Mais de 14 mil suspeitas de reações adversas às vacinas registadas em Portugal

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

Apenas uma em cada mil inoculações apresenta efeitos secundários adversos, um número pequeno e que não põe em causa a segurança das vacinas, avisa o Infarmed.

Mais de 14 mil suspeitas de reações adversas às vacinas contra a covid-19 foram registadas em Portugal e houve 82 casos de morte comunicados em idosos, mas não está demonstrada a relação causa-efeito, segundo o Infarmed.

De acordo com o último relatório a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, até ao dia 31 de agosto foram notificadas 14.447 reações adversas (uma por cada 1.000 vacinas administradas), a maior parte (7.581) referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty), seguindo-se a da AstraZeneca (Vaxzevria), com 4.188, a da Moderna (Spikevax), com 1.486, e a da Janssen, com 1.136 casos.

O Infarmed sublinha, contudo, que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas”, uma vez que foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e “em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.

Os dados do Infarmed indicam que por cada mil doses administradas foram comunicadas uma reação adversa no caso das vacinas da Pfizer (Comirnaty), Moderna e Jansen, enquanto no caso da caso da AstraZeneca (Vaxzevria) o valor passa para duas.

No entanto, face ao número total de vacinas administradas, o Infarmed refere que as reações adversas “são pouco frequentes”, com cerca de um caso em cada mil inoculações, “um valor estável ao longo do tempo”.

No total de 14.664.616 doses administradas, o Infarmed registou 14.447 casos de reações adversas, das quais 5.373 graves (37,2%), entre elas 82 casos de morte entre pessoas com uma média de 77 anos de idade.

“Os casos de morte ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 77 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, escreve o Infarmed.

O relatório acrescenta ainda que, dos casos de reações adversas classificados como graves, “cerca de 90% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral) e outras consideradas clinicamente significativas pelo notificador, quer seja profissional de saúde ou utente”.

Por grupo etário, aquele que mais casos de efeitos adversos graves registou foi o dos 25 aos 49 anos (2.536 casos), aquele que teve também o maior número de vacinas administradas (5.052.411).

No relatório, a Autoridade do Medicamento dá conta de 17 casos não graves de efeitos adversos em crianças com menos de dois anos, justificando: “Relativamente aos casos ocorridos na faixa etária dos menores de 2 anos, estes dizem respeito a ocorrências não graves de febre, regurgitação ou irritabilidade em crianças cujas mães poderão ter sido expostas à vacina”.

Diz ainda que na faixa etária dos 12-17 anos, os 20 casos notificados como graves referem-se na sua maioria a “situações já descritas na informação das vacinas”, e que são reações de tipo alérgico, que dependem do perfil individual do vacinado. “São casos que motivaram observação e/ou tratamento clínico, mas todos tiveram evolução positiva e sem sequelas. Quatro destes casos foram casos de miocardite”, acrescenta.

Nos casos de reações graves, o Infarmed informa que foram confirmados três casos de trombose e trombocitopenia (dois relacionados com a vacina Vaxzevria e um da Jansen), quatro considerados “prováveis” e cinco classificados como “possíveis”.

A Autoridade do Medicamento refere ainda que o Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) reviu os dados disponíveis e “confirmou uma associação estatística possível entre as vacinas de mRNA e o aparecimento de miocardite/pericardite” e indica que em Portugal foram notificados como potencialmente associados a uma vacina contra a COVID-19 de mRNA mais uma dezena de casos (três confirmados, sete prováveis e um classificado como “possível”).

O Infarmed refere ainda a notificação de um caso confirmado de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) – doença inflamatória do sistema nervoso periférico -, associado à vacina da Janssen, quatro casos considerados “prováveis” (dois potencialmente associados à vacina Janssen e outros dois à Vaxzevria) e de outros dois casos considerados “possíveis” (Janssen).

Acrescenta que, após avaliação de todos os dados disponíveis, “o PRAC considerou que é possível a existência de uma relação causal entre as vacinas Vaxzevria e covid-19 Janssen e a SGB” e que “não foi identificada uma relação causal entre a SGB e as vacinas Comirnaty e Spikevax”.

Lembra ainda que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou “um procedimento de sinal de segurança para avaliar o grau de associação entre as vacinas contra a covid-19 e o desenvolvimento de síndrome inflamatória multissistémica (MIS, sigla em iglês), em crianças ou adultos, e refere que até dia 31 de agosto foi notificado em Portugal um caso, ocorrido numa adolescente de 16 anos, associado à vacina Comirnaty.

“Não eram conhecidos quaisquer antecedentes pessoais de relevo e foi laboratorialmente confirmada a inexistência de infeção por SARS-CoV-2. A reação adversa implicou internamento hospitalar, mas a doente encontra-se estável e já em recuperação”, acrescenta.

As 10 reações mais notificadas referem-se a casos de Mialgia/dor muscular (3.044), cefaleia/dor de cabeça (3.534), pirexia/febre (3.532), mialgia (dor muscular (3.481), dor no local da injeção (2.999), fadiga (1.677), calafrios (1.494), náusea (1.339) e artralgia/dor articular (1.084).

Foram ainda registados casos de dor generalizada (980), tonturas (854), mal estar geral (815), Linfadenopatia /aumento de volume dos gânglios linfáticos (743), dor nas extremidades corporais (727), astenia/fraqueza orgânica (676) e vómitos (659).

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Comissão Europeia espera concluir avaliação do PRR da Hungria até ao final de setembro

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da Hungria está a ser avaliado pela Comissão Europeia desde maio. O compromisso é acabar a avaliação até ao final de setembro.

Tanto a Hungria como a Polónia entregaram o seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em maio, mas continuam pendentes da avaliação da Comissão Europeia por causa de variados problemas relacionadas com o Estado de direito. No caso da Hungria, o vice-presidente da Comissão Europeia para a economia, Valdis Dombrovskis, afirmou esta segunda-feira que o objetivo é concluir a avaliação até ao final deste mês.

Na conferência de imprensa após a reunião do ECOFIN em que foram aprovados os PRR da Chéquia e da Irlanda, o comissário europeu foi confrontado com questões dos jornalistas sobre os planos da Hungria e da Polónia. No caso da Hungria, Dombrovskis referiu que o país aceitou prolongar o período de avaliação até ao final de setembro. De acordo com o regulamento do PRR, a Comissão tinha dois meses para avaliar o plano, prazo que terminou em julho.

Nesse mesmo mês, o comissário europeu para a Justiça, o belga Didier Reynders, tinha dito que as condições para a aprovação do PRR passavam por garantias de que a Hungria — que deverá receber 7,2 mil milhões de euros em subvenções ao abrigo do PRR — iria investigar os casos de corrupção revelados pela agência antifraude da UE (OLAF).

O letão não quis dar mais pormenores sobre as negociações entre Bruxelas e Budapeste, assinalando apenas que os “desafios estão identificados” e que a avaliação passa pelos 11 critérios definidos no regulamento do PRR acordado entre os 27 Estados-membros da União Europeia e o Parlamento Europeu. Porém, notou que “nem todos os desafios estão ligados especificamente ao PRR” e que no caso da Hungria estão a avaliar as “potenciais implicações” de alguns dos problemas do Estado de direito no PRR.

O mesmo se aplica à Polónia — que deverá receber 23 mil milhões de euros em subvenções e 34 mil milhões de euros em empréstimos –, cujo tribunal principal está a preparar uma decisão sobre se a lei da União Europeia tem primazia sobre a constituição polaca. O pedido ao tribunal foi feito pelo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki depois de o Tribunal Europeu de Justiça ter dito que parte da reforma judicial do Governo polaco não estava de acordo com a lei europeia.

Dombrovskis assumiu que a Comissão Europeia está a olhar para a “questão fundamental da supremacia da lei europeia” na Polónia e para as eventuais “implicações” da decisão do tribunal polaco no PRR. Contudo, a avaliação continua em andamento, disse, recusando-se também neste caso a dar mais pormenores sobre o assunto.

Na mesma conferência de imprensa, o vice-presidente da Comissão Europeia foi ainda confrontado com potenciais conflitos de interesse no uso de fundos europeus na Chéquia, num caso que envolve o atual primeiro-ministro Andrej Babiš, que se está a recandidatar às eleições nacionais de outubro. Dombrovskis esclareceu que o executivo comunitário vai obrigar o país a implementar oito marcos no sistema de controlo dos fundos do PRR para que possa receber o primeiro pagamento regular.

Com a aprovação do PRR checo (sete mil milhões de euros) e o irlandês (989 milhões de euros), a União Europeia atingiu um total de 18 PRR aprovados formalmente pela Comissão Europeia e pelo ECOFIN. O letão indicou ainda que espera receber o primeiro pedido de um pagamento regular — os pagamentos “normais” do PRR que se seguem ao pagamento do pré-financiamento, uma primeira tranche equivalente a 13% do total que não tem condicionantes — até ao final do mês, sem referir que países deverão fazê-lo. Até ao momento já foram libertados quase 50 mil milhões de euros relativos à tranche de pré-financiamento, incluindo os 2,2 mil milhões que Portugal recebeu.

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Governo espanhol diz ter “grande plano de choque” para baixar preço da luz

  • ECO
  • 6 Setembro 2021

Este plano, que está "iminente", servirá também para reformar o setor da energia e atuará sobre a tributação, segundo diz a ministra da Política Territorial, Isabel Rodríguez.

A ministra da Energia de Espanha, Teresa Ribera, revelou em entrevista ao Expansión (acesso condicionado) que o Executivo espanhol tem um “grande plano de choque” para baixar os preços da eletricidade e reformar o setor.

Até agora, temos feito muito bem em criar um clima favorável ao investimento no setor energético em Espanha, mas precisamos que o consumidor esteja connosco e também que perceba que o esforço que estamos a fazer se traduz numa redução do custo da eletricidade“, afirmou a também vice-presidente do Governo espanhol.

No final de agosto, a ministra fora ao Parlamento avisar que a fatura da eletricidade pode disparar 25% este ano: dos 512 euros em 2020 para 644 euros em 2021, em termos médios anuais. Em Espanha, a taxa de inflação subiu para os 3,3% em agosto, o valor mais elevado registado desde 2012.

Entretanto, esta segunda-feira, a ministra da Política Territorial e porta-voz do Governo espanhol, Isabel Rodríguez, explicou que o plano para travar o aumento dos preços da luz está “iminente” e atuará sobre a tributação, mas não só: “falamos muito sobre o preço do kW/hora, que é o mercado grossista, mas temos de ver como vai ser a conta, independentemente do preço do kW/hora”. “Essa é a preocupação do Governo”, sublinhou, em entrevista à Rádio Nacional de Espanha.

Isabel Rodríguez garantiu também que o chefe do Executivo, Pedro Sánchez, cumprirá o compromisso anunciado de que a conta de eletricidade no final de 2021 será semelhante à de 2018.

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Ericsson anuncia novo presidente e CEO na Península Ibérica

Andrés Vicente sucede a Javier García Gómez, que ocupava o cargo interinamente desde junho de 2020.

Andrés Vicente é o novo presidente da Ericsson para a região Ibérica e CEO da Ericsson Espanha.

Andrés Vicente acaba de integrar a equipa da Ericsson como presidente da multinacional para a região Ibérica, incluindo os negócios da empresa em Portugal, Espanha, Andorra e Gibraltar, assim como CEO da Ericsson Espanha, funções que assumirá a partir de 1 de outubro.

“A Ericsson está na vanguarda da implantação do 5G em todo o mundo e tem um papel especialmente relevante em Espanha e Portugal, onde a tecnologia é extremamente importante para as ambições económicas de ambos os países. Estou muito honrado por ingressar nesta empresa e pela oportunidade que representa para liderar este caminho, para um futuro cativante, em parceria com todas as operadoras de rede móvel”, afirma Andrés Vicente, citado em comunicado.

O novo presidente para a região Ibérica e CEO da Ericsson Espanha junta-se ao grupo Ericsson vindo da Vodafone Espanha, onde esteve mais de 25 anos. Sucede a Javier García Gómez, que ocupava o cargo interinamente desde junho de 2020 e retornará agora à sua posição, continuando a ser membro da equipa de direção da companhia.

A nomeação de Andrés Vicente surge num momento crucial, em Espanha e em Portugal, como também no resto da Europa, onde a aceleração da implementação da tecnologia 5G “representa uma oportunidade única para a reconstrução económica dos países, após o impacto da Covid-19”, justifica a Ericsson.

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Galp estreia bicicletas elétricas na World Bike Tour

  • Carolina Bento
  • 6 Setembro 2021

As bicicletas elétricas Galp Ryde foram produzidas em parceria com a empresa portuguesa Esmaltina. Estão disponíveis para venda online a partir de outubro.

O World Bike Tour 2021 teve lugar este domingo, entre Lisboa e Oeiras e, desta vez, contou com a participação de 45 colaboradores da Galp. Estes funcionários da energética pedalaram em bicicletas elétricas em estilo clássico (“pasteleiras”) e BTT, para testar o Galp Ryde. Segundo a empresa, em comunicado, este novo conceito “representa a aproximação da enérgica a novas tendências no território da mobilidade urbana sustentável”.

Bicicletas elétricas Galp RydeGalp 06 Setembro, 2021

Este ano, a empresa patrocinou a World Bike Tour, onde se estreou a categoria de bicicletas elétricas. As bicicletas Galp Ryde, “acrónimo de Regenerate Your Dynamic Energy”, foram produzias pela empresa nacional Esmaltina, em parceria com a energética. Segundo a Galp, o público pode comprá-las online a partir de outubro, embora esteja disponível apenas um número limitado.

Esta é apenas a primeira fase do conceito que a empresa que desenvolver. O objetivo seguinte é tornar as bicicletas elétricas acessíveis para aluguer, de acordo com a Galp. Segue-se também a sua disponibilização na sede em Lisboa e nos escritórios em Espanha para que os funcionários possam fazer os seus percursos entre casa e o trabalho usando o transporte sustentável da empresa.

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Patronato britânico urge Governo a flexibilizar recrutamento de estrangeiros

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

Confederação da Indústria Britânica (CBI) urge o Governo a flexibilizar o recrutamento de trabalhadores estrangeiros devido à falta de trabalhadores em certos setores económicos.

A Confederação da Indústria Britânica (CBI) urgiu esta segunda-feira o Governo a flexibilizar o recrutamento de trabalhadores estrangeiros devido à falta de trabalhadores em certos setores económicos, que a principal organização do patronato receia poder prolongar-se durante dois anos.

“Ficar parado e esperar que a escassez se resolva não é a melhor maneira de gerir uma economia. Precisamos de resolver simultaneamente as necessidades económicas de curto prazo e a reforma económica de longo prazo”, afirmou o diretor geral da CBI, Tony Danker, em comunicado.

A CBI, que representa 190.000 empresas com mais de sete milhões de funcionários, quer que o Governo aumente a lista de profissões específicas que alivia as restrições ao recrutamento de estrangeiros, para incluir, por exemplo, motoristas de veículos pesados, soldadores, talhantes e pedreiros. Outras funções identificadas como tendo carências são a apanha de frutas e flores, limpezas, cozinha, montagem de andaimes ou carpintaria.

A lista que o Governo identificou, aliviando os requisitos para atribuir vistos de trabalho, é sobretudo composta por profissionais qualificadas, como cientistas, engenheiros, informáticos, profissionais de saúde, veterinários ou arquitetos.

Danker aceita a necessidade de formar e recrutar mais trabalhadores britânicos, mas argumenta que isto leva tempo e que são precisas “intervenções temporárias e direcionadas” e avisou que a crise poderá prolongar-se durante dois anos em alguns casos. ​​​​​​

Setores como a restauração, transportes e processamento alimentar têm-se queixado nas últimas semanas de falta de mão-de-obra, culpando uma “tempestade perfeita” criada pelo impacto da pandemia e do sistema de imigração pós-Brexit implementado desde o início do ano, que complica a entrada de europeus no Reino Unido.

A escassez de motoristas de pesados, muitos dos quais europeus que regressaram aos seus países durante a pandemia, fez com que grandes redes de supermercados como a Tesco e Asda e tenham introduzido prémios iniciais de 1.000 libras (1.167 euros) para atrair candidatos.

Várias lojas e restaurantes britânicos têm também sofrido com a falta de produtos, como bebidas, devido aos problemas na logística de transporte de mercadorias, que também deverão atrasar o início da campanha de imunização contra a gripe no Reino Unido devido à falta de vacinas.

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BE quer seguir Governo espanhol e eliminar “lucros abusivos” das barragens

O Bloco apresentou medidas para mitigar os efeitos das subidas do preço da eletricidade, nomeadamente para limitar as remunerações das barragens.

O Bloco de Esquerda quer seguir o Governo espanhol e eliminar os lucros “abusivos” que as barragens auferem por terem a remuneração alinhada pela das centrais a gás, numa altura em que os preços da eletricidade no mercado grossista atingem recordes. Para além disso, o partido quer a “reversão do jackpot eólico decidido pelo Governo Passos Coelho”.

A subida de preços “que não tem precedente” poderá levar a um aumento de cerca de 10 euros na fatura mensal em 2022, se nada for feito, de acordo com os cálculos apresentados por Catarina Martins, em conferência de imprensa. O preço é uma “bomba relógio nas faturas dos consumidores”, defende a coordenadora do Bloco.

O partido avança assim com propostas para impedir o aumento dos preços da luz, incidindo sobretudo sobre duas “remunerações excessivas”. Por um lado, as remunerações das barragens serem pagas “como se emitissem CO2”, o que leva a “lucros abusivos”. A líder bloquista aponta que o Governo espanhol já anunciou medidas neste sentido, defendendo que avancem também em Portugal.

Por outro lado, o Bloco quer também reverter a medida decidida pelo Governo de Pedro Passos Coelho, que estendeu a garantia de remuneração às eólicas, que “remunera acima do que é necessário”, aponta. Assim, há “dois ganhos excessivos das produtoras elétricas” que o partido quer eliminar, e urge por isso o Governo a atuar.

Quanto às medidas que o Governo está a estudar, o Bloco aponta que estas não estão explicadas nem desenhadas: “não se percebe impactos, não corta rendas excessivas”. Já aquela que incide sobre o Fundo Ambiental, para compensar os efeitos da alta de mercado, “é profundamente errada”. “Temos de ser capazes de corrigir injustiças ao mesmo tempo que temos política ambiental”, sinaliza a bloquista.

Estas propostas surgem antes do Orçamento do Estado (OE), por via de projetos de resolução, já que “o preço da energia não e definido no OE” e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) “vai decidir antes do OE qual é o preço da energia”, explica Catarina Martins.

Ainda assim, avanços nesta área poderão ajudar nas negociações para o OE. “Seguramente que passos que sejam eficazes para combater rendas excessivas da energia, garantindo um preço adequado, é sempre melhor início da conversa do que deixar preços disparar“, reitera a coordenadora bloquista.

(Notícia atualizada às 11h45)

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Sucesso profissional: o que aprender com Leonardo da Vinci? Crónica de uma geração sob pressão

  • PESSOAS + EY
  • 6 Setembro 2021

Tânia Ribeiro, Senior Manager EY, People Advisory Services, deixa nesta crónica uma reflexão importante: o que é para si, caro leitor, sucesso profissional?

Os colaboradores, não obstante o setor, sentem-se cada vez mais pressionados. O trabalho aumenta e as equipas diminuem. Fazer mais com menos é a máxima instituída na demanda de organizações mais eficientes. A isso acresce a necessária exigência com a qualidade e a criatividade. E com a disrupção, uma vez que o consumidor está a mudar os seus hábitos, o mercado é global e os concorrentes surgem dos locais mais inesperados, agora que os jovens se juntam online nos intervalos dos campeonatos de Playstation e formam startups com ideias esdrúxulas, mas que, são um sucesso.

Depois temos os novos temas do reskilling, da tecnologia e dos analytics. Para ganhar às máquinas, os colaboradores nos dias que correm sentem que têm de ser mais rápidos do que a luz, mais inteligentes que o Kasparov e pelo menos tão bons como o Nostradamus a prever o futuro (neste caso, o futuro dos mercados). E tudo enquanto asseguram as tarefas rotineiras que ninguém vê nem valoriza, mas essenciais para o negócio.

"Quando em contexto profissional fazemos o que nos apaixona, conseguimos gerir melhor a pressão, ter maior capacidade de entrega e de performance. É preciso então ter coragem para nos questionarmos e perceber o que nos faz feliz. Devemos assumir o ownership da nossa carreira”

Tânia Ribeiro

Senior Manager EY, People Advisory Services

A adicionar a isto, e na procura da agilidade, as organizações estão cada vez mais flat, o conceito de carreira profissional está a mudar e fala-se sobretudo em colaboração (que não representa necessariamente mais ordenado ao final do mês), e que se traduz muitas vezes em perceções de falta de reconhecimento por parte das lideranças. Por último, sob toda a pressão sentida, é ainda pedido aos colaboradores que demonstrem inteligência emocional para lidarem com situações adversas, transformando emoções negativas em algo de positivo e, se possível, de valor acrescentado para a empresa.

Mas porquê chamar à conversa, para discutir os desafios do futuro, Leonardo da Vinci, um homem do renascimento, que no seu tempo não teve de lutar pelo “direito de desligar” e de conseguir conciliar a exigência profissional com a vida pessoal? Por uma razão muito simples: Leonardo da Vinci era um génio, mas não era perfeito. E essa talvez seja a primeira ideia que temos de interiorizar. Vivemos num contexto profissional complexo, ambíguo, de elevada velocidade, que nos desafia constantemente. É impossível sermos perfeitos. Se o assumirmos com humildade e responsabilidade, vamos conseguir retirar uma parte significativa da pressão.

"Nos dias que correm, para sermos inovadores e pensar futuro, é essencial conseguir acompanhar tendências, cruzar saberes, fazer o connecting the dots, testar sem medo de errar e construir soluções de valor acrescentado.”

Tânia Ribeiro

Senior Manager EY, People Advisory Services

O Leonardo era um apaixonado pelo que fazia. Para ele não lhe bastava saber, queria compreender a fundo e depois imaginar. E desta vontade retirava motivação para alimentar o seu processo criativo, em constante movimento. Quando em contexto profissional fazemos o que nos apaixona, conseguimos gerir melhor a pressão, ter maior capacidade de entrega e de performance. É preciso então ter coragem para nos questionarmos e perceber o que nos faz feliz. Devemos assumir o ownership da nossa carreira, desafiando-nos a nós e à nossa organização a encontrar/criar essas oportunidades.

Não obstante o seu enorme talento, o Leonardo dedicava-se totalmente ao trabalho, por vezes de forma quase obsessiva, para atingir o melhor resultado. Prova disso são, por exemplo, os inúmeros cadernos com esboços, anotações e estudos sobre o corpo humano e a dissecação de cadáveres, para melhor compreensão da anatomia. Trabalho, esforço e dedicação são características intemporais para o sucesso. Mesmo as competências que não nos são inatas conseguimos trabalhá-las e atingir níveis elevados de performance. Necessitamos para isso de definir um objetivo, traçar um plano, estudar e praticar com dedicação.

"Sucesso profissional é um conceito subjetivo, e ser CEO não é sinónimo direto de felicidade. Termino desta forma com um desafio: o que é para si, caro leitor, sucesso profissional?”

Tânia Ribeiro

Senior Manager EY, People Advisory Services

A sua curiosidade e inquietação em compreender o mundo e imaginar o futuro fê-lo cruzar disciplinas. Leonardo foi o maior polímata da história. Apesar de o reconhecermos sobretudo pela pintura, foi também cientista, matemático, arquiteto, botânico, anatomista, escultor, entre outros. Como inventor idealizou, por exemplo, máquinas voadoras nunca antes imaginadas. Nos dias que correm, para sermos inovadores e pensar futuro, é essencial conseguir acompanhar tendências, cruzar saberes, fazer o connecting the dots, testar sem medo de errar e construir soluções de valor acrescentado.

Vivemos numa época de muita pressão e ruído, e esse contexto dificilmente o conseguiremos mudar totalmente. Temos assim de procurar a solução em nós, focando-nos no essencial, naquilo que nos faz feliz e lutar com resiliência (sim, a inteligência emocional é mesmo importante) pela nossa causa. Sucesso profissional é um conceito subjetivo, e ser CEO não é sinónimo direto de felicidade. Termino desta forma com um desafio: o que é para si, caro leitor, sucesso profissional? Faça essa reflexão com calma e depois lute pelo que acredita.

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Investidores estrangeiros fazem mira aos hotéis de Madrid e Barcelona

Nos últimos três meses, foram várias as operações hoteleiras feitas por fundos internacionais em Madrid e Barcelona. "Ainda há muito dinheiro no mercado", diz especialista.

Espanha tornou-se um dos destinos mais atrativos para fundos internacionais que, nos últimos três meses, realizaram várias operações hoteleiras no país vizinho, diz o Cinco Días (conteúdo em espanhol). Especialista diz que “ainda há muito dinheiro” no mercado da hotelaria.

A cadeia espanhola Meliá desfez-se de oito hotéis por 200 milhões de euros, tendo comprado o Hotel Apollo, em Barcelona, por 90 milhões. O Grupo NH vendeu o Hotel Calderón em Barcelona por 125 milhões, enquanto a TUI vendeu 19 dos seus hotéis à RIU por 670 milhões. Destaque ainda para o fundo canadiano Brookfield que comprou cinco hotéis da Selenta por 550 milhões. Isto tudo nos últimos três meses.

Estes são apenas alguns exemplos, mas a febre de investimentos parece continuar nos próximos meses, como se vê pela compra do Apple Leisure Group, que terá mais de 47 ativos na Europa até ao final do ano, 44 dos quais localizados em Espanha.

“Ainda há muito dinheiro no mercado, os grandes fundos procuram oportunidades, mas estão muito limitados em produtos de qualidade e em localizações centrais“, diz Albert Grau, sócio e codiretor da Cushman & Wakefield Hospitality em Espanha, em declarações ao Cinco Días. O especialista esteve presente durante a Hospitality Insights, em Berlim, onde percebeu que há mais oportunidades em Espanha do que no resto da Europa.

“Outros mercados da Europa estão a ser observados de perto, mas não há muitas vendas. Em França, na Alemanha e no Reino Unido, os Governos injetaram uma grande quantidade de dinheiro no setor, o que lhes permitiu enfrentar a crise, ter liquidez e não ter de recorrer a operações de compra e venda para compensar a perda de receita. Em Espanha também houve ajudas, mas foram muito menores“, acrescenta Albert Grau.

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Itália quer proteger automóveis de luxo da proibição de motores de combustão

  • ECO
  • 6 Setembro 2021

Enquanto apoia o compromisso europeu de redução das emissões de gases, a Itália está em conversações com a Comissão Europeia para proteger os carros de luxo da proibição dos motores de combustão.

Tendo em vista o objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050, a Comissão Europeia anunciou em julho um plano faseado para eliminar as vendas de novos automóveis com motores de combustão até 2035. Porém, Itália procura uma exceção na aplicação destas regras para os fabricantes de automóveis de luxo, como a Ferrari e a Lamborghini, revela a Bloomberg.

Enquanto o Governo italiano apoia totalmente o compromisso europeu de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa através da eliminação gradual dos motores mais poluentes, “no gigantesco mercado automóvel existe um nicho, e estão em curso discussões com a Comissão Europeia” sobre como as novas regras se aplicariam aos fabricantes de automóveis de gama alta que vendem um número muito inferior de veículos do que os principais produtores, disse o ministro italiano para a Transição Ecológica, Roberto Cingolani, numa entrevista à Bloomberg TV durante o Fórum Ambrosetti na cidade italiana de Cernobbio.

Segundo o ministro, esses automóveis precisam de uma tecnologia “muito especial” e de “baterias para a transição”. “Um passo importante é que a Itália se torne autónoma na produção de baterias de alto desempenho“, considerou, acrescentando que, nesse sentido, o país está já a lançar um programa em várias fábricas italianas para uma instalação de produção de baterias em grande escala.

A linha temporal do Executivo comunitário para a eliminação das vendas de carros com motores de combustão é particularmente desafiante para os fabricantes de automóveis de luxo, pois produzem veículos com motores potentes que emitem níveis de poluição acima da média. Esses fabricantes de automóveis têm vendas significativamente mais baixas que limitam as economias de escala que podem ser obtidas com a conversão de fábricas de produção.

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Hub tech da VW lança Junior Academy. “Desenvolver jovens é estratégia chave para fazer face à escassez de talento de IT”

Onze jovens talentos dão o arranque da primeira Junior Academy da VW Digital Solutions. "A ideia será repetir a iniciativa no próximo ano, talvez até num modelo mais recorrente.”

Durante o último ano letivo, a Volkswagen Digital Solutions (VW DS) esteve em várias feiras de emprego nas principais universidades do país, agora o hub tecnológico arranca com a sua primeira Junior Academy. Durante um ano, 11 jovens talentos irão estar inseridos nas equipas de produto e projeto desenvolvendo trabalho para a marca automóvel. “Desenvolver jovens é, hoje, uma das estratégias chave para fazer face à escassez de talento de IT no mercado”, afirma Joana Martins, responsável pela Junior Academy, à Pessoas. “A ideia será repetir a iniciativa no próximo ano, talvez até num modelo mais recorrente.”

Esta semana é o arranque da Junior Academy, mas o processo de seleção dos jovens talentos começou muito antes. “Durante o último ano letivo, a VW DS esteve presente em várias feiras de emprego, nas principais universidades nacionais e em eventos onde teve oportunidade de apresentar a empresa a jovens finalistas”, conta Joana Martins.

A startup focou-se em jovens recém-formados de licenciaturas e mestrados nas áreas tecnológicas. “Para nós, era importante também que, para além do interesse pela área de desenvolvimento ou suporte, demonstrassem vontade de aprender, dinamismo, capacidade de comunicação, pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas e gosto pelo trabalho em equipa. Estas são características fundamentais para garantir um bom fit na cultura e na forma de trabalho da empresa”, explica.

Depois de recebidas as candidaturas, seguiram-se speed interviews (entrevistas rápidas) com a equipa de recursos humanos, dinâmicas de grupo e, por fim, uma entrevista relacionada com a função a desempenhar. Onze jovens talentos foram selecionados para as funções de IT Analyst ou Software Developer e, durante um ano, serão “inseridos nas equipas de produto e projeto e acompanhados no desempenho das suas funções” nas três unidades da empresa: a Application Management Services (AMS), que presta suporte aplicacional de várias marcas e desenvolvimento de software para o grupo; a MAN Digital Hub (MDH), que desenvolve produtos digitais para as áreas de logística, transportes e veículos comerciais da MAN Truck & Bus; e o Software Development Center (SDC:LX), que desenvolve produtos digitais centrados no utilizador, através de metodologias como o pair-programming e user-centric design, para várias marcas do grupo automóvel alemão.

“Acreditamos ter uma proposta de valor muito interessante e atrativa para os nossos juniores”, diz. Além de, “um salário acima da média”, terão ainda seguro de saúde, home office allowance, acesso a plataforma de formação online, dias de férias extra, descontos em viaturas, integração no programa de wellbeing com acesso a consultas de nutrição, psicologia, jurídico, entre outros, enumera a responsável pela academia.

A taxa de rotatividade nas posições júnior na VW DS é de 0%, garante Joana Martins. “A nossa equipa é bastante diversificada, tem muito know-how e a exposição à equipa de liderança é grande. Sabemos que estes são fatores que têm impacto na hora da decisão e juntando o facto de estarmos a construir produtos para todo o mundo, com impacto numa organização com mais de meio milhão de colaboradores, torna o nosso trabalho não só pertinente, mas sobretudo relevante num contexto global”, refere.

Conquistar o talento logo no início

A falta de talento tech disponível no mercado é uma queixa recorrente nas tecnológicas e a pandemia aumentou a procura por este tipo de profissionais. Um estudo recente da Landing.Jobs dava conta 74% das empresas tech admitiam recrutar mais este ano e mais de 75% das empresas esperam aumentar os seus salários em 2021 de modo a se manterem competitivos face à concorrência.

E muitas empresas do setor têm objetivos de crescimento. É o caso da VW DS. A companhia quer até ao final do ano chegar aos 300 colaboradores — o que implica 70 novas contratações — e, pelo menos, aos 450 em 2023, estando inclusive à procura de um novo espaço em Lisboa para acolher os três hubs tech da companhia. Uma aposta no mercado nacional que deverá exigir, em três anos, um investimento de mais de 91 milhões de euros, tal como avançou em agosto a Pessoas.

Com a dificuldade de encontrar talento sentida por todo o setor não surpreende por isso que as academias sejam um método para chegar ao talento jovem. “Ajudar a desenvolver talento é sempre muito gratificante e tem um impacto em qualquer profissional. Ao mesmo tempo, desenvolver jovens é, hoje, uma das estratégias chave para fazer face à escassez de talento de IT no mercado. Mostrar o que fazemos, numa dinâmica de total integração dentro das nossas equipas é a melhor forma de conquistar este talento, não é em todas as empresas que se tem a oportunidade de criar soluções que vão ser utilizadas por milhões de pessoas em todo o mundo, com a segurança e o suporte de uma multinacional”, diz Joana Martins.

O objetivo, por isso, é dar continuidade ao projeto. “Estamos confiantes que a iniciativa vai trazer valor para os participantes, para as nossas pessoas e para a empresa. Queremos monitorizar a Junior Academy de perto e perceber o que corre bem e menos bem para que se possa repetir no futuro. A ideia será repetir a iniciativa no próximo ano, talvez até num modelo mais recorrente.

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Governo muda regras e sobe prémios do Totobola e Totoloto

  • ECO
  • 6 Setembro 2021

Governo fez alterações nas percentagens de receitas afetas ao Totoloto e Totobola, o que acaba por tornar os prémios mais atrativos.

O Governo fez mexidas nas percentagens de receitas destinadas aos prémios no Totoloto e Totobola, aumentando o valor dos prémios. De acordo com um decreto-lei publicado esta segunda-feira em Diário da República, o limite máximo de receitas afetas a estes jogos sobe para 65%, enquanto o fundo que assegura outra parte dos prémios passa a ser utilizado para outras finalidades, tais como aumentar o valor do primeiro prémio.

A receita de cada concurso do Totoloto e Totobola resulta do “montante total das apostas admitidas e das anuladas, sem direito a restituição”. Mas este montante não é todo canalizado para prémios. Até aqui, a lei dizia que do total de receitas, entre 45% e 55% eram destinadas aos prémios. De agora em diante, a margem será maior, o que acabará por aumentar o valor dos prémios.

O decreto-lei publicado hoje diz que “a receita apurada” em cada concurso “é destinada obrigatoriamente à integração de prémios uma importância não inferior a 45% nem superior a 65%“. Ou seja, aumenta-se, assim, o limite máximo de receitas afetas aos prémios.

Outra das mudanças diz que do total de receitas apuradas em cada concurso, serão ainda “deduzidas importâncias correspondentes a 0,5%” até um máximo de 74.820 euros no caso do Totobola e 423.978 euros no caso do Totoloto. Estes montantes serão destinados à criação de “dois fundos para pagamento de prémios por reclamações”.

Ainda no que toca a deduções, ao total de receitas são ainda deduzidas “importâncias correspondentes a 1% e 2%” até máximos de 748.197 euros no caso do Totobola e 24.939.895 euros no caso do Totoloto, “destinadas à formação de dois fundos, renováveis, para reestruturação e investimento do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tendo em vista a implantação do sistema de registo de apostas em tempo real“.

A lei atual diz que a Santa Casa pode utilizar cinco milhões de euros do fundo de restruturação e investimento do Totoloto para constituir um outro fundo que garanta um mínimo de um milhão de euros para o prémio nos sorteios. Agora, de acordo com o decreto-lei, este fundo “destina-se a assegurar também, quando necessário, o direito ao pagamento dos prémios de uma categoria especial de prémios nos concursos do Totoloto, assim como para incrementar o valor do primeiro prémio ou de outras categorias de prémios a concurso”, lê-se.

Estas alterações — que foram decididas em Conselho de Ministros no final de agosto — entram em vigor esta terça-feira, refere o decreto, assinado pelo primeiro-ministro, António Costa.

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