Mercados europeus reagem em baixa à subida de juros pelo BCE

Principais índices bolsistas da Zona Euro aprofundaram descidas depois de a líder do Banco Central Europeu ter admitido novas subidas nas taxas de juro nos próximos meses.

As bolsas europeias agravaram as descidas em reação às declarações de Christine Lagarde, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado uma subida de 50 pontos base das taxas de juro. Os principais índices da Zona Euro estavam a negociar com descidas próximas dos 2% e o português PSI acompanhava a tendência, com os investidores a reagirem negativamente ao facto de a presidente do BCE ter admitido novas subidas das taxas de juro ao longo de 2023.

Pelas 14h18, o índice francês CAC-40 registava a maior desvalorização, perdendo 2,79%, para 6.542,69 pontos. Em Itália, o FTSE Mib cedia 2%, para 24.081,89 pontos, e o alemão DAX caía 1,89%, para 14.187,37 pontos. O espanhol IBEX-35 recuava 1,36%, para 8.247,20 pontos. Em Portugal, o PSI estava a cair 0,62%, para 5.751,610 pontos.

No mercado cambial, o euro sobe 0,2% contra o dólar, para 1,0706 dólares, e ganha 1,16% contra a libra, para 0,8696 libras.

No mercado da dívida soberana, os juros das obrigações alemãs (bunds) a dez anos estão a subir 13,9 pontos base, para 2,07%; em França, as obrigações do Tesouro na mesma maturidade acrescentam 15 pontos base, para 2,6%. O preço das obrigações deverá continuar a cair – e as yields (taxas de juro) a subir – enquanto o BCE continuar a subir a taxa de juro diretora (o preço das obrigações move-se no sentido inverso ao das yields).

É mesmo isso que o BCE vai fazer ao longo de 2023: “Aumentámos hoje [quinta-feira] as taxas de juro em 50 pontos base e vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE em conferência de imprensa.

O Conselho do BCE considera “que as taxas de juro ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante, no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”, revela a autoridade monetária em comunicado de imprensa.

Wall Street com descidas de 2%

Nos Estados Unidos, os mercados financeiros abriram em baixa, ainda em reação ao anúncio, da Reserva Federal (Fed) de mais subidas das taxas de juro para 2023. Pelas 15 horas, o índice tecnológico Nasdaq e o índice S&P 500 cediam 2%.

O líder da Fed, Jerome Powell, admitiu que as taxas de juro vão continuar a subir em 2023, ao mesmo ritmo, apesar de a taxa de inflação em novembro, de 7,1%, ter ficado abaixo das estimativas dos investidores.

(Notícia atualizada às 15h04 com cotações das bolsas dos Estados Unidos)

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Governo aprova “cheque” de 240 euros para famílias vulneráveis, pago a partir de dia 23 de dezembro

A prestação será dirigida às famílias mais vulneráveis, as mesmas que receberam as duas tranches de apoio de 60 euros ao cabaz alimentar pagos no final do primeiro e do segundo trimestres.

Como tinha anunciado o primeiro-ministro, o Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, um apoio extraordinário de 240 euros para apoiar mais de um milhão de famílias vulneráveis da escalada da inflação, a ser pago a 23 de dezembro, confirmou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS), Ana Mendes Godinho. A medida tem um custo global de 249 milhões de euros e é dirigida aos beneficiários de tarifa social de energia e aos beneficiários de prestações sociais mínimas, sendo considerado o mês de novembro como referência.

Foi “aprovado o decreto-lei que estabelece um apoio extraordinário para a mitigação dos efeitos do aumento extraordinário de preços dos bens alimentares de primeira necessidade decorrente do conflito armando na Ucrânia e da inflação que lhe seguiu”, referiu a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

À semelhança do apoio de 60 euros ao cabaz alimentar pago no final do primeiro e do segundo trimestres, este apoio é dirigido a apoiar as famílias mais vulneráveis, abrangendo, por isso, os beneficiários de tarifa social de energia e aos beneficiários de prestações sociais mínimas. Contas feitas, vai abranger um milhão e 37 mil famílias, apontou Ana Mendes Godinho, sublinhando que “dois terços dos beneficiários deste apoio são mulheres”.

No que toca aos beneficiários de prestações sociais mínimas incluem-se os beneficiários do subsídio social de desemprego, pensão social de velhice, Complemento Solidário para Idosos (CSI), Rendimento Social de Inserção (RSI), pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez e o complemento da prestação social para a inclusão e quem tem abono de família.

“Um casal com dois filhos em que os dois sejam trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional e que têm abono de família, portanto, também têm tarifa social de eletricidade (..) recebeu já de apoio extraordinários específicos 120 euros, também recebeu 350 euros do apoio geral dado às famílias (..) e terá agora este apoio excecional de 240 euros pago em dezembro”, sintetizou a MTSS, acrescentando que isto significa “710 euros de apoios extraordinários”.

O “cheque” será pago através da Segurança Social de uma só vez e por transferência bancária, juntamente com a prestação normal. Já quem não tem conta bancária vai receber um vale postal. O pagamento vai começar a ser feito a partir do dia 23 de dezembro, tal como anunciou o primeiro-ministro em entrevista à Visão.

Ana Mendes Godinho justificou ainda a opção do “cheque” em vez de um vale de ajuda alimentar para que os cidadãos possam ter “a capacidade de decidir onde aplicam este dinheiro” e o montante foi definido tendo por base o “aumento do pacote das famílias associado ao cabaz alimentar em função da evolução da inflação no segundo trimestre”.

Numa altura em que a inflação atinge os 9,9%, este apoio extraordinário juntam-se a outros apoios concedidos pelo Governo para atenuar a escalada de preços. Foi o caso do cheque de 125 euros pago em outubro aos cidadãos não pensionistas com rendimentos até 2.700 euros mensais brutos e o apoio de 50 euros por filho.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h11)

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Está aprovada subida do salário mínimo para 760 euros

O salário mínimo vai subir 55 euros no próximo ano, naquele que é "maior aumento absoluto de sempre". O objetivo do Governo é que o salário mínimo atinja 900 euros em 2026.

O Governo já aprovou a subida do salário mínimo nacional de 705 euros para 760 euros em 2023, na reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira. Este aumento de 55 euros estava já previsto no Acordo de Rendimentos e Competitividade, sendo que o objetivo do Governo é que atinja os 900 euros até ao final da legislatura.

“Foi aprovado o decreto-lei que determina o aumento do salário mínimo para 760 euros a partir de 1 de janeiro, em cumprimento dos compromissos que assumimos no acordo de médio prazo”, anunciou Mariana Vieira da Silva. “É o maior aumento absoluto de sempre do salário mínimo”, acrescentou Ana Mendes Godinho, também presente no briefing.

Este aumento “foi precedido de ampla discussão e negociação em sede do acordo de rendimentos”, assinado com os patrões e a UGT, recorda a ministra do Trabalho, e “traduz em 2023 um aumento de 7,8% do salário mínimo”.

Mendes Godinho aponta ainda que “se olharmos para o compromisso que assumimos no âmbito do acordo, o objetivo que temos assumido é de chegarmos aos 900 euros em 2026, o que permitirá desde 2015 um aumento de 78% do salário mínimo nacional”. No acordo de rendimentos está prevista uma subida da remuneração mínima para os 810 euros em 2024; os 855 euros em 2025 e os 900 euros em 2026.

É de recordar que o salário mínimo na Função Pública acompanha este valor, fixando-se nos 761,58 euros no próximo ano.

(Notícia atualizada às 14h45)

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Sky abre novo hub tecnológico no Funchal. Quer recrutar 100 pessoas em Portugal no próximo ano

O novo espaço abre com 20 pessoas. O objetivo da empresa britânica é recrutar 100 pessoas em 2023, das quais 15% no Funchal.

Presente em Portugal desde 2012, e com uma equipa que já ultrapassa os 400 colaboradores, a Sky vai inaugurar esta quinta-feira um novo hub de desenvolvimento tecnológico no Funchal, reforçando a aposta que tem vindo a fazer no país e, especialmente, no crescimento da equipa nessa zona. O novo espaço abre com 20 pessoas, mas o objetivo da empresa britânica é recrutar mais 15 pessoas no Funchal ao longo do próximo ano. Em Portugal, a Sky estima contratar 100 novos profissionais em 2023, sabe a Pessoas.

“A escolha do Funchal como base da Sky Portugal para a região da Madeira, resulta de uma combinação de diversos fatores, desde o facto de que iniciámos com uma pequena equipa local que acabou por crescer com a existência de talento tecnológico altamente qualificado na região e, mais recentemente, um reforço do nosso compromisso no estreitamento de laços com a Universidade da Madeira“, explica Marina Magro, diretora de estratégia e operações da Sky Portugal.

“O nosso novo escritório no Funchal representa uma extensão natural da equipa global da Sky Portugal, que trabalha diariamente em conjunto com equipas sediadas em Lisboa ou em Aveiro para o desenvolvimento das plataformas tecnológicas dos produtos de streaming da Sky e NBCUniversal, o SkyShowtime e o Peacock, respetivamente. Destaco as equipas já estabelecidas aqui no nosso hub do Funchal nas áreas de desenvolvimento de aplicações para TV (Roku) e Mobile (iOS e Android)”, acrescenta.

A escolha do Funchal como base da Sky Portugal para a região da Madeira, resulta de uma combinação de diversos fatores, desde o facto de que iniciámos com uma pequena equipa local que acabou por crescer com a existência de talento tecnológico altamente qualificado na região e, mais recentemente, um reforço do nosso compromisso no estreitamento de laços com a Universidade da Madeira.

Marina Magro

Diretora de estratégia e operações da Sky Portugal

Questionada sobre o valor de investimento implicado, a responsável afirma que a empresa não divulga esses números. “Estamos comprometidos com o país e com o Funchal, pelo que o nosso objetivo é que estas sejam as bases para uma longa presença da empresa no Arquipélago”, diz apenas.

Contratar 100 pessoas em 2023

Com cerca de 430 colaboradores, a tecnológica pretende manter a tendência de crescimento registada nos últimos anos em 2023. Prevê preencher 100 posições na área de engenharia. “Com vista a estes objetivos, estamos ativamente a recrutar para todas as nossas localizações, Lisboa, Aveiro e Funchal”, avança Marina Magro.

Quanto ao tipo de posições para as quais está a recrutar, o foco está nas áreas de desenvolvimento informático. No contexto das equipas que estão a trabalhar nas propostas de streaming, Peacock e SkyShowtime, existem diversas necessidades, nomeadamente nas áreas de mobile, “nas quais desenvolvemos com tecnologia nativa, nomeadamente iOS (Swift) e Android (Kotlin/Java) e que, devido à dimensão e escala do produto, procuramos vários perfis com diferentes níveis de senioridade e conhecimento”.

Também nas equipas de frontend, “onde também temos várias oportunidades em aberto, desenvolvemos para vários dispositivos, como web, TVs e Set Top Boxes, recorrendo a tecnologias como JavaScript, React, WebGL e BrightScript”. Igualmente para a área de desenvolvimento backend, “onde trabalhamos em vários serviços com recurso a Java, Kotlin, Kubernetes e AWS”, detalha a diretora de estratégia e operações.

Já numa perspetiva mais transversal a toda a Sky Portugal, existem ainda oportunidade de trabalho para arquitetura de software, perfis alinhadas à liderança de equipas técnicas (em posições de engineering management), bem como nas áreas de data science e machine learning.

“A nossa verdadeira meta é a atração do talento tecnológico de topo do nosso mercado. Um dos alvos transversais para os quais trabalhamos na Sky, como um todo, é garantir que tudo o que entregamos segue os nossos padrões de excelência na engenharia. Para isto, um dos pontos basilares a garantir é precisamente termos o melhor talento nas nossas equipas”, conclui.

Conheças as vagas atuais aqui.

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Portugal com uma média de 484 casos diários de Covid-19

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Relatório semanal do INSA revela que a média do índice de transmissibilidade do SARS-CoV-2 subiu de 0,88 para os 0,89 a nível nacional, com uma média de 484 casos diários de infeção.

O índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus que provoca a Covid-19 subiu para os 0,89 em Portugal, com uma média de 484 casos diários de infeção, segundo dados do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).

O relatório semanal do INSA sobre a evolução da Covid-19 revela que a média do Rt, que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus, subiu dos 0,88 para os 0,89 a nível nacional, podendo o seu verdadeiro valor variar entre 0,88 e 0,91 com uma confiança de 95%.

Os Açores são a única região do país que apresenta um índice de transmissibilidade acima do limiar de 1,00 (1,36), precisam os dados do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge relativos ao período entre os dias 5 e 9 de dezembro.

Segundo o relatório, o Norte regista um Rt de 0,89, o Centro de 0,97, Lisboa e Vale do Tejo de 0,86, o Alentejo de 0,94 e a Madeira 0,91.

No comparativo Europeu, Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias entre 60 a 119,9 casos por 100.000 habitantes e um Rt inferior a 1, ou seja, “taxa de notificação reduzida e com tendência decrescente”, refere o INSA, observando que “apenas Portugal se encontra nesta situação”.

Desde 2 de março de 2020, quando foram notificados os primeiros casos, até 9 de dezembro, Portugal registou um total de 5.551.739 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença Covid-19.

Com a cessação do estado de alerta no dia 1 de outubro, e consequente alteração da testagem, o INSA verificou uma descida acentuada na incidência e valor do Rt que podem não corresponder a decréscimos reais.

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Chuva intensa obrigou a descargas controladas em sete barragens

Chuvas permitiram a recuperação das albufeiras em quase todas as bacias hidrográficas. Reserva de água aumentou para 72% da capacidade.

As chuvas intensas dos últimos dias obrigaram a descargas controladas em sete barragens, informou esta quinta-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O nível de água nas albufeiras subiu para 72% da capacidade, com as bacias do Vouga, Mondego e Tejo registarem os maiores aumentos.

Nas regiões mais afetadas pela precipitação intensa foi necessário realizar em algumas barragens descargas controladas, para ganhar encaixe antes de cada um dos eventos que ocorreram em novembro e que ainda estão acontecer em dezembro”, diz a APA em comunicado. Alto Lindoso (Lima), Caniçada (Cávado), Aguieira e Fronhas (Mondego), Castelo do Bode (Zêzere), Póvoa e Meadas na Ribeira de Nisa (Tejo) e Maranhão na ribeira de Sor (Tejo) foram as barragens onde ocorreram as descargas.

Segundo a agência, com “estas medidas de gestão tem sido possível minimizar os efeitos a jusante, permitindo encaixar parte do volume de água afluente”. Assinala ainda que “as medidas de gestão das barragens têm sempre em consideração a proteção de pessoas e bens a jusante, mas também a segurança da infraestrutura para as quais existem regras claras que devem ser sempre respeitadas”.

A precipitação intensa elevou o nível de água nas albufeiras. O último boletim semanal da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), divulgado na segunda-feira, dava conta de que a reserva de água estava nos 65%. Em três dias entraram mais 785 hectómetros cúbicos de água em 71 das 80 albufeiras monitorizadas, que agora se encontram a 72% da capacidade, segundo a informação divulgada hoje.

A APA sublinha que “a recuperação das reservas de água ocorreu em quase todas as bacias hidrográficas a nível nacional”, destacando os aumentos percentuais na bacia do Vouga (+20%), do Mondego (+14%) e do Tejo (+17%), Sotavento (+10%) e Guadiana (7%).

“Neste mês ocorreram vários eventos de precipitação significativos abrangendo também as regiões a Sul, permitindo assim a recuperação de algumas das albufeiras, algumas delas estratégicas, sendo ainda relevante para a quantidade de água no solo que atingiu a saturação, permitindo a infiltração para as águas subterrâneas, cuja recuperação é mais lenta”, assinala a agência.

Apesar da chuva intensa, há albufeiras onde a situação é ainda preocupante. É o caso das bacias do Mira (Santa Clara), Sado (Monte da Rocha e Campilhas) e Barlavento algarvio (Bravura), onde ainda não existe recuperação.

Das 71 albufeiras monitorizadas pela APA, 18 têm disponibilidades inferiores a 50% do volume total, sendo que dessas 14 têm disponibilidades inferiores a 40%. “A situação hidrológica da região do Algarve é neste momento a mais preocupante em termos de disponibilidades, em particular o Barlavento”, sublinha a agência.

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Portugal é o país onde carro elétrico mais compensa face ao gasóleo e gasolina

Veículos elétricos já têm um custo de utilização mais baixo na maioria dos países da Europa, conclui a LeasePlan. Portugal destaca-se também por ser o quarto país onde ter um carro é mais caro.

Um relatório da LeasePlan conclui que o custo de ter um veículo elétrico é mais baixo do que ter um automóvel a gasóleo ou a gasolina na maioria dos 22 países analisados. Portugal é aquele em que a diferença é maior, com o encargo mensal a ficar até 38% mais barato face a modelos com motor a combustão.

As contas para o segmento D1 (médios familiares), que segundo a LeasePlan é o mais popular nas frotas de empresas, indicam que o custo mensal de ter um carro elétrico em Portugal é de 898 euros, menos 34% do que um modelo da mesma gama a gasóleo e menos 38,7% do que um automóvel a gasolina. É ainda 30,3% mais barato do que um híbrido plug-in. São exemplos de automóveis deste segmento o VW Passat, o Hyunday Ioniq5 ou o Ford Kuga.

Custo médio de utilização por país no segmento dos carros familiares (D1).

Em nenhum outro país a diferença é tão acentuada, mas há outros em que o fosso é significativo. É o caso de França, onde ter um veículo elétrico sai 24,5% mais barato do que optar por um modelo com motor a gasóleo e 19,2% se for a gasolina. No Luxemburgo, a diferença supera os 15% nos dois casos.

Em 12 dos 22 países analisados, já sai mais caro ter um carro com motor a combustão. A este conjunto pode ainda juntar-se a Eslováquia e o Reino Unido, onde o elétrico já bate a gasolina. Há ainda um conjunto de países, como a Áustria, a Alemanha, ou a Espanha onde a diferença é muito pequena.

O LeasePlan Car Cost Index 2022, divulgado esta terça-feira, tem em conta os vários custos de ter um automóvel nos diferentes países, incluindo a energia ou combustíveis, impostos, encargos com financiamento, seguros, manutenção e a depreciação do valor dos veículos. O estudo assume que o carro é detido durante quatro anos e percorre 30 mil quilómetros por ano. Para efeitos de comparação é usado um automóvel com motor elétrico até 5% mais caro do que os modelos a combustão.

A mesma tendência verifica-se nos restantes segmentos comerciais, com os elétricos a tornarem-se mais competitivos nos utilitários (B1), de que são exemplos o VW Polo ou o Opel Mokka. Nos pequenos familiares, como o Mégane ou o Peugeot 308, os automóveis movidos a eletricidade são já mais baratos na maior parte dos países (18), conclui também o relatório. Indo para o segmento dos familiares premium (D2), como o BMW Série 3, o Mercedes-Benz GLC ou o Polestar 2, “os elétricos são mais baratos em virtualmente todos os países analisados”.

Elétricos têm um preço inicial superior mas custos de utilização mais baixos que os automóveis com motor a combustão.

A empresa de gestão de frotas assinala que um dos motivos para os elétricos serem mais competitivos é que apesar da inflação no custo da eletricidade, a energia continua a ser “significativamente mais barata do que nos automóveis a gasolina e gasóleo”. Se num elétrico a energia representa 15% do encargo total mensal, na gasolina sobe para 23% e no gasóleo para 28%, contabiliza o relatório. O que mais do que compensa o facto de a depreciação do valor do automóvel ser maior.

Portugal é o quarto país onde ter carro sai mais caro

O Car Cost Index inclui também uma comparação do que em cada país é necessário pagar, em média, para ter um automóvel. Portugal está mais uma vez em destaque, mas pela negativa.

É na Suíça que o encargo mensal de um automóvel é mais elevado. Na Grécia é o mais baixo.

Apesar de ter um nível de vida inferior ao da média da União Europeia (o PIB per capita era de 74% da UE em 2021), o país é o quarto onde o encargo é maior, chegando aos 1.160 euros. Mais caros só mesmo a Holanda (1.166 euros), a Noruega (1.249 euros) e a Suíça (1.313 euros). No extremo oposto estão a Grécia (905 euros), a Polónia (927 euros) e a Roménia (975 euros).

Já no que toca aos automóveis elétricos, Portugal está entre os mais baratos, usando como referência para o segmento D1. O encargo de 898 euros fica acima apenas de França (861 euros) e Grécia (844 euros).

A LeasePlan assinala que a oferta destes veículos tem vindo a crescer, com a edição deste ano do Car Cost Index a incluir 33 modelos, contra 11 no primeiro relatório. A procura dos consumidores também tem vindo a crescer, incluindo em Portugal. Segundo os últimos dados da ACAP, entre janeiro e novembro os elétricos representaram 11,1% das vendas. Juntando os híbridos e os híbridos plug-in o peso foi de 40,1%.

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Quatro anos e 65.382.611.780 reais em dívida depois, Justiça brasileira encerra recuperação judicial da Oi

Justiça brasileira deu como concluído o processo de recuperação judicial do grupo Oi, quatro anos depois de aprovado o plano e seis anos depois de ter sido apresentado.

A Justiça brasileira determinou o encerramento da recuperação judicial da Oi, processo que se iniciou formalmente em 2018. Segundo a sentença remetida à CMVM pela empresa portuguesa Pharol, que é acionista da operadora brasileira, o administrador judicial “concluiu por ter havido o cumprimento integral das obrigações assumidas” no plano de recuperação, que tinha sido apresentado anos antes, em 2016.

“Chega ao fim o mais impactante e relevante processo de recuperação judicial do judiciário brasileiro e um dos casos mais complexos do mundo jurídico contemporâneo, com capilaridade em todo o território nacional e nos diversos setores da sociedade civil, com reflexos não apenas na jurisdição brasileira, como também na jurisdição estrangeira”, lê-se na sentença do Juízo da 7.ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Uma dessas jurisdições foi Portugal.

A sentença recorda o passivo “estratosférico” da Oi, que chegou aos 65.382.611.780,34 reais (quase 11,6 mil milhões de euros, ao câmbio atual), englobando “mais de 65 mil credores”, tendo sido mesmo “a maior recuperação judicial da América Latina em número de credores”. Se fosse impresso, o processo principal teria quase 600 mi folhas e 3.000 volumes, de acordo com a Justiça do Brasil.

É referido que “as principais etapas previstas” foram “executadas com sucesso”, com destaque para conclusão das vendas das unidades “Ativos Móveis e InfraCo”; o pagamento da dívida com o BNDES, no valor de 4,6 mil milhões de reais, que era “o maior credor individual”; a “quitação do empréstimo ponte da Móvel”, no valor de 2,4 mil milhões de reais; a “aquisição, via oferta pública, de 98,71% das Notes com vencimento em 2026”, no valor de 4,4 mil milhões de reais; e o pagamento da debenture conversível da InfraCo”, no valor de 3,5 mil milhões de reais.

“Destaca-se que os créditos concursais ainda não quitados, assim como créditos ilíquidos cujo fator gerador seja anterior ao pedido de recuperação judicial, permanecem […] sujeitos aos efeitos do plano de recuperação judicial e do aditamento […] e permanecem como obrigações de pagamento do plano de acordo com os prazos, termos e condições estabelecidos nestes instrumentos”, explica a Oi numa nota enviada aos mercados.

Nesse sentido, “encerra-se o processo com a certeza de ter cumprido a missão constitucional de prestar a jurisdição com responsabilidade, de prestigiar o princípio da preservação da empresa, de resguardar o inegociável interesse público, de garantir o respeito à decisão da maioria dos credores, de fomentar a atividade económica nacional pelo incentivo às melhores práticas empresariais”, entende a sentença.

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Conversas com Energia. Cascais tornou-se ponto estratégico para ONG de Rockefeller que protege os oceanos

  • Capital Verde
  • 15 Dezembro 2022

A associação tem como propósito a sensibilização dos cidadãos para a importância da sustentabilidade nos mares e oceanos, centrando as ações de mudança junto do público mais jovem.

A Sailors of the Sea é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2004, nos Estados Unidos, pelas mãos do filantropo David Rockefeller Jr e David Treadway. Os dois amigos de longa data partilham a intenção de querer proteger os mares e oceanos — um sonho também partilhado por Bernardo Corrêa de Barros, presidente do Turismo de Cascais que, em 2014, ambicionava contribuir na matéria da sustentabilidade marítima.

“Comecei a pensar em como tornar o meu tempo mais eficiente para a criação de alguma coisa que pudesse ser um agente para a mudança. E lembrei-me da Sailors of the Sea“, contou o presidente do Turismo de Cascais durante a sua intervenção no Conversas com Energia, uma iniciativa organizada pela Fundação EDP e da qual o ECO/Capital Verde é media partner.

Na sua sessão, na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar e perante os alunos do 11º ano das áreas Ciências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas da Escola Secundária da Azambuja, Corrêa de Barros partilhou as motivações que o levaram a querer expandir a ONG para Portugal — “Achei que fazia sentido dedicar a minha ação ao mar” — dando conta da aventura que foi inaugurar uma nova sede para a associação internacional sem primeiro garantir o apoio do fundador norte-americano. “O que liga o mundo são os oceanos, e então porque não criar uma sede em Portugal?”, questionou-se, na altura.

O processo não foi fácil, uma vez que todos os contactos iniciais em Portugal, quer para a angariação de patrocinadores ou para formação do conselho consultivo, aconteceram sob a promessa de conseguir a aprovação do filantropo Rockefeller.

Em conversa com o presidente da ERP Portugal e Novo Verde, perguntei-lhes: se conseguir trazer a Sailors of the Sea para Portugal e conseguir convencer David Rockefeller, vocês apoiar-me-iam?”. A questão foi colocada também à Marina de Cascais, à loja Quebramar e Tiago de Pitta e Cunha, o presidente da Fundação Oceano Azul. Todos pareciam estar alinhados com Corrêa de Barros.

Bernardo Corrêa de Barros, presidente da ONG Sailors of the Sea e Presidente do Turismo de CascaisPaulo Alexandrino

 

Após vários e-mails enviados (todos sem resposta) nos quais Bernardo Corrêa de Barros dava conta dos progressos em Portugal, David Rockefeller finalmente respondeu-lhe. Convencido das intenções do português, o empresário de 81 anos concedeu ao Presidente do Turismo de Portugal 15 minutos de conversa, por Skype.

“A conversa demorou uma hora e meia”, indica o gestor. Ficou combinado um encontro, entre os dois, em Lisboa, pouco tempo depois. “E desde 2014 que temos a Sailors of the Sea em Portugal”, concluiu.

Desde então, conta o presidente da ONG em Portugal, Cascais tornou-se num ponto estratégico na missão da ONG, marcando, desta forma, a inclusão do continente Europeu no movimento global de preservação do ambiente que já contava com uma sede, também, no Japão e Estados Unidos.

A associação, explicou o responsável, tem como propósito a sensibilização dos cidadãos para a importância da sustentabilidade dos mares e oceanos, centrando as ações de mudança junto do público mais jovem, também. Entre as iniciativas e programas, consta o KELP (Kids Environmental Lesson Plans), um projeto que disponibiliza, online, atividades de literacia dos oceanos crianças. “Desde 2014, já envolvemos 17 mil crianças no KELP”, indica o presidente português da Sailors of the Sea Portugal.

O Conversas com Energia faz parte da segunda edição da iniciativa lançada pela Fundação EDP, projeto que contou, na primeira edição, com a participação de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e a artista plástica, Joana Vasconcelos. Esta segunda edição decorre na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar, uma coprodução do Maat e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, patrocinada também pela ERP Portugal e pela Novo Verde.

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BCE sobe juros em 50 pontos base. “E vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, disse Lagarde

É a quarta subida das taxas de juro do euro desde julho. A presidente do banco central, Christine Lagarde, reviu também em alta as perspetivas para a inflação.

O custo do dinheiro na Zona Euro voltou a aumentar. De acordo com a decisão do Comité de Política Económica Monetária do Banco Central Europeu (BCE) anunciada esta quinta-feira, as taxas de juro do euro vão subir 50 pontos base.

Isto significa que, a partir de 21 de dezembro, a taxa de juro das operações principais de refinanciamento passa para 2,5%, a taxa de facilidade permanente de depósito para 2% e a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez para 2,75%.

Fonte: Banco de Portugal e Banco Central Europeu.

Esta foi a quarta subida consecutiva das taxas de juros do euro este ano (desde julho). Atualmente, a taxa de juro das operações principais de refinanciamento está no valor mais elevado desde 14 de janeiro de 2009. E não ficará por aqui.

“Aumentámos hoje as taxas de juro em 50 pontos base e vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE em conferência de imprensa.

O Conselho do BCE considera “que as taxas de juro ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante, no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”, revela a autoridade monetária em comunicado de imprensa.

De acordo com a estimativa provisória do Eurostat, a inflação situou‑se nos 10% em novembro, sendo esta taxa ligeiramente inferior à de 10,6% registada em outubro. Sem indicar se a inflação já terá atingido o seu pico, a equipa de Christine Lagarde reviu significativamente em alta as suas estimativas para a inflação na Zona Euro, apontando agora para uma inflação média de 8,4% em 2022 e de 6,3% em 2023; e depois uma inflação média de 3,4% em 2024 e de 2,3% em 2025.

Na avaliação do BCE para aumentar as taxas diretoras em 50 pontos base está também a expectativa de a atividade económica na área do euro poder registar uma contração no último trimestre deste ano e no primeiro trimestre de 2023, “devido à crise energética, à elevada incerteza, ao enfraquecimento da atividade económica mundial e às condições de financiamento mais restritivas.”

Segundo Lagarde, “as pressões inflacionistas e as condições de crédito mais restritivas estão a amortecer o consumo e a produção”, e antecipa que “os salários cresçam a taxas muito superiores à média histórica”.

A presidente do BCE salienta ainda que “uma economia mais fraca pode resultar num desemprego ligeiramente mais elevado”, e sublinha que uma recessão na Zona Euro “será curta e pouco profunda”.

Em geral, as projeções elaboradas por especialistas do Eurossistema indicam agora que a economia registará uma taxa de crescimento de 3,4% em 2022, 0,5% em 2023, 1,9% em 2024 e 1,8% em 2025.

Subida das taxas sem surpresas para os investidores

A decisão anunciada esta quinta-feira por Christine Lagarde não foi uma total surpresa. Há dez dias, em entrevista à Renascença, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, defendia que o pico da inflação já teria passado e admitia que depois de dois aumentos “jumbo” (75 pontos base) das taxas de juro, o BCE deveria aumentar as taxas em 50 pontos base na reunião realizada esta quinta-feira.

A reforçar a confiança dos investidores de que o BCE deveria ficar-se por uma subida de 50 pontos base esteve também a decisão anunciada no dia anterior pela Reserva Federal norte-americana (Fed) de abrandar o ritmo de subida das taxa de juro, aumentado o preço do dólar em 50 pontos base.

O BCE revela também mudanças na política de compra de ativos. “A partir de março de 2023, a carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) diminuirá a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurossistema não reinvestirá todos os pagamentos de capital de títulos vincendos”.

A autoridade monetária da Zona Euro revela ainda que a diminuição da compra de ativos ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023 e o seu ritmo subsequente será determinado com o tempo. “Na reunião de fevereiro, o Conselho do BCE anunciará os parâmetros detalhados para a redução das posições do APP.”

Christine Lagarde também não se mostra preocupada com o balanço das entidades bancárias. A presidente do BCE revela que “os bancos têm atualmente o capital adequado” para enfrentar os desafios que têm pela frente.

No entanto, salienta que “as vulnerabilidade dos Estados aumentou” e que a “as necessidades de liquidez de entidades não bancárias podem amplificar a volatilidade do mercado.”

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Bruxelas dá luz verde a 223,8 milhões para colmatar impactos do encerramento das centrais a carvão

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Portugal receberá mais de 223,8 milhões de euros ao abrigo do Fundo para uma Transição Justa. Servirão para desenvolver setores verdes e requalificar trabalhadores.

A Comissão Europeia vai mobilizar 223,8 milhões de euros para Portugal para colmatar os impactos do encerramento das centrais elétricas a carvão no Litoral Alentejano e Médio Tejo e da refinaria de petróleo em Matosinhos.

Num comunicado, esta quinta-feira, o executivo comunitário indica que “Portugal receberá mais de 223,8 milhões de euros ao abrigo do Fundo para uma Transição Justa”.

“Este apoio da UE ajudará a proporcionar uma transição climática justa nas regiões portuguesas do Litoral Alentejano e Médio Tejo e na cidade de Matosinhos”, acrescenta a instituição, justificando que o apoio se deve ao encerramento das duas centrais elétricas a carvão e da refinaria de petróleo.

De acordo com Bruxelas, “esta decisão encerra a adoção de todos os 11 programas que irão operacionalizar 22,6 mil milhões de euros de investimentos da política de coesão em Portugal em 2021-2027 para apoiar uma economia territorial equilibrada, justa, ‘verde’ e digital”.

No que toca ao Litoral Alentejano, este apoio comunitário destina-se a diversificar a economia local, fomentando a investigação e inovação em pequenas e médias empresas (PME) ativas nas energias renováveis, agroalimentares e turísticas, e permitindo o investimento na mobilidade local sustentável, com vista à criação de cerca de 200 novos empregos através da reorientação profissional dos trabalhadores da região afetada pelo encerramento.

Relativamente ao Médio Tejo, as verbas do Fundo para uma Transição Justa serão alocadas a PME de inovação, investigação e novas tecnologias em setores ‘verdes’ emergentes, com a requalificação de 420 trabalhadores na região.

Na cidade de Matosinhos, na Área Metropolitana do Porto, estas ajudas europeias apoiarão a criação de um novo polo de inovação nas áreas da mobilidade sustentável, energia limpa, avanço da produção e economia marinha, prevendo 150 novos empregos nas PME apoiadas e a requalificação de 170 desempregados de longa duração.

Inserido na política de coesão, o Fundo para uma Transição Justa foi criado para prestar apoio aos territórios que enfrentam graves desafios socioeconómicos decorrentes do processo de transição para uma economia com impacto neutro em termos climáticos.

Este fundo visa facilitar a implementação do Pacto Ecológico Europeu, cujo objetivo é a neutralidade climática da União até 2050.

Para Portugal, o acordo de parceria relativo ao Fundo para uma Transição Justa prevê um total de 22,6 mil milhões de euros de financiamento da União Europeia no período 2021-2027.

São ao todo 11 os programas nacionais portugueses que receberão apoio comunitário neste âmbito, tendo em vista aumentar as oportunidades de emprego, educação e formação, proteger o ambiente e assegurar a sustentabilidade, a assistência técnica, bem como a inovação e a transição digital em todo o país.

Em termos globais, para os 27 Estados-membros, o Fundo para uma Transição Justa irá mobilizar cerca de 55 mil milhões de euros entre 2021 e 2027 nas regiões mais afetadas.

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Mário Centeno baixa contribuição dos bancos para o Fundo de Resolução

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Banco de Portugal reduz taxa base para contribuições periódicas adicionais do Fundo de Resolução em 2023, mas mantém taxas para o Fundo de Garantias de Depósitos.

Os bancos vão passar a pagar menos de contribuições periódicas para o Fundo de Resolução (FdR) em 2023, segundo uma instrução do Banco de Portugal (BdP), que manteve as taxas para o Fundo de Garantias de Depósitos (FGD).

A instrução 19/2022, que entra em vigor em 1 de janeiro de 2023, fixa em 0,029% a taxa base a vigorar para determinação das contribuições periódicas adicionais do Fundo de Resolução. A taxa atual, em vigor até ao final de 2022, é de 0,057%, segundo a instrução publicada no boletim oficial 12/2022.

Nos termos do n.º 5 do artigo 14.º da Lei n.º 23-A/2015, de 26 de março, “sem prejuízo das contribuições periódicas devidas nos termos do disposto no artigo 153.º‐H do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, podem ainda ser cobradas contribuições periódicas adicionais para o Fundo de Resolução destinadas a possibilitar o cumprimento de obrigações assumidas, ou a assumir, pelo Fundo de Resolução por força da prestação de apoio financeiro a medidas de resolução aplicadas até 31 de dezembro de 2014 […]”.

O Fundo de Resolução (FdR) foi criado em 2012 com a missão de prestar apoio financeiro às medidas de resolução aplicadas pelo Banco de Portugal, na qualidade de autoridade nacional de resolução.

Segundo o relatório e contas divulgado no passado mês de agosto, em 2022, o Fundo de Resolução registou um aumento dos recursos próprios pela primeira vez desde 2014, apesar de continuar num saldo negativo de 7.207,6 milhões de euros.

Uma outra instrução publicada hoje no Boletim Oficial n.º 12/2022 do BdP mantém para 2023 nos 0,0018% a taxa contributiva de base a pagar pelos bancos no âmbito da contribuição anual para o Fundo de Garantia de Depósitos.

A instrução 18/2022, que entra em vigor em 1 de janeiro do próximo ano, estabelece que, “a efeitos de determinação da taxa contributiva de cada instituição participante, a taxa contributiva de base a vigorar no ano de 2023 é de 0,0018%”, mantendo ainda nos 1.200 euros o valor da “contribuição mínima” para o Fundo de Garantia de Depósitos em 2023. De fora deste pagamento mínimo fica a Caixa Económica do Porto.

O Fundo de Garantia de Depósitos serve para reembolsar os depósitos dos clientes bancários caso algum banco tenha dificuldades e não o consiga fazer. Os depósitos estão garantidos até 100 mil euros.

A taxa a aplicar sobre a base de incidência objetiva das contribuições periódicas é fixada anualmente em instrução do Banco de Portugal.

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