Banco polaco do BCP põe 160 milhões de lado para créditos hipotecários
Bank Millennium adiantou que constituiu provisões de 160 milhões, incluindo 15 milhões do Euro Bank, para os riscos legais relacionados com os empréstimos hipotecários em francos suíços.
O BCP BCP 0,00% revelou esta quarta-feira que o seu banco na Polónia constituiu provisões no valor de mais de 700 milhões de zlotys (cerca 160 milhões de euros) para enfrentar os riscos legais relacionados com os empréstimos hipotecários em moeda estrangeira originados pelo Bank Millennium e também pelo Euro Bank, adquirido em 2019.
Por conta disto, o banco polaco controlado em 50,1% pelo BCP vai registar prejuízos no quarto trimestre, “apesar do sólido desempenho operacional”, segundo avança a instituição em comunicado enviado ao mercado. As contas vão ser publicadas no próximo dia 1 de fevereiro, com a instituição a prometer dar “informações adicionais sobre os riscos legais”.
O Bank Millennium diz que reforçou as provisões pois continuou a registar tendências negativas nas decisões judiciais no último trimestre do ano passado, ao mesmo tempo que têm dado entrada de novos processos judiciais e o próprio banco tem feito alterações na metodologia de avaliação de risco.
Aliás, por causa das contingências relacionadas com este caso, o banco já tinha colocado de lado 400 milhões de euros. Uma almofada que “engorda” agora com mais 160 milhões.
Em setembro do ano passado, a imprensa local adiantou que o Bank Millennium tinha fechado acordos com 4.000 clientes com empréstimos para compra de casa em francos suíços, representando cerca de 8% do total da problemática carteira de crédito hipotecário em moeda estrangeira.
A carteira de crédito hipotecário em francos suíços do Bank Millennium totalizava os 12,8 mil milhões de zlotys (2,8 mil milhões de euros), representando cerca de 16% da carteira de empréstimos do banco polaco e cerca de 5% da carteira do BCP.
Estes riscos estão relacionados com o chamado caso “Francowicze”. Na década de 2000, os polacos contraíram empréstimos em francos suíços para beneficiarem de um zloty forte e de taxas de juro baixas na Suíça. Porém, com a crise, a moeda helvética disparou no mercado cambial, agravando o valor das dívidas das famílias para níveis impagáveis. Muitas avançaram para tribunal nos últimos anos para contestar estas dívidas.
(Notícia atualizada às 18h00)
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