Pfizer oferece 2,3 mil milhões por empresa de tratamentos contra o cancro

  • Lusa
  • 24 Agosto 2021

A Pfizer ofereceu mais de dois mil milhões de dólares em numerário para comprar uma empresa do setor especializada em tratamentos do cancro - a Trillium - que ainda não tem produtos no mercado.

A farmacêutica Pfizer está disposta a pagar mais de dois mil milhões de dólares em numerário para comprar uma empresa do setor especializada em tratamentos do cancro.

A Pfizer vai pagar 18,50 dólares por cada ação da Trillium Therapeutics Inc., no total de 2,26 mil milhões de dólares (1,92 mil milhões de euros), o que representa mais do dobro do preço médio ponderado dos títulos em 60 dias.

A Trillium não tem produtos no mercado. Os seus potenciais tratamentos incluem produtos que pretendem melhorar a capacidade do sistema imunitário para detetar e destruir células cancerosas. Há dois produtos principais, que se encontram nos estádios iniciais de teste, focados na hematologia.

O negócio foi anunciado na segunda-feira, mas ainda precisa da aprovação dos acionistas da Trillium.

A Pfizer, baseada em Nova Iorque, investiu 25 milhões de dólares na Trillium em setembro e um dos líderes da sua investigação no cancro foi nomeado para o conselho de consultores científico da Trillium.

No último mês, a Pfizer informou que a sua vacina contra o novo coronavírus originou cerca de metade das suas receitas no segundo trimestre, mas os tratamentos contra o cancro estão a ser um gerador crescente de receitas para a companhia.

Os tratamentos contra o cancro renderam à Pfizer 10,9 mil milhões de receitas em 2020, produtos que visam os cancros da mama, colorretal, sangue e pulmão.

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Desemprego cai, mas ainda há mais de 50 mil sem trabalho desde a pandemia

O desconfinamento tem levado o mercado laboral a recuperar do impacto da pandemia, mas o número de desempregados inscritos no IEFP continua acima dos níveis pré Covid-19.

Julho foi sinónimo de uma quebra homóloga significativa do desemprego registado, mas o número de inscritos nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ainda está longe dos níveis pré-pandemia. Em comparação com fevereiro de 2020, há ainda mais 50 mil desempregados.

De acordo com a síntese estatística do IEFP, o número de inscritos nos serviços de emprego do continente e das regiões autónomas baixou para 368.704 indivíduos, no sétimo mês de 2021. Em causa está um recuo de 2,4% face ao mês anterior e de 9,5% face ao mesmo período do ano passado. Ou seja, há agora menos 38.598 desempregados no IEFP do que em julho de 2020, o que é explicado nomeadamente pela retoma das atividades possibilitada pelo desconfinamento do país.

Aliás, julho foi o quarto mês consecutivo em que o universo de desempregados inscritos encolheu. O desemprego registado em Portugal continua, contudo, acima dos níveis pré-pandemia. No último mês que Portugal viveu sem a presença da Covid-19 (fevereiro de 2020), havia 315.562 desempregados registados nos serviços do IEFP, ou seja, menos 53,1 mil do que agora.

E em julho de 2019, estavam registados 297.290 desempregados nestes centros, o que significa que, apesar dos sinais positivos, o mercado laboral está longe de estar recuperado. Contas feitas, apesar da quebra, em julho de 2021 havia ainda mais 71,4 mil desempregados do que em julho de 2019.

Desemprego registado está em mínimos de março de 2020

Fonte: IEFP

A mesma dinâmica é encontrada na análise regional. Em julho, o Algarve destacou-se como a região do país que verificou o maior recuo (tanto em cadeia, como homólogo) do desemprego registado. Nesse mês, 17.932 desempregados estavam inscritos nos centros algarvios do IEFP, menos 10,5% do que em junho e menos 21,5% do que em julho de 2020. No entanto, face a julho de 2019, há a notar um salto de mais de 148%.

Na mesma linha, o setor do alojamento, restauração e similares brilhou, em julho, como um dos que registou quebras em cadeia e homólogas mais expressivas (5,4% e 19,1%, respetivamente), mas face a julho de 2019 verificou-se um aumento de cerca de 59%. Tal significa que há ainda mais 12.653 desempregados neste setor do que havia em julho de 2019.

Para mitigar o impacto da pandemia no mercado laboral, o Governo tem vindo a disponibilizar múltiplas medidas extraordinárias, como o lay-off simplificado, o apoio à retoma progressiva, o novo incentivo à normalização e o apoio simplificado para microempresas. O primeiro-ministro, António Costa, já assegurou que estes apoios serão mantidos em 2022, mas os critérios de acesso têm ficado cada vez mais apertados, o que restringe a adesão.

No turismo (setor ao qual está altamente ligado, por exemplo, o Algarve e as atividades de alojamento e restauração), acresce que os empregadores têm confessado dificuldades no recrutamento, resultado designadamente da “migração” dos profissionais para outras áreas, nos muitos meses de confinamento.

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Galp inicia exploração de petróleo e gás natural a 200 km da costa do Rio de Janeiro

  • ECO
  • 24 Agosto 2021

A petrolífera comunicou ao mercado que a FPSO Carioca iniciou a produção no campo de Sépia, no pré-sal da bacia de Santos, no Brasil. Capacidade diária vai até 180 mil barris e 6 milhões de m3 de gás.

A Galp Energia comunicou aos mercados que a FPSO Carioca “iniciou a produção no campo de Sépia no pré-sal da bacia de Santos”, no Brasil, com uma capacidade diária de processamento de até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural.

“A FPSO Carioca está localizada a aproximadamente 200 quilómetros da costa do Estado do Rio de Janeiro, numa lâmina de água de 2.200 metros”, explica a Galp Energia, que refere que esta, que é “a maior unidade em operação na bacia de Santos”, está afetada à Modec e vai contribuir “para o crescimento esperado da produção da Galp”.

“O projeto prevê a ligação de sete poços produtores e quatro injetores. O escoamento da produção de petróleo será feito por navios aliviadores, enquanto a produção de gás será exportada pelas rotas de gasodutos existentes no pré-sal”, continua a empresa.

Como explica a petrolífera, a acumulação compartilhada de Sépia abrange dois campos, o de Sépia e o de Sépia Leste, “localizados em áreas de cessão onerosa e concessão”. “A Galp, através da sua subsidiária Petrogal Brasil, detém 2,4% do consórcio, sendo os restantes 92,6% detidos pela Petrobras, que opera o projeto”, conclui.

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Venda da Efacec vai para 3.ª fase e pode acabar dividida em duas

A DST e a Sodécia apresentaram propostas de compra da Efacec, mas exigem novas garantias públicas. Processo deverá passar para uma 3ª fase e admite-se que a empresa poderá ser "partida" em duas.

O Governo selecionou cinco candidatos para a segunda fase de reprivatização da Efacec, mas apenas dois apresentaram propostas vinculativas e, perante a natureza das ofertas, o Executivo já admite uma terceira fase de negociação com a DST e a Sodécia, que poderá levar à divisão da empresa industrial. “Ambas as propostas são más e exigem garantias de Estado”, confidenciou ao ECO uma fonte que acompanha a reprivatização de uma empresa considerada “estratégica”, a justificação do Governo para a nacionalização de 71,73% do capital que estava nas mãos de Isabel dos Santos.

O prazo limite para a apresentação de propostas vinculativas para a reprivatização da Efacec terminou no dia 19 de julho e a Parpública só recebeu duas – dos dois grupos portugueses DST e Sing-Investimentos Globais (ligada à empresa industrial Sodecia), tal como o ECO avançou em primeira mão. Nenhum dos outros três candidatos — o Chint Group Corporation, da China, a Elsewedy Electric, do Egito, e a espanhola Iberdrola — avançou para a segunda fase de apresentação de propostas vinculativas.

A razão para a desistência dos outros três candidatos são “simples”: uma degradação da situação financeira da companhia e perspetivas económicas crescentemente difíceis. A Efacec fechou o ano passado com uma dívida financeira de 184,2 milhões, mais 63,1 milhões face ao ano anterior. Apesar de o relatório e contas mencionar um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 20,2 milhões de euros, em 2020, na due diligence os concorrentes apontam antes para um EBITDA negativo ajustado de 60 milhões em 2020 e da ordem dos 30 milhões este ano, apurou o ECO junto de outra fonte.

As duas candidaturas apresentaram propostas de compra da posição acionista do Estado com valores marginais, entre um euro e um milhão de euros, e ambas consideram que será necessário um plano de investimento de dezenas de milhões de euros para a recuperar. Por outro lado, exigem garantias públicas que, na prática, poderão transformar-se em mais investimento público na empresa, depois da garantia a um empréstimo de 70 milhões de euros. Perante este cenário, o Governo está inclinado a avançar para uma nova fase de negociação com as duas empresas, admitindo que poderá ser necessário “partir” a Efacec entre as áreas da mobilidade e industrial, com o objetivo de limitar os riscos para o Estado na operação.

Contactado oficialmente, o Ministério da Economia tutelado por Siza Vieira (que protagonizou a nacionalização da empresa) remeteu qualquer resposta para as Finanças. E o ministério de João Leão, questionado pelo ECO, limitou-se a responder que o processo de análise das propostas está a decorrer e qualquer decisão será tomada em Conselho de Ministros.

Quem são as duas candidatas?

Com sede em Braga e cerca de 1.600 trabalhadores, o DST Group está presente em diversos países, desde África à Europa, passando pelos continentes americano e asiático, com projetos internacionais nas áreas de negócio da engenharia e construção, energias renováveis e ambiente. Desenvolvendo a sua principal atividade na área da engenharia e construção, setor que lhe deu origem – nos anos 40 – e no qual é um dos grupos nacionais de referência, a DST tem vindo a alargar a sua atividade para áreas de negócio sinérgicas como o ambiente, energias renováveis, telecomunicações, imobiliário e “ventures”.

A outra candidata portuguesa à reprivatização da Efacec é a Sing – Investimentos Globais, SGPS, S.A., a holding da empresa industrial portuguesa Sodecia, ligada a componentes do setor automóvel. Fundada em 1980 e com sede na Maia, a Sodecia emprega cerca de 7.000 colaboradores e oferece soluções completas para automóveis, desde a carroçaria à motorização e sistemas de segurança.

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Aprovação final da vacina Pfizer anima Wall Street. Nasdaq atinge recorde

A sessão em Wall Street foi animada pelas notícias da aprovação final da vacina da Pfizer. Investidores aguardam também pistas da Reserva Federal sobre calendário de medidas.

As bolsas norte-americanas terminaram a primeira sessão da semana em alta, com o índice tecnológico Nasdaq a atingir um recorde. A aprovação final da vacina da Pfizer e BioNTech pelas autoridades norte-americanas animaram os investidores, que seguem também à espera de pistas da Reserva Federal.

As autoridades de saúde norte-americanas deram a aprovação final à vacina desenvolvida pelo consórcio BioNTech e Pfizer contra a Covid-19 esta segunda-feira. A reguladora dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), anunciou que tinha dado uma “luz verde” incondicional à vacina da Pfizer, desde que administrada sob as condições definidas.

Esta decisão deverá levar a que a vacinação contra a Covid-19 seja exigida em cada vez mais locais, o que impulsiona a taxa de vacinação no país e o combate à pandemia.

Para além disso, o simpósio Jackson Hole vai ocorrer durante esta semana, o que pode dar pistas sobre o calendário de medidas da Fed. Neste contexto, o industrial Dow Jones avançou 0,61% para os 35.335,71 pontos e o S&P 500 somou 0,85% para os 4.479,51 pontos. Já o tecnológico Nasdaq subiu 1,55% para os 14.942,65 pontos, atingindo um máximo histórico de fecho.

A brilhar nos índices encontram-se as farmacêuticas responsáveis pela vacina agora com a aprovação final. A Pfizer avançou 2,50% para os 49,93 dólares, enquanto a BioNTech subiu 9,58% para os 382,10 dólares.

Nota também para as cotadas do setor do petróleo, num dia em que os preços do “ouro negro” registaram subidas de 5% após sete sessões em queda. A Chevron ganhou 2,58% para os 96,73 dólares, a ExxonMobil sobe 4,11% para os 54,91 dólares e a Occidental Petroleum soma 6,88% para os 23,47 dólares.

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Sindicatos ameaçam banca com greve geral contra rescisões unilaterais no Santander

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

“Estudaremos políticas concertadas de luta e reivindicação sindical, sem colocar de parte nenhuma medida, nomeadamente a convocação de uma greve geral do setor”, avisam os sindicatos.

Os sindicatos dos Bancários do Norte (SBN), dos Bancários do Centro (SBC) e o Mais Sindicato dizem estar a estudar “medidas concertadas”, que podem incluir uma greve geral, em protesto contra a saída de 350 trabalhadores no Santander.

“Estudaremos políticas concertadas de luta e reivindicação sindical, sem colocar de parte nenhuma medida, nomeadamente a convocação de uma greve geral do setor”, referiram, num comunicado conjunto.

O Santander não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de um total de 685 inicialmente previstos, e vai agora avançar com um “processo unilateral e formal” a partir de setembro, segundo uma nota interna da Comissão Executiva do banco, enviada na sexta-feira, a que a Lusa teve acesso.

No comunicado publicado esta segunda-feira, as estruturas sindicais disseram que solicitaram já, “com caráter de urgência, uma reunião com a administração do banco Santander Totta” que permita “perceber o alcance das medidas anunciadas”.

Além disso, garantiram, será apresentado à ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), PGR (Procuradoria Geral da República) e Provedoria de Justiça “um pedido de análise sobre a postura do banco Santander ao longo deste processo, denunciando, do mesmo passo, uma política de assédio e de discriminação, passível de investigação e condenação, dando conhecimento da mesma ao Ministério do Trabalho, para que atue em conformidade”.

“Desde já informamos que não consideramos estarem reunidas, em nenhum caso, sublinhamos, as condições legais para qualquer despedimento coletivo na banca, nomeadamente ‘despedimentos’ feitos à medida, com processos prévios de negociação, assentes na pressão do próprio despedimento”, referiram, na mesma nota.

Na nota interna da Comissão Executiva do Santander, este órgão anunciou que “de acordo com o apuramento feito até esta data, existem cerca de 350 colaboradores (de entre o número de 685 colaboradores inicialmente previstos incluir no Plano de Reestruturação) que não aceitaram a proposta formulada pelo banco”.

A mesma nota adianta que “foi já hoje [sexta-feira] solicitado, nos termos legais, o parecer à Comissão Nacional de Trabalhadores que antecede a aplicação de medidas unilaterais de diminuição do número de trabalhadores” da instituição.

A Comissão Executiva indicou que “o processo unilateral e formal que se seguirá incidirá apenas sobre os colaboradores abrangidos no Plano de Reestruturação que entenderam não chegar a acordo com o banco, e será iniciado nos primeiros dias de setembro”.

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Confinamento e restrições fazem queixas sobre seguros caírem 6% no 1.º semestre

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

No primeiro semestre do ano decresceram as reclamações à ASF relativas ao seguro automóvel e houve um acréscimo das reclamações relacionadas com incêndio e multiriscos.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) registou no primeiro semestre 4.029 reclamações, uma queda homóloga de 6% explicada pelo “impacto do confinamento e das restrições à atividade”.

Numa nota divulgada esta segunda feira, a ASF adianta que registou nos primeiros seis meses de 2021, “a entrada de 4.029 reclamações, menos 6% em comparação com o período homólogo, diminuição que terá como explicação o impacto do confinamento e das restrições à atividade no contexto da pandemia covid-19”.

No seu Relatório de Gestão de Reclamações referente ao primeiro semestre deste ano, a ASF concluiu que a apresentação de reclamações “através do Livro de Reclamações Eletrónico (LRE) passou a representar quase metade das reclamações recebidas (46%)”.

Além disso, “neste semestre, a ASF concluiu 3.549 processos de reclamação”, disse o organismo.

Analisando por segmento de negócio, a ASF destacou que “85% dos processos de reclamação concluídos respeitam aos ramos Não Vida e 13% ao conjunto do ramo Vida e dos fundos de pensões”.

O regulador chamou a atenção para “o seguro automóvel (35%) e o seguro de incêndio e outros danos (30%)”, sendo que “no entanto, no primeiro semestre de 2021, assinala-se um decréscimo das reclamações relativas ao seguro automóvel (de 2.064 em 2020 para 1.240) e um acréscimo das reclamações relacionadas com o seguro de incêndio e outros danos (958 para 1.061)”, lê-se na mesma nota.

“Quanto ao tema e natureza do reclamante, mantém-se a tendência dos anos anteriores, com a matéria ‘Sinistro’ a destacar-se, com 49% dos processos encerrados, seguida pelos temas relacionados com o ‘Conteúdo/Vigência do Contrato’ (29%)”, indicou a ASF.

De acordo ainda com a ASF, “78% das reclamações encerradas foram apresentadas pelo cliente do operador e 17% por terceiros, lesados ou beneficiários de contratos de seguro”.

De acordo com o regulador “relativamente ao desfecho dos processos concluídos, este foi favorável ao reclamante em 37% dos casos”, acrescentando que “mais de 90% dos casos em que o desfecho foi desfavorável ao reclamante encontraram justificação legal ou contratual (2.023 em 2.233)”.

De acordo com o regulador, “o estudo aos processos de reclamação concluídos, em particular no que diz respeito ao desfecho favorável ou desfavorável da resposta e à existência de justificação legal ou contratual associada à posição dos operadores, evidencia que apenas 5,9% das reclamações estão relacionadas com situações que não foram ultrapassadas em sede da gestão de reclamações da ASF”.

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Petróleo recupera e sobe 5%

Preocupações com a procura de combustíveis, devido à ameaça da variante Delta, motivam variações nos preços do petróleo.

Após uma sequência de sete sessões de perdas, os preços do petróleo começaram a recuperar esta segunda-feira, ao avançar 5%. Variações deverão continuar esta semana, numa altura em que se levantam preocupações quanto à procura pelos combustíveis, devido ao aumento de casos de Covid-19 provocado pela variante Delta.

O Brent, negociado em Londres e que serve de referência para a Europa, valoriza 5,45%, para 68,28 dólares por barril, depois de ter atingido mínimos de maio nesta sessão. Já o crude WTI, negociado em Nova Iorque, avança 5,5%, para 65,56 dólares.

A semana passada acabou por ser a pior perda semanal registada pelos benchmarks em mais de nove meses. As quedas atingiram os 8% e 9%, respetivamente, com os investidores a prepararem-se para uma descida na procura devido ao agravamento da pandemia.

“Esperamos ver mais ajustes esta semana, mas o sentimento do mercado provavelmente permanecerá em baixo, com preocupações crescentes sobre a procura de combustível mais lenta em todo o mundo”, disse Kazuhiko Saito, analista-chefe da Fujitomi Securities, citado pela Reuters.

A impulsionar a subida do petróleo encontra-se também a desvalorização do dólar, ao tornar o petróleo mais barato para os detentores de outras moedas.

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Grécia vacinará em setembro com terceira dose os mais vulneráveis

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

Será dada prioridade para receber a terceira dose a pessoas imunocomprometidas, como doentes que tenham recebido tratamento para o cancro ou feito o transplante de um órgão.

A Grécia vai começar a partir de setembro a administrar a terceira dose da vacina contra a covid-19 à população mais vulnerável, para combater a propagação da variante Delta, anunciou esta segunda-feira a presidente do Comité Nacional de Vacinação, Maria Theodoridu.

Esta terceira dose de reforço será dada só com vacinas utilizando a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA), como as da Pfizer e da Moderna – mesmo que as pessoas tenham anteriormente sido vacinadas com as da AstraZeneca e da Johnson & Johnson – e será administrada a pessoas que tenham recebido a segunda dose pelo menos um mês antes.

Será dada prioridade para receber a terceira dose a pessoas imunocomprometidas, como doentes que tenham recebido tratamento para o cancro ou feito o transplante de um órgão ou pessoas com o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).

Theodoridu pediu que esta decisão não distraia do principal objetivo, que é vacinar toda a população, e recordou que as vacinas de duas doses têm uma eficácia de 92% e que, embora os vacinados possam ser infetados e contrair a variante Delta da covid-19, mais infeciosa, têm 65% menos de hipóteses de transmitir a doença a outros.

As pessoas com direito à terceira dose da vacina poderão pedir o agendamento a partir da próxima semana. Esta segunda-feira, a Grécia registou um aumento do número de mortos, de doentes em cuidados intensivos e de hospitalizados, enquanto o número de novos casos se manteve elevado, com 2.628 registados nas últimas 24 horas.

Morreram 34 pessoas e 319 doentes deram entrada nas unidades de cuidados intensivos. Desde o início da pandemia, a Grécia registou 561.812 casos e 13.422 mortes por covid-19. Até domingo, tinham-se realizado no país 11.154.395 vacinações entre a população maior de 12 anos. Cerca de 59% dos cidadãos receberam uma dose da vacina, ao passo que 56% já têm a vacinação completa.

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Ford Trucks vai abrir concessionário em Braga. Admite chegar a Viana do Castelo

Os camiões da Ford voltaram às estradas portuguesas, estando a conquistar terreno. O grupo norte-americano prepara-se para abrir o sétimo concessionário em território nacional, em Braga.

A Ford Trucks Portugal chegou ao mercado nacional em outubro de 2019. Desde então, tem mantido o pé no acelerador. O grupo norte-americano, que foi a primeira marca de pesados a entrar em território nacional nas duas últimas décadas, vai abrir brevemente em Braga o sétimo concessionário em Portugal. E Viana do Castelo poderá ser o próximo destino.

“Com estes sete concessionários estaremos a cobrir aqueles que consideramos ser os hubs mais críticos do país. Para o futuro poderemos estar a considerar Viana do Castelo”, revela ao ECO Sinan Kayhan, managing director Ford Trucks para a Península Ibérica.

Nem a Covid-19 travou o crescimento da marca que viu os seus objetivos a ser alcançados e inclusive algumas metas a serem antecipadas, como a abertura do concessionário de Braga que só estava prevista para 2022.

Ford Trucks faturou 21 milhões no mercado nacional

O ano passado, a Ford Trucks Portugal vendeu 141 unidades e alcançou um volume de negócios de 21 milhões de euros. O modelo mais vendido foi o F-MAX Tractors.

Sinan Kayhan conta, em entrevista ao ECO, que Portugal é um “mercado muito importante e indicativo para a Ford Trucks” e que estão “muito satisfeitos” com o desempenho alcançado. “Apesar da pandemia, continuamos a aumentar a nossa quota de mercado e atingimos uma quota superior a 5% num período de tempo muito curto. Por isso, estamos muito confiantes com o nosso futuro em Portugal”, adianta o managing director Ford Trucks para a Península Ibérica.

A marca é representada a nível nacional pela OneShop que tem como líder o piloto de todo o terreno Bruno Oliveira. Para dar asas ao negócio e arrancar a operação em Portugal, a OneShop investiu no final de 2019, quatro milhões de euros e posteriormente mais dois milhões de euros para desenvolver a rede de concessionários de pós-venda da Ford Trucks em Portugal. A rede da Ford Trucks já tem pontos de assistência em Vilar do Pinheiro, Albergaria-a-Velha, Viseu, Meirinhas e Loulé.

Grupo norte-americano quer alargar oferta aos camiões elétricos

Os veículos elétricos são o futuro e a Ford Trucks quer competir neste mercado, à semelhança de outras marcas como a Renault. O managing director da Ford Trucks para a Península Ibérica acredita “firmemente que os camiões elétricos farão parte da gama de oferta das marcas, mais cedo do que o esperado”. Com esta certeza, a marca norte americana quer alargar a sua oferta a camiões elétricos.

“Com certeza, a Ford Trucks também irá oferecer, em breve, os camiões elétricos no mercado. O nosso investimento na fábrica de baterias trará vantagens sobre a concorrência“, conclui Sinan Kayhan.

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Haitong passa de prejuízo a lucro de 2,3 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 23 Agosto 2021

O Haitong Bank teve lucros de 2,3 milhões no primeiro semestre deste ano, o que compara com prejuízos de 11,7 milhões de euros no mesmo semestre de 2020.

O Haitong Bank teve lucros de 2,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com prejuízos de 11,7 milhões de euros no mesmo semestre de 2020, divulgou esta segunda-feira o banco.

No relatório do primeiro semestre enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco informa ainda que o produto bancário cresceu 81% para 44 milhões no primeiro semestre.

Já os custos operacionais reduziram-se 7,5% para 29 milhões de euros no primeiro semestre de 2021.

O Haitong Bank vinca que os custos estão 26% abaixo dos custos antes da crise pandémica e acrescenta ainda que esta redução permitiu alcançar um resultado operacional de 15 milhões de euros (que compara com prejuízos de sete milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020).

Em imparidades e provisões foram constituídos 9,0 milhões de euros, acima dos 4,0 milhões de euros do primeiro semestre do ano passado.

O crédito (bruto) era em junho de 577 milhões de euros, 72% mais do que os 335 milhões de euros do mesmo mês de 2020.

Já na qualidade dos ativos, o rácio de crédito malparado (NPL – non performing loans) ficou em 4,5% no primeiro semestre, acima dos 1,9% de dezembro de 2020. No relatório do primeiro semestre indica que a deterioração do crédito “resulta do aumento do crédito não produtivo na subsidiária do Brasil”.

Em junho, o Haitong Bank tinha 368 trabalhadores, mais seis do que em dezembro passado.

O Banco Espírito Santo Investimento (BESI) foi vendido em 2015 ao grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros, dando origem ao Haitong Bank, que tem atualmente como presidente ) Lin Yong e como presidente executivo Wu Min. O banco tem operações em Portugal (193 trabalhadores), Brasil (80 trabalhadores), Polónia (51), Reino Unido (6) e Espanha (38), trabalhando áreas como financiamento estruturado, mercados de capitais, soluções de cobertura para empresas, assessoria em fusões e aquisições, trabalhando especialmente a relação com o mercado chinês.

O Haitong Bank faz parte do Haitong Securities, um dos maiores bancos de investimento e gestor de ativos da China. O Grupo Haitong está presente em 14 países na Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul.

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Procura por escritórios recua mais de 30% até junho, mas rendas não baixam

Pandemia está a colocar em pausa decisões de mudança ou expansão de escritório das empresas. Regresso às sedes é feito ao ritmo da situação sanitária do país. Modelos híbridos ganham expressão.

Com a pandemia a ditar o teletrabalho obrigatório em quase uma centena de concelhos no País, a procura de escritórios recuou mais de 30% até junho. Já as rendas prime não dão sinal de descida, numa altura em que muitas empresas preparam o regresso ao escritório em modelo híbrido. A procura deve acelerar na segunda metade do ano.

O ano até nem começou mal para o mercado de escritórios, com estimativas de crescimento para o primeiro trimestre. A pandemia trocou as voltas ao setor. A JLL estima uma quebra homóloga de 34% em Lisboa e de 66% no Porto até junho. “Os resultados em março foram animadores, mas isso explica-se pelo facto de oito das 14 operações concretizadas nesse mês terem sido operações de grande dimensão (com mais de 1.000 m2)”, diz Mariana Rosa, head of leasing markets advisory da JLL Portugal.

A Savills aponta quebras da mesma ordem de grandeza. “As perspetivas até março tinham sido mais positivas, mas no segundo trimestre o número de infetados aumentou e as empresas adotaram novamente uma postura cautelosa, revelando uma influência direta do ritmo da pandemia”, aponta Ana Redondo. A offices associate director da Savills mostra-se otimista para a segunda metade do ano. “Empresas e colaboradores estão ávidos de regressar aos seus espaços de trabalho e, nos últimos dois meses, os valores já conseguiram ultrapassar, ainda que de forma ligeira, os registados no ano 2020, deixando antever o início de uma trajetória de recuperação gradual.”

Um modelo de trabalho híbrido está já a ser considerado por algumas empresas e que surjam escritórios satélite, localizados em zonas periféricas, próximos de zonas residenciais, conectados com o escritório sede. O objetivo será proporcionar qualidade de vida aos colaboradores (poupança de tempo e custos) e proteção ambiental.

Ana Redondo

Office associate director da Savills

O mesmo acredita Mariana Rosa. “Temos expectativa que o mercado vai recuperar, pois sentimos que existe efetivamente procura e necessidade de espaço pelas empresas. Prova disso é que se continuam a realizar operações de pré-arrendamento”, diz. “A própria pandemia está a entrar numa nova fase, com as campanhas de vacinação em todo o mundo já muito avançadas, o que poderá reanimar bastante a procura internacional por escritórios em Lisboa e no Porto”, acrescenta.

Mesmo com a pandemia a levar as empresas a colocar em pausa os planos de regresso ao escritório ou até a decisão de mudar para novas instalações ou de expandir as atuais, Ana Redondo argumenta que “o regresso gradual dos trabalhadores aos espaços de escritórios, vital para a partilha de experiências e de conhecimento, irá conduzir a uma necessária remodelação dos mesmos, com maior ênfase no bem-estar e segurança dos trabalhadores.”

Acreditamos que um modelo de trabalho híbrido está já a ser considerado por algumas empresas e que surjam escritórios satélite, localizados em zonas periféricas, próximos de zonas residenciais, conectados com o escritório sede. O objetivo será proporcionar qualidade de vida aos colaboradores (poupança de tempo e custos) e proteção ambiental. Estima-se que 54% dos novos espaços de escritórios projetados para 2021 estejam já pré-arrendados”, aponta a office associate director da Savills.

Rendas prime estáveis

A CBRE também aponta para perspetivas “mais animadoras para o segundo semestre”. Depois de terem sido colocados 55.000 m2 em Lisboa até junho (-34%), a imobiliária estima que o “ano termine com uma ocupação bruta entre 120.000 e 130.000 m2.”

Já as rendas prime não dão sinal de mexer. “Apesar do abrandamento da atividade, é de destacar que a taxa de disponibilidade continua em níveis muito baixos, o que se tem refletido na manutenção das condições contratuais por parte dos proprietários, nomeadamente, o valor das rendas prime, que permaneceram estáveis em todas as zonas (25€/m2/mês no CBD1), antecipando até uma subida no corredor Oeste”, refere a CBRE.

Ana Redondo aponta esta estabilidade no valor das rendas a um mercado de escritórios resiliente. “Até ao final do ano, os valores de renda deverão permanecer estáveis, com a renda prime situada nos 25€/m2/mês”, aponta a responsável da Savills. E não há sinais que este status quo se altere. Pelo contrário. “Os efeitos positivos do processo de vacinação tendem a aliviar a pressão sobre os valores das rendas, pelo que tenderão a manter-se”, continua. “Os projetos em construção também ficarão imunes à pressão sobre os preços, devido à escassez de edifícios modernos e de qualidade no atual stock do mercado de escritórios em Lisboa aliada a uma procura cada vez mais internacional e concentrada em setores de atividade (ex: TMT’s & Utilities) que exigem inovação e modernidade nos seus espaços de escritórios.”

Apesar da estabilidade das rendas prime – a atingir os 25€/m2/mês no prime CBD e a variar entre os 20€/m2/mês e os 16€/m2/mês nas restantes zonas – Mariana Rosa admite que, neste momento, já “existe um esforço maior por parte dos proprietários em dar incentivos aos seus ocupantes (carências, comparticipação no fit out…) para atrair mais inquilinos para os seus edifícios”.

O que procuram as empresas?

Boas localizações, com várias opções de acesso, áreas amplas com espaços interiores flexíveis e fáceis de mudar fazem parte da lista de requisitos das empresas na procura de escritórios. “Os edifícios devem também incorporar uma política de sustentabilidade, se possível ter uma certificação e ambicionar uma pegada ecológica mínima”, descreve a head of leasing markets advisory da JLL Portugal.

A “maioria” da procura tem sido para áreas entre os 300 m2 e os 800 m2, diz, por seu turno, Ana Redondo. “Os escritórios não irão necessariamente reduzir a sua área, mas a distribuição terá de ser diferente e continuarão a ter um papel fundamental no reforço dos valores e cultura da empresa. A área dos postos de trabalho convencionais será convertida em espaços de maior estímulo à criatividade e à cooperação em grupo, onde os contatos informais serão valorizados”, considera.

Os escritórios deixaram de ser espaços de conveniência para serem espaços de experiência. Nisto, é de esperar que haja menos densidade ocupacional, mas se antigamente considerávamos o rácio de um colaborador por cada 10 m2, agora este rácio é de uma pessoa por cada 12-15 m2 , pois os espaços tem que incorporar zonas colaborativas e sociais.

Mariana Rosa

Head of leasing markets advisory da JLL Portugal

“No mercado já existe a preocupação de criar edifícios inclusivos, isto é, diversos nas formas de acessibilidade para as pessoas e veículos (bicicletas, motas, carros). Por inclusão entendem-se ainda edifícios com um programa de zonas comuns que promovam o bem-estar, a diversidade e integração através de amenities como sala de amamentação, balneários, salas para consultas médicas e primeiros socorros, salas de wellbeing (para massagens), WC neutras, zonas de playground, sala zen, sala polivalente para prática desportiva, etc.”, descreve Mariana Rosa.

Os escritórios deixaram de ser espaços de conveniência para serem espaços de experiência. Nisto, é de esperar que haja menos densidade ocupacional, mas se antigamente considerávamos o rácio de um colaborador por cada 10 m2, agora este rácio é de uma pessoa por cada 12-15 m2, pois os espaços têm que incorporar zonas colaborativas e sociais”, concretiza a responsável da JLL Portugal.

Regressar para que escritório?

Na hora de remodelar, o foco tem sido em criar espaços preparados para um modelo de trabalho mais colaborativo. É o caso da Nestlé. A decisão de investir 11 milhões de euros na remodelação da sede em Linda-a-Velha foi tomada ainda nem o mundo sonhava com a Covid-19, mas mais de um ano depois o ‘ninho’ ainda aguarda o regresso dos cerca de mil colaboradores da multinacional que têm na sede a sua base de trabalho. O regresso será faseado e em modelo híbrido.

Escritórios da Nestlé em Carnaxide - 15JUN21

“O edifício tem capacidade para aproximadamente mil pessoas, mas não temos mil secretárias – temos uma desk sharing à volta dos 30% – o que significa que se vier toda a gente no mesmo dia não vamos conseguir sentar todos. A ideia é precisamente esta: não vir todos os dias”, diz Maria do Rosário Vilhena. “Na Nestlé já estávamos muito focados no conceito de flexibilidade, as pessoas podem trabalhar a qualquer hora, a partir de qualquer lugar, desde que entreguem”, diz a diretora de recursos humanos. “Quisemos que o escritório fosse reposicionado nesse sentido, não para um espaço onde tenho a obrigação de ir todos os dias, mas onde vou porque a experiência é agradável e, sobretudo, porque potencia esta nova forma de estar e trabalhar.”

Na PHC Software – que investiu 12 milhões de euros, em parceria com o Tagus Park, na nova sede – o regresso ao escritório será num modelo híbrido. “É um modelo simples e altamente personalizado, em que existem dois dias de presença obrigatória no escritório para trabalho coletivo e criativo, sendo os restantes três dias flexíveis e personalizáveis e definidos à medida de cada função”, diz Ricardo Parreira, CEO da PHC Software.

“Os colaboradores têm direito a dois períodos full remote de 30 dias, podendo trabalhar nesse período a partir de qualquer lugar se assim o entenderem.” A decisão surge depois de ouvidos os colaboradores: “mais de nove em cada dez pessoas escolheu um modelo com presença no escritório”, revela o gestor. “O importante é que esse modelo não seja rígido ao ponto de estragar a experiência e foi isso que tivemos em conta: um modelo com a flexibilidade necessária para se adaptar a cada pessoa, cada equipa e cada função de forma a atingir o melhor desempenho e felicidade.”

O escritório está a deixar de ser apenas um local para executar tarefas e exercer o presentismo, para se transformar num fórum para a partilha de ideias e criatividade.

Duarte Aires

CEO da Vector Mais

“O escritório passará a ser um clube, um local onde os colaboradores têm orgulho de pertencer e onde desenvolvem as ideias mais brilhantes”, acredita Duarte Aires, CEO da Vector Mais. E dá como exemplo desta “nova filosofia” o projeto que a empresa, que desenvolve projetos de desenho e construção de espaços interiores, criou para a farmacêutica Novo Nordisk, na Quinta da Fonte. “Criámos um escritório em regime de hot desking, dividido em três zonas principais: uma informal, que promove os encontros casuais e a criatividade; uma de colaboração, onde uma equipa se pode reunir para desenvolver um projeto, e uma de foco, quando alguém pretende trabalhar e não ser interrompido. Tudo isto complementado por várias áreas lounge, phone booths, plantas e uma cafetaria repleta de luz natural”, descreve.

“O escritório está a deixar de ser apenas um local para executar tarefas e exercer o presentismo, para se transformar num fórum para a partilha de ideias e criatividade”, diz. Nem vão encolher. Serão sim, diferentes. “Sem lugares dedicados a cada trabalhador e com mais áreas de colaboração”, opção que “em muitos projetos, representa mais de 40% da área de ocupação total do escritório”, refere.

“Esta nova configuração vai permitir às empresas contratar mais pessoas sem terem a necessidade imediata de aumentar a área do escritório, porque as equipas vão estar num modelo de rotatividade natural, juntando-se nos momentos verdadeiramente essenciais.”

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