Mortes por Covid-19 aumentaram 72% entre 2020 e 2021
O ano de 2021 ficou marcado por uma subida expressiva do número de óbitos por Covid-19 face ao ano anterior, revela INE. Em janeiro, atingiu-se o número máximo de mortes de infetados.
O ano de 2021 ficou marcado por uma subida expressiva do número de óbitos por Covid-19 registado em Portugal face ao ano anterior. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), morreram 12.004 pessoas infetadas pelo vírus pandémico, mais 72,2% do que em 2020, o que é explicado, sobretudo, pelo agravamento da crise sanitária verificado logo no início do ano.
“Em 2021, registaram-se 125.032 óbitos em Portugal, mais 1.353 (1,1%) do que em 2020 e mais 12.741 (11,3%) do que em 2019. Neste ano, o número de óbitos por Covid-19 foi de 12.004 (6.972 em 2020), correspondendo a 9,6% do total de óbitos“, sublinha o gabinete de estatísticas, no destaque agora publicado.
É importante notar que o ano de 2021 arrancou logo com um agravamento significativo da pandemia provocado pelo aparecimento de um nova variante do vírus — a variante Alpha (associada ao Reino Unido).
Em janeiro, Portugal viria, assim, indica o INE, a registar “o maior número de óbitos mensal desde o início da pandemia“. Em causa estiveram 19.671 mortes, o correspondente a um aumento de 65,8% em relação ao mesmo mês de 2020. O gabinete de estatísticas detalha agora: “Do total de óbitos, 5.785 foram por Covid-19, representando 29,4% da mortalidade em janeiro e o máximo mensal registado de óbitos por Covid-19“.
No destaque publicado esta sexta-feira pelo INE, indica-se, além disso, que, “na análise da mortalidade por semanas, verifica-se que foi na terceira semana de 2021 (18 a 24 de janeiro) que se registou o maior número de óbitos (5.044) desde o início da pandemia”, mas foi “na quarta semana (25 a 31 de janeiro) que se atingiu o número máximo de óbitos por Covid-19 (2.036)”.
Fevereiro traria, depois, uma redução da mortalidade, que se manteve, ainda assim, acima dos valores registados no mês homólogo de 2020. “Contudo, excluindo os óbitos por Covid-19, a mortalidade neste mês ter-se-ia situado, pela primeira vez após o início da pandemia, abaixo do valor homólogo de 2020“, destaca o INE.
Já entre março e novembro (com exceção de agosto), o número total de óbitos continuou a decrescer, em termos homólogos, num período em que, em paralelo, prosseguia a campanha de vacinação contra a Covid-19.
Em dezembro, a Ómicron “ganhou terreno” em Portugal, tendo o número de óbitos por Covid-19 aumentado para 518, mais 222 que no mês anterior. Em comparação com o mesmo mês de 2021, houve, ainda assim, uma quebra de 1.877 óbitos, o que se explica pela menor gravidade nos sintomas que a nova variante tende a provocar, mas também pela proteção conferida pelas vacinas.
Assim, no total, no último mês de 2021, foram registadas em Portugal 11.337 mortes, mais 947 do que em novembro, mas menos 1.659 do que em dezembro de 2020. “Entre 6 e 26 de dezembro de 2021 (semanas 49 a 51), o número de óbitos continuou acima da média de 2015-2019“, observa o INE.
Ainda assim, na semana entre 27 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022 — que ficou marcada por uma escalada das infeções — o número de óbitos foi inferior à média dos cinco anos antes da pandemia. “Nesta semana, registaram-se 2.450 óbitos, dos quais 110 foram por Covid-19, representando 4,5% do total de óbitos”.
Já no conjunto do ano, o INE sublinha que a redução da mortalidade observada a partir de março de 2021 comparativamente com os mesmos meses de 2020 “não compensou o elevado número de óbitos registados em janeiro e fevereiro de 2021“.
Menos nados-vivos e mais casamentos
O destaque publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística dá conta também de que em novembro do ano passado Portugal registou 6.464 nados-vivos, menos 5,5% do que no mês homólogo de 2020. “O número total de nados-vivos registados de janeiro a janeiro foi de 72.416, inferior ao verificado no mesmo período de 2019 e de 2020, respetivamente, menos 7.646 e menos 5.988 nados-vivos“.
Por outro lado, em novembro, o saldo natural foi -3.902, o que representa um desagravamento relativamente ao do mês homólogo de 2020, quando registou o valor de -4 632. “O saldo natural acumulado até novembro de 2021 foi -41.142, agravado relativamente ao observado no mesmo período de 2019 (-22.164) e de 2020 (-32.229)”.
Quantos aos casamentos, em novembro foram celebrados 1.625, mais 32,7% do que no período homólogo.
“De janeiro a novembro de 2021 foram celebrados 26.923 casamentos, mais 9.520 do que no período homólogo de 2020 e menos 4 362 do que no período homólogo de 2019″, indica o gabinete de estatísticas. Esta subida pode ser explicada, em parte, pelas restrições à mobilidade que têm marcado certos períodos da pandemia.
(Notícia atualizada às 12h15)
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