Negócio das encomendas leva CTT de prejuízos a lucros de 17,2 milhões no semestre
Os CTT melhoraram de forma expressiva o resultado líquido do semestre, passando de prejuízos de 2 milhões para lucros de 17,2 milhões de euros até junho de 2021.
O resultado líquido dos CTT CTT 0,00% disparou na primeira metade do ano, passando de prejuízos de 2 milhões de euros no primeiro semestre de 2020 para lucros de 17,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2021. O grupo registou um crescimento generalizado nas várias rubricas de receita, especialmente a do negócio de Expresso e Encomendas.
Num comunicado com os resultados semestrais, a empresa presidida por João Bento explica que esta melhoria foi impulsionada “principalmente pelo crescimento no EBIT [lucro antes de juros e impostos] recorrente”, que se multiplicou por cinco no semestre, para 28,7 milhões de euros. Mas o resultado líquido também inclui um efeito não recorrente no valor de 2,3 milhões de euros.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dos CTT, por sua vez, cresceu 60,6% no semestre, para 57,3 milhões de euros.
Do lado dos rendimentos operacionais, estes aumentaram 18,2% como um todo, para 412,8 milhões de euros. O correio, o principal negócio do grupo, cresceu 6,6%, para 216,1 milhões de euros em receitas, à boleia do aumento dos rendimentos com o correio transacional, “cuja receita beneficiou do aumento do contributo dos produtos de maior valor acrescentado” e maior valor unitário”.
Mas foram as receitas de Expresso e Encomendas que mais cresceram semestralmente. Aumentaram 47,8% entre o primeiro semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, para 125,8 milhões de euros, o que já é mais de metade das receitas do correio. A empresa ressalva que este segmento “continua a atingir novos máximos de rendimentos no semestre, impulsionados pelo forte desempenho da região ibérica”, sobretudo Espanha, que já representa 45,5% das receitas deste segmento.
Os resultados dos Correios no primeiro semestre “são bons” e “em linha com a rota de crescimento da receita e de rentabilidade”, disse à Lusa o presidente executivo dos CTT, João Bento, antes de acrescentar que a empresa continuou a “contribuir para o crescimento do ‘ecommerce’ em Portugal e com isso a conseguir que a área de Expresso esteja a crescer bastante” no mercado nacional.
Quanto ao Banco CTT, os rendimentos operacionais aumentaram 19%, para 45,7 milhões de euros, com o contributo positivo do crescimento da margem financeira, que atingiu 25,7 milhões, mais 20,4% do que na primeira metade de 2020.
“De facto, o nosso portfólio de negócios hoje em dia, versus ao que era há uns anos, tem um pendor muito mais em áreas que tem forte crescimento, que é o banco e o Expresso, com crescimentos muito significativos, acima de 10%, e o correio, sendo menos significativo, também tem tido uma ‘performance’ de alguma resiliência, o que tem ajudado”, reforçou o administrador financeiro, Guy Pacheco, em declarações à Lusa.
A instituição bancária conseguiu, no primeiro semestre, 2 milhões de euros com juros do crédito ao consumo (+12,4%). A empresa tem uma carteira de crédito automóvel e leasing, líquida de imparidades, de 602,3 milhões de euros, um aumento de 6,1%. No crédito à habitação, os juros obtidos estabilizaram face ao ano passado, mas a carteira aumentou 7,5% face a dezembro do ano passado, para 564 milhões de euros.
Por fim, no que toca aos serviços financeiros e retalho, os CTT geraram rendimentos operacionais de 23,7 milhões de euros, um crescimento de 10,3% face ao semestre homólogo.
Do lado das despesas, os CTT registaram gastos operacionais nos seis meses no valor de 381,1 milhões de euros, um agravamento de 37,5 milhões de euros (10,9%). A pressionar esteve, sobretudo, os gastos com fornecimentos e serviços técnicos, mas também mais gastos com pessoal.
A 30 de junho de 2021, os CTT tinham uma dívida líquida de 61,7 milhões de euros. Encolheu 9,8 milhões face a 31 de dezembro de 2020.
Nova concessão chega antes do fim do ano, acreditam os CTT
No comunicado, os CTT mostram-se confiantes de que o novo contrato de concessão do serviço postal universal será negociado com o Estado com sucesso antes do fim do ano.
“Na sequência dos desenvolvimentos recentes do processo conducente ao novo contrato de concessão, reafirmamos a confiança de que o mesmo será formalizado dentro do prazo da prorrogação em vigor”, lê-se no comunicado.
Os CTT estão ainda confiantes de que o novo contrato terá objetivos mais leves do que o atual, apesar de a Anacom os querer apertar ainda mais. “Tal deverá melhorar a capacidade de os CTT cumprirem as obrigações do serviço universal num enquadramento mais sustentável”, lê-se no documento.
(Notícia atualizada pela última vez às 21h57, com declarações do CEO e CFO dos CTT)
Evolução das ações dos CTT em Lisboa:
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