BCE sobe juros em 75 pontos base para nível mais alto desde 2008

Sem surpresas, o BCE subiu novamente as taxas de juro em 75 pontos base, para o nível mais elevado desde 2008, para controlar a escalada dos preços. Anuncia medidas para travar borlas na banca.

Ainda sem sinais de tréguas da inflação, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira uma nova subida “jumbo” das taxas de juro na Zona Euro, de 75 pontos base, apertando ainda mais as condições financeiras para famílias e empresas da região, num esforço para domar a escalada dramática dos preços.

O conselho de governadores do banco central decidiu-se por um aumento de 75 pontos base, o segundo seguido desta dimensão depois da subida de setembro (e de 50 pontos em julho), elevando a taxa dos depósitos para 1,5% e a taxa de refinanciamento para 2%, o nível mais elevado desde julho de 2008, na antecâmara da grave crise financeira mundial.

Com este terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras, o conselho do BCE avançou consideravelmente com a eliminação da acomodação da política monetária“, diz a instituição em comunicado.

Adianta ainda que “espera continuar a aumentar as taxas de juro” com o objetivo de “assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo” e que a “trajetória futura das taxas de juro diretoras na evolução das perspetivas de inflação e económicas, seguindo a sua abordagem reunião a reunião”.

Esta subida já era amplamente esperada pelos investidores, que aguardam agora por sinais em relação a um eventual abrandamento do ritmo de aumentos das taxas já na próxima reunião de dezembro. Em cima da mesa poderá estar outro aperto das taxas, mas de 50 pontos base, de acordo com os analistas, o que faria com que a taxa de depósitos do BCE terminasse o ano nos 2%, o nível considerado “neutral” para a economia. Depois restará saber quando é que terminará este ciclo de subidas — os analistas antecipam o fim do caminho perto dos 3%.

Este será um dos principais temas de discussão na conferência de imprensa com a presidente do banco central, Christine Lagarde, a partir das 14h45.

Para as famílias e empresas, o agravamento das taxas de juros traduz-se num aumento dos encargos com os empréstimos dos bancos (como da compra de casa, por exemplo), isto enquanto já têm de lidar com o impacto brutal do aumento do custo de vida – a inflação ficou nos 9,9% em setembro, uma taxa sem precedentes na história de duas décadas da moeda única.

Já o BCE, ao apertar as condições financeiras, procura resfriar a procura e, assim, aliviar os preços para o seu objetivo simétrico de 2% a médio prazo, mas tem de avaliar o outro lado da moeda: o aperto monetário poderá traduzir-se numa recessão na Zona Euro, quando a economia atravessa uma crise energética e enfrenta uma guerra às suas portas.

BCE tenta acabar com borla aos bancos

Outros dois assuntos deverão ganhar destaque na conferência de Lagarde com os jornalistas, em Frankfurt: a redução do balanço do BCE e ainda os planos do banco central para acabar com as borlas que os bancos estão a ter com os empréstimos baratos concedidos na pandemia.

Sobre a redução do balanço de títulos de dívida, Lagarde deverá reafirmar que o processo de quantitative tightening (QT) só deverá iniciar após o fim deste ciclo de subida dos juros, perspetivando-se que isso possa acontecer no próximo ano.

Em relação aos empréstimos baratos, o banco central anunciou alterações no esquema dos empréstimos TLTRO de 2,1 biliões de euros, de forma a cortar as borlas à banca comercial. “Devido à subida inesperada e extraordinária da inflação, este instrumento necessita de ser recalibrado para assegurar a sua compatibilidade com o processo mais geral de normalização da política monetária e reforçar a transmissão dos aumentos das taxas diretoras às condições de financiamento bancário”, explicou.

O que mudou? O BCE disse que as taxas de juro das operações TLRO serão indexadas à média das taxas de juro diretoras aplicáveis durante este período com o objetivo de os bancos reembolsarem os empréstimos mais cedo. Além disso, o banco central também decidiu que as reservas mínimas serão remuneradas à taxa de depósito do BCE, em vez da taxa principal, que é 50 pontos base mais alta. Lagarde explicou que vão ser abertas três janelas para os bancos procederem ao reembolso dos empréstimos, caso pretendam.

Depois de terem pedido emprestado a taxas zero ou mesmo negativas junto do BCE, os bancos podem agora parquear estes fundos baratos junto do banco central para beneficiar de um retorno sem risco com a subida da taxa de depósito.

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Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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(Notícia atualizada às 13h37)

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Constâncio recomenda ao BCE não seguir subida de juros da Fed

"Os bancos centrais podem obter recessão mais cavada, sem conseguir uma redução da inflação superior à que está prevista", alerta Vítor Constâncio, que recomenda prudência na subida dos juros.

O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu considera que o regulador não deve acompanhar o nível de subida de juros levada a cabo pela Reserva Federal norte-americana. A política monetária deve evitar agravar a recessão que se aproxima, alerta Vítor Constâncio, no dia em que o banco central vai decidir uma nova subida jumbo da taxa diretora.

“O BCE não tem de seguir na mesma escala as decisões da Fed porque, tendo em conta o regime macroeconómico em vigor, vamos acentuar o enviesamento restritivo desse regime”, explicou Vítor Constâncio, numa conferência na Ordem do Economistas, na qual reconheceu que o seu pessimismo sobre a recessão que se aproxima se agravou. O responsável foi homenageado pelo Presidente da República, com o grande colar da Ordem do Infante D. Henrique pelo “cargo basilar nas instituições europeias” e “pela forma como inspirou, iluminou e influenciou com a sua visão de economista a intervenção do BCE num período crucial da nossa vida coletiva”.

Sugerindo que o pico da inflação já passou, o antigo governador do Banco de Portugal alerta para os efeitos que uma subida das taxas de juro podem ter na atividade económica. “Os bancos centrais têm de se preocupar com os níveis da atividade económica e com a estabilidade financeira, mas desta vez não dos bancos”, acrescentou.

Além disso recorda que à semelhança de episódios anteriores, a inflação importada — como é o caso da atual decorrente da guerra na Ucrânia e das quebras nas cadeias de abastecimento por efeitos da pandemia de Covid-19 — “é sempre passageira, embora haja incertezas relativamente à sua duração“. O antigo vice-presidente do BCE fez questão de sublinhar que os preços do gás, do petróleo e das matérias-primas já estão a começara a baixar e isso acabará por se refletir na taxa de inflação.

Vítor Constâncio considera que os bancos centrais deveriam ter iniciado a política de subida das taxas de juro mais cedo: a Fed ainda o ano passado e o BCE em março. Mas agora é preciso ter atenção para o nível de “agressividade do ciclo de subida das taxas de juros” que pode “desencadear uma ameaça de recessão e gerar uma crise financeira”.

O responsável considera “difícil de entender” a previsão de evolução da política monetária — os mercados antecipam, por exemplo, que a Fed venha a subir juros até aos 5% — “tendo em conta as previsões de evolução da inflação”. No caso da zona euro, a Comissão Europeia aponta para uma taxa de inflação de 5% em 2023 e de 2,3% em 2024. “Podem obter recessão mais cavada, sem conseguir uma redução da inflação superior à que está prevista”, alerta. Por isso, para Vítor Constâncio é claro que os bancos centrais “vão ter de parar a subida dos juros para avaliar os impactos”.

E se a Fed já tem em marcha o processo de redução do balanço, depois das compras maciça de dívida pública, Vítor Constâncio recorda que esta “redução dos balanços é equivalente a uma subida das taxas de juros”. “Não creio que este programa possa ser concretizado plenamente nos EUA” e “o BCE está mais limitado que a Fed e só o poderá fazer de forma muito gradual”.

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Importações 4% acima do pré-pandemia em 2021. Exportações crescem 6% face a 2019

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Outubro 2022

Os fluxos do comércio internacional de bens atingiram valores recorde: as importações e as exportações totalizaram, respetivamente, 83.146 milhões de euros e 63.619 milhões de euros.

As exportações aumentaram 18,3% e as importações cresceram 22% em 2021 face ao ano anterior, quando havia sido registada uma queda das trocas comerciais internacionais devido à pandemia de Covid-19. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações e importações de bens no ano passado superaram também os níveis do período pré-pandemia, tendo aumentado, respetivamente, 6,2% e 4%.

Segundo as Estatísticas do Comércio Internacional de 2021, publicadas esta quinta-feira pelo INE, as exportações de bens atingiram os 63.619 milhões de euros, enquanto as importações totalizaram 83.146 milhões de euros. Estes valores são os mais elevados de sempre, assinala o gabinete estatístico, ressalvando, contudo, que “foram atingidos num contexto de aceleração dos preços que se acentuou ao longo do ano”, em especial na segunda metade de 2021 e no caso das matérias-primas e produtos energéticos.

Evolução da taxa de variação anual das exportações e importações (2012-2021)

Comércio Internacional de Bens. Fonte: INE

“Estas variações nominais das exportações e das importações mais que compensaram os decréscimos registados em 2020 (-10,3% nas exportações e -14,8% nas importações) refletindo o impacto da pandemia de Covid-19”, sublinha o INE.

No entanto, o contributo da variação de preços para as variações nominais das exportações e importações determinou “uma evolução desfavorável dos termos de troca para os países importadores líquidos” de matérias-primas e produtos energéticos, grupo onde se inclui Portugal, que registou em 2021 uma variação de preços das importações de +8,9%, 1,1 pontos percentuais (p.p.) acima da variação dos preços das exportações.

Excluindo combustíveis e lubrificantes, no ano em análise, registaram-se aumentos de 16,9% nas exportações e de 18,6% nas importações em termos homólogos (-8,9% e -12,3% em 2020, respetivamente). Face a 2019, registaram-se variações de +6,5% nas exportações e +4% nas importações.

O défice da balança comercial de bens agravou-se em 5.139 milhões de euros em relação a 2020 (3.205 milhões de euros provenientes do comércio intra-UE e 1.934 milhões de euros do comércio extra-UE), atingindo 19.527 milhões de euros de saldo negativo, enquanto na comparação com o período pré-pandemia se verificou uma melhoria de 547 milhões de euros.

Se se excluir combustíveis e lubrificantes, o défice totalizou -13.819 milhões de euros, tendo aumentado 2.283 milhões de euros relativamente a 2020, mas diminuído 816 milhões de euros face a 2019.

Em 2021, Espanha, França e Alemanha continuaram a ser os principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal. Os três países concentram, em conjunto, mais de metade das exportações (50,9%, subindo 0,1 p.p. face a 2020) e das importações (52%, menos 1,2 p.p. do que no ano passado). Só a Espanha tem um peso de 26,7% nas exportações e 32% nas importações, mantendo-se como o maior parceiro comercial de Portugal.

Quanto aos bens transacionados, destacam-se as ‘máquinas e aparelhos’ como o principal grupo de produtos exportado e importado em 2021, ultrapassando assim a categoria de ‘veículos e outro material de transporte’ nas exportações. O maior défice comercial voltou a registar-se nas ‘máquinas e aparelhos’, enquanto o maior excedente se manteve nas transações de ‘minerais e minérios’.

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Edenred lança Edenred Flexível. Educação, saúde e apoio social passam a estar cobertas

  • Trabalho
  • 27 Outubro 2022

Educação, formação, saúde e apoio social são as áreas abrangidas por este benefício.

A Edenred acaba de alargar a sua oferta com o lançamento do Edenred Flexível, que pretende ser uma solução para as empresas contribuírem para aumentar o poder de compra dos seus colaboradores. Educação, formação, saúde e apoio social são as áreas abrangidas por este benefício.

“O Edenred Flexível é o resultado da nossa proximidade ao mercado e de um investimento estruturado em inovação. Estamos focados em acrescentar valor a todo o nosso ecossistema, o que implica ouvir as suas necessidades e dar-lhes uma resposta efetiva. Fruto da pandemia, começou a registar-se uma crescente preocupação com a saúde e bem-estar, bem como uma maior consciência social e ambiental. Ao mesmo tempo, os novos modelos de trabalho, num mercado cada vez mais competitivo, fizeram aumentar a procura por soluções diferenciadas, ajustadas à realidade e expectativas de cada colaborador e fáceis de gerir através de plataformas digitais”, começa por explicar Filipa Martins, diretora-geral da Edenred Portugal.

“O Edenred Flexível reúne, numa só solução, a resposta a todas estas necessidades. Contribui ainda para um círculo virtuoso que dinamiza a economia local, promove a criação de emprego, aumenta o bem-estar geral e beneficia toda a sociedade”, acrescenta, em comunicado.

Por se tratar de um vale social, o Edenred Flexível tem vantagens fiscais associadas e, tanto as empresas, como os colaboradores, usufruem de isenção de Segurança Social no valor atribuído através desta solução.

“Ao proporcionar maior liquidez, este benefício pode ser um importante contributo para mitigar os efeitos da inflação, além de se tratar de uma ferramenta para as empresas melhorarem a sua proposta de valor para o colaborador, naquele que é um mercado de trabalho cada vez mais competitivo”, defende a empresa.

O Edenred Flexível destaca-se ainda por ser fabricado com materiais mais amigos do ambiente, fazendo parte da nova geração de cartões da Edenred Portugal. Esta nova solução vem complementar a oferta multibenefício da Edenred, que inclui agora toda a linha de benefícios: alimentação, infância, educação, formação, saúde, apoio social e prémios e incentivos.

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Portugueses viajaram seis vezes mais para o estrangeiro do que em 2021, mas ainda abaixo do pré-Covid

Portugueses viajam ao estrangeiro mais 592,8% no segundo trimestre do ano, e atingem 774,2 mil viagens. Viagens por “lazer, recreio ou férias” representam 47,6% do total de 5,5 milhões de viagens.

Os residentes em Portugal viajaram quase seis vezes mais (592,8%) para o estrangeiro no segundo trimestre de 2022 face ao trimestre homólogo, totalizando 774,2 mil viagens, embora esse número se tenha mantido 6,5% abaixo dos níveis registados em 2019, avança esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No total, ou seja, em Portugal e no estrangeiro, foram realizadas 5,5 milhões de viagens no segundo trimestre do ano, o que corresponde a um aumento de 52,2% face ao mesmo período do ano anterior, mas este nível também se mantém inferior, em 1,7%, ao registado em 2019. A maioria das viagens ocorreu, assim, em território nacional (85,9%), tendo atingido os 4,7 milhões, um valor que representa um aumento de 34,9%, mas uma quebra de 0,9% face a 2019.

Evolução mensal do número de viagens turísticas dos residentes.
Fonte: INE

Em termos mensais, o número de viagens aumentou em todos os meses do segundo trimestre, com um avanço de 102,8% em abril, 35,9% em maio e 31,1% em junho. Ao analisar face a igual período de 2019, apenas houve um acréscimo de 0,5% em maio, e em abril e junho verificou-se uma redução de 2,9% e 2,3%, respetivamente. Em abril de 2021 ainda estava em vigor o estado de emergência.

O que levou os residentes em Portugal a viajar mais foi o “lazer, recreio ou férias”, razão pela qual 2,6 milhões de viagens foram realizadas, ou 47,6% do total. Em segundo lugar ficou o motivo “visita a familiares ou amigos”, que correspondeu a 2,1 milhões de viagens, ou 38% do total.

O grupo “hotéis e similares” concentrou 31,7% das dormidas resultantes de viagens turísticas no segundo trimestre do ano, sendo que este indicador já regressou aos níveis pré-pandemia, com um avanço de 0,2 pontos percentuais (p.p.). No entanto, o “alojamento particular gratuito” manteve-se enquanto a principal opção de alojamento, com 62,1% das dormidas.

No que diz respeito à organização das deslocações, a internet foi utilizada em 26,9% dos casos, “tendo este meio sido opção em 71,9% das viagens para o estrangeiro” esclarece o INE, com o peso a atingir os 19,5% nas viagens em território nacional.

No segundo trimestre do ano, cada viagem durou em média 3,42 noites, um valor inferior tanto à média de 3,57 em 2021, e de 3,44 em 2019. A média de noites por viagem foi mais baixa em maio (2,81 noites), ao passo que a mais elevada foi registada em junho (4,07 noites).

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Anacom já identificou 470 mil casas sem cobertura de redes

  • Lusa
  • 27 Outubro 2022

Número de alojamentos sem cobertura identificados nas chamadas "zonas brancas" quase duplicou, para 470 mil. Anacom lança segunda consulta pública, antes de serem lançados os concursos públicos.

A Anacom anunciou esta quinta-feira a segunda consulta pública sobre cobertura das chamadas “zonas brancas” (onde não existe rede), sendo que tem identificado até agora um universo total de 450 mil edifícios sem banda larga, num total de 470 mil alojamentos que comparam com os 286 mil identificados na consulta anterior.

O Governo tinha anunciado esta semana uma consulta pública sobre o tema e as peças do concurso para a sua instalação e exploração. “Por solicitação do Governo e no âmbito das suas atribuições de coadjuvação, a Anacom está a promover uma consulta pública relativa à implantação de redes públicas de comunicações eletrónicas de capacidade muito elevada nas ‘áreas brancas’, com recurso a financiamento público, designadamente da União Europeia”, refere a Anacom.

O regulador liderado por João Cadete de Matos sublinha que “esta é a segunda consulta pública lançada sobre a identificação das áreas brancas”, tendo a primeira sido lançada “em janeiro e tem já uma identificação mais precisa das áreas brancas, uma vez que se procedeu a uma nova recolha de informação e a designação das áreas geográficas suportou-se na informação de cobertura com uma granularidade ao nível do endereço” (em que a cada endereço corresponde um único edifício).

“No total, foram agora identificadas 36.891 subseções estatísticas como ‘áreas brancas’, espalhadas por 2.032 freguesias, de 303 concelhos do país”, refere a Anacom, salientando que “o universo total de edifícios abrangidos atinge os 450 mil, correspondendo a cerca de 470 mil alojamentos e edifícios relativos a indústria, comércio ou instalações agrícolas”.

O regulador sublinha que “apenas podem ser consideradas ‘áreas brancas’ aquelas onde não existe, nem se prevê, no horizonte temporal relevante, a instalação de qualquer rede de elevada capacidade, ou existindo apenas uma rede, esta não cobre mais do que 10% dos alojamentos nessa área”.

A consulta pública “visa obter o contributo por parte de todos os intervenientes e interessados, nomeadamente autarquias locais, operadores de rede e prestadores de serviços de comunicações eletrónicas, entidades privadas e públicas, e utilizadores, sobre a identificação das “áreas brancas” (áreas geográficas onde atualmente não estão disponíveis as referidas redes) e sobre a medida de implantação de redes de capacidade muito elevada nessas áreas com recurso a financiamento público, bem como sobre o preconizado nas peças dos procedimentos concursais a realizar”, adianta.

Para o efeito, são objeto de consulta pública a metodologia para a definição das ‘áreas brancas’, assim como o acesso ao endereço do respetivo mapa digital; o programa do concurso público para instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de capacidade muito elevada; e o caderno de encargos do concurso público para instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de capacidade muito elevada.

Os interessados podem enviar os contributos até ao dia 12 de dezembro de 2022. “Encerrada a consulta, a Anacom procederá à elaboração de um relatório contendo o resumo dos contributos recebidos, que apresentará ao Governo e disponibilizará ao público no seu sítio na Internet”, remata.

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Quase metade das fintechs prevê que custo do talento aumente 1,5 vezes

Quase 60% dos founders consideram que não existem developers suficientes em Portugal. Funções de engenharia e posições sénior são as mais difíceis de recrutar.

Para qualquer negócio crescer e escalar, o talento é absolutamente crucial. Mas encontrar os profissionais certos, com as competências adequadas, não tem sido tarefa fácil, sobretudo quando se trata de recrutar engenheiros e, em termos de senioridade, profissionais que tenham aproximadamente cinco anos de experiência. A maioria dos fundadores de fintechs acredita que o custo do talento dispare 1,5 vezes em 2022. E 18% prevê mesmo que a subida seja superior a 2 vezes. Este ano, o total de capital angariado pelas startups fintechs portuguesas ultrapassou a meta dos 1.000 milhões de euros, revela a sexta edição do “Portugal Fintech Report 2022”, a que a Pessoas teve acesso.

“A maioria dos fundadores acredita que não há developers suficientes em Portugal para responder às necessidades das empresas, e o custo do talento é esperado que aumente 1,5x em 2022″, lê-se no relatório.

Quase 60% dos founders consideram que não existem developers suficientes em Portugal, enquanto 28% não concorda nem discorda e 12% defende que existe talento suficiente para responder às necessidades de programadores no mercado.

Questionadas sobre a posição para a qual sentem maior dificuldade em recrutar, a resposta foi unânime: 74% das fintechs apontam a função de engenheiro. Embora com muito menor expressão, seguem-se as áreas de business development (8%), marketing and sales (8%), product (5%) e outras (4%).

Já no que toca à experiência profissional, é no patamar dos cinco anos de experiência que se verifica a maior dificuldade em encontrar e contratar talento, tendo sido esta a resposta de 58% dos inquiridos, enquanto 38% diz que a grande dificuldade está no recrutamento de perfis sénior. Por outro lado, apenas 4% das fintechs admitem ter dificuldade em contratar para posições de júnior.

Perante a escassez de talento assinalada pelos empreendedores, a previsão é que o custo do talento dispare: 45% dos inquiridos espera um aumento de 1,5 vezes, 32% de 1,2 vezes, 18% prevê uma subida superior a duas vezes e 4% de uma vez.

Vera Dias, commercial market laucher da Pleo, considera mesmo que Portugal, e em particular Lisboa, está a tornar-se cada vez mais conhecido como um centro de inovação fintech. O “ambiente acolhedor, vivo e criativo”, a “alta qualidade de vida aliada a um ambiente seguro” e o “esforço prolongado do país para criar talento de alta qualidade” são as principais razões que a profissional aponta.

A dinamarquesa Pleo, que entrou em Portugal este ano, planeia contratar 70 novos profissionais em território nacional. “Estamos interessados em criar empregos locais, bem como em abrir a oportunidade ao talento em todo o mundo de conhecer Lisboa e a sua qualidade de vida, contribuindo para o ambiente internacional e multicultural da cidade”, afirma Vera Dias, citada no relatório da Portugal Fintech.

Ecossistema fintech português já levantou mais de 1.000 milhões de euros

Apresentado esta manhã pela Associação Portugal Fintech, o estudo mostra como o ecossistema se mostrou resiliente aos choques de 2022, crescendo em número de rondas de investimento levantadas, destacando o caso de oito rondas de fintech nacionais. Este ano, o total de capital angariado pelas startups fintechs portuguesas ultrapassou a meta dos 1.000 milhões de euros (1,079,745,694 de euros).

2022 foi um ano desafiante a nível mundial para as fintech, mas o ecossistema nacional mostrou resiliência, mantendo uma rota de crescimento assente em novas rondas de investimento para as fintech mais consolidadas, mas também a entrada de um elevado número de players internacionais.

João Freire de Andrade

Fundador da Portugal Fintech

O ecossistema das fintechs ainda é dominado pelos verticais de lending & credit (22% das startups) e pagamentos (17%), mas mostra um elevado crescimento de startups de blockchain & crypto, que representam já 17% do ecossistema. O crescimento do ecossistema nacional de blockchain fica também explícito pela sua relevância no levantamento de capital representando cerca de três quartos (76%) do capital levantado em 2022.

“2022 foi um ano desafiante a nível mundial para as fintech, mas o ecossistema nacional mostrou resiliência, mantendo uma rota de crescimento assente em novas rondas de investimento para as fintech mais consolidadas, mas também a entrada de um elevado número de players internacionais”, comenta João Freire de Andrade, fundador da Portugal Fintech.

Lisboa e Porto são os principais centros da fintech para as empresas com o sede em Portugal. Fora do país, França, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Holanda são também localizações comuns.

A Portugal Fintech anunciou também o lançamento da Portugal Fintech Scholarship, uma bolsa para novas startups que garante apoio e espaço ao longo de seis meses na Fintech House, o seu hub em Lisboa. Este novo projeto pretende alavancar novos projetos e apoiá-los desde a sua génese.

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“Era de ouro do gás está a terminar”, diz AIE. 2030 marca declínio em todos os combustíveis fósseis

AIE acredita que a guerra na Ucrânia veio antecipar o pico no consumo de gás, carvão e petróleo já para 2030, abrindo caminho para o crescimento da energia "verde".

Já não existem margens para dúvidas: a crise energética mundial espoletada pela invasão russa da Ucrânia está a causar “alterações profundas e de longo prazo”, que, entre elas, irá resultar num “pico na procura mundial de combustíveis fósseis”, como o gás, petróleo e ao carvão, já em 20230. Segundo o World Energy Outlook, divulgado esta quinta-feira, pela Agência Internacional de Energia (AIE), “um dos efeitos das ações da Rússia, é que a era de rápido crescimento da procura de gás natural está a chegar ao fim“.

Após um rápido crescimento do consumo de gás nos últimos 10 anos, achamos que a era de ouro do gás está terminar”, afirma Faith Birol, diretor-geral da AIE em entrevista ao Financial Times. “Além do declínio do consumo de carvão e petróleo que já esperávamos, agora vemos um pico [no consumo] por volta de 2030 para todos os combustíveis fósseis”, frisa.

Segundo o relatório anual divulgado pela agência com sede em Paris, é estimado que o consumo do carvão recue nos próximos anos, a procura de gás natural estabilize até ao final desta década, e, que com o aumento das vendas de veículos elétricos, a procura de petróleo se mantenha inalterada em meados da década de 2030 antes de diminuir ligeiramente em 2050. “Isto significa que a procura global por combustíveis fósseis vai reduzir progressivamente entre 2020 a 2050″, conclui a AIE, revelando que a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética global vai cair de 80% atualmente — “um nível que se mantém constante há décadas” — para menos de 75% até 2030 e para pouco mais de 60% em meados do século.

Com este abrandamento das energias mais poluentes, o setor da energia “verde” prepara-se para dar um grande salto, um período que a AIE considera ser “um ponto de viragem histórico e definitivo em direção a um sistema energético mais limpo, mais acessível e mais seguro”. Assim, a AIE estima que o investimento global em energia limpa aumente mais de 50% para mais de dois biliões de dólares (cerca de 1,99 biliões de euros) por ano até 2030.Os mercados e as políticas de energia sofreram alterações como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia, não apenas por agora, mas por muitas décadas“, referiu Fatih Birol, diretor-geral da AIE, no relatório.

Mesmo com as configurações de políticas atuais, o mundo da energia está a mudar drasticamente diante dos nossos olhos. As respostas governamentais em todo o mundo prometem tornar este momento num ponto de viragem histórico e definitivo em direção a um sistema de energia mais limpo, mais acessível e mais seguro”

Faith Birol, diretor-geral da Agência Internacional de Energia

Apesar deste valor avultado, a AIE alerta que mesmo assim não será suficiente e que será preciso investir quatro biliões de dólares (cerca de 3,98 biliões de euros) por ano até 2030, num cenário em que as economias mundiais consigam concretizar o objetivo do Acordo de Paris de emissões zero carbono até 2050. Para isso, será necessário “atrair mais investidores para o setor das energias limpas” e reduzir “a preocupante divisão” que se verifica nos níveis de investimento em energia limpa nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

É essencial trazer todos a bordo, especialmente num momento em que as fraturas geopolíticas na energia e no clima são ainda mais visíveis”, apela Faith Birol. “Isso significa redobrar os esforços para garantir que uma ampla coligação de países detenha uma participação na nova economia energética. A jornada para um sistema de energia mais seguro e sustentável pode não ser tranquila. Mas a crise de hoje deixa bem claro por que precisamos seguir em frente”, defende.

Mas a guerra na Ucrânia também trouxe consequências para a Rússia. Desde várias décadas que o país tem sido, “de longe”, o maior exportador mundial de combustíveis fósseis, mas com a invasão a 24 de fevereiro assistiu-se a uma “reorientação total do comércio global de energia”, deixando Moscovo com uma posição no mercado muito reduzida que, provavelmente, nunca irá recuperar, prevê a AIE. “A participação da Rússia na energia comercializada internacionalmente, que estava perto de 20% em 2021, vai cair para 13% em 2030”, de acordo com o World Energy Outlook da Agência Internacional de Energia, “enquanto as participações dos Estados Unidos e do Oriente Médio vão aumentar”.

 

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Seminário da APROSE renova críticas a bancos e seguradoras

  • ECO Seguros
  • 27 Outubro 2022

Na 1º sessão da APROSE Aberta a associação de mediadores profissionais de seguros contestou o excessivo poder dos bancos e a concorrência distorcida pelas seguradoras.

As exigências feitas pela Banca na contratação de produtos de que os clientes podem não necessitar e o seu “excessivo poder sobre os seus clientes e a concorrência, que consideram desleal, por parte do setor bancário”, foram preocupações manifestadas pelos mediadores de seguros, durante o 1º seminário da APROSE ABERTA, realizado em Leiria, e que juntou cerca de 60 profissionais deste canal de distribuição de seguros.

Sessão da APROSE em Leiria contou com 5 membros da direção. Vitor Guerreiro, David Pereira e Nuno Costa estiveram na mesa.

A iniciativa, promovida pela APROSE, Associação Nacional de Agentes de Corretores e Seguros, foi aberta a todos os profissionais da área, associados ou não com o objetivo, de fazer a radiografia do setor. Na primeira sessão da APROSE Aberta foi estimado que cerca de metade dos mediadores presentes não eram associados e o debate também interessou a mediadores exclusivos de uma seguradora.

Segundo a associação “os participantes manifestaram-se preocupados com as perspetivas de uma conjuntura económica difícil, vendas agressivas e desinformadas, ou mesmo apresentação de propostas pela mesma seguradora com valores que diferem de mediador para mediador, quando o cliente final é o mesmo, distorcendo o mercado”.

Foi também proposto a possibilidade de a APROSE “encetar contactos com as seguradoras na tentativa de reduzir a pressão que colocam aos mediadores para que vendam determinados seguros, fazendo com que estes profissionais percam a independência e, outro exemplo, a possibilidade de a APROSE realizar ações de formação que, de facto, preparem para a Mediação de Seguros, implementando, assim, mais cursos do que aqueles que são exigidos por lei”, diz um comunicado.

Comentando o seminário, David Pereira, Presidente da APROSE, afirma ter sido de “extrema importância para percebermos as preocupações e as propostas dos profissionais da mediação. Acrescentando que “foi tanto mais importante pelo facto de ter sido uma iniciativa aberta a toda a mediação, sócios e não sócios que compareceram e fizeram-se ouvir”, concluiu.

O seminário da APROSE ABERTA vai realizar-se em todos os distritos do país, com o objetivo final de “compilar, num único documento, todos os contributos, preocupações e problemas, registados nas diversas realidades locais e regionais, e incorporá-los no Plano de Ação da Associação”.

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Reltio abre primeiro hub tech na Europa. “A nossa visão é fazer da Reltio Lisboa um catalisador chave para o crescimento”

O novo hub arranca com 60 pessoas e surge num momento de crescimento para a Reltio, que assegurou 120 milhões de dólares em fundos próprios e conta com uma valorização de 1,7 mil milhões.

A Reltio anunciou a abertura do seu primeiro hub tecnológico na Europa. A escolha da localização recaiu sobre Portugal, em Lisboa. “Portugal tem um ambiente virado para o futuro, favorável aos negócios, uma economia atrativa, talento de alto nível, capital e fácil acesso a mercados e clientes chave em todo o mundo”, justifica Manish Sood, CEO, presidente e fundador da tecnológica americana, à Pessoas.

O novo hub, inserido nos escritórios que a empresa já tinha na Avenida José Malhoa, arranca com 60 pessoas e surge num momento de crescimento para a Reltio, que assegurou, recentemente, 120 milhões de dólares em fundos próprios e conta com uma valorização de 1,7 mil milhões de dólares. O objetivo é continuar a recrutar em Portugal, nomeadamente através de parcerias com as universidades.

Questionado sobre o valor de investimento nesta aposta, o gestor disse apenas que foi feito um “investimento substancial” na localização do escritório em Lisboa, que representa a “maior expansão e o primeiro polo tecnológica” da Reltio na Europa.

A Pessoas falou com o fundador da Reltio sobre este novo passo no crescimento da companhia, que ajuda as empresas a nível global a controlar, ligar, filtrar e unificar, em tempo real, os seus dados de várias fontes num única fonte de informação de confiança. L’Oréal, Xeroc, CarMax, Takeda e AstraZeneca são algumas das empresas que já utilizam a plataforma Reltio.

Manish Sood é o CEO, presidente e fundador da Reltio.

Lisboa é o primeiro hub da Reltio na Europa. O que motivou esta escolha?

Desejávamos ter um local onde a tecnologia, o talento e a inovação prosperassem, e descobrimos que aqui em Lisboa, também pela posição de Portugal, se tornou um centro atrativo de tecnologia global. Não é surpresa nenhuma que muitas pessoas optem por viver e trabalhar aqui: tem um ótimo clima, uma cultura e pessoas fantásticas, e uma mentalidade favorável aos negócios, partilhada pelo Governo e comunidades empresariais de Portugal.

Para além disso, Portugal tem um ambiente virado para o futuro, favorável aos negócios, uma economia atrativa, talento de alto nível, capital e fácil acesso a mercados e clientes chave em todo o mundo.

Quais os planos de crescimento, ao nível de talento, para o hub?

Neste lançamento, começaremos com 60 pessoas no nosso escritório, contando com talento de diferentes nacionalidades.

O crescimento da Reltio exige que continuemos a expandir e que tenhamos uma presença significativa na Europa para apoiar os nossos clientes e parceiros em diferentes fusos horários, para além de aceder ao crescente conjunto de talentos tecnológicos prósperos. A nossa visão é fazer da Reltio Lisboa um catalisador chave para o crescimento das nossas capacidades tecnológicas e para a expansão da nossa lista de clientes em todos os setores.

Estabelecer uma presença em Lisboa é um grande marco nos nossos planos globais de crescimento e expansão. Já contratámos grandes talentos, e queremos continuar a recrutar de Portugal, não só mas também através de parcerias com as universidades locais.

Estabelecer uma presença em Lisboa é um grande marco nos nossos planos globais de crescimento e expansão. Já contratámos grandes talentos, e queremos continuar a recrutar de Portugal, não só mas também através de parcerias com as universidades locais.

Querem continuar a recrutar. De que tipo de perfis precisam?

A nossa visão é fazer da Reltio em Lisboa um catalisador chave para o crescimento das nossas capacidades tecnológicas e para a expansão da nossa lista de clientes em toda a linha. As competências que iremos desenvolver e trazer para Portugal encontram-se direcionadas para a área de big data e cloud.

Que serviços serão prestados a partir de Portugal? E para que mercados?

Este novo escritório demonstra o nosso crescimento e a nossa convicção de que o mercado europeu tem muitas oportunidades para expandir o nosso negócio, forjar novas relações e parcerias, atrair talento tecnológico e servir como um centro polivalente da União Europeia à medida que continuamos a expandir o nosso alcance.

Temos uma presença multifuncional em Portugal, apoiando todas as áreas do nosso negócio, com profissionais nas seguintes funções: QA, developers, engenheiros, RH, tech ops ou engenharia avançada de clientes (equipa ACE).

Qual o modelo de trabalho que vigora no hub?

Os nossos colaboradores podem escolher qualquer modelo que funcione melhor para eles, incluindo remoto, híbrido ou no escritório.

Em vez de adotarmos uma abordagem dogmática, oferecemos flexibilidade para que as nossas equipas possam tomar as decisões mais adequadas ao projeto ou à característica em que estão a trabalhar. Acreditamos que a colaboração presencial é ideal para o brainstorming e a resolução de problemas difíceis. (…) Há outras alturas em que a criação de software requer uma capacidade de foco nítida e atenção indivisível e, para este tipo de trabalho, o trabalho remoto é ideal.

Em vez de adotarmos uma abordagem dogmática, oferecemos flexibilidade para que as nossas equipas possam tomar as decisões mais adequadas ao projeto ou à característica em que estão a trabalhar. Acreditamos que a colaboração presencial é ideal para o brainstorming e a resolução de problemas difíceis. Portanto, encorajamos a presença no escritório quando essa colaboração é necessária. Há outras alturas em que a criação de software requer uma capacidade de foco nítida e atenção indivisível e, para este tipo de trabalho, o trabalho remoto é ideal.

Qual o investimento que a abertura do hub em Lisboa implicou?

Como empresa privada, a Reltio não divulga informação financeira. No entanto, podemos dizer que fizemos um investimento substancial na localização do nosso escritório aqui em Lisboa, que é a nossa maior expansão e o nosso primeiro polo tecnológico na Europa. Esta cidade é um centro vibrante de negócios e empresas de tecnologia de vanguarda, e é um lugar onde queremos estar agora e no futuro.

Estamos entusiasmados por nos juntarmos a um polo tecnológico florescente, emergente e em crescimento em Portugal que expande a nossa presença na Europa, um mercado em crescimento que é atrativo para nós.

Depois de Lisboa há planos para novos hubs no país?

Estamos sempre a avaliar a necessidade de estarmos mais próximos dos nossos clientes, dos talentos tecnológicos e dos mercados que servimos. Esta é a nossa maior localização mais recente e estamos empenhados em estabelecer o nosso escritório de Lisboa como base das nossas aspirações de crescimento europeu.

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Câmara de Braga gere orçamento de 165 milhões de euros em 2023

Câmara de Braga prevê aumento de 33 milhões de euros no orçamento de 2023, o que se traduz num bolo de 165 milhões de euros. E lança programas de apoio à natalidade e de combate à pobreza energética.

A Câmara Municial de Braga vai gerir em 2023 um orçamento de 164,99 milhões de euros, mais 33 milhões de euros do que este ano, “tendo por base o rigor e transparência na gestão e a correta e cuidada aplicação dos recursos públicos”, avança a autarquia.

Este acréscimo orçamental deve-se, sobretudo, à descentralização administrativa nas áreas da Saúde, Educação e Ação Social com mais 19 milhões de euros, assim como à comparticipação de Fundos Comunitários e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com mais dez milhões de euros”, explica o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

Os documentos fundamentais à gestão autárquica vão esta sexta-feira a apreciação na reunião do executivo municipal e incluem o lançamento do programa de apoio à natalidade com uma dotação de 250 mil euros para 2023.

O orçamento do município para 2023 está, assim, calculado em quase 165 milhões de euros no sentido de dar continuidade à estratégia de afirmação de Braga, durante o ano de 2023. Deste bolo, adianta a autarquia liderada pelo social social-democrata Ricardo Rio, as grandes opções do plano rondam os 111,9 milhões de euros que contemplam o Plano Plurianual de Investimentos (PPI) no montante de 47,1 milhões de euros e as atividades mais relevantes na ordem dos 64,8 milhões de euros.

Este acréscimo orçamental deve-se, sobretudo, à descentralização administrativa nas áreas da Saúde, Educação e Ação Social com mais 19 milhões de euros, assim como à comparticipação de Fundos Comunitários e do Plano de Recuperação e Resiliência com mais 10 milhões de euros.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

Este Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2023 foram desenvolvidos, avança a autarquia, para “cumprir os princípios orçamentais” e englobam projetos, obras e iniciativas estratégicas e prioritárias para a concretização do projeto autárquico. O município adverte, contudo, que teve “em conta o enquadramento macroeconómico nacional e internacional, a proposta de Lei do Orçamento de Estado para 2023, assim como as consequências da pandemia, da crise energética, da inflação e da guerra na Ucrânia“.

Os documentos, que vão a apreciação na reunião do executivo, englobam um pacote de “políticas setoriais que são a imagem de marca da gestão municipal” ao longo dos últimos anos. “A proposta de orçamento assume um conjunto de medidas que visam dar resposta aos desafios da sustentabilidade ambiental e materializam iniciativas de apoio social articuladas aos recursos disponíveis para ajudar as famílias a enfrentar crises de origem diversa”, elucida Ricardo Rio.

Estes instrumentos de gestão concretizam, assim, um conjunto de projetos e ações fundamentais para a prossecução do desenvolvimento do concelho de modo a “afirmar Braga como Capital de Cultura”. Além de incentivarem a inovação e reforço das respostas sociais e educativas. Em causa estão ainda os objetivos desde a autarquia, como liderar ao nível das políticas de sustentabilidade, promover uma comunidade ativa assim como otimizar a rede de acessibilidades rodoviárias e a qualificar o espaço público, segundo Ricardo Rio.

Entre os novos projetos culturais para 2023 estão o Festival Internacional Literário – que está a ser desenhado para substituir a Feira do Livro -, o lançamento da Musealização da Insula das Carvalheiras, além da conclusão da intervenção do Convento de São Francisco de Real. Prevê-se ainda para o próximo anos a conclusão da primeira parte da requalificação da Francisco Sanches e consequente transformação num Centro Cultural. Assim como o lançamento do concurso para a construção do Media Arts Center no antigo Cinema São Geraldo.

“Ao longo dos últimos anos, foram lançados diversos programas sociais, que continuam a responder eficazmente a problemas que o Estado Central não consegue resolver“, frisa o autarca. Entre os programas sociais para 2023 está a continuidade do Braga a Sorrir ou do projeto Pimpolho. “Mas o atual contexto económico-social exige outras respostas sociais e o município pretende desenvolver, em 2023, o programa municipal de Combate à Pobreza Energética, continuando a sua a estratégia de habitação municipal, com vista a apoiar as famílias mais carenciadas”, revela o edil.

A autarquia vai ainda aumentar o valor do RADA – programa de apoio de renda apoiada para famílias mais desfavorecidas – “até atingir a sua duplicação em relação ao início do mandato – mais 200 mil euros em 2023, passando a totalizar 1,2 milhões de euros”. Está em estudo a ampliação deste programa para abranger um maior número de munícipes.

Ao nível do parque escolar, a autarquia vai continuar “com o esforço de requalificar o maior número de escolas que ainda necessitam de intervenção”, num investimento na ordem dos sete milhões de euros.

As juntas de freguesia também deverão receber mais apoios. “Este orçamento apresenta um reforço nas transferências para as juntas de freguesia em mais de um milhão de euros para delegação de competências e investimentos, perfazendo um valor total de transferências superior a nove milhões de euros“, adianta a Câmara Municipal de Braga.

Seguindo as políticas de sustentabilidade do território, a autarquia vai arrancar, durante 2023, com o programa faseado para a implementação da neutralidade energética nos edifícios municipais, incluindo escolas), além da reformulação do projeto Bicification de forma a apoiar e fomentar a aquisição bicicletas como meio de transporte.

Entre os vários projetos previstos estão ainda a requalificação da Piscina da Ponte e do túnel da Avenida, assim como o início da construção do Pavilhão da Ginástica. Pretende ainda avançar com a requalificação da antiga Fábrica da Confiança, transformando-a numa residência universitária.

No que toca ao orçamento da receita, a autarquia prevê arrecadar 135.090.809 euros, correspondentes a 82% do valor total orçado, e de 29.899.191 euros de receita de capital. Já a “despesa corrente representa 65% do orçamento, ascendendo a 107.971.575 euros, representativos de um aumento de 18.154.525 euros, em relação ao período homólogo”, revela a a Câmara Municipal de Braga.

No que concerne à despesa de capital, estima-se uma execução de 57.018.425 euros, isto é, 34,6%do orçamento para 2023, registando um aumento de 15.035.475 euros, quando comparado com o ano anterior.

“Quanto à receita proveniente de impostos diretos, da qual se estima uma cobrança total de 55,2 milhões de euros, verifica-se, face ao ano anterior, um aumento da receita estimada em 4,2 milhões de euros“, adianta.

Por fim, a autarquia divulga que “para o ano de 2023 está prevista uma despesa corrente no valor de 107.971.575 euros e despesa de capital de 57.018.425 euros, representando um acréscimo global de 25,2% face ao ano de 2022″.

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Após cair em agosto, avaliação bancária sobe para 1.429 euros/m2 em setembro

Valor mediano a que a banca está a avaliar os imóveis para efeitos de concessão de crédito subiu em setembro, depois de em agosto ter caído pela primeira vez desde 2020.

O valor a que os bancos avaliam os imóveis para efeitos de concessão de crédito à habitação voltou a subir em setembro, depois de ter recuado em agosto pela primeira vez desde março de 2020. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quinta-feira, o valor mediano do metro quadrado fixou-se em 1.429 euros, mais 15 euros do que no mês anterior.

“Em setembro, o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.429 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo aumentado 1,1% face a agosto (1.414 euros/m2)”, refere o INE.

Valor Mediano de Avaliação Bancária de Habitação (Valores em euros/m2)INE

No mês em análise, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1.591 euros por metro quadrado, uma subida de 16,2% face ao período homólogo. Comparativamente a agosto, o valor de avaliação dos apartamentos subiu 0,9%, tendo os Açores apresentado a maior subida (27,2%) e o Norte a maior descida (0,3%), destaca o INE.

Por tipologia, o valor mediano da avaliação para apartamentos T2 subiu dez euros para 1.607 euros por metro quadrado, tendo os T3 descido um euro para 1.402 euros por metro quadrado. No seu conjunto, estas tipologias representaram 78,8% das habitações avaliadas.

Já no que diz respeito a moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1.136 euros por metro quadrado, o que representa um acréscimo de 13,8% em relação a setembro de 2021. Face a agosto, o valor de avaliação das moradias aumentou 0,9%. A Área Metropolitana de Lisboa registou o aumento mais acentuado (1,8%) e os Açores a maior descida (-2,3%).

Comparando com fevereiro, os valores das moradias T2, T3 e T4 — tipologias responsáveis por 88,3% das avaliações — atingiram os 1.118 euros por metro quadrado (mais 38 euros), 1.108 euros por metro quadrado (mais um euro) e 1.227 euros por metro quadrado (mais 29 euros), respetivamente.

Única descida da avaliação bancária aconteceu nos Açores

Considerando todas as tipologias, o maior aumento face ao mês anterior registou-se na Madeira (1,1%) e a única descida verificou-se nos Açores (-0,6%). Em comparação com o mesmo período de 2021, o valor mediano das avaliações cresceu 15,6%, registando-se a variação mais intensa no Algarve (17,8%) e a menor na Madeira (10,5%).

De acordo com o índice do valor mediano de avaliação bancária, em setembro de 2022, o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação 36,7%, 33% e 9,6%, respetivamente, superiores à mediana do país. Alto Tâmega foi a região que apresentou o valor mais baixo em relação à mediana do país (-47,3%), destaca o INE.

Para o apuramento do valor mediano de avaliação bancária de setembro, foram consideradas 25.834 avaliações, menos 8,7% que no mesmo período do 2021 e menos 22% que em maio último, mês em que se registou o máximo da série, das quais 16.325 foram apartamentos e 9.509 moradias. Em comparação com o período anterior, realizaram-se menos 438 avaliações bancárias, o que corresponde a um decréscimo de 1,7%.

(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)

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