Supermercados já estão a vender autotestes. Veja os preços

Os autotestes à Covid-19 passaram a ser vendidos em todos os hiper e supermercados. Os preços, que antes superavam a fasquia dos 10 euros, agora custam, no máximo, 4,99, mas há mais barato.

Super e hipermercados já estão autorizados a vender autotestes à Covid-19. E não perderam tempo em colocar nas suas prateleiras as embalagens dos testes das várias marcas que têm disponíveis, com preços para todas as carteiras. Se há algum tempo podiam custar mais de uma dezena de euros, agora não vão além dos quase cinco. E muitos custam praticamente metade disso.

A medida, aprovada em Conselho de Ministros, tem por objetivo tornar ainda mais acessível o acesso a este mecanismo de controlo da pandemia, numa altura em que o número de infeções tem vindo a crescer nas últimas semanas devido à rápida disseminação da variante Delta. Até agora, estes testes apenas podiam ser comercializados em farmácias e parafarmácias.

Além disso, este alargamento surge após ter sido exigido a apresentação de testes negativos à Covid-19, para quem não tem ainda um certificado digital válido, no acesso a espaços de restauração — a partir das 19h00 de sexta-feira e durante todo o dia aos sábados, domingos e feriados — e à hotelaria. No caso da restauração, esta medida aplica-se aos concelhos com maior incidência da Covid-19 e apenas no interior, ao passo que na hotelaria aplica-se a todo o território nacional. E há multas para quem não cumprir.

Para o acesso a estes espaços são aceites os testes PCR realizados nas 72 horas anteriores à sua apresentação, testes de antigénio com relatório laboratorial, realizado nas 48 horas anteriores à sua apresentação, testes rápidos de antigénio na modalidade de autoteste, realizado nas 24 horas anteriores à sua apresentação na presença de um profissional de saúde ou da área farmacêutica que certifique a sua realização e o seu resultado, mas também estes testes rápidos de antigénio na modalidade de autoteste, realizados no momento, à porta do estabelecimento.

Assim, e especificamente no que toca aos autotestes, se no início de abril cada teste chegava a custar entre seis e 10 euros em algumas farmácias, a maior oferta e o facto de o Governo ter imposto uma margem de lucro máxima de 15% na comercialização dos autotestes, seguindo, desta forma, a recomendação emanada pelo Presidente da República, forçou a uma redução dos preços. Até então, os comerciantes tinham “carta branca” para definir o preço dos artigos, tendo apenas que respeitar que estes artigos estão isentos de IVA, por serem considerados dispositivos médicos de diagnóstico in vitro, tal como tinha revelado o Ministério das Finanças, ao ECO.

Se até agora apenas Wells, Pingo Doce e Auchan estavam autorizadas a comercializarem estes testes, uma vez que têm parafarmácias. A partir desta sexta-feira, os autotestes podem ser encontrados nas prateleiras de todos os supermercados e a preços bastante inferiores aos registados no início de abril.

Assim, as lojas Continente — que incluem os supermercados Continente, Modelo e Bom Dia passaram a vender estes testes por 2,79 euros a unidade. Em causa estão os autotestes produzidos pela fabricante sul coreana Genrui Biotech, cujo cada kit “pode ser armazenado entre 2ºC e 30 ºC e é válido durante 18 meses se a embalagem de alumínio permanecer selada”, informou fonte oficial do grupo Sonae, em comunicado.

Além disso, também a Wells vendia desde o início de abril autotestes à Covid-19. Assim, neste momento a marca especializada em Saúde do grupo Sonae disponibiliza três tipos de testes individuais por 4,99 euros a unidade, no caso dos testes distribuídos pela Roche (no início custavam 6,99 euros) ou 2,79 euros (no caso da Genrui e da FlowFlex). No espaço de pouco mais de três meses, a Wells já vendeu meio milhão de autotestes à Covid, sendo que só no último fim de semana a procura disparou, com as novas regras para a restauração e hotelaria.

À semelhança da Wells, também as lojas da retalhista Jerónimo Martins estão a praticar preços semelhantes. Assim, as lojas Pingo Doce estão a vender “autotestes individuais de duas marcas diferentes”, sendo que cada teste do fabricante Genruicusta 2,79 euros, ao passo que o da Roche custa 4,99 euros, segundo revelou fonte oficial da empresa, em resposta ao ECO. Assim, tal como na marca especializada em saúde do grupo Sonae trata-se de uma diferença de 2,2 euros.

Com cerca de 30 lojas espalhadas de norte a sul de Portugal, a Auchan disponibiliza dois tipos de testes, podendo estes ser adquiridos a título individual — 2,78 euros a unidade (no caso da marca Genrui)–, ou em embalagens de 5 testes por 13,49 euros (cerca de 2,70 euros a unidade). Estes testes “podem ser encontrados no linear das lojas, bem como nos espaços ‘A Minha Saúde e Bem Estar’, e na loja online”, assinala a Auchan Retail Portugal, ao ECO.

Também a partir da próxima semana, os supermercados Minipreço vão começar a disponibilizar autotestes à Covid-19. Estes testes “serão disponibilizados em embalagens individuais” e terão um custo de 2,79 euros, explicou fonte oficial do grupo Dia, ao ECO.

Os autotestes permitem resultados em 15 a 30 minutos, sendo que só em junho é que estes testes passaram a integrar a estratégia nacional de testagem. No entanto, na atualização à norma, publicada a 7 de junho, a DGS sublinha que sua utilização não substitui, mas complementa, a utilização dos restantes testes laboratoriais para SARS-CoV2, pelo que “não devem ser considerados como testes de diagnóstico em pessoas com suspeita de infeção por SARS-CoV-2 (pessoas sintomáticas) ou pessoas com contactos com casos confirmados de Covid-19”. Nestes casos, o utente deve contactar o SNS24 independentemente do resultado do teste.

De acordo com as recomendações das autoridades de saúde, os utentes que tenham um autoteste positivo ou inconclusivo devem, depois de registarem na plataforma o respetivo resultado, contactar a linha SNS24 e seguir as orientações emanadas pelos profissionais de saúde. Já no caso de o resultado ser negativo, os utentes devem apenas comunicar o resultado na plataforma online.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Episódio #27 Os preços das casas vão continuar a subir?

  • ECO
  • 17 Julho 2021

Os preços das casas resistiram a mais de um ano de pandemia. E agora, o que se segue? Análise de quem conhece o mercado por dentro n'O Mistério das Finanças.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Porque é que os preços das casas, em média, não desceram com a pandemia? E o que se segue no mercado, tendências de subida ou de descida? São mesmo os estrangeiros os responsáveis pela subida dos preços, com efeitos perversos face aos rendimentos dos portugueses? Ricardo Costa responde a estas e outras perguntas neste episódio d’O Mistério das Finanças, dedicado ao mercado imobiliário.

Ricardo Costa, convidado especial deste episódio, lidera a Luximos Christies, representante da Christies Real Estate no norte de Portugal e no Algarve. A Christies Real Estate é uma rede imobiliária com 1350 escritórios em todo o mundo, posicionada no imobiliário de luxo. Em 2014, a Luximos Christies foi eleita como o melhor escritório do mundo da rede. Ricardo Costa, que trabalha no setor desde 2004, analisa tendências e explica o que podemos esperar quanto ao fim das moratórias (em que os bancos terão “de engolir alguns sapos”), as taxas juro, o caso particular do Algarve ou a reação de investidores sobre o quadro fiscal e incentivos como os vistos Gold em Portugal.

Espaço ainda para as rubricas habituais deste podcast semanal do ECO, apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, em que se analisam os apoios ao fim das moratórias, a proposta do governo de controlar margens das gasolineiras e o trajeto de Vítor Fernandes no Banco de Fomento.

Disponível nas plataformas habituais, em Spotify e Apple Podcasts.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medo da variante Delta dá semana de perdas a Wall Street

Os bons resultados da banca não foram suficientes para ofuscar o medo da variante Delta, que já é dominante entre os novos casos em todo o mundo. Wall Street ressentiu-se.

As bolsas norte-americanas recuaram na última sessão da semana. Os investidores estão novamente preocupados com a propagação da variante Delta do coronavírus, que já é dominante entre os novos casos observados em todo o mundo.

O S&P 500 caiu 0,75%, para 4.327,19 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recuou 0,86%, para 34.686,08 pontos. O tecnológico Nasdaq perdeu 0,78%, para 14.429,43 pontos.

Os resultados robustos da banca no arranque da temporada de apresentações de resultados não foram suficientes para impedir uma semana de quedas bolsitas. No acumulado das cinco sessões, o S&P 500 caiu 0,97%, o Dow Jones recuou 0,53% e o Nasdaq perdeu 1,87%.

Entre as principais quedas estiveram as das ações de grupos de cruzeiros, como a Carnival Corp (-4,69%) e a Norwegian Cruise Line (-5,36%). Mas também houve recuos na tecnologia, nomeadamente a Amazon (-1,59%) e a NVidia (-4,25%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Os casos mediatizados são a margem do sistema e não a norma”, diz Vítor Bento

O presidente do júri dos Investor Relation Awards considera que "uma das grandes debilidades do Estado é a qualidade da sua governance". E isso vai ser sentido no Plano Nacional de Reformas.

Vítor Bento é presidente do júri dos Investor Relations Awards. Nesta entrevista, por email, realizada no âmbito da 33.ª edição dos prémios organizados pela Delloitte, o também presidente da Associação Portuguesa de Bancos defende que “a boa governance das empresas deve assegurar, para além da maximização e preservação do valor criado, a justa distribuição desse valor por todos os stakeholders”.

A edição deste ano dos IRGAwards tem como tema principal a importância do elemento humano nas estratégias empresariais. De que valores estamos aqui a falar?

Dos valores associados à dignidade humana, à natureza social do homem e a complexidade que envolve essa natureza.

A pandemia obrigou a trabalhar à distância e ao contacto virtual com os clientes. Acha, ainda assim, que as empresas ficaram mais humanas depois da pandemia?

O que se procura valorizar é precisamente a capacidade de as empresas não perderem de vista a natureza intrinsecamente humana em que assenta a sua própria existência, o seu bom funcionamento, e, em última instância, a sua criação de valor. Não obstante a pressão “desumanizante” que o afastamento social e a mecanização das interações decorrentes da situação anormal que vivemos, possa trazer.

A ideia de que a atividade de uma empresa, além de gerar lucro, deve ter externalidades positivas para a sociedade parece irreversível. Conseguir entregar resultados nesta dimensão já é um fator decisivo para a competitividade das empresas?

Eu poria a questão noutros termos e não necessariamente na dicotomia implícita na pergunta entre lucro e o valor para a sociedade. O propósito das empresas é criar valor e, em particular — pelo menos da parte de quem as cria e mantém a sua existência — gerar lucros. Mas aquilo que a boa governance das empresas deve assegurar, para além da maximização e preservação do valor criado, é a justa distribuição desse valor por todos os stakeholders que contribuem para esse valor. E entre esses stakeholders está a sociedade onde a empresa se insere e que lhe proporciona as condições sociais para o seu bom funcionamento, e o ambiente onde todos funcionamos. Isso implica, nomeadamente, prevenir externalidades negativas (que seria retirada de valor da sociedade) ou prover à sua compensação e contribuir para a sociedade com as obrigações implícitas no contrato social envolvente: pagar os impostos que a sociedade, através dos seus órgãos legítimos, considera que lhe são devidos e respeitar a lei e as normas regulatórias. E tratar com respeito e justiça todas as pessoas de que depende o seu funcionamento. O que ficar aquém disto, não é boa governance.

Como é que se incorpora essa visão mais humanista nas empresas? Quem é que deve dar esse impulso e de que forma?

A ética que rege o funcionamento de uma empresa, enquanto entidade coletiva, e de todos os que individualmente nela colaboram é definida, por ação ou omissão, a partir do topo. Por ação, através de normas explícitas, como códigos de conduta e a sua monitorização e também pelo exemplo das lideranças (o que na linguagem anglo saxónica se define como walk the talk). Por omissão, porque quando não haja uma conduta exemplar no topo e/ou este não estabeleça o expectável “código ético” da empresa, o deslaçamento ético tenderá a espalhar-se mais tarde ou mais cedo.

Mesmo tendo em conta alguns importantes desvios pontuais, os comportamentos dominantes nas nossas empresas tendem a ser bons.

Vê isso a acontecer de forma suficientemente abrangente nas empresas portuguesas? Temos assistido a alguns maus exemplos.

Como em toda a existência humana, há comportamentos melhores e comportamentos menos bons. Mas não me compete, muito menos aqui, fazer avaliações particulares. Direi apenas que, mesmo tendo em conta alguns importantes desvios pontuais, os comportamentos dominantes nas nossas empresas tendem a ser bons. E não resisto a acrescentar uma palavra de cautela. A ênfase mediática que é compreensivelmente colocada nos comportamentos desviantes, mas que não ressalta os bons comportamentos, gera inevitavelmente um adverso efeito de paralaxe que nos pode levar a considerar que a situação é pior do que realmente é. É preciso ter presente que os casos compreensivelmente mediatizados são a margem do sistema e não a sua norma.

Quando olha para o tecido empresarial português, que forças e fraquezas considera que foram evidenciadas pela crise sanitária e económica? E quando olha para o Estado português?

Do lado das forças é importante destacar a resistência e a capacidade de rápida reinvenção em face de adversidades inesperadas, dando mais uma vez jus ao ditado de que a necessidade é mestra de engenhos. As fraquezas resultam sobretudo da dependência excessiva que a economia tem de algumas atividades, e que foram muito adversamente afetadas pela pandemia. Quanto ao Estado, isso seria tema para uma conversa mais longa. Mas ficamo-nos só pela referência de que uma das grandes debilidades do Estado é a qualidade da sua governance (não confundir com “Governo”, que é apenas uma parte dessa governance e que deve ser analisado sob outros ângulos).

O Estado tem uma governance de qualidade muito frágil. E isso (…) irá inevitavelmente ser sentido, mais uma vez, na aplicação do PRR.

Tem defendido que o Estado tem de acelerar o passo do seu próprio progresso, de forma a facilitar uma convergência mais rápida da economia portuguesa para os níveis mais elevados de prosperidade na Europa. Está confiante que o PRR dará um contributo muito significativo nessa aceleração?

Reitero o que disse no final da resposta anterior. O Estado tem uma governance de qualidade muito frágil. E isso, que é uma das causas subjacentes ao nosso duradouro mau desempenho, irá inevitavelmente ser sentido, mais uma vez, na aplicação do PRR.

Foi mais difícil para as empresas gerir as relações com os investidores neste período?

Não creio. E terá também havido de tudo: mais difícil para uns, mais fácil para outros, dependendo da perspetiva das respetivas atividades. Terá sido talvez mais exigente em termos de explicações necessárias face ao entorno adverso.

Considera que é necessário as empresas desenvolverem mais a relação com outros stakeholders. Devia, por exemplo, haver um gabinete ou departamento de relações com a sociedade?

Como disse numa outra resposta acima, faz parte da boa governance tratar todos os stakeholders com justiça, assegurando que cada um obtém da empresa a quota de valor que cabe por direito ao seu contributo. A resposta a esse desígnio pode ser assegurada de várias formas. O essencial é assegurar que as formas adotadas não se tornem apenas formas, mas proporcionem a substância que delas se espera.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cheias na Alemanha e Bélgica provocam mais de 120 mortos

O número de mortos provocados pelas chuvas severas na Europa ocidental já ascende a 120, de acordo com a imprensa internacional. É já considerado o fenómeno natural mais extremo em várias décadas.

Fotografia aérea do cemitério de Bad Neuenahr-Ahrweiler, na Alemanha, a 16 de julho de 2021.EPA/FRIEDEMANN VOGEL

Pelo menos 106 pessoas morreram na Alemanha e 20 na Bélgica, depois de as cheias “catastróficas” desta semana terem provocado aluimentos de terras, demolido estradas e casas, e provocado um rasto de destruição que não era visto na Europa há décadas. O fenómeno afetou ainda outros países, como a Holanda e a Suíça, e há centenas de pessoas desaparecidas.

As agências internacionais relatam um cenário desolador, marcado por resgates e evacuações. Comunidades inteiras foram devastadas pelas águas.

As imagens transmitidas pela Reuters a partir de alguns dos locais mais afetados mostram ruas totalmente alagadas, carros empilhados e entulho acumulado junto a estruturas em ruínas. Em muitas regiões não há eletricidade e as redes de comunicações estão inacessíveis. Escasseia água potável.

Este é já considerado o maior desastre natural na Alemanha dos últimos 60 anos. Na terça-feira, a Bélgica cumpriu um dia de luto nacional. O número total de vítimas, que já ascende a 120, deverá subir ao longo dos próximos dias.

Segundo o The New York Times, este tipo de fenómenos naturais extremos é um dos sinais mais visíveis das alterações climáticas, concretamente do aquecimento global provocado pela emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera. “Estudos mostram que estão agora a ocorrer com maior frequência”, escreve o jornal, que sublinha que uma atmosfera mais quente tem a capacidade para acumular mais humidade, provocando chuvas severas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ANA alerta para constrangimentos nos aeroportos devido à greve na Groundforce

  • Lusa
  • 16 Julho 2021

Greve de dois dias no serviço de handling da Grounforce tem início às 0h00 de 17 de julho. ANA alerta para constrangimentos nos voos nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

A ANA – Aeroportos de Portugal alertou esta sexta-feira para possíveis constrangimentos nos aeroportos nacionais devido às greves convocadas pelos trabalhadores da Groundforce no fim de semana, segundo uma nota enviada à Lusa.

“A ANA – Aeroportos de Portugal informa que, devido à greve (de dois dias) no serviço de ‘handling’ [assistência em terra] da Groundforce, com início às 00h00 de 17 de julho, são expectáveis constrangimentos, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo”, adiantou a gestora das infraestruturas.

A ANA recomendou ainda aos passageiros “que contactem antecipadamente a companhia aérea para obterem mais informações sobre o seu voo”, recordando que “a greve terá início às 00h00 de 17 de julho e terminará às 24h00 de 18 de julho”.

A gestora garantiu que “fará tudo o que estiver ao seu alcance para diminuir os constrangimentos causados aos passageiros”.

No início do mês, o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) convocou uma greve na Groundforce para os dias 17, 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, de acordo com um ofício, enviado na altura à Lusa.

Na mesma nota, a estrutura sindical detalhou que a paralisação abrange os trabalhadores da SPdH (Groundforce) de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo e que decorrerá das 00h00 do dia 17 às 24h00 do dia 18 de julho de 2021 e das 00h00 do dia 31 de julho às 24h00 do dia 02 de agosto de 2021.

O STHA convocou ainda uma paralisação ao trabalho extraordinário das 00h00 de dia 15 de julho às 24h00 do dia 31 de outubro de 2021.

“Para os trabalhadores cujo horário de trabalho se inicie antes das 00h00 do dia 17 e 31 de julho ou termine depois das 24h00 do dia 18 de julho e 02 de agosto, se a maior parte do seu período normal de trabalho for coincidente com o período de tempo coberto por este aviso prévio de greve, o mesmo produzirá efeitos a partir da hora de entrada ao serviço, ou prolongar-se-á até à hora de saída”, indicou o sindicato, na mesma nota.

O sindicato justificou a convocação desta greve “considerando que, desde fevereiro de 2021, que a SPdH vive uma situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias“, acusando a TAP SGPS, SA, “na qualidade de acionista”, de nada fazer “para garantir os salários dos trabalhadores da SPdH, não transferindo qualquer valor desde janeiro de 2021”.

Também o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) e o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) convocaram uma greve na Groundforce entre hoje e 18 de julho, além de outras paralisações parciais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vai jantar fora? Lembre-se de que é preciso certificado ou teste negativo

Se for jantar fora esta sexta-feira num dos 90 concelhos de risco precisa de certificado ou teste negativo. Medida estende-se por todo o fim de semana.

Nos concelhos de risco elevado ou muito elevado, fazer refeições no interior dos restaurantes depende da apresentação do certificado digital ou de um teste negativo, que no limite pode mesmo ser feito à porta do estabelecimento. A medida aplica-se a partir das 19h de sexta-feira e estende-se por todo o fim de semana, e também feriados.

O Governo decidiu alargar a exigência de apresentação do certificado digital e dos testes negativos a mais situações devido ao agravamento da pandemia de Covid-19.

Assim, em todo o território, o acesso a hotéis e similares passou a depender agora desses “passaportes” e nos concelhos de maior risco são também exigidos nos restaurantes (exceto em esplanadas), ainda que apenas a partir das 19h das sextas-feiras e durante todo o dia aos sábados, domingos e feriados.

Assim, se for jantar fora num dos 90 concelhos que foram considerados de risco elevado e muito elevado na última reunião do Conselho de Ministros, só o poderá fazer com a apresentação do certificado digital ou de um teste negativo. A medida também se aplica aos estrangeiros, sendo que as únicas exceções são crianças com menos de 12 anos, os trabalhadores dos estabelecimentos, ou se o jantar for na esplanada.

Esta medida fez com que o restaurantes dos concelhos afetados pudessem fechar mais tarde, mas só ao fim de semana, passando a hora de encerramento das 15h30 para as 22h30. Durante a semana a hora de fecho continua a ser as 22h30.

Para entrar no restaurante pode apresentar uma das seguintes opções:

  • Certificado Digital: um documento digital que comprova que a pessoa foi vacinada contra a Covid-19 (válido 14 dias após a toma da segunda dose, ou dose única no caso da Janssen), recebeu um resultado negativo num teste ou recuperou da Covid-19.
  • Teste PCR, realizado nas 72 horas anteriores à sua apresentação;
  • Teste de antigénio com relatório laboratorial, realizado nas 48 horas anteriores à sua apresentação;
  • Teste rápido de antigénio na modalidade de autoteste, realizado nas 24 horas anteriores à sua apresentação na presença de um profissional de saúde ou da área farmacêutica que certifique a sua realização e o seu resultado;
  • Teste rápido de antigénio na modalidade de autoteste, realizado no momento, à porta do estabelecimento que se pretende frequentar, sob verificação dos responsáveis por estes espaços.

Os 90 concelhos em causa são: Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcobaça, Alcochete, Alenquer, Almada, Amadora, Arouca, Arraiolos, Arruda dos Vinhos, Aveiro, Avis, Azambuja, Barcelos, Barreiro, Batalha, Benavente, Bombarral, Braga, Cantanhede, Cartaxo, Cascais, Castro Marim, Chaves, Coimbra, Constância, Elvas, Espinho, Faro, Figueira da Foz, Gondomar, Guimarães, Ílhavo, Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Lourinhã, Lousada, Mafra, Maia, Matosinhos, Mira, Moita, Monchique, Montemor-o-Novo, Montijo, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Oeiras, Olhão, Oliveira do Bairro, Palmela, Paredes, Paredes de Coura, Pedrógão Grande, Peniche, Portimão, Porto, Porto de Mós, Póvoa de Varzim, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Santiago do Cacém, Santo Tirso, São Brás de Alportel, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Tavira, Torres Vedras, Trancoso, Trofa, Vagos, Valongo, Viana do Alentejo, Vila do Bispo, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Real de Santo António e Viseu.

Além de terem de exigir a apresentação do certificado digital ou de um teste negativo aos seus clientes, os restaurantes continuam a ter de observar as regras de distanciamento e lotação que foram fixadas pelas autoridades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Internamentos nos cuidados intensivos em 72% do limite “crítico” da pandemia

A 14 de julho estavam 174 pessoas internadas nos cuidados intensivos em Portugal, o que corresponde a 72% do limite "crítico". Semana passada registava 56%.

A pandemia continua a agravar-se. Em consequência, o número de pessoas internadas vai aumentando dia após dia, começando a pressionar os serviços de saúde. É o que mostra o relatório semanal das “linhas vermelhas” da pandemia: Portugal já atingiu 72% do valor crítico de 245 camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos (UCI). Na semana passada, a percentagem situava-se nos 56%, segundo a DGS e o INSA.

De acordo com as autoridades de saúde, na quarta-feira, dia 14 de julho, havia 174 doentes internados em UCI, valor que corresponde a 72% do limiar de camas ocupadas definido como crítico. São mais 16 pontos percentuais (p.p) face à semana passada, o que reflete a “tendência crescente” deste tipo de internamentos.

“No último mês, o aumento da atividade epidémica, associado ao predomínio crescente da variante Delta, tem condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos Cuidados Intensivos e nas regiões LVT [Lisboa e Vale do Tejo] e Algarve”, indica o relatório. Na semana passada estas regiões registavam, respetivamente, 82 e 15 doentes internados em UCI, mas esta semana não houve uma atualização concreta, pois a atualização “será apresentada na próxima semana”.

Segundo o INSA e a DGS, no conjunto do país, o grupo etário com maior número de casos de infeção internados em UCI é o dos 40 aos 59 anos (82 internados).

Já no que diz respeito à incidência cumulativa, a 14 dias por 100 mil habitantes, é na faixa etária dos 20 aos 29 que o valor se encontra mais alto (875 casos por 100 mil habitantes), seguindo-se os 30 aos 39 anos (581) e dos 10 aos 19 (536). De recordar que estas faixas etárias correspondem às que iniciaram o processo de vacinação há pouco tempo ou que ainda não iniciaram de todo.

No geral do país, a incidência cumulativa está agora nos 372 casos, com tendência crescente. Neste ponto, o Algarve destaca-se com 883 casos por 100 mil habitantes, mas também Lisboa e Vale do Tejo com 497 casos por 100 mil habitantes.

Quando ao índice de transmissibilidade (o Rt), Portugal regista 1,12 a nível nacional (era 1,18 a semana passada). “O valor do Rt desceu em todas as regiões, indicando um desacelerar da transmissibilidade da infeção, embora ainda com tendência crescente”, é detalhado no relatório.

As autoridades indicam ainda que “a nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,9% (semana passada 4,5%), valor que ultrapassou o limiar definido de 4%”. Além disso, “observou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias)”.

Por fim, tal como na semana passada, é a variante Delta que domina os contágios no país, representando quase 90% dos novos casos (mais precisamente, 88,6% na semana de 28 de junho a 4 de julho).

(Notícia atualizada às 19h30)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gouveia e Melo “disponível” para continuar a liderar vacinação se houver terceira dose

  • Lusa
  • 16 Julho 2021

O coordenador da "task force" da vacinação contra a Covid-19 diz estar disponível para continuar à frente do processo, mas lembrou que quem decide são os seus superiores na hierarquia militar.

O coordenador da task force da vacinação contra a Covid-19, Henrique Gouveia e Melo, manifestou abertura para continuar a liderar o processo caso seja necessária a administração de uma terceira dose das vacinas.

Eu estou sempre disponível. Quem decide a minha disponibilidade são os meus superiores hierárquicos, neste caso, as forças armadas e, acima das forças armadas, o poder político. Eu sou um militar, cumpro o que tiver de cumprir em função dessas ordens que receber”, afirmou o vice-almirante aos jornalistas, após uma visita ao centro de vacinação de Ouressa, em Sintra, num périplo que tinha ainda paragens em Carnaxide, em Oeiras, e Alcabideche, em Cascais.

Para o responsável pelo plano de vacinação contra a Covid-19, mantém-se a meta de 70% da população portuguesa imunizada com a primeira dose na semana entre 08 e 15 de agosto e nem a suspensão durante cerca de 24 horas da administração da vacina da Janssen condiciona a realização desse objetivo.

“Naquele período vamos atingir isso. Isto não vai alterar nada, são os solavancos de curto prazo. Não altera o planeamento de médio e longo prazo”, explicou, sem deixar de fazer uma ressalva: “Estamos sempre dependentes das vacinas que chegam a território nacional”.

Questionado ainda sobre a vacinação dos jovens com menos de 18 anos, Gouveia e Melo recordou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) “está a estudar esse assunto” e que esse cenário não escapa ao planeamento logístico da sua equipa.

“É um assunto que está dentro dos nossos planos e, portanto, nós planeamos para uma hipótese. A DGS que determine se essa hipótese se vai ou não realizar, mas nós estamos a planear para não sermos apanhados depois descalços no momento em que a decisão for tomada”, resumiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Consumo de combustíveis em “trajetória de recuperação” sobe 11,9% em junho

  • Lusa
  • 16 Julho 2021

Para a entidade, estes dados mostram “uma trajetória de recuperação clara e é reflexo de uma aceleração dos níveis de atividade económica e, logo, de crescimento da procura e consumo destes produtos”.

O consumo de combustíveis aumentou 11,9% em junho deste ano, face ao mesmo mês de 2020, um valor que indica que continuam “uma trajetória de recuperação”, adiantou a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE).

“O total das introduções ao consumo [registos efetuados, para efeitos fiscais, pelos comercializadores grossistas de combustível] em Portugal em junho de 2021 voltou a registar uma subida face ao mês anterior, subindo 18.099 toneladas (+3,28%) e 60.658 toneladas (+11,93%) face a junho de 2020”, lê-se numa nota, publicada pela entidade.

Segundo a ENSE, “estas introduções ao consumo registadas pelos operadores através do Balcão Único da Energia, mostram uma subida homóloga na gasolina (+9,61%) e no gasóleo (+2,17%)”.

A entidade destaca ainda “o JET, com uma subida de 313,56% face a junho de 2020, que mostra alguma recuperação de atividade no setor da aviação”, de acordo com o comunicado.

A ENSE indicou também que, em relação a 2019, “constata-se uma clara recuperação”, tendo em conta que “no mês de maio a variação homóloga face a maio de 2019 era de -24,95%, em junho de 2021 as introduções ao consumo foram 15,72% mais baixas do que o verificado no mesmo período de 2019”.

Para a entidade, estes dados mostram “uma trajetória de recuperação clara e é reflexo de uma aceleração dos níveis de atividade económica e, logo, de crescimento da procura e consumo destes produtos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Poiares Maduro alerta para perigos da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto

  • Lusa
  • 16 Julho 2021

"Eu não sei se sou a favor ou contra o TGV. O que eu sei é que nós não estamos em condições para tomar uma decisão inteligente sobre isso", defende Poiares Maduro.

O ex-ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, alertou esta sexta-feira, em Coimbra, para os perigos futuros da linha de alta velocidade Lisboa-Porto, prevista no Plano Ferroviário Nacional (PFN).

“Eu não sei se sou a favor ou contra o TGV. O que eu sei é que nós não estamos em condições para tomar uma decisão inteligente sobre isso”, afirmou o antigo governante, na manhã desta sexta-feira, em Coimbra, na sessão da 1.ª edição do Festival Cidades Resilientes, promovida pela Câmara de Coimbra.

Na sessão, em que o debate se centrou no “Futuro das Cidades” e de que forma se vão transformar, Miguel Poiares Maduro questionou os presentes sobre a necessidade de ter Lisboa e Porto a menos de uma hora de distância, sustentando que só “faz sentido discutir” este tema se “existir resposta a esta pergunta”. Os últimos estudos que existem são de 2007 e que consideram que “a linha vai ser altamente deficitária. Mais de 500 milhões [de euros] de défice por ano”, sublinhou o ex-ministro.

“Só há um estudo que tenta justificar que as vantagens são superiores a esses 500 milhões” e que justifica com “aquela magia da economia, que cada um interpreta como sendo mais ou menos favoráveis”, destacou.

Miguel Poiares Maduro realçou a “centralidade” que a linha de alta velocidade vai provocar em Lisboa e no Porto e, consequentemente, o impacto para outras cidades do país. Na sessão questionou ainda o “porquê” de o tema da centralidade não estar incorporado no estudo e se este investimento “compensa”, face às necessidades.

“Nós agora devíamos atender às novas formas de comunicação que se calhar tornam as viagens muito menos necessárias? Os ganhos de poupança na tal hora que se vai ganhar em relação a Lisboa e ao Porto já não são tão necessários, porque agora podemos fazer essas reuniões por Zoom? Será que ainda se justifica investir tanto?”, insistiu. O ex-ministro concluiu dizendo que “há falta de inteligência nas políticas públicas”.

A sessão contou, durante a manhã desta sexta-feira, com intervenções designadamente do sociólogo e professor da Universidade de Coimbra Carlos Fortuna e do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado.

Organizado pelo município de Coimbra e pela plataforma de jornalismo, cultura e educação Gerador, o festival decorre no Convento São Francisco, em Coimbra, esta sexta-feira e sábado, com a participação de mais de três dezenas de especialistas em diferentes áreas, para debater o futuro das cidades e partilhar conhecimento em masterclasses, entrevistas ou workshops espalhados pelo centro da cidade. A iniciativa integra um conjunto de instameets, em que “influenciadores digitais captam os recantos da cidade, que se encontra na corrida ao título de Capital Europeia da Cultura em 2027”, referem os promotores.

A a propósito da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027, Manuel Machado disse que “Coimbra 2027 ainda não é uma certeza, mas o caminho percorrido até aqui já produziu frutos: já constituímos e está a funcionar o Conselho Municipal de Cultura, já criámos o Encontro Literário Internacional Cidades Invisíveis, já instituímos, com a Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga, já lançámos uma edição do orçamento participativo, com uma dotação de meio milhão de euros, destinada a financiar a projetos culturais relevantes para valorizar esta caminhada até 2027″.

A Candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027 “ainda não está ganha, mas já tem um legado relevante na cidade que, naturalmente, ambicionamos”, frisou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O que é a investigação que Bruxelas abriu à TAP? E quais os prazos?

Investigação serve para garantir que a ajuda respeita as regras de auxílio de Estado. Governo e outras partes interessadas têm um mês para responder à Comissão. Não há prazo legal para decisão final.

A Comissão Europeia anunciou esta sexta-feira a abertura de uma investigação aprofundada aos auxílios de Estado à reestruturação da TAP. O que é este procedimento, o que tem de fazer o Governo e quais os prazos? O ECO preparou um breve guia.

As ajudas de Estado são proibidas na União Europeia?

Sim e não. O Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia contém uma proibição geral sobre ajudas de Estado, de forma a evitar que as empresas do mercado único recebam ajudas que distorçam a concorrência. No entanto, são admitidas várias exceções para acomodar falhas de mercado e estão excluídos todos os programas de apoio autorizados pela Comissão. Nas outras situações, por regra, é necessária a autorização de Bruxelas.

O que é a investigação aprofundada?

A notificação da intenção de atribuir ajudas de Estado desencadeia uma investigação preliminar da Comissão Europeia, através da Direção Geral da Concorrência. Se tiver dúvidas sobre a compatibilidade com as regras sobre auxílios estatais ou se tiver dificuldade em obter a informação necessária, avança com uma investigação aprofundada. No caso da TAP, a decisão prende-se com o primeiro motivo.

Porque decidiu a Comissão Europeia abrir uma investigação no caso da TAP?

A Comissão escreve no comunicado divulgado a 16 de julho que deu início a uma investigação “para avaliar se o auxílio à reestruturação que Portugal tenciona conceder à TAP, no valor de 3.200 milhões de euros, está em conformidade com as regras da União Europeia”. Vai examinar, nomeadamente:

  • Se a TAP ou os operadores de mercado contribuem suficientemente para os custos de reestruturação, assegurando assim que o plano de reestruturação não depende em excesso do financiamento público e que, por conseguinte, o auxílio é proporcionado.
  • Se o plano de reestruturação está acompanhado de medidas adequadas para limitar as distorções da concorrência criadas pelos auxílios.

A decisão de abrir a investigação aprofundada surgiu após um acórdão do Tribunal Geral da União Europeia que considerou que o auxílio de emergência de 1,2 mil milhões concedido à TAP em 2020 não estava suficientemente fundamentado. A Comissão tomou no dia 16 uma nova decisão para responder ao Tribunal.

O que pode fazer o Governo?

As partes interessadas têm um mês desde a data da publicação no Jornal Oficial da União Europeia para se pronunciarem junto da Comissão. É o prazo que tem o Governo e, por exemplo, outras companhias áreas. É provável que a Ryanair, que avançou com um recurso no Tribunal Geral da EU a propósito da injeção de 1,2 mil milhões na TAP, queira enviar a sua posição. Estas são também dadas a conhecer ao Governo, que pode contestar.

O Governo tem já em carteira algumas soluções para ir ao encontro das exigências da comissão. Uma delas é a entrada de um parceiro privado no capital da TAP, mais concretamente a Lufthansa. Pode ainda reduzir o montante da ajuda pública ou aumentar o contributo interno da companhia para o esforço de reestruturação.

Quanto tempo tem a Comissão Europeia para tomar uma decisão?

Todo o que entender necessário. Se na investigação preliminar existe um prazo de dois meses, na aprofundada não há qualquer limite legal de tempo para a decisão final. A Comissão diz que depende da complexidade do caso, da qualidade da informação prestada e do nível de cooperação do Estado-membro.

O que pode decidir a Comissão?

A Direção Geral da Concorrência pode aprovar, considerando que o auxílio é compatível com as regras do mercado interno. Pode também dar luz verde, mas com a exigência de condições, o que é frequente. Foi assim nos casos da Caixa Geral de Depósitos ou do Novo Banco. Se chumbar, pode dar ordem ao Estado-membro para recuperar o dinheiro e, se necessário, levar o caso até ao Tribunal de Justiça Europeu.

Um Estado-membro pode recorrer de uma decisão que lhe seja contrária?

Todas as decisões e procedimentos da Comissão Europeia são passíveis de recurso para o Tribunal Geral da União Europeia e, em última instância, para o Tribunal de Justiça Europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.