da crise económica, afirmou, concluindo que “não seria racional” chumbar a proposta do OE na próxima semana. Em vez de definir “linhas vermelhas”, Costa disse procurar por “linhas verdes” para contornar “bloqueios”, como tem feito desde 2016 perante “sucessivos bloqueios”.

Porém, não se afasta da mensagem de “contas certas” — o PCP critica duramente a cedência do Governo à União Europeia neste objetivo — que tem sido repetida insistentemente desde que a proposta do Orçamento foi entregue no Parlamento, tanto para consumo interno como para consumo externo. “Limitar o crescimento da despesa pública, em particular a que tem caráter permanente, é uma premente preocupação do Ministério das Finanças“, escreveu também o Ministério de João Leão na proposta de Orçamento entregue na Comissão Europeia. Falta saber se as “contas certas” serão, desta vez, compatíveis com um acordo político para as viabilizar.

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Santander Totta inicia despedimento coletivo. 145 trabalhadores deixam banco no início de 2022

Santander Totta já notificou os 145 trabalhadores que vão ser alvos do despedimento coletivo. Deixam o banco a 14 de janeiro e até lá poderão chegar a um acordo amigável.

O Santander Totta começou a notificar esta quarta-feira os trabalhadores que vão ser abrangidos pelo despedimento coletivo. Ao todo, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida vai rescindir contrato de forma unilateral com 145 trabalhadores, apurou o ECO.

Estes trabalhadores só deixarão o banco no próximo ano, isto porque ainda terá de decorrer o período normal de 75 dias entre a notificação de despedimento e a sua concretização. Ou seja, o último dia de trabalho para estes funcionários no banco será a 14 de janeiro do próximo ano.

Até lá, a instituição vai continuar a aceitar rescisões amigáveis, oferecendo condições mais favoráveis para as saídas, conforme está a informar aos trabalhadores afetados por este despedimento. Os colaboradores foram notificados na manhã desta quarta-feira de forma digital, mas o banco também enviará as notificações por carta com aviso de receção, incluindo os termos de um pré-acordo para o caso de aceitarem uma rescisão amigável.

Contactado pelo ECO sobre este processo, fonte oficial do banco diz que o “despedimento coletivo seguiu o seu curso normal” e que “os colaboradores com os quais não foi possível até hoje chegar a acordo foram assim informados do mesmo, tendo recebido toda a documentação legal exigida em relação a este processo”.

“De qualquer das formas, até ao termo do vínculo com o banco – ou seja, 14.01.2022 – será sempre possível chegar a um acordo que oferece condições melhores”, assegura o banco.

Comissão de trabalhadores e sindicatos contestam

A comissão de trabalhadores não se conforma com esta decisão. Em declarações ao ECO, João Pascoal, membro daquela comissão, diz tratar-se de um “despedimento seletivo de pessoas na sua maioria com vulnerabilidades, com historial de doenças, de famílias monoparentais, tudo questões que influenciaram nas suas avaliações”.

Também os sindicatos da banca estão contra este despedimento coletivo e avançaram em setembro com uma providência cautelar para travar os processos em curso não só no Santander Totta, mas também no BCP. Em relação a este último, onde estão em causa cerca de 60 postos de trabalho, o tribunal negou a petição dos sindicatos, mas aceitou analisar a providência cautelar interposta em relação ao Santander Totta, criando alguma incerteza sobre o desfecho deste processo.

Durante o verão, através de rescisões amigáveis e reformas antecipadas, o Santander conseguiu chegar a acordo para a saída de 455 trabalhadores, não tendo sido possível um entendimento com 230 pessoas até à altura. Deste universo, entretanto, algumas dezenas negociaram a saída com o banco e agora estão cerca de 140 na porta da saída de forma unilateral.

A banca assiste a uma vaga de saídas de trabalhadores não só em Portugal, mas também em toda a Europa. Por cá, além do Santander Totta e do BCP, também o Novo Banco e Banco Montepio têm em curso planos de saídas de centenas de trabalhadores.

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Desconto no ISP termina no final de janeiro. “O mais normal” é voltar ao que era, diz Matos Fernandes

Mecanismo que prevê desconto no ISP dos combustíveis para compensar o IVA vai vigorar até ao final de janeiro. Depois disso deverá voltar ao valor original, diz o ministro do Ambiente.

O Governo anunciou no dia 15 de outubro a devolução da receita extra de IVA nos combustíveis através da redução do valor do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). O mecanismo deverá vigorar até ao dia 31 de janeiro. Depois disso, “o normal é que o valor do ISP venha a ser aquele que era antes dessa decisão”, afirma o ministro do Ambiente e da Ação Climática, em entrevista ao ECO/Capital Verde.

Ao longo dos próximos três meses e meio, será feita uma avaliação mensal dos preços da gasolina e do gasóleo e sempre que a subida dite um acréscimo na cobrança de IVA, esta será “devolvida” sob a forma de um desconto no ISP. Este mecanismo durará até ao final de janeiro. “No fim desse prazo teremos de fixar um novo valor de ISP. E o mais normal é que se esta é uma situação válida até ao dia 31 de janeiro é que o valor do ISP venha a ser aquele que era antes dessa decisão. Mas essa decisão será tomada na altura”, explica João Pedro Matos Fernandes.

O ISP era de 52,6 cêntimos por litro na gasolina e 51,3 cêntimos no diesel. Depois do anúncio da passada sexta-feira, o imposto baixou dois cêntimos na gasolina e um cêntimo no gasóleo. Quando acabar esta medida transitória, já poderá estar em vigor o novo ISP, atualizado em 1%, como consta da proposta de Orçamento do Estado para 2022.

http://videos.sapo.pt/yoorpTSTa8NViwv3Crha

O ministro do Ambiente, que já afirmou tratar-se de “um erro político” favorecer a “utilização dos combustíveis fósseis”, considera que não é isso que está em causa nesta decisão. “Aquilo que o Governo fez — e eu assinei a portaria, portanto concordo em absoluto com ela — é deixar claro que não tendo havido nenhum aumento de impostos, o Governo nem sequer quer ficar com a receita a mais que resulta de uma ação que não é nossa, que é a do aumento do preço do gasóleo e da gasolina em consequência do preço do petróleo”, afirma.

“Não concordo que estejamos a incentivar os combustíveis fósseis. Não estamos aqui de forma alguma a incentivar o que quer que seja. Estar a incentivar seria retirar, por exemplo, a taxa de carbono, fazer coisas deste tipo”, acrescenta José Pedro Matos Fernandes.

Travão às margens das petrolíferas “não vai ficar na gaveta”

Além da redução temporária do ISP, o Governo entregou no Parlamento uma proposta de Lei para limitar as margens das petrolíferas. Foi aprovada e já promulgada pelo Presidente da República. O ministro do Ambiente e da Ação Climática garante que a legislação é para ser usada.

Não vai ficar na gaveta. É claramente um mecanismo para ser usado que queremos que seja usado o menor número de vezes possível. Por nós ou por quem vier a seguir. Estou convencido que há razões para usar agora e estou convencido que mesmo aqueles que foram muito céticos sobre a aprovação desta lei vão utilizá-la se um dia forem poder”, disse Matos Fernandes.

http://videos.sapo.pt/sDsHNe33nqRQhpPLflkN

O responsável explicou que a legislação não cuida apenas da margem das gasolineiras, “mas de todas as outras margens neste processo, que vai da refinação, à distribuição, à logística e ao armazenamento”. Depois da promulgação, a ERSE terá de pronunciar-se no sentido de garantir uma fixação dos valores justos das margens. Seguir-se-á “uma portaria, informada por aquilo que a ERSE propuser, para vigorar por um mês, dois meses, três meses”.

Em julho, Matos Fernandes afirmou que se a medida fosse aplicada logo naquela altura, a gasolina poderia baixar 9,6 cêntimos e o gasóleo um cêntimo. Hoje os números podem ser diferentes, porque depende das condições do mercado no momento.

Não estamos aqui para que o mercado deixe de ser livre. Queremos é ter a certeza que num produto que é tão importante para o comum das portuguesas e dos portugueses não há injustiças flagrantes na formação do preço”, acrescentou Matos Fernandes.

Discordo da Autoridade da Concorrência que anda há anos a tentar ver aquilo que todos os portugueses já viram em relação à fixação dos preços dos combustíveis e ela ainda não descobriu.

João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente e da Ação Climática

Questionado sobre a análise ao diploma feita pela Autoridade da Concorrência, que considerou que o efeito poderia ser contraproducente, ao eliminar pequenos operadores do mercado, o ministro devolveu as críticas: “Discordo da Autoridade da Concorrência que anda há anos a tentar ver aquilo que todos os portugueses já viram em relação à fixação dos preços dos combustíveis e ela ainda não descobriu”.

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Governo lança leilão de hidrogénio em janeiro de 2022, revela ministro do Ambiente

O ministro Matos Fernandes garante que produzir hidrogénio verde é hoje mais barato do que utilizar gás natural, aos preços atuais nos mercados europeus.

Chegou a estar marcado para abril de 2021 mas nunca avançou. Agora, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, garante em entrevista ao ECO/Capital Verde que o leilão de hidrogénio vai mesmo avançar em janeiro de 2022.

“Estamos a configurar o que que poderá ser um leilão de hidrogénio para o próximo ano. Dê-nos um ou dois meses para ver como é que isto evolui, Estamos a trabalhar para isso e no início de janeiro quando for público o aviso do Fundo Ambiental vai haver o valor para o leilão de hidrogénio”, disse o ministro, explicando: “Até porque os 60% das verbas dos leilões CELE (licenças de emissão de carbono) a colocar no sistema elétrico nacional, seriam com base no pressuposto de haver sobrecusto, mas como há sobreganho (nas renováveis), temos uma folga grande para os leilões do hidrogénio”.

O ministro garante que produzir hidrogénio verde hoje é mais barato do que utilizar gás natural. E que face ao preço (acima dos 100 euros por MWh a que tem estado o gás natural na Europa o hidrogénio verde não precisa de apoios para ser produzido.

“Vai este cenário prolongar-se ao longo de um ano? Não creio. É por isso que ainda faz todo o sentido realizar um leilão de hidrogénio. Lembro a conta: eram 500 milhões de euros a dividir por dez anos. Mas serão necessários? Só se a quantidade for maior porque se pensarmos no preço unitário, até é dinheiro a mais”, garante o governante.

http://videos.sapo.pt/aDtncRqKZ8tAVM5wSuZ4

Em abril, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, já tinha dito que os futuros leilões de hidrogénio serão direcionados para os potenciais consumidores de hidrogénio verde, ou seja, qualquer empresa que dependa ainda de energias fósseis e poluentes (como o diesel, por exemplo), sobretudo no setor da indústria e dos transportes. Na prática trata-se de um “mecanismo de leilões para apoiar o consumo”.

A leilão estará uma certa quantidade de hidrogénio, que ainda não está definida (tanto podem ser Kgs como MWh). Na prática, trata-se de um leilão para apoiar a descarbonização da indústria e dos transportes.

No que diz respeito aos preços, “o mecanismo do leilão vai pagar a diferença entre um determinado preço atingido em licitação e o preço de carbono existente no mercado.

Do lado da produção, o Governo já lançou um aviso de 40 milhões do POSEUR para a produção deste gás renovável, que representam um investimento total de 62,3 milhões de euros e uma capacidade instalada de 34 megawatts. No total mobilizam um total de 34 milhões de euros do Fundo de Coesão.

Mais recentemente, o Governo lançou também o primeiro aviso no valor de 62 milhões de euros no âmbito do “Apoio à produção de hidrogénio renovável e outros gases renováveis”, que faz parte de um pacote total de 185 milhões inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Para já, o objetivo passa por financiar os primeiros 88 MW (de um total de 264 MW) de capacidade de produção deste gás renovável em território nacional. Dourogás e Câmara de Cascais já se assumiram como candidatas

Já neste Orçamento do Estado, Governo quer destinar 68 milhões de euros no próximo ano ao fomento da produção de hidrogénio verde e de outros gases renováveis, de acordo com a proposta já entregue e que está agora a ser debatida. O executivo quer “alcançar, pelo menos, 2 GW [gigawatts] de energia solar fotovoltaica em funcionamento no Sistema Elétrico Nacional até final de 2022”.

Mais amplo é o pacote previsto na Estratégia Nacional do Hidrogénio e que o Governo tem alocado para esta década: são 400 milhões em 10 anos para financiar projetos de hidrogénio de pequena e média dimensão (os grandes vão a Bruxelas), um valor que o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, acredita que pode ser superado, e dos quais 225 milhões (mais de metade) serão executados em cinco anos.

H2Sines ainda não seguiu para Bruxelas para ser avaliado como projeto prioritário

Noutra frente, Portugal avançou já com uma primeira candidatura de três projetos de produção de hidrogénio verde ao estatuto de Projeto Importante de Interesse Europeu Comum (IPCEI) no Hidrogénio, junto da Comissão Europeia. Uma vez atribuído este estatuto por parte de Bruxelas, os projetos eleitos são considerados como prioritários e têm mais facilidade na obtenção de fundos comunitários significativos.

Bondalti, Fusion Fuel e 1s1Energy foram as três empresas selecionadas para integrar com os seus projetos esta primeira ronda IPCEI (Indústria e Tecnologia), “seguindo as orientações da coordenação alemã”, revelou ao ECO/Capital Verde o ministro do Ambiente.

Matos Fernandes explicou que “o mega projeto H2Sines não foi na primeira candidatura porque não houve estabilidade completa mas irá na segunda, e outros projetos que ainda veremos”.

“O H2Sines mantém-se de pé e tem a liderança de quem está nele desde o princípio. A Galp saiu para fazer próprio projeto. A EDP saiu para se aliar à Repsol. A fragmentação do H2Sines acabou por resultar num número muito maior de projetos de H2. Ou seja, o que era 1GW projetado para Sines até 2030 já são pelo menos 2,5 GW”, diz o ministro.

Para Matos Fernandes, a existência de hidrogénio verde vai ser um grande fator de atração da indústria para Portugal.

Quer o Governo exportar hidrogénio verde, envolvendo Sines, Leixões e Roterdão? Sim quer. Mas um dos grandes clientes internos é a própria refinaria da Galp em Sines e esses vão produzir para si próprios, mas não quer dizer que não exportem. A EDP e a Repsol vão produzir para complexo petroquímico. Sobra o H2Sines, onde há potencial de exportação. E a amónia verde da Bondalti também pode ser exportada”, rematou.

Quanto às próximas candidaturas a Bruxelas, diz o MAAc que “três projetos foram identificados, mas há mais projetos potenciais no levantamento da UE para as próximas vagas”, disse sublinhando que “qualquer seleção formal de Portugal apenas terá lugar após verificação do potencial da cadeia de valor europeia e análise de feedback da Comissão Europeia”.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, tinha já confirmado que a candidatura de Portugal ao IPCEI “está apresentada, na sua primeira fase”. “E já abriu uma segunda fase, que está a decorrer, e estimamos até ao fim de outubro, início de novembro, poder apresentar mais projetos neste segundo pacote de candidaturas”, disse também.

Na avaliação do ministro, os grandes projetos de hidrogénio em Portugal inserem-se sobretudo no IPCEI e nas verbas que o IPCEI poderá vir a financiar. “Alguns desses projetos já estão a avançar. O H2Sines, por exemplo, já teve um financiamento de 40 milhões de euros obtidos diretamente de Bruxelas”, disse o ministro. Em junho tinha já anunciado no Parlamento que “o projeto H2 de Sines é um dos únicos três projetos que a União Europeia já aprovou pelo seu mérito”.

Os dois maiores projetos de produção de hidrogénio em Portugal são precisamente o H2Enable da Bondalti (2,4 mil milhões de euros), localizado em Estarreja, e o H2Sines (no valor de 1,5 mil milhões de euros, agora já sem a EDP e a Galp, mas que está a ser liderado pela francesa Engie e integra também em consórcio a dinamarquesa Vestas e a portuguesa Martifer.

Matos Fernandes lembrou ainda que estes projetos têm mais opções disponíveis para obterem apoios ao seu desenvolvimento: “Não nos podemos esquecer das agendas inovadoras para a indústria. E estamos sinceramente convencidos que muitos projetos do domínio das energias renováveis vão ser candidatos. Desde as baterias e lítio, até à produção renovável mais sofisticada e gases renováveis”.

O ministro diz então que “cabe agora às empresas construir as suas agendas e fazer as suas candidaturas a fundos europeus, em verbas que não são geridas por nós, mas pelo Ministério da Economia. Sabemos que se vão confrontar com muitos projetos e candidaturas vindas da área da energia”, garantiu.

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Marcelo quer avaliação intercalar da execução do PRR em 2022

  • Lusa
  • 20 Outubro 2021

Uma conversa com um governante suscitou no Presidente da República a ideia de que deve ser feita uma avaliação intercalar da execução dos fundos do PRR em 2022, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República sugeriu que se faça uma avaliação intercalar da execução dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 2022, referindo que essa ideia resultou de uma conversa com um governante.

Num discurso de cerca de meia hora, na apresentação de um livro sobre fraude e corrupção, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa deixou “a sugestão de se proceder em 2022 a uma ponderação intercalar acerca do processo de execução de fundos”.

“É verdade que a avaliação mais de fundo será feita no final de 2023, em relação das várias disponibilidades ou montantes existentes. Mas pode ser útil a meio do caminho olhar para trás, olhar para este final de 2021 e para o entretanto ocorrido em 2022 e fazer uma avaliação intercalar, que poupe depois surpresas ou correções de percurso tardias”, considerou.

À saída do auditório, em resposta a questões dos jornalistas, o chefe de Estado frisou que se trata de “uma sugestão” e referiu que “resultou de uma conversa, aliás, com um responsável governativo, que dizia que talvez fosse boa ideia eventualmente antes da avaliação mais substancial em final de 2023 haver em 2022 uma avaliação intermédia da execução”. “Eu já tinha falado nisso no outro dia em Braga, retomei a ideia hoje”, acrescentou o Presidente da República.

Os compromissos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) têm de ser assumidos até 2023 e as respetivas despesas executadas até 2026.

Na sessão de apresentação do livro “Riscos de Fraude e Corrupção no Programa de Financiamento Europeu – Reflexões e Alertas”, coordenado por António João Marques Maia e editado pela Almedina, Marcelo Rebelo de Sousa deixou “uma reflexão final” sobre “a avaliação qualitativa do destino dos fundos europeus, isto é, da sua relevância para o efetivo desenvolvimento económico e social sustentável de Portugal”.

Segundo o chefe de Estado, esta é “uma dimensão que inevitavelmente virá a ganhar crescente controlo ou escrutínio de todos”, sobre a qual se tem falado menos, “um desafio adicional que acabará por se suscitar”.

“O melhor é dele estarmos plenamente conscientes, prevenindo hoje aprovações, apreciações ou rejeições, juízos e consequências emergentes amanhã”, aconselhou.

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S&P avança pela sexta sessão à boleia dos resultados empresariais

Mais de 85% das empresas do S&P 500 que já reportaram contas superaram as estimativas dos mercados, reforçando o otimismo dos investidores em relação à earnings season.

Os índices S&P 500 e Dow Jones encerraram a sessão desta quarta-feira em alta, aproximando-se de novos máximos históricos, à boleia dos bons resultados das empresas norte-americanas.

Avançando pela sexta sessão seguida, o S&P 500 somou 0,37%, para 4.536,19 pontos, e o industrial Dow Jones valorizou 0,43%, enquanto o tecnológico Nasdaq cedeu uns ligeiros 0,05%, depois de uma forte sessão das tecnológicas na terça-feira.

“O que interessa são os resultados das empresas e o que temos visto até ao momento tem sido acima do esperado”, sublinhou Jack Janasiewicz, da Natixis Investment Managers Solutions, citado pela Reuters.

“As expectativas também estavam em baixo para esta temporada de resultados, por isso torna as coisas mais fáceis. Com os resultados a saírem acima do esperado, isso impulsiona as ações”, acrescentou.

Com cerca de 14% das empresas do S&P 500 já com os resultados publicados, os analistas esperam que os lucros das cotadas deste índice de referência subam 33% face ao ano passado. Mais de 85% das empresas que já reportaram contas superaram as estimativas dos mercados.

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FAT gasta menos 3,5% com pensões de Trabalho no 1º semestre

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2021

Quedas e desastres de viação representam 60% dos processos de acidentes de trabalho abertos pelo Fundo de Acidentes de Trabalho. Empresas de seguros receberam mais 5% em reembolsos no 1º semestre.

No final do primeiro semestre (1ºS), o número total de processos de indemnizações de acidentes de trabalho em gestão no Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT) totalizava 2 122, dos quais 56%, ou 1 189 correspondem a situações de quota-parte de responsabilidade do Fundo (casos em que a retribuição declarada pela entidade empregadora, para efeitos de contrato de seguro, é inferior à real, não cobrindo a totalidade do risco). Segundo relatório publicado pela autoridade de Seguros (ASF), os restantes 44% ou 933 processos correspondem a situações em que não existe contrato de seguro, nos quais o Fundo assume a totalidade da responsabilidade pela reparação do acidente.

Quedas e desastres de viação são principais causas dos Acidentes de Trabalho

No relatório estatístico do FAT, refere-se que o fundo público autónomo abriu no semestre 105 processos de indemnizações (referentes a prestações de acidentes de trabalho) sendo que, no final do semestre, existiam 2 040 pensionistas com pensões em pagamento.

A distribuição dos processos por localização geográfica (distrito) da sua ocorrência, com referência a 30 de junho de 2021, Lisboa destaca-se como o distrito com o maior número de processos (456), seguida dos distritos do Porto (416) e de Braga (234). Relativamente à causa do acidente, os sinistros resultantes de queda (41%) são os que apresentam maior expressividade, seguidos dos acidentes de viação (18%) e dos acidentes resultantes da utilização de máquinas/ ferramentas (11%).

A 30 de junho de 2021 o número de processos de indemnizações com pensões em pagamento ascendia a 1 853 o que, comparativamente com 30 de junho de 2020, corresponde a um crescimento de cerca de 0,87%.

Da distribuição dos processos, por tipo de incapacidade/morte e respetiva variação homóloga destacam-se 620 processos em que os acidentes resultaram em morte (-0,32% do que em igual período de 2020), um total de 767 processos de sinistros de que resultaram Incapacidade Permanente Absoluta para o Trabalho Habitual (IPATH), um número que cresceu 2,27% face a junho e 120 processo de Incapacidade Permanente Absoluta. Os acidentes dos quais resultaram o tipo de incapacidade IPATH e a morte, constituem 75% do total dos processos em gestão e pensões em pagamento.

Montante pago em pensões de Acidente de Trabalho decresce 3,5%

O valor global dos montantes pagos a pensionistas ascendeu, no período, a 4,3 milhões de euros (-2% comparativamente ao período homólogo de 2020), a que correspondeu 848 mil e 588 mil euros em desembolsos, respetivamente, em maio e junho de 2021. Da despesa total do FAT até junho, calculada em cerca de 21,1 milhões de euros, perto de 3,94 milhões de euros são especificamente pensões de acidentes de trabalho, um valor que decresceu 3,5% face ao primeiro semestre de 2020.

O total dos montantes pagos a pensionistas inclui um leque de prestações devidas por acidentes de trabalho: pensões, prestações suplementares por assistência a terceira pessoa, capitais de remição, indemnizações diárias por incapacidade temporária, subsídios diversos e prestações em espécie.

Na caracterização dos pensionistas por tipo e sexo, de um total de 2 040 pensionistas, dos quais 1 233 são os sinistrados, 1 048 são mulheres e 185 homens. Considerando a tipificação cônjuges, ex-cônjuges e uniões de facto, 544 são homens e quatro são mulheres. Os restantes 259 distribuem-se por órfãos (215), ascendentes (39) e outros parentes sucessíveis (5).

A média etária do universo de sinistrados é calculada em 59 anos, com pensão média anual a rondar 3,34 mil euros, enquanto os órfãos, com idade média de 23 anos recebem pensão anual média de 1 891 euros.

Empresas de seguros pagam 57 milhões e recebem de volta 16,85 milhões

No que respeita aos reembolsos às empresas de seguros, que representam cerca de 80% do total da despesa do FAT, foram pagos 16,9 milhões de euros (+ 5% comparativamente ao período homólogo de 2020), 84% da quantia referente a atualizações de pensões, 10% a duodécimos adicionais e o restante respeitou a atualizações de prestações suplementares por assistência a terceira pessoa, a cargo destas empresas. No balanço do semestre, as empresas de seguros foram reembolsadas em 16,85 milhões de euros, mais 5,1% do que um ano antes, de acordo com os dados do relatório semestral do FAT.

Relativamente à receita, no primeiro semestre de 2021, a título de reembolsos de indemnizações e de reversões, o montante recebido pelo FAT ascendeu a 1,1 milhões de euros (+ 6% comparativamente ao período homólogo de 2020). Quanto à receita resultante da aplicação das percentagens de 0,15% sobre os salários seguros e de 0,85% sobre o capital de remição das pensões em pagamento e sobre a provisão matemática das prestações suplementares por assistência a terceira pessoa, foi de, aproximadamente, 47 milhões de euros e de 9,8 milhões de euros, respetivamente.

Assim, detalha o relatório, o montante total recebido pelo FAT com origem nas empresas de seguros, que representa cerca de 98% do total da receita, foi de, aproximadamente, 57 milhões de euros (+1% comparativamente ao período homólogo de 2020). A título de coimas, a receita arrecadada foi de 1,5 milhões de euros.

Junho forte em recuperações no FAT

Quanto a montantes recuperados a título de reembolso de indemnizações, durante o primeiro semestre de 2021 registou-se a mesma tendência dos recebidos no período homólogo de 2020, com exceção do mês de junho que apresenta um aumento de 30% no montante recuperado. Entre as entidades responsáveis em processos de indemnização em que o FAT se constitui credor, 60% são entidades em insolvência e 20% têm insuficiência económica.

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Seguros em Espanha crescem 4,1% até setembro, Mapfre retoma liderança do ranking

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2021

A receita aproximou-se de 44,9 mil milhões de euros, mais 4,1% do que no acumulado até final do 3ºT de 2020. Mas, na comparação com igual período de 2019, o negócio ainda é 7,39% inferior.

O volume de negócios dos seguros em Espanha cresceu até final de setembro de 2021, mas ainda ficou aquém dos níveis pré-pandemia (2019), revelou associação de seguradores (Unespa) assinalando dinamismo em linhas comerciais, seguros multirrisco e saúde, enquanto o ramo automóvel nota que ainda não recuperou terreno e as poupanças geridas pelas seguradoras permaneceram estabilizadas em torno de 193,19 mil milhões de euros.

No final do terceiro trimestre (3ºT), a receita agregada de prémios das seguradoras aproximou-se de 44,9 mil milhões de euros, mais 4,10% do que o acumulado um ano antes. No entanto, na comparação com os primeiros nove meses de 2019, o negócio ainda é 7,39% inferior. Por conseguinte, considera a associação do setor, os seguros estão a dar sinais de recuperação após o surto da pandemia da COVID-19 em Espanha e das medidas tomadas para a conter, “mas ainda não cobriram todo o terreno perdido”.

Dos rendimentos obtidos até final do 3ºT, mais de 28,4 mil milhões correspondiam ao ramo não-Vida e os restantes 16 466 milhões de euros ao ramo Vida, conforme informação provisória baseada em dados recolhidos pela Investigación Cooperativa de Entidades Aseguradoras (ICEA), entidade de referência em estatística e estudos no setor segurador em Espanha.

Entre os grupos seguradores, a Mapfre retomou a liderança de mercado, superando a VidaCaixa, refere a plataforma de informação especializada Inese.es. Enquanto o conjunto das 10 maiores responde, em faturação, por cerca de 63% do mercado, o Top 3 representa em conjunto um terço do total. Nota ainda para o crescimento relativo evidenciado pelo grupo Helvetia (+351,6%) e a Zurich (+12,2%), em contraste com os decréscimos por parte de Santalucía (-13%) e Ibercaja (-5,45%).

TOP 20 – Grupos seguradores por total de prémios até 3ºT

Fonte: Inese.es. Apresentação ECOseguros


No ramo Vida, as receitas em prémios, cresceram 5,74% numa base anual, mostrando ainda queda de 21,77% na comparação com os dados até setembro 2019. O volume de poupanças gerido através de seguros manteve tendência estável, com provisões técnicas calculadas em 193,195 milhões de euros no final de setembro, segundo síntese da Unespa.

O volume de negócios nos seguros não-Vida manteve evolução positiva, evidenciando aumento anual de 3,17% em relação a setembro de 2020, e de 3,66% em relação ao mesmo mês de 2019. Nos últimos 12 meses, o seguro de propriedades cresceu 5,19% superando levemente os 6 000 milhões de euros e o seguro de saúde recuperou mais 5,04% de ano para ano, para 7,37 mil milhões de euros. Os seguros diversos ou “Outros” (que englobam os da atividade empresarial) contribuíram com 6,781 milhões de euros, a crescerem 4,54% no último ano, refletindo recuperação económica gradual.

A contrastar, o ramo automóvel, com receitas de 8,26 mil milhões de euros, registou variação negativa de 0,87% face a setembro de 2020, seguindo 2,99% inferior face ao mesmo período de 2019.

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OK! teleseguros anuncia nova solução Saúde mais personalizável

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2021

A operadora do grupo Fidelidade tem um novo seguro OK! Saúde, e foca a distinção na flexibilidade e possibilidade de personalização que a solução oferece.

A OK!, operadora da Via Directa está a comunicar uma nova proposta de seguro Saúde em que o cliente escolhe as coberturas adicionais que pretende incluir no seu seguro, podendo de igual modo rejeitar as que não lhe interessem. Todos os seguros OK! Saúde garantem, na sua base, a cobertura Medicina Online – que inclui consultas médicas online 24h/7 dias, consultas de especialidade mediante agendamento, confirmação de diagnóstico, orientação nutricional e um programa de cessação tabágica, entre outras garantias -, bem como consultas médicas ou serviços de enfermagem e fisioterapia ao domicílio e o acesso a parceiros com descontos e vantagens na Rede de Cuidado e Bem-Estar da seguradora.

Através da nova campanha, assente no mote “O seguro OK! Saúde é feito à medida de cada um,” a marca do universo Fidelidade pretende comunicar a “flexibilidade e possibilidade de personalização que a nova solução oferece”. Com a nova proposta de saúde da OK! teleseguros, “cada cliente pode agora criar um seguro à sua medida, escolhendo apenas as coberturas de que necessita para cuidar de si e da sua família com a proteção adequada”.

No entanto, refere um comunicado, “é o cliente que escolhe as coberturas adicionais que pretende incluir no seu seguro, de forma a ter uma solução realmente personalizada e adequada às suas necessidades”, como Consultas, Exames e Tratamentos, Internamento Hospitalar, Acesso à Rede de Estomatologia e Acesso à Rede de Óticas são os packs de contratação opcional disponibilizadas pela companhia.

Pioneira em Portugal na venda de seguros por telefone e internet, a OK!teleseguros recorda que, no início do mês, lançou também uma campanha Multirramo, com o objetivo de comunicar a diversidade de produtos que tem para oferecer, “mas também o facto de estar disponível através de vários canais, podendo o cliente escolher o mais adequado para si, em cada momento”.

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PayPal oferece 45 mil milhões de dólares pela rede social Pinterest

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

A plataforma de pagamentos digitais PayPal apresentou uma proposta para comprar a rede social Pinterest por 45 mil milhões de dólares.

A plataforma de pagamentos digitais PayPal apresentou uma proposta para comprar a rede social Pinterest por 45 mil milhões de dólares, disseram fontes próximas do assunto à Reuters.

De acordo com uma das fontes, o PayPal oferece uma contrapartida de 70 dólares por ação, na sua maioria em ações, pelo Pinterest.

Os executivos da plataforma de pagamentos digitais esperam ser bem-sucedidos nesta operação e anunciar o negócio a tempo da apresentação dos resultados trimestrais, que terá lugar a 8 de novembro.

As mesmas fontes sublinharam que não é certo que o negócio chegue a um bom porto e também lembraram que os termos da operação poderão mudar até à conclusão da transação.

Ainda assim, a operação surge numa altura de forte crescimento das compras digitais através dos produtos que os consumidores veem nas redes sociais, muitas vezes seguindo os chamados influencers em plataformas como o Instagram ou TikTok.

Nessa medida, o Pinterest permitiria ao PayPal aumentar o seu negócio por via do e-commerce e diversificar as suas fontes de receita através da publicidade na rede social.

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Ricardo Negrão escolhido para chefiar negócio Cyber Risk na Aon Portugal

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2021

Com longa experiência na área de sistemas de informação, o novo responsável da Aon esteve ultimamente na PLMJ implementando a primeira solução com SAP numa sociedade de advogados em Portugal

Ricardo Negrão foi nomeado Head of Cyber Risk da Aon em Portugal, assumindo a responsabilidade pela área de negócio da empresa dedicada ao desenvolvimento e implementação de estratégias e soluções de gestão do risco cibernético junto dos seus clientes, anunciou a companhia líder em serviços profissionais em corretagem de seguros, consultoria de risco, reformas e saúde.

Ricardo Negrão, nomeado Head of Cyber Risk da Aon em Portugal.

Com mais de 20 anos de experiência acumulada em consultoria de sistemas de informação, Ricardo Negrão desempenhou vários projetos, entre os quais a implementação de ERPs (Sistema Integrado de Gestão Empresarial), de solução de cloud, de soluções Microsoft e soluções de segurança, e na área da cibersegurança, tendo desenvolvido e implementado um SOC (Centro de Operações de Segurança), uma ferramenta de SIEM (Sistema de Gestão de Informação e Eventos de Segurança), um programa de awareness para os colaboradores, boas práticas e controlos de segurança e introdução de controlos relacionados com o normativo do RGPD.

Sobre a estratégia da Aon para a área de Cyber Risk, Ricardo Negrão afirma que “a digitalização das organizações está cada vez mais avançada e origina novos riscos. Os riscos cibernéticos para os quais as organizações não estão preparadas fazem com que os incidentes de segurança sejam cada vez mais frequentes nas organizações. E para fazer face à escalada destas ameaças, é importante as empresas desenvolverem e implementarem uma estratégia de gestão de risco robusta e adequada ao seu nível de exposição ao digital. Este é um tema importante, no qual a Aon quer contribuir e, em conjunto com os seus clientes e parceiros, encontrar as melhores soluções de acordo com as exigências dos tempos atuais”.

Licenciado em Bioquímica pela Univ. de Coimbra e pós-graduado em Gestão de Sistemas de Informação pela Univ. Católica, a que junta certificações ISO na área da privacidade de dados pessoais, Ricardo Negrão é também membro ativo na comunidade IT4Legal. O novo Head of Cyber Risk da Aon Portugal iniciou a sua carreira na CapGemini como consultor de sistemas de informação, tendo passado pela Ordem dos Advogados, onde desenvolveu a assinatura digital no contexto da comunicação segura entre os advogados e os sistemas de informação da Justiça.

Posteriormente, acrescenta ainda o comunicado da Aon, Ricardo Negrão colaborou com o Ministério da Justiça, “onde elaborou e desenvolveu o Programa Estratégico de Sistemas de Informação para a Justiça”. Antes de ingressar na Aon Portugal, esteve na PLMJ enquanto responsável pela implementação da primeira solução com SAP numa sociedade de advogados em Portugal.

 

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