Microsoft quer maior aliança entre tecnologias “verdes” e digitalização para combater crise climática

Para o presidente da gigante tecnológica, a guerra na Ucrânia não deve distrair os países da prioridade que é o crise climática e por isso pede uma maior cooperação entre tecnológicas e digitalização.

A Microsoft comprometeu-se a continuar a fornecer apoio tecnológico à Ucrânia até 2023. De acordo com Brad Smith, as ajudas da gigante tecnológica serão reforçadas em 100 milhões de dólares, tal como foi anunciado esta manhã pelo próprio juntamente com o vice-primeiro-ministro e ministro para a Transformação Digital da Ucrânia, Mykhalio Fedoro. No entanto, para o presidente da gigante tecnológica, apesar da guerra na Ucrânia, os países “não podem perder o foco” na crise climática. Para tal, defende, será necessário reforçar a aliança entre tecnologia climática e digitalização.

“Atravessamos a pior pandemia em 100 anos, e agora estamos a atravessar a pior guerra em 70 anos na Europa” começou por referir o presidente da Microsoft, esta quinta-feira, na Web Summit, acrescentando que as economias mundiais estão também a enfrentar os desafios macro económicos mais exigentes dos últimos 12 anos ao mesmo tempo que lidam “com a maior alteração climática dos últimos 100 mil anos, altura em que terminou a ultima idade do gelo”, explicou. “Tudo isto tem estado a acontecer em simultâneo nos últimos dois anos. Se acordarem ansiosos de manhã, é tudo justificado”, atirou.

Apesar de defendermos a Ucrânia, enquanto recuperamos da pandemia da covid-19, não podemos perder o foco“, apelou, relembrando que a crise climática vai ultrapassar “qualquer crise que se avizinhe”.

Segundo Brad Smith, só este ano foram emitidas 51 mil milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) e de acordo com o último relatório das Organizações das Nações Unidas, “só podemos emitir mais 400 mil milhões de toneladas até ‘esgotarmos o nosso orçamento’. A este ritmo, faremos isso em apenas 11 anos“, alertou. “Precisamos de encontrar formas de encontrar soluções inovadoras que nos permitam sair desta confusão”.

Parte da solução, considera, passa pelo casamento entre o digital e as tecnologias viradas para a proteção do clima. Até ao momento, mais de 3900 empresas já apresentaram compromissos climáticos e segundo Brad Smith “esse número tem aumentado todos os dias”.

E, para garantir que o ritmo não abranda, o líder da Microsoft defende que deve ser investido capital em inovação e tecnologia climática, um trabalho que a própria gigante tecnológica tem feito nos últimos anos. A título de exemplo, no início do ano, a Microsoft investiu 50 milhões de dólares na Lanzajet, uma startup que produz jetfuel sustentável. “Estamos a entrar numa nova era, de revolução climática”, sublinhou. “O futuro, será marcado por uma nova geração de pessoas, tecnologias e empresas”.

Brad Smith diz que vai ser preciso uma “nova convenção do clima”

O presidente da Microsoft afirmou esta quinta-feira que, no futuro, os governos do mundo vão juntar-se para criar “uma nova convenção do clima”, a qual vai exigir que os países ricos gastem dinheiro para remover carbono da atmosfera.

“Sempre teremos emissões de carbono”, por mais esforços em reduzir as mesmas, “então, o que temos de fazer” para atingir zero é retirar o carbono do ar recorrendo à tecnologia, prosseguiu. “Haverá um dia no futuro em que os governos do mundo irão juntar-se” para “criar uma nova convenção do clima”, considerou Brad Smith.

Uma convenção do clima “exige que os países ricos gastem dinheiro para remover o carbono da atmosfera de uma forma que irá beneficiar o planeta como um todo”, sublinhou.

Isto “será difícil, será a coisa mais difícil que a Humanidade alguma vez fez”, considerou o presidente da multinacional norte-americana.

“Temos de olhar para o futuro e reconhecer que temos de fazer mais em menos tempo, algo que nenhuma geração fez antes”, alerto, embora tenha reconhecido que tem esperança nessa mudança.

“Mas quando vos vejo e as companhias que estão a criar, quando vejo as tecnologias” que estão a desenvolver, surgem quatro palavras que “devemos lembrar todos os dias quando nos levantamos: Isto pode ser feito. Cabe a nós, cabe a ti que isso aconteça”, rematou.

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Montenegro avança para revisão constitucional

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

PSD vai reunir Conselho Nacional na próxima semana com revisão constitucional na agenda.

O PSD vai reunir o seu Conselho Nacional na próxima semana, em Lisboa, com a revisão constitucional na agenda da reunião. De acordo com uma convocatória publicada no Povo Livre, órgão oficial do partido, o Conselho Nacional vai reunir-se de forma extraordinária em 10 de novembro. Na agenda da reunião estão a “análise da situação política” e, como segundo ponto, “projeto de revisão constitucional”.

A anterior direção do PSD, liderada por Rui Rio, apresentou publicamente um projeto de revisão da Constituição no verão do ano passado, que não chegou a entregar no Parlamento devido, primeiro, à dissolução da Assembleia da República e, depois, por se estar em campanha interna para a presidência do partido. Nessa ocasião, o então candidato Luís Montenegro, atual presidente do PSD, discordou que a direção em funções entregasse quer o seu projeto de revisão constitucional, quer de alteração da lei eleitoral da Assembleia da República no Parlamento.

Eu diria que bom senso é um conceito que toda a gente consegue interpretar e também espero que os deputados, a direção do PSD, o saibam interpretar. Mas não fujo à questão: se o PSD fez um trabalho para ter dois projetos, um de alteração à lei eleitoral e outro à Constituição e esse trabalho está feito, nós só podemos agradecer a quem o fez e esperar que o próximo líder e a sua direção façam com ele o que entenderem nos próximos anos”, afirmou Montenegro em maio.

O Chega entregou no Parlamento um projeto de revisão constitucional que foi admitido em 12 de outubro, com uma observação do presidente da Assembleia da República: “A remeter à Comissão Eventual a constituir para o efeito.” De acordo com a Constituição da República, “apresentado um projeto de revisão constitucional, quaisquer outros terão de ser apresentados no prazo de trinta dias”.

Quando apresentou publicamente o seu projeto, o presidente do Chega, André Ventura, disse que “algumas das propostas foram faladas por alto” com o líder do PSD e acrescentou que “da parte de Luís Montenegro não houve nenhuma garantia de apoio nem de reprovação”, mas afirmou ter esperança de “consensos à direita”.

O líder do Chega indicou no início de outubro que iria enviar pessoalmente “todo o projeto para o líder do PSD” para terem “uma conversa produtiva” e para que os deputados dos dois partidos pudessem “entrar em contacto e trabalhar sobre eventuais propostas de mudança que o PSD queira fazer ou que queira avançar até em matéria de revisão constitucional”.

Ventura declarou que, “se nada for aprovado”, a “vitória mínima é registarem-se alguns consensos à direita”. “A vitória boa era conseguirmos mudança de algumas coisas com o consenso do PS”, afirmou, considerando que “a vitória mínima é garantir que à direita se começam a traçar caminhos de convergência” que “permita começar a vislumbrar uma alternativa política em 2026”.

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Luís Filipe Vieira: “Não cometi nenhum crime”

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

Apesar de ter comparecido no início do debate instrutório do processo Operação Lex, que decorre no Supremo Tribunal de Justiça, Luís Filipe Vieira disse que não conhece nada do processo.

Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica e arguido no processo Operação Lex, afirmou que “não pediu nada” ao então juiz Rui Rangel e que está de “consciência tranquila” porque “não cometeu nenhum crime”.

Apesar de ter comparecido no início do debate instrutório do processo Operação Lex, que decorre no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Luís Filipe Vieira disse que não conhece nada do processo. Justificou a sua presença com o facto de o seu advogado, Raul Soares da Veiga, lhe ter pedido que assistisse à audiência.

A acusação do Ministério Público imputa a Luís Filipe Vieira a prática de um crime de recebimento indevido de vantagem em coautoria com Fernando Tavares e com o advogado Jorge Rodrigues Barroso, numa situação relacionada com o ex-juiz e agora arguido Rui Rangel.

Luís Filipe Vieira refutou que tenha pedido favores a Rui Rangel para interceder num processo seu que se arrastava na justiça, dizendo que “não escolheu” o juiz, apenas o encontrou num almoço e falaram de forma normal e ocasional.

Questionado sobre se a oferta de bilhetes para jogos do Benfica funcionava como forma de pagamento de favores, o ex-presidente benfiquista respondeu: “Se fossemos olhar os bilhetes oferecidos por jogo estava toda a gente subornada”.

Indagado sobre se prevê que venha a ser julgado no âmbito deste processo, o antigo presidente do Benfica “disse não ter convicção nenhuma” relativamente à decisão instrutória que será tomada pelo juiz Sénio Alves.

Quanto ao outro processo de que é alvo na justiça, denominado “Cartão Vermelho”, Luís Filipe Vieira não quis alongar-se em comentários, limitando-se a dizer que chegou a ser detido “sem haver prova nenhuma” contra si.

O antigo presidente do Benfica falava aos jornalistas no exterior do STJ quando resolveu fazer uma pausa durante o período em que o antigo presidente do Tribunal da Relação de Lisboa e arguido Vaz das Neves falava em tribunal, após ter solicitado ao juiz prestar declarações antes do início do debate instrutório.

À chegada ao tribunal, Vaz das Neves assegurou que não fez nada ilegal no âmbito do processo Operação Lex.

Em declarações aos jornalistas, Vaz das Neves, acompanhado pelo advogado Miguel Matias, confirmou que ia fazer uma intervenção antes da abertura da audiência, na sequência de um requerimento dirigido ao juiz de instrução.

As declarações de Vaz das Neves, por se considerar que integram a fase de instrução e não o debate instrutório, decorreram sem a presença da comunicação social e restante público.

No processo Operação Lex Luís Vaz das Neves responde por corrupção passiva para ato ilícito e abuso de poder, por alegadamente ter violado os seus deveres funcionais de isenção e imparcialidade com a ordenação da distribuição manual de processos, permitindo que Rui Rangel obtivesse benefícios económicos ilegítimos.

O processo Operação Lex tem 17 arguidos, incluindo ainda os antigos juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante.

O processo foi conhecido em 30 de janeiro de 2018, quando foram detidas cinco pessoas e realizadas mais de 30 buscas e teve origem numa certidão extraída do caso Operação Rota do Atlântico, que envolveu o empresário de futebol José Veiga, suspeito de crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.

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Consumo de eletricidade sobe em outubro e o de gás baixa. Hídrica sofre com baixa afluência de Espanha

Em paralelo, a produtibilidade hidroelétrica ficou abaixo da média histórica, condicionada pelas baixas afluências provenientes de Espanha no Douro.

Em plena crise energética, e numa altura em que a Comissão Europeia pede contenção no consumo de energia, a eletricidade consumida em Portugal no mês de outubro cresceu face ao mesmo mês do ano anterior, indica a REN. Se considerados o efeito de temperatura e número de dias úteis, a subida é ainda maior, de 1,6%.

Já no mercado de gás natural, mantém-se a tendência de redução do consumo com uma variação homóloga negativa de 5,7%“, diz a REN. Esta diminuição resulta de uma quebra de 16% no mercado convencional — que usa diretamente o gás natural — mas foi parcialmente compensada pelo mercado elétrico, cujo consumo de gás natural para produção de eletricidade cresceu 9%.

De janeiro a outubro o consumo de gás natural regista uma variação homóloga negativa de 1,6%, resultado de uma quebra de 20% no segmento convencional e de um crescimento de 35% no segmento de produção de energia elétrica. No mesmo período, a produção renovável abasteceu 44% do consumo, repartida pela eólica com 24%, hidroelétrica com 9%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 5%. A produção a gás natural abasteceu 33% do consumo, com a importação a abastecer os restantes 22%.

No último mês, “a produtibilidade hidroelétrica não ultrapassou os 0,59 (média histórica de 1), condicionado pelas baixas afluências provenientes de Espanha no Douro“, lê-se ainda no comunicado enviado pela REN esta quinta-feira.

Posto isto, no acumulado do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica continua baixo – regista 0,39. Já o de produtibilidade eólica está muito perto da média histórica, nos 0,97 e o de produtibilidade solar nos 1,09.

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Reby apresenta mais de 30 patentes em I&D

  • Servimedia
  • 3 Novembro 2022

A Reby apresentou mais de 30 patentes que visam reforçar o compromisso com a I&D. Todas as soluções estão centradas na segurança de condução, eficiência energética, poluição e sustentabilidade.

A Reby, empresa de mobilidade pessoal elétrica e partilhada, consolidou o seu compromisso com a inovação depois de ter apresentado mais de 30 patentes nos últimos dois anos, noticia a Servimedia.

A equipa de I&D, localizada em Barcelona, desenvolve o seu trabalho na investigação e inovação para implementar melhorias em quatro áreas principais: segurança de condução, eficiência energética, poluição e sustentabilidade, e SmartCity e IoT. As soluções são concebidas para todos os veículos produzidos pela empresa, incluindo motas, bicicletas e scooters elétricos.

“O compromisso que estamos a assumir em matéria de I&D é fundamental. Temos uma equipa dedicada exclusivamente à investigação, algo bastante único num setor que vive do que os grandes fabricantes fazem. Isto permite-nos fornecer soluções adaptadas aos mercados que são diferentes das de outros operadores e que proporcionam um valor diferencial”, afirmou Eugeni Llagostera, chefe de I&D da Reby.

Uma das patentes registadas é um sistema inovador de prevenção de colisão de veículos e de notificação do condutor, que inclui uma unidade de deteção de objetos configurada para detetar obstáculos no ambiente, e uma unidade de deteção de colisão para avaliar o risco de colisão. Dependendo da avaliação do risco, a unidade de prevenção de colisões pode informar o condutor ou interagir diretamente com o motor do veículo, de forma a reduzir a velocidade máxima disponível.

A empresa também trabalhou numa tecnologia para melhorar o estacionamento incorreto através de um sistema de classificação de imagens baseado em modelos de aprendizagem. Desta forma, o sistema pode enviar feedback ao utilizador para informar se um lugar de estacionamento está correto ou não e, em caso de más condições de estacionamento, pedir para estacionar noutro lugar.

A Reby opera em mais de 18 cidades no sul da Europa e desde a sua fundação já ultrapassou dois milhões de viagens efetuadas, já gerou mais de 120 empregos diretamente, incluindo pessoas em risco de exclusão social, e tem mais de 1,5 milhões de utilizadores. Além disso, a empresa estima que os 6 milhões de quilómetros percorridos em veículos elétricos Reby pouparam 8,6 toneladas de CO2.

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Lagarde diz que BCE vai utilizar todos os instrumentos para baixar inflação para 2%

  • Lusa
  • 3 Novembro 2022

"Uma recessão moderada no final do ano e 2023 não será suficiente para conter a inflação", disse a presidente do Banco Central Europeu.

O Banco Central Europeu (BCE) continua “resolutamente concentrado” na estabilidade dos preços na zona euro e utilizará “todos os instrumentos da caixa de ferramentas” para atingir um objetivo de inflação de 2% a médio prazo, disse esta quinta-feira Christine Lagarde.

Na Letónia, a presidente do BCE, Christine Lagarde, advertiu que “uma recessão moderada no final do ano e 2023 não será suficiente para conter a inflação” e disse que qualquer estímulo fiscal dos Governos deve ser temporário, direcionado e adaptado a setores vulneráveis selecionados da economia. Tais medidas deveriam visar os mais vulneráveis e incluir incentivos para poupar energia, bem como despesas diretas para reduzir o consumo de energia, disse Lagarde.

Lagarde também disse que o aumento de 0,75 pontos percentuais das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA (Fed) na quarta-feira não deve ser visto como um sinal de que o BCE irá agir de forma semelhante. “Os EUA e a Zona Euro não são semelhantes, existem diferentes fontes de inflação”, disse Lagarde, explicando que os aumentos de preços nos EUA foram impulsionados por uma forte procura na economia e por um mercado de trabalho ajustado. Havia 1,7 vagas por pessoa desempregada nos EUA, enquanto na Europa os candidatos a emprego superavam as vagas em número.

A líder do BCE foi acompanhada num painel de discussão pelo vice-presidente executivo e comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, que salientou a necessidade de uma combinação coerente de políticas em toda a União Europeia (UE), onde “a política monetária e orçamental não deve depender de objetivos cruzados”.

Dombrovskis admitiu que “a cláusula de fuga (permitindo a violação da restrição orçamental) continua ativa” tendo em conta a grande incerteza que os países enfrentam, mas a posição da política orçamental está a mudar, com a Comissão Europeia (CE) a não recomendar estímulos fiscais, especialmente em países com dívidas elevadas.

O vice-presidente da CE disse que a UE continua a avançar para uma coordenação mais estreita das políticas orçamentais, no que diz respeito à despesa pública, utilizando o chamado quadro semestral europeu para uma supervisão e coordenação integradas das políticas económicas e de emprego em toda a UE.

Tanto Lagarde como Dombrovskis concordaram que as alterações climáticas são um fator subjacente à inflação e que as economias da UE teriam de sofrer picos temporários nos preços da energia como parte de uma transição para fontes de energia sustentáveis, renováveis e “mais verdes”.

A presidente do BCE salientou que os países da UE deveriam acelerar a transição energética prevista para uma combinação de fontes alternativas compatíveis com as alterações climáticas, energias renováveis, incluindo a energia nuclear, que está a ser discutida em toda a UE.

Lagarde disse que o comércio seria afetado, bem como as cadeias de abastecimento, os preços aumentariam como parte da transição e a dependência de parceiros fiáveis também afetaria a inflação. Citou ainda um impacto das alterações climáticas numa grande economia, a Alemanha, observando que os baixos níveis de água no rio Reno tinham resultado em barcaças que transportavam mercadorias a metade da sua capacidade, afetando o comércio e o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Dombrovskis disse que uma “política emblemática” para a CE é o Acordo Verde Europeu, e que a resposta da UE à guerra contra a Ucrânia foi acelerá-la, bem como avançar para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis em geral.

Sobre a Ucrânia, o comissário disse que as instituições da UE estão a trabalhar num plano de reconstrução do país, que pressupõe que foram causados ao país cerca de 400.000 milhões de euros de prejuízos. O plano seguiria o princípio do “agressor paga” e utilizaria os bens russos confiscados para financiar a reconstrução e recuperação, disse Dombrovskis.

Dombrovskis e Lagarde falaram numa conferência para assinalar os 100 anos do banco central da Letónia, Latvijas banka, organizada pelo governador do banco central Martiņs Kazaks.

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+M

Apple, Microsoft e Amazon são as marcas mais valiosas do mundo

Direção, agilidade e participação são os três pontos que a Interbrand destaca como fazendo a diferença para a boa performance das marcas.

A Apple é, pelo décimo ano consecutivo, a marca mais valiosa do mundo. A Microsoft subiu à segunda posição, ultrapassando a Amazon, agora na terceira posição. Google e Samsung são as marcas que se seguem, no ranking Best Global Brands, elaborado anualmente pela Interbrand e divulgado esta quinta-feira.

As tecnológicas continuam assim a dominar a tabela. A Apple, de acordo com a consultora, aumentou o seu valor em 18% (para 482.215 milhões de dólares). A Microsoft vale 278.288 milhões (+32%), a Amazon 274.819 milhões (+10%) a Google 251.751 milhões (+28%) e a Samsung 87.689 milhões (+17%).

Toyota (59.757 milhões), Coca-Cola (57.535 milhões), Mercedes-Benz (56.103 milhões), Disney (50.325 milhões) e Nike (50.289 milhões) completam as primeiras dez posições do ranking, que aposta as 100 marcas mais valiosas do mundo.

De acordo com a Interbrand, as dez principais marcas representam 53% do valor total de toda a tabela.

A Microsoft, Tesla e Chanel tiveram o maior crescimento percentual na comparação com 2021, destaca a consultora, todas aumentando o valor da marca em 32%.

Por sua vez a Airbnb, a Red Bull e a Xiaomi integram pela primeira vez o ranking, do qual saíram a Uber, a Zoom e a John Deere.

No total, estas marcas valem 3.088.930 milhões de dólares, um aumento de 16% na comparação com o ano homólogo, destaca a Interbrand. “Um aumento de 16% no valor geral da marca demonstra a crescente contribuição que a marca de uma empresa tem para impulsionar seu sucesso económico. Embora os mercados financeiros tenham mostrado oscilações significativas nos últimos anos, o valor das marcas mais fortes do mundo aumentou constantemente, impulsionando a escolha, a fidelidade e as margens do cliente”, diz em comunicado a empresa.

Direção, agilidade e participação são os três pontos que a Interbrand destaca como fazendo a diferença para a boa performance das marcas.

“À medida que atravessamos este período de incerteza económica, as marcas mais bem-sucedidas continuarão a fazer conexões cada vez mais fortes com os consumidores. Já não é suficiente ter uma oferta de negócios estática. Marcas de sucesso sabem como aproveitar novas tecnologias para criar melhores experiências para os consumidores e tornam-se parte verdadeiramente integrante das suas vidas”, diz citado em comunicado Gonzalo Brujó, CEO global da Interbrand.

As dez marcas que encabeçam o ranking “desafiam as regras”, prossegue. “Conseguem construir relacionamentos excecionalmente fortes com os clientes, o que lhes permite estender o património da sua marca para além dos produtos, setores ou silos tradicionais. Destacam-se em termos de liderança, capacitação e mudança – e com isso vem o valor”, afirma.

O desempenho financeiro dos produtos ou serviços da marca, o papel que a marca desempenha nas decisões de compra e a força competitiva da marca e sua capacidade de criar fidelidade são os três critérios de avaliação usados pela consultora, que faz esta avaliação de marcas desde 1988.

A pesquisa abrange o período entre 1 de junho de 2021 a 30 de maio de 2022 e a análise foi realizada entre junho e setembro de 2022.

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Cuatrecasas é parceira estratégica da Unicorn Factory Lisboa no apoio às scaleups

A Cuatrecasas assinou uma parceria que incide na aceleração de empresas em fase de crescimento com a Câmara Municipal de Lisboa na Web Summit.

A Cuatrecasas é a única sociedade de advogados entre os parceiros estratégicos do programa “Scaling Up” da Unicorn Factory Lisboa, um programa lançado pela Câmara Municipal de Lisboa para empresas em alto crescimento, ajudando-as a incrementar e internacionalizar os seus negócios.

O “Scaling Up” é o primeiro programa em Lisboa dedicado à atração e aceleração deste tipo de empresas, dando-lhes ferramentas e mentoria para desencadear todo o seu potencial de crescimento e expansão internacional.

“A Cuatrecasas acompanhará as cerca de 20 empresas scaleup que, a cada ano, integrarão o programa, prestando aconselhamento individualizado aos fundadores e formação às equipas em temas jurídicos ligados a financiamento, fiscalidade, contratos, propriedade intelectual e industrial, cibersegurança, entre outros”, explicou a sociedade de advogados.

As candidaturas decorrem até 31 de dezembro. Os requisitos mínimos são prévia obtenção de financiamento-semente (seed) relevante, produto ou serviço já lançado no mercado e a gerar proveitos, equipa operacional e definição de uma trajetória de crescimento.

Após o fecho das candidaturas, seguir-se-á a fase de apresentações e seleção de candidatos, depois a combinação entre cada empresas e os mentores e empresas que melhor os poderão servir ao longo dos oito meses que dura o programa, o qual proporciona uma jornada de aceleração prática, imersiva e personalizada que inclui reuniões, palestras, eventos de socialização com peritos e empresários de várias áreas, seminários e debates.

Lançada pela Câmara Municipal de Lisboa no dia 27 de outubro, a Unicorn Factory Lisboa é a plataforma de Lisboa para apoiar startups e scaleups. Assume-se como estrutura agregadora do ecossistema e como estrutura de apoio que acompanha os empreendedores ao longo de toda a cadeia de valor, desde a génese, passando pela incubação e aceleração até, potencialmente, à consagração das empresas como “unicórnios”, a designação aplicada às que atingem valorização acima dos mil milhões de dólares.

O evento de abertura de candidaturas decorreu na passada quarta-feira na Web Summit, com presença de Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa; Nuno Sá Carvalho, managing partner da Cuatrecasas; Vasco Bivar de Azevedo, sócio da área Venture Capital; Gonçalo Bastos Lopes, sócio de Fiscal; e Nuno Lima da Luz, associado de Propriedade Intelectual e TMT.

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Carmo Sousa Machado reeleita chair da Multilaw

A sócia da Abreu Advogados, Carmo Sousa Machado, foi reeleita pela quarta vez chair da Multilaw, uma associação internacional de sociedades de advogados independentes.

Carmo Sousa Machado, sócia da Abreu Advogados, foi reeleita pela quarta vez chair da Multilaw (Association of Independent Law Firms) por mais um ano. A reeleição foi confirmada na Assembleia Geral da Multilaw, realizada em Londres.

Estou muito grata pela renovação da confiança no trabalho que tenho desenvolvido nos últimos três anos na Multilaw, em conjunto com o nosso executive diretor, Adam Cooke, e a restante equipa. Têm sido anos desafiantes, de muito trabalho, mas com resultados bastante positivos. Temos conseguido aproximar e recrutar sociedades de advogados de todo o mundo e criar importantes sinergias e oportunidades de cooperação”, explicou Carmo Sousa Machado.

A sócia da Abreu Advogados conta já com várias distinções e cargos, tendo sido a primeira mulher a tornar-se managing partner de uma sociedade de advogados portuguesa, em 2004, e também a primeira mulher como chairman, em 2017.

Fundada em 1990, a Multilaw tem como objetivo contribuir para que os seus membros prestem o melhor serviço aos seus clientes. A Abreu Advogados é membro da Multilaw desde 2002, tendo participado ativamente nas suas atividades e em diversos projetos conjuntos.

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Ucrânia usa cloud americana para proteger dados em tempo de guerra

Microsoft garante segurança de informações dos cidadãos ucranianos após ataque aos centros de dados pelo exército russo. Parceria, iniciada em fevereiro, será prolongada ao longo de 2023.

A guerra na Ucrânia não se limita às armas e mísseis. A tecnologia tem um papel preponderante no conflito e obrigou o Governo ucraniano a tomar medidas extremas para proteger os dados dos seus cidadãos. Perante os ataques aos centros de dados, toda a informação passou a estar guardada em cloud graças ao apoio da norte-americana Microsoft. O acordo está avaliado em 100 milhões de euros.

“A Ucrânia está a lutar pela sua independência e liberdade. Está é a maior guerra desde a II Guerra Mundial, com a tecnologia no seu maior nível de desenvolvimento. É uma guerra realmente tecnológica“, destacou o vice-primeiro-ministro e ministro para a Transformação Digital da Ucrânia, Mykhalio Fedorov, em conferência de imprensa nesta quinta-feira na Web Summit. Fedorov falou com os jornalistas momentos depois de ter sabido que estava sem luz em casa, após um ataque do exército russo às infraestruturas elétricas.

Para proteger os dados dos cidadãos e restante informação crítica, o Governo ucraniano tem uma parceria com a Microsoft, avaliada em 100 milhões de dólares (101,25 milhões de euros). O acordo iniciou-se em fevereiro de 2022, no começo da guerra, e vai ser prolongado para todo o ano de 2023, anunciou o presidente da Microsoft, Brad Smith, que usou um pin com as cores da Ucrânia.

“Quando esta guerra começou, todos reconhecemos que esta seria uma nova guerra, envolvendo novos meios tecnológicos. É uma combinação de armas tecnológicas com ataques informáticos”, referiu Brad Smith. O ministro ucraniano lembrou ainda que os primeiros mísseis russos atingiram os centros de dados e obrigaram a acelerar a transformação digital do país, que tinha sido iniciada ano e meio antes.

Também a nível tecnológico, o presidente da Microsoft revelou que, em 23 de fevereiro, na véspera dos primeiros ataques à Ucrânia, “vimos os russos a fazerem um enorme ataque informático contra entidades ucranianas, mesmo as humanitárias”. Para o responsável, “com a inteligência artificial, é possível colmatar ataques informáticos alheios num piscar de olhos”.

A transformação tecnológica também envolve o exército ucraniano, por culpa da juventude dos voluntários. “Isso torna o nosso exército muito mais ágil”, referiu Fedorov. O ministro ucraniano assumiu ainda que a rede de comunicações está baseada na rede Starlink, também do norte-americano Elon Musk, que utiliza internet por satélite.

O Governo da Ucrânia tem marcado bastante presença na edição de 2022 da Web Summit desde o dia de abertura. Além do ministro Mykhalio Fedorov, a primeira dama do país, Olena Zelenska, fez o encerramento da cerimónia de abertura e tem dado entrevistas no local.

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Linde abre quase 30 vagas. Maioria é para centro de serviços no Porto

A companhia tem 28 vagas publicadas, sendo que 16 são para o Porto, um local "estratégico para o sucesso futuro da Linde".

A Linde está à procura de novos talentos em Portugal, nomeadamente para integrarem o seu centro de serviços partilhados da Europa Ocidental localizado no Porto. No entanto, há também vagas para Viana do Castelo, Braga, Lisboa, Faro e Madeira. Ao todo, a companhia tem atualmente 28 oportunidades de trabalho publicadas, sendo que 16 são para o Porto, adiantou a Linde à Pessoas.

“O Porto é estratégico para o sucesso futuro da Linde. Sentimos que o nosso centro de serviços no Porto é uma fonte de talentos para muitos cargos séniores na Linde. Acreditamos que muitos dos nossos futuros líderes vão ter origem no centro do Porto”, afirma Miguel Núñez, diretor de recursos humanos da Linde Ibéria.

Contratar para a cidade invicta sem sido, contudo, especialmente desafiante para a companhia. “Queremos atrair e reter novos profissionais para as várias vagas que temos disponíveis, mas sentimos que a procura por novos talentos na área do Porto é um verdadeiro desafio devido à concorrência nessa região”, admite o gestor de pessoas, em comunicado.

Miguel Núñez, diretor de recursos humanos da Linde Ibéria.

Fazem parte dos compromissos de RH da Linde o desenvolvimento do talento, a inclusão, a diversidade e o bem-estar dos seus colaboradores. “Além de um pacote salarial competitivo, oferecemos benefícios atrativos na área da saúde e incentivamos o teletrabalho”, detalha.

Além disso, para um futuro próximo, Miguel Núñez adianta que haverá novidades em breve. “Queremos continuar a aumentar os nossos serviços, aumentar as ofertas de trabalho e melhorar o ambiente de trabalho das nossas pessoas. Estamos à procura de um novo local para crescermos, pois atualmente estamos inseridos no Hospital de Dia da Maia.”

A Linde chegou a Portugal e, em particular, ao Porto há várias décadas nos setores industrial, hospitalar e cuidados domiciliários. Em 2012, a Linde criou o seu centro de serviços empresariais da Europa Ocidental, no Porto, que conta hoje com cerca de 200 colaboradores nas mais diversas áreas, tais como apoio ao cliente, finanças, vendas e RH. Em Portugal, a empresa tem mais de 700 colaboradores nas várias regiões.

Todas as vagas podem ser consultadas aqui.

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Banco de Inglaterra segue a Fed e sobe taxa de juro em 0,75%

A subida "jumbo" da taxa de juro, que atira o preço da libra para os 3%, foi a maior realizada pelo Banco de Inglaterra em mais de 30 anos.

O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira um aumento de 75 pontos base da taxa de juro da libra, colocando-a nos 3%. Trata-se do quarto aumento consecutivo promovido pelo Banco de Inglaterra e a maior subida da taxa de juro da moeda britânica dos últimos 33 anos.

A decisão anunciada esta manhã por Andrew John Bailey, governador do Banco de Inglaterra, era esperada pela maioria dos analistas e vem no seguimento de mais uma subida “jumbo” (75 pontos base) realizada ontem, quarta-feira, pela Reserva Federal norte-americana (Fed), que colocou a taxa de juro do dólar na barreira 3,75% – 4%.

Desde dezembro de 2021, a autoridade monetária do Reino Unido aumentou a taxa de juro da libra de 0,1% para os atuais 3%. A decisão tomada hoje pelos membros do Banco de Inglaterra que colocou a taxa de juro da libra no valor mais elevado dos últimos 14 anos contou com sete votos a favor e dois contra; e assenta no objetivo de trazer a taxa de inflação para os 2%. E não deverá ficar por aqui.

“Acreditamos que é essencial realizar novos aumentos das taxas de juro”, referiu Ben Broadbent, membro do comité do Banco de Inglaterra, no decorrer da conferência de imprensa realizada após o anúncio da subida das taxas.

No entanto, o governador do Banco de Inglaterra sublinha que “a subida da taxa de juro que tomámos hoje já estava descontada pelos mercados.”

Taxas de juro UK

Em setembro, a taxa de inflação no país era de 10,1%. As estimativas do Banco de Inglaterra apontam para que no último trimestre deste ano a inflação atinja o pico de 11% e depois comece a abrandar, e possa situar-se nos 5,2% no espaço de um ano e atinja novamente um nível abaixo dos 2% em 2024 e chegue até aos 0,02% dentro de três anos.

“Acreditamos que a taxa de inflação irá normalizar em meados do próximo ano e depois deverá começar a corrigir”, referiu Andrew John Bailey durante a conferência de imprensa.

No entanto, o comunicado do Banco de Inglaterra revela que “se a inflação elevada continuar, irá prejudicar toda a gente. Uma inflação baixa e estável ajuda as pessoas a planear o futuro.”

A autoridade monetária do Reino Unido antecipa ainda uma contração da economia britânica de 1% em 2024, o que compara com a anterior previsão de uma quebra de 0,25%. Além disso, nota ainda que a economia terá entrado em recessão no terceiro trimestre com uma retração de 0,5% do PIB e que a economia irá manter-se em recessão até pelo menos 2023.

O comunicado do Banco de Inglaterra chama a atenção para uma queda dos rendimentos das famílias e para o aumento do desemprego, que começa a notar-se com maior incidência.

Pouco tempo antes do anúncio da subida da taxa de juro, a libra estava a desvalorizar 1,25% contra o dólar. Após o anúncio da decisão, a libra continuou a afundar, chegando a perder 1,4% contra a moeda norte-americana.

No mercado da dívida, as yields das obrigações do Tesouro britânico estão todas as subir, particularmente os títulos de maior maturidade. As obrigações do Tesouro a 10 anos (Gilts) estão a negociar com uma yield de 3,47% e os títulos a 50 anos anos apresentam uma yield de 3,2%.

Os contratos de futuros sobre a taxa de juro da libra antecipam que em setembro do próximo ano a taxa de juro da moeda britânica figure nos 4,6%.

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