Hoje nas notícias: TAP, combustíveis e Ferrovia 2020

  • ECO
  • 12 Abril 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A presidente executiva da TAP diz que, se pudesse, “não escolheria uma companhia aérea low-cost” para ocupar as 18 faixas horárias que a TAP vai ceder no aeroporto de Lisboa. O Executivo prepara-se para limitar as margens de lucro nos combustíveis. A marcar a atualidade está também a notícia de que, por cada dia de atraso nos projetos do Ferrovia 2020, os comboios a diesel gastam mais 14 mil litros de combustível. Saiba quais as notícias que marcam o dia esta terça-feira.

“Claro que não escolheria uma low-cost” para os slots da TAP, diz CEO

A TAP tem de ceder 18 slots diários no aeroporto de Lisboa e, em caso de empate, tem uma palavra a dizer na escolha da companhia aérea que as herdará. A presidente executiva diz que, se pudesse, “não escolheria uma companhia low-cost“, por considerar que não entregar esses slots a uma companhia de baixo custo “beneficiaria a economia em geral”.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível)

Governo limita margens de lucro nos combustíveis

O Governo vai mesmo limitar administrativamente as margens de lucro dos combustíveis, naquela que representa mais uma medida para parar o aumento da gasolina e do gasóleo, garante o CM. Como o ECO noticiou, a ERSE vai apreciar e revelar, trimestralmente, as margens de lucro praticadas pelas petrolíferas, de modo a dar uma informação transparente a todos os consumidores. Com base naquela informação, o Governo ajustará a margem. O CM escreve também que o Executivo acredita agora que a Comissão Europeia não vai aprovar a descida do IVA dos combustíveis para 13%, por não estar alinhada com a política de sustentabilidade europeia, mas não indica a origem da informação.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso condicionado).

Rui Moreira bate com a porta contra “fracasso” da ANMP na descentralização

O presidente da Câmara do Porto vai propor a saída da autarquia da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), acusando a organização, agora presidida por Luísa Salgueiro, de não ouvir os autarcas e de manter “uma postura de cumplicidade e total conivência com as medidas adotadas pela administração central” no âmbito do processo de descentralização. A proposta apresentada ao Governo pelas duas áreas metropolitanas (Lisboa e Porto) não teve efeitos, alega Rui Moreira.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

“Nunca escondi a disponibilidade” de continuar no Governo, diz Alexandra Leitão

A ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, uma pasta agora extinta, conta, em entrevista ao Público, que nunca escondeu a disponibilidade em continuar no novo Governo. Alexandra Leitão era apontada como futura ministra da Justiça, mas terá sido António Costa que não quis. Além disso, recusou ser líder parlamentar do PS – por “razões estritamente pessoais” – e não foi reconduzida no secretariado nacional do partido. “São novos ciclos. […] Não faço nenhuma interpretação especial”, afirmou. A agora deputada considera ainda que uma mulher mais assertiva “é-lhe mais prejudicial” do que o mesmo nível de assertividade num homem.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Atrasos no Ferrovia 2020 fazem CP gastar mais 14 mil litros de combustível por dia

Os projetos de 268 quilómetros de vias férreas eletrificadas nas linhas do Algarve, Oeste e Douro do Ferrovia 2020 estão, neste momento, com um atraso de quatro anos e três meses, prevendo-se que estas linhas sejam concluídas com um total de nove anos e meio de atraso. Segundo o Público, a manutenção de comboios a diesel nestas três linhas, durante este período, equivale à emissão de 45.626 toneladas de CO2, correspondente a um custo de 3,7 milhões de euros. Por cada dia de atraso no Ferrovia 2020, são mais 14 mil litros de gasóleo gastos.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo acelera para 103 dólares após alívio de restrições da Covid em Xangai

Situação pandémica em algumas unidades residenciais de Xangai é agora de "baixo risco". Notícia aliviou a perspetiva de quebra da procura na China, puxando pelos preços do petróleo.

Um dia depois de ter chegado a transacionar abaixo dos 99 dólares em Londres, o preço do petróleo que serve de referência para as importações portuguesas volta a ultrapassar a fasquia dos 100 dólares. Por volta das 14h30 em Lisboa, o Brent disparava 5%, para 103 dólares o barril. Em Nova Iorque, os futuros do WTI subiam 4,8%, para 99 dólares.

Esta subida das cotações do petróleo é justificada pelos últimos desenvolvimentos da pandemia na China, depois de o levantamento de algumas restrições ligadas à Covid-19 em Xangai terem aliviado a perspetiva de uma quebra na procura. Na segunda-feira, a região atribuiu o grau de “baixo risco” de infeção a mais de 7.000 unidades residenciais, onde não foi detetado qualquer novo caso nos últimos 14 dias, segundo a Reuters.

Petróleo volta a subir

Em simultâneo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) avisou na segunda-feira que é impossível aumentar a oferta de matéria-prima de forma a compensar totalmente a oferta russa, numa altura em que a União Europeia avalia a hipótese de avançar com o embargo ao petróleo vendido pela Rússia no próximo pacote de sanções a Moscovo.

Nos cálculos da OPEP, sanções ou medidas voluntárias contra o petróleo russo podem tirar cerca de sete milhões de barris de petróleo diários do mercado. “O mercado petrolífero ainda está vulnerável a um choque enorme se a energia russa for sancionada, e esse risco continua em cima da mesa”, disse à Reuters Edward Moya, analista sénior de mercados da Oanda.

Os preços do petróleo aceleram pouco depois de ter sido anunciado que a taxa de inflação homóloga nos EUA acelerou para 8,5% em março. É a taxa mais alta em 40 anos.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h27)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autovoucher ou redução do ISP, qual é a medida mais vantajosa?

O Autovoucher, que dá um apoio de 20 euros às famílias para compensar os preços dos combustíveis, vai dar lugar à redução do ISP. Mais pessoas podem beneficiar, mas consumos menores ficam a perder.

As medidas do Governo para fazer face ao aumento dos preços dos combustíveis têm vindo a evoluir conforme a situação se tem agravado. Por um lado, o Executivo decidiu dar um montante mensal a quem fizesse uma compra num posto de abastecimento, que começou por ser de cinco euros e foi de 20 euros em março e abril. A medida do Autovoucher termina este mês e dá lugar a uma descida do ISP, correspondente à redução do IVA de 23% para 13%. Qual será a opção mais vantajosa?

Ambas as medidas têm alguns prós e contras. Para o Autovoucher, quem fizer uma compra recebe automaticamente um “subsídio” de 20 euros, sem estar dependente de consumos. Este desconto era correspondente a 10 cêntimos por litro para um consumo médio de 50 litros por mês quando surgiu, tendo evoluído para 40 cêntimos por litro nos últimos dois meses.

Segundo as contas do ECO, compensa os efeitos da guerra nos preços dos combustíveis para consumos mensais de até 75 litros de gasóleo e 115 litros de gasolina. É assim mais eficaz a atenuar os efeitos para quem tem um consumo de combustível mais baixo.

Já para fazer as contas do ISP, é preciso notar que já está em vigor um corte neste imposto, de 4,7 cêntimos por litro de gasóleo e 3,7 cêntimos por litro de gasolina. O Governo desenhou uma fórmula, aplicada todas as semanas, para reduzir o ISP na mesma medida do aumento de receita de IVA devido à subida dos preços. No entanto, em várias semanas o ISP não mexeu, já que era prevista uma queda dos combustíveis, em vez de uma subida.

Quanto à redução anunciada mais recentemente, correspondente ao IVA a 13%, esta deverá dar um desconto de cerca de 15,7 cêntimos no preço do gasóleo e de 16,2 cêntimos no preço da gasolina, tendo em conta dos preços médios praticados na semana passada.

De acordo com um documento do gabinete do primeiro-ministro enviado às redações, com a junção destas duas medidas no ISP, “com base nos preços de hoje [da semana passada], a redução no PVP ascenderia a 0,215 euros por litro no gasóleo e 0,207 euros por litro na gasolina”.

Desta forma, para um consumo de 50 litros, os descontos no ISP equivalem a praticamente metade daqueles do Autovoucher. Já se alguém atestar 100 litros de combustível por mês, as medidas são quase equivalentes, oferecendo um desconto de cerca de 20 euros. É assim nos consumos mais elevados que as reduções do ISP se provam mais eficazes, até porque, ao contrário do Autovoucher, varia consoante o consumo.

As mexidas no ISP têm também outro ponto a seu favor: não requerem uma inscrição, como a que é necessária na plataforma inicialmente desenhada para o IVAucher, o que limitava a sua utilização. Segundo os dados mais recentes das Finanças, o Autovoucher alcançou os 2.952.896 aderentes, um número que é pouco mais de metade do universo elegúvel, de 5,3 milhões de contribuintes. Além disso, o Autovoucher implica também a utilização de um cartão bancário, e o reembolso não é imediato, sendo depositado na conta no prazo de dois dias úteis.

Quanto aos custos para o Estado, também de acordo com as últimas estatísticas das Finanças, os reembolsos do Autovoucher ultrapassaram os 90 milhões de euros pagos, desde o início da medida. Já a baixa do ISP irá custar mais de 80 milhões por mês, não estando ainda definido quanto tempo irá durar. Pelo seu caráter mais abrangente, até porque inclui também empresas enquanto o Autovoucher era para particulares, vai custar mais aos cofres do Estado.

Foi também por isso que quando anunciou o fim do Autovoucher, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, salientou que será substituído por “uma medida mais agressiva em termos de descida dos impostos”. Quanto à entrada em vigor da medida, tal deverá ocorrer em maio, já que tem de passar pelo Parlamento (o que não será um desafio, com a maioria absoluta do PS).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O INE vai confirmar a inflação de março, no dia em que o Banco de Portugal divulga as perspetivas do setor da banca para a evolução dos empréstimos.

A inflação tem estado na ordem do dia, e o gabinete de estatísticas nacional vai confirmar os números deste indicador para o mês de março, quando serão também conhecidos os dados dos preços na Alemanha e nos EUA. Já o Banco de Portugal vai divulgar dados sobre a evolução dos empréstimos nos próximos meses, enquanto o Eurostat traça o cenário do setor do turismo durante a pandemia. O dia será ainda marcado pelo relatório da OPEP sobre o mercado de petróleo, bem como pela assinatura de acordos entre o IHRU e o Município do Porto.

INE confirma inflação de março

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta terça-feira o Índice de Preços no Consumidor referente ao mês de março. O gabinete de estatísticas já tinha divulgado uma estimativa rápida, que apontava que a taxa de inflação em Portugal acelerou para 5,3% em março, de 4,2% em fevereiro, em termos homólogos. Se se confirmar, o indicador tocou em máximos de quase 28 anos no mês passado. Serão também conhecidos dados da inflação na Alemanha e Estados Unidos.

Como vai evoluir o crédito?

O Banco de Portugal publica o relatório regular sobre o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito. O documento contém as perspetivas do setor para a evolução dos empréstimos nos próximos meses, assim como faz uma análise dos últimos meses em termos de procura de crédito por parte de famílias e empresas.

OPEP publica relatório mensal

É conhecido esta terça-feira o relatório mensal do mercado de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que se debruça sobre as principais questões que afetam o mercado mundial de petróleo e dá também sinais sobre o desenvolvimento do mercado no próximo ano. O documento contempla uma análise dos principais desenvolvimentos que impactam o mercado na procura mundial de petróleo e abastecimento.

Qual foi o impacto da pandemia no turismo?

O Eurostat divulga esta terça-feira dados sobre efeitos da pandemia de Covid-19 no turismo, traçando o cenário neste setor desde 2019 até 2021. Este foi um dos setores da economia mais afetados pela pandemia, que limitou as deslocações dos cidadãos por todo o mundo e restringiu as atividades da área.

IHRU assina acordos com Câmara do Porto no setor da habitação

Neste dia, serão assinados acordos entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Câmara do Porto, no setor da habitação. Em causa está a assinatura do primeiro contrato de comparticipação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) entre o Município do Porto e o IHRU, destinado à reabilitação de património municipal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Negócio ruinoso no Brasil deixa de afundar a TAP ao fim de 15 anos

A M&E Brasil foi um sorvedouro de dinheiro para a companhia área durante década em meia. As contas ficaram saldadas em 2021, com a contabilização de mais de mil milhões em imparidades.

A expectativa de uma melhoria dos resultados da TAP em 2021, acompanhando a recuperação do transporte aéreo, saiu gorada. O ano terminou afinal com um prejuízo recorde de 1.600 milhões de euros. A principal responsável por tão negro número chama-se M&E Brasil.

A companhia área portuguesa decidiu no final de dezembro encerrar aquela operação depois de não ter conseguido encontrar um comprador viável. Com o fecho, foi preciso saldar uma conta que é tão antiga quanto o negócio de compra da Manutenção e Engenharia da Varig, em 2006, decidida pelo então presidente da TAP Fernando Pinto.

A M&E Brasil é detida pela TAP SGPS, mas quem foi tapando os prejuízos foi a TAP SA, dona da companhia área. Como? Fazendo empréstimos à holding para esta injetar na companhia de manutenção brasileira. No final do ano passado, as contas a receber da TAP SA pela TAP SGPS totalizavam 884,7 milhões (a quase totalidade devido à M&E Brasil), segundo o relatório e contas.

Uma vez que a holding não tem como pagar, foi constituída uma imparidade nas contas de 2021 naquele montante. A fatura da M&E Brasil não fica por aqui. O mesmo relatório informa que foi ainda necessário proceder ao “registo de uma provisão no montante de 140,3 milhões referente à estimativa de encargos adicionais que a TAP terá que suportar relacionados com a referida reorganização societária, incluindo os decorrentes do processo de liquidação da TAP ME Brasil”.

A auditora, a PwC, considerou adequados os pressupostos usados pela companhia na contabilização destes valores, incluindo os encargos que possam resultar de ações a decorrer em tribunal.

Tudo somado, fazer a reestruturação societária da TAP SGPS e fechar o negócio da manutenção no Brasil custará 1.024,9 milhões. Valor já integralmente reconhecido nas contas de 2021 e que contribuiu de forma decisiva para o prejuízo de 1.600 milhões da TAP no ano passado.

Gonçalo Pires, administrador financeiro, garantiu na conferência de apresentação de resultados realizada esta segunda-feira que a companhia aérea não terá mais custos com a M&E Brasil, ainda que o processo de encerramento ainda esteja a decorrer.

A decisão de fechar aquela operação foi tomada pelo conselho de administração da TAP SGPS a 29 de dezembro de 2021, indica o relatório e contas, e comunicada em janeiro. Na mesma data, a TAP SA assumiu a responsabilidade de financiar a holding para fazer “face às contingências e responsabilidades que possam resultar do processo de liquidação”, em cumprimento do previsto no plano de restruturação aprovado em dezembro pela Comissão Europeia.

Christine Ourmières-Widener esteve no Brasil em novembro, em visita à operação naquele que é o principal mercado da companhia aérea no estrangeiro. A venda ou liquidação da TAP ME Brasil foi um dos temas na agenda, mas segundo a CEO nunca apareceu um comprador viável.

Segundo números recolhidos pela Lusa, a empresa de manutenção brasileira recebeu 538 milhões de euros em injeções financeiras do grupo entre 2010 e 2017. A CEO afirmou na altura à agência que a empresa tem atualmente 500 trabalhadores, estando no ativo pouco menos de 400.

A aquisição da antiga Varig Manutenção e Engenharia (VEM) foi fechada por Fernando Pinto em 2006, por 24 milhões de dólares, no estertor da companhia aérea brasileira. Além da VEM, foi também adquirida a Varig Logística, no âmbito de um plano que era suposto levar à aquisição da própria Varig, onde o então presidente da TAP trabalhara anos a fio.

A compra, que ficaria por 24 milhões de dólares, envolveu também o advogado Diogo Lacerda Machado, então administrador da Geocapital, que numa fase inicial entrou com a TAP no capital da VEM. “O preço da VEM foi imensamente baixo porque resultou de uma circunstância muito adversa da Varig, que precisava desesperadamente de meios financeiros, e a única hipótese foi oferecer [as empresas] a um preço escandalosamente baixo porque a sua necessidade [de dinheiro] era para o dia seguinte”, afirmou, em 2016, numa audição no Parlamento. “A VEM tem um potencial extraordinário, e um valor muitíssimo interessante”, acrescentou o futuro administrador não executivo da TAP.

Apesar de sucessivas reestruturações que foram emagrecendo o quadro de pessoal que chegou a ter mais de 4.000 trabalhadores, o potencial nunca se realizou. A TAP ME Brasil teve prejuízos de 31,9 milhões em 2016, de 50,1 milhões em 2017, de 51,6 milhões em 2018, de 14,7 milhões em 2019 e de 31,3 milhões em 2020. Nunca chegou a ter um ano positivo desde que foi adquirida.

A compra seria objeto de uma investigação judicial, iniciada em 2010, visando Fernando Pinto e mais quatro ex-administradores, por suspeita de administração danosa, tráfico de influência, branqueamento, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, burla, prevaricação e abuso de poder. O Ministério Público absolveu, em outubro, todos os arguidos, arquivando o processo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inflação de 4% sobe pressão no Governo para aumentos salariais

Em apenas duas semanas, o Governo revê em alta a taxa de inflação prevista para 2022. Com este passo, admite que manter-se-á alta no segundo semestre e sobe a pressão para aumentos salariais.

Da esquerda e da direita, assim como dos sindicatos, chegam pedidos para aumentar os salários no setor público e no setor privado. O Governo tem colocado um travão, temendo uma “espiral inflacionista”, e tem o apoio das empresas. Porém, a revisão em alta da taxa de inflação que constará no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) para 4%, acima dos 3,3% estimados há apenas duas semanas, coloca pressão no Executivo para aumentos salariais — ou para ir mais além na compensação do aumento do custo de vida.

Perda de poder de compra: este é o tema que está a dominar atualmente a discussão política, com o Governo a admitir que não conseguirá compensar totalmente e a oposição a acusar o PS de praticar uma “austeridade encapotada” por não atualizar os salários à taxa de inflação. Os socialistas consideram que este período inflacionista será “temporário”, mas com a revisão em alta da previsão do OE2022 a ser entregue esta quarta-feira admitem que a inflação será maior e mais persistente.

O Ministério das Finanças, agora liderado por Fernando Medina, aproxima-se assim das previsões para a inflação do Conselho das Finanças Públicas (3,9%) e do Banco de Portugal (4%). Porém, há apenas 15 dias, as Finanças, ainda lideradas por João Leão, argumentavam que a sua previsão era inferior à das outras instituições por duas razões: anteviam uma travagem da inflação no segundo semestre, “devido ao efeito base relacionado com a inflação já muito elevada no final de 2021”, e incorporavam “o efeito das medidas de política que atenuam o efeito dos preços”.

Contudo, mesmo tendo apresentado um pacote de medidas ainda mais extenso desde então, o Governo parece ter deixado cair a ideia de que a inflação vai travar na segunda metade do ano. Nos 4%, o dobro da meta do Banco Central Europeu (BCE) de 2%, a taxa de inflação coloca ainda mais pressão mediática e social nos socialistas para aumentarem os salários dos 733 mil funcionários públicos (e as 3,6 milhões de pensões), aqueles que dependem diretamente do Estado. Se um aumento intercalar — o qual é pedido por sindicatos, PCP e Bloco — está, para já, colocado fora da mesa, a dúvida está no que será negociado para o próximo ano.

A lógica deste Governo tem sido aumentar os salários com base na inflação passada (a taxa a 12 meses em novembro do ano anterior) e não na esperada para aquele ano. No Programa de Estabilidade 2022-2023, o anterior Executivo previa um aumento de 3,7% das despesas com pessoal em 2023, assumindo então uma taxa de inflação de 2,9% (IPC), o que já indiciava que não haveria lugar à aplicação do mesmo critério. Com a inflação nos 4%, torna-se praticamente impossível enquadrar nessa previsão — são automaticamente mais mil milhões de euros a que se somam os custos das progressões e promoções –, mas a previsão de subida dos gastos com pessoal pode ser revista em alta.

Será, por isso, preciso esperar por outubro (entrega da proposta do OE2023 no Parlamento) e novembro (apuramento da inflação) deste ano e o próprio primeiro-ministro remeteu essa decisão para uma “avaliação ao longo do ano” com os parceiros sociais. “Se se confirmar a natureza iminente conjuntural desta tensão inflacionista, como afirmam várias instituições internacionais, temos de olhar para a política de rendimentos do próximo ano não à luz da tensão ocasional deste ano, mas à luz do que tem de ser o poder de compra que, sustentadamente, temos de garantir às famílias portuguesas, evitando qualquer espiral de inflação”, disse António Costa no Parlamento.

Oposição acusa PS de “austeridade encapotada”. Patrões do lado do Governo

Durante o fim de semana, o ainda líder do PSD, Rui Rio, atacou o PS por “adotar uma política de austeridade” dado que “não vai adaptar os salários ao nível da inflação”, incluindo o salário mínimo (promessa mantém-se nos 750 euros em 2023), acusando o Governo de mandar as promessas eleitorais “às malvas” logo no início do mandato. Esta segunda-feira, após ter conhecido as linhas gerais do OE2022, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, acrescentou que o “Governo tem como objetivo evitar a criação da espiral inflacionista, mas no fundo há aqui um regresso encapotado a uma certa austeridade“.

Costa rejeita essa abordagem dos social-democratas. No sábado, perante a comissão nacional do PS, o primeiro-ministro argumentou que “se os preços estão a subir porque os custos de produção estão a aumentar na área da energia, [ao aumentar o rendimento] iríamos só aumentar mais os custos de produção e os preços iriam aumentar e iríamos na ilusão do aumento do rendimento que rapidamente seria comido pelo aumento da inflação“. “Não, não é essa espiral inflacionista que nós queremos alimentar”, assinalou.

Esta segunda-feira, na concertação social, o patronato colocou-se ao lado do Governo. “Não podemos ser cegos e pensar que o problema da inflação se resolve com aumento de salários“, disse António Saraiva, presidente da CIP, pedindo “moderação” e argumentando que “se vamos atrás da inflação para subir os salários, não a conseguimos controlar, apenas a potenciamos“. O foco no médio prazo deve estar no crescimento económico e na produtividade e no curto prazo nas medidas que possam mitigar o aumento dos preços.

Do lado do Governo está também Mário Centeno, ex-ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal, que disse, quando questionado especificamente sobre o caso da Função Pública, que as “indexações automáticas, que não é o que acontece neste caso, não são desejáveis face à inflação prevista” uma vez que dificultariam a gestão da política monetária. A previsão do Banco de Portugal para a inflação tem subjacente a continuação da “contenção salarial” e sem incorporar “efeitos de segunda ordem”, isto é, uma espiral de preços e salários.

Na discussão no final deste ano deverá pesar não só a taxa de inflação registada na altura, mas também o que se prevê para 2023, de forma a confirmar (ou desmentir) o argumento do Governo de que este fenómeno é passageiro. A previsão do CFP aponta para 2,2%, a do Banco de Portugal para 1,6% e das Finanças para 1,7% (no Programa de Estabilidade). O Fundo Monetário Internacional vai rever as suas previsões na próxima semana e a Comissão Europeia divulga novos números a 16 de maio.

No final de março, o anterior Ministério das Finanças deixava a questão em aberto. “Para 2023, assume uma taxa de crescimento das despesas com pessoal de 3,7% e existem diferentes formas de concretizar este aumento, entre o normal desenvolvimentos das carreiras, revisões das carreiras, contratações de trabalhadores para a Administração pública e atualizações salariais”, explicava então o gabinete de João Leão, notando que “o PE não concretiza esta decomposição”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo otimista para a Páscoa. Hotelaria admite subidas de preços acima dos 10%

Expectativas para a Páscoa são animadoras, com quase todos os hotéis abertos e um aumento da procura pelo turismo de natureza.

O turismo continua a recuperar do impacto provocado pela pandemia e, para a Páscoa, as expectativas são positivas, desde a hotelaria até ao alojamento local. O setor acredita que a Páscoa possa ser “o pontapé de saída” para a retoma do turismo, numa altura em que os números já estão muito próximos dos resultados de 2019. As agências de viagens já sentem o ritmo positivo da procura, mas o setor também sente os efeitos da invasão russa à Ucrânia e, por isso mesmo, a hotelaria admite subidas de 10% nos preços para compensar o aumento dos custos da energia.

Em abril, o número de bilhetes emitidos para voos com destino a Portugal disparou 500% face a abril de 2021, adianta ao ECO Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal. Contudo, importa notar que este número não inclui companhias low-cost nem bilhetes reservados diretamente com as companhias aéreas. Ainda assim, o responsável está confiante para a Páscoa, notando que, “em termos de conectividade aérea”, o país está “muito próximo dos números de 2019”, ano em que se bateram recordes no setor do turismo, com 27 milhões de turistas.

A hotelaria tinha “boas” expectativas para a Páscoa e, por esta altura, mantêm-se. “Esperamos que a Páscoa possa ser o pontapé de saída para a retoma”, diz Cristina Siza Vieira, CEO da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), apontando que “já havia uma procura muito grande”.

Depois de um janeiro e fevereiro “muito maus”, a responsável diz que o setor “estava em apneia a aguentar até à Páscoa” e que, neste momento, acredita que “haverá bastante mais hotéis abertos”, embora cerca de 20% deverão continuar de portas fechadas. O Grupo Vila Galé, por exemplo, terá todos os 27 hotéis no país a funcionar, adianta ao ECO o administrador Gonçalo Rebelo de Almeida.

O responsável pela segunda maior cadeia hoteleira do país afirma que as expectativas para a Páscoa são “positivas”, “com reservas de clientes nacionais e estrangeiros”, o que faz prever taxas de ocupação acima dos 80%. Do lado da AHP, as projeções apontam para um peso de 60% de turistas internacionais, embora a procura por portugueses para o setor hoteleiro também seja considerável.

As expectativas positivas alastram-se até ao alojamento local. “Finalmente conseguimos ter alguma expectativa de recuperação”, diz ao ECO Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local de Portugal (ALEP). “Março já foi mais otimista e a Páscoa é justamente o que marca as expectativas de início da retoma”, acrescenta o responsável, notando que a Páscoa “é um marco importante” para o setor.

Turismo de natureza com muita procura

Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, nota que “uma das lições da pandemia” foi a abertura do mapa turístico nacional e isso continuará a ser uma tendência. “O aumento da procura por outras regiões não tão turísticas”, mais concretamente o interior do país, “foi muito positivo” e vai manter-se, afirma o responsável. A presidente da AHP defende o mesmo e antecipa que as férias da Páscoa assistirão a uma forte “procura pelo turismo de natureza”, nomeadamente no interior do país, embora os destinos de sol e mar continuem a predominar.

O administrador do Vila Galé nota que, na Páscoa, “genericamente todas as regiões estão com procura”, embora o Algarve, Alentejo, Douro e Braga se destaquem. O mesmo cenário é observado no alojamento local, com Eduardo Miranda a explicar que a Páscoa “marca o começo das reservas nas zonas de praia e urbanas”, mas que deverá manter-se a “apetência pelo interior, por casas mais rurais” — tendência que “marcou a pandemia”.

Do lado da Agência Abreu, a procura dos portugueses por férias da Páscoa lá fora também já é notória. “Este ano a oferta é superior à dos anos anteriores, mas a procura correspondeu e pode até superar a oferta em algumas datas“, diz ao ECO Pedro Quintela, diretor comercial da agência de viagens, apontando o “bom nível e ritmo da procura para a temporada da Páscoa”.

Para esta altura, as ofertas preparadas pela Abreu são várias. Cabo Verde e Djerba (Tunísia) são os destinos internacionais mais próximos, com preços a partir de 499 euros, mas as Caraíbas, o México e a República Dominicana também estão em destaque esta Páscoa, com ofertas desde 855 euros. “Paralelamente, verificamos uma grande tendência para destinos alternativos como os Estados Unidos e Brasil“, diz o responsável da Abreu.

Hotelaria admite subidas de 8% nos preços. Alojamento local deve mexer pouco

A invasão russa à Ucrânia provocou um disparo nos preços de vários segmentos e isso acaba por afetar todas as empresas, incluindo as do setor do turismo. “É fruto da inflação que já se fazia sentir antes da guerra”, diz Cristina Siza Vieira. “São os chamados efeitos indiretos”, acrescenta, explicando que, “por um lado, os custos de produção já estavam a subir”, incluindo dos alimentos, abastecimentos, matérias-primas, etc. “Neste momento, por causa da guerra, isso intensificou-se. E, naturalmente, sempre que sobem os preços na fonte, a jusante também haverá impacto“, afirma.

A presidente-executiva da AHP nota que já se estão a assistir subida de preços nas estadias no setor hoteleiro. “No mínimo dos mínimos estão a subir 8%, mas acredito que possam subir mais”, diz, notando que, mesmo durante a pandemia, “não houve uma baixa de preço”. “Portugal já não é um destino de preços muito baixos há muitos anos. O mercado quer apostar noutro tipo de turismo”, explica.

No alojamento local o cenário é um pouco diferente e, diz Eduardo Miranda, “esse é um dos aspetos positivos”. “Não é pela baixa de preços que vamos conquistar mais clientes. Não sentimos uma guerra de baixar preços, é mais ou menos na mesma linha de antes”, diz o presidente da ALEP, referindo que “em alguns segmentos houve até alguns sinais de pequenas subidas dos preços”. “O que é bom, porque os custos vão aumentar”.

Ainda assim, Eduardo Miranda diz que “a expectativa é de que os preços se mantenham”. “Não estamos a observar uma guerra de preços, que era o nosso medo, que numa retoma os operadores ao estarem com muita ansiedade para terem reservas usassem o preço como fator de atração”, diz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa vai ler com atenção artigo de Cavaco em que é criticado por falta de coragem

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

“Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva? Claro que se tem de ler com atenção”, disse ainda o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro afirmou que vai ler hoje à noite com atenção o artigo que o ex-Presidente da República Cavaco Silva escreveu no jornal Público e em que o critica por ter baixo grau de coragem política. “Ainda não li, mas estou curioso e vou ler esta noite com calma”, declarou António Costa aos jornalistas, depois de ter participado numa sessão de homenagem ao ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos Rui Vilar, na Cultugest, em Lisboa.

Num artigo de opinião publicado esta segunda no jornal Público, Cavaco Silva traçou o perfil político de António Costa com base na análise da atuação do primeiro-ministro nos seis anos de chefe do Governo, concluindo que “sobressaiu a aversão a políticas de cariz estrutural”.

Confrontado pelos jornalistas com estas posições críticas manifestadas pelo ex-Presidente da República, António Costa não as comentou para já, alegando que ainda não leu o artigo de opinião. Interrogado se o vai ler, o líder do executivo respondeu: “Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva? Claro que se tem de ler com atenção”, declarou.

Nesse artigo, Cavaco Silva elege as áreas da administração pública, sistema fiscal, justiça e mercado de trabalho como as principais em que o Governo tem poder para tomar medidas com forte impacto positivo no crescimento da economia e diz que o perfil dos ministros por elas responsáveis “é ainda desconhecido”, à exceção do ministro das Finanças, a quem reconhece “um grau médio de coragem política”.

Cavaco Silva defende que no programa do Governo apresentado à Assembleia da República “não se detetam sinais de um ímpeto reformista nas áreas em questão, com a exceção da Administração Pública”.

No entanto, insiste, “o facto de o Governo dispor de apoio maioritário no parlamento faz com que a atuação do primeiro-ministro no passado e o próprio conteúdo do programa sejam indicadores da avaliação do grau de coragem política de relevância limitada”.

“Com efeito, na prática, o Governo, confrontado com o empobrecimento relativo do país, pode ir além das medidas constantes do programa aprovado pelo parlamento e o primeiro-ministro pode adotar um perfil mais favorável ao crescimento económico”, acrescenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street recua com perspetivas de inflação “extraordinariamente elevada”

Os principais índices de referência norte-americanos registaram perdas de mais de 1%, na véspera de serem conhecidos os dados da inflação.

Wall Street terminou a primeira sessão da semana em terreno negativo, no dia antes de serem conhecidos os dados da evolução de preços em março que podem levar a Reserva Federal a mudar a política, e acabar por abrandar a recuperação da economia. A Casa Branca já alertou que a inflação será “extraordinariamente elevada”.

Neste contexto, o índice de referência S&P 500 perdeu 1,73%, para 4.410,74 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq sofreu as maiores perdas, cedendo 2,19%, para 13.410,56 pontos. Já o industrial Dow Jones desvalorizou 1,20%, para 34.305,25 pontos.

A taxa de inflação dos EUA já estava alta em fevereiro, situando-se nos 7,9%, e provavelmente subiu ainda mais no mês passado. Os dados serão conhecidos na terça-feira, mas a Casa Branca já alertou que está em valores elevados. Esperamos que a inflação de março seja extraordinariamente elevada”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, citada pela AFP.

Com estas perspetivas, bem como com a subida dos juros da dívida dos EUA, sofrem as cotadas que são caracterizadas por terem taxas de crescimento elevadas, muitas das quais no setor da tecnologia. A Apple perdeu 2,55% para os 165,75 dólares, a Amazon recua 2,16% para os 3.022,44 dólares e a Microsoft afundou 3,94% para os 285,26 dólares.

Os preços do petróleo também seguiram a tendência negativa, nomeadamente devido ao impacto das restrições pandémicas na China. Isto penalizou, por sua vez, as cotadas do setor da energia. A Occidental Petroleum recuou 6,31% para os 57,92 dólares, a ExxonMobil perdeu 3,47% para os 83,85 dólares e a Chevron cedeu 2,61% para os 165,56 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vacinação contra a Covid está abaixo dos 10% em 20 países, alerta OMS

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

Cerca de 20 países, a maioria de África, mas também do Mediterrâneo Oriental, América, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, ainda não ultrapassaram a marca de 10% da sua população vacinada.

A cobertura da vacinação contra a covid-19 está ainda abaixo dos 10% da população em cerca de 20 países, a maioria dos quais africanos, alertou esta segunda-feira o comité de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 foram distribuídas a um ritmo “sem precedentes” no mundo, com quase todos os países a administrarem as primeiras doses em menos de 12 meses, salientou o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS (SAGE, na sigla em inglês).

Apesar disso, cerca de 20 países, a maioria de África, mas também do Mediterrâneo Oriental, América, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, ainda não ultrapassaram a marca de 10% da sua população vacinada, lamentou Kate O’Brien, chefe da vacinação da OMS, em conferência de imprensa.

São países que estão a trabalhar arduamente para avançar com os seus programas” de imunização contra o SARS-CoV-2, salientou a especialista da OMS, ao assegurar que a organização, em conjunto com os seus parceiros, está a apoiar o desenvolvimento desses planos de vacinação.

É aqui que o nosso trabalho está focado. Precisamos de garantir que são as populações de alto risco – a maioria em risco de doença grave ou morte, bem como os profissionais de saúde – que recebem as vacinas com prioridade”, adiantou Kate O’Brien.

Segundo dados da OMS, a nível global, a cobertura vacinal dos grupos considerados prioritários é ainda “insuficiente”, uma vez que só abrange 65% dos profissionais de saúde e 69% das pessoas com 60 ou mais anos.

A organização com sede em Genebra adiantou ainda que o mecanismo internacional de acesso às vacinas contra a covid-19 (Covax) tem doses suficientes para imunizar até junho 70% da população das 92 economias de baixo e médio rendimento. Em 2021, a OMS estabeleceu como objetivo vacinar 70% da população de cada país até meados de 2022.

O Covax, que visa garantir a igualdade global no acesso às vacinas, já entregou até agora mais de 1,4 mil milhões de doses em 145 países, número que fica abaixo dos inicialmente previstos de dois mil milhões de doses até final de 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rui Vilar provou que o banco público pode ser bem gerido, diz Costa

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

"Um banco pode ser público, pode ser bem gerido, pode cumprir os planos e atingir os resultados”, disse António Costa durante a sessão de homenagem a Rui Vilar, antigo chairman da CGD.

O primeiro-ministro destacou esta segunda-feira o ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Rui Vilar, com uma personalidade da cultura portuguesa que também provou que um banco público pode ser bem gerido com bons resultados financeiros.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sessão de homenagem a Rui Vilar, antigo ministro e antigo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian – uma apreciação que também foi partilhada pelo presidente executivo da CGD, Paulo Macedo.

Numa cerimónia em que também estiveram presentes o cardeal patriarca, D. Manuel Clemente, o ex-presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues e os ministros das Finanças, Fernando Medina, e da Cultura, Pedro Adão e Silva, António Costa e Paulo Macedo descerraram uma placa alusiva à atribuição ao grande auditório da Culturgest do nome de Emílio Rui Vilar, que cessou funções como presidente do Conselho de Administração da CGD em 23 de dezembro último.

Natural do Porto, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, antigo diretor geral da Comissão Europeia e com uma longa carreira no setor da banca, Rui Vilar lançou a Culturgest em 1993.

Na sua intervenção, tanto Paulo Macedo, como António Costa, destacaram o período recente em que Rui Vilar assumiu as funções de chairman do banco público em 2016, numa fase difícil do banco público no plano financeiro, designadamente em matéria de cumprimento das diretrizes europeias de rácios mínimos de capital.

O primeiro-ministro defendeu que Rui Vilar pode ser homenageado pelo seu percurso de “cidadão empenhado”, fundador da SEDES e ministro “num período difícil da democracia portuguesa”, ou pelo seu serviço de “constante dedicação à economia”.

Rui Vilar não foi só presidente da CGD no momento em que se impunha a abertura à competição com o setor privado, como também aceitou ser chairman num momento de difícil, em que o esforço de recapitalização era essencial e em que muitos duvidavam em Portugal e em Frankfurt da viabilidade da existência de uma Caixa enquanto banco público”, referiu o líder do executivo.

Enquanto presidente do Conselho de Administração da CGD, segundo António Costa, “Rui Vilar acompanhou a gestão rigorosa que Paulo Macedo e a sua equipa imprimiram. Demonstraram que um banco pode ser público, pode ser bem gerido, pode cumprir os planos e atingir os resultados”.

“Na semana passada, foi devolvido por inteiro a emissão privada da dívida. Emissão essa que foi o teste de mercado exigido pela Comissão Europeia para autorizar a capitalização por parte do Estado. Demonstrou-se que um banco bem gerido, público, é um banco que vale a pena e serve o nosso país”, completou.

Tal como Paulo Macedo, o primeiro-ministro evidenciou o percurso de Rui Vilar na esfera da cultura, desde os tempos de estudante em Coimbra, onde esteve ligado ao CITAC (Companhia Independente de Teatro da Academia de Coimbra). “A cultura foi um fio condutor ao longo de toda a sua vida. Foi assim enquanto administrador de quase todas as maiores instituições culturais portuguesas, culminando com dez anos de presidência da Fundação Calouste Gulbenkian”, acrescentou António Costa.

Neste ponto relativo à dimensão cultural de Rui Vilar, Paulo Macedo relacionou o “conhecimento do mundo” e o “sucesso profissional da longa carreira” do ex-presidente do Conselho de Administração da CGD. “Estas homenagens devem fazer-se em vida. Sei da reserva de Rui Vilar em relação a homenagens, mas estes momentos são importantes”, sustentou o antigo ministro da Saúde do executivo de Pedro Passos Coelho.

Paulo Macedo considerou que a ação de Rui Vilar teve sempre “uma dupla vertente: Conhecimento do mundo e noção de serviço público”. “A prática de colocar os seus conhecimentos ao serviço dos outros, do país, prolongando esse esforço ao longo de anos a fio”, salientou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Itália anuncia acordo para comprar mais gás à Argélia

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

"A Itália está pronta a trabalhar com a Argélia para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde", disse ainda Draghi, na assinatura do acordo com o presidente argelino.

O primeiro-ministro italiano, Mário Draghi, anunciou esta segunda-feira que a Itália vai importar mais gás da Argélia, durante uma visita a este país com o qual está disposto a trabalhar também para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde.

“Os nossos governos assinaram um acordo de cooperação bilateral no setor da energia, para além do acordo entre a Eni (empresa italiana de hidrocarbonetos) e a Sonatrach (argelina) para aumentar as exportações de gás para Itália“, disse o primeiro-ministro italiano após uma audiência com o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboun.

O objetivo do Governo italiano é reduzir a sua dependência da Rússia, que representa 40% do total de gás importado pela Itália, explicou numa conferência de imprensa. A Argélia é hoje, atrás da Rússia, o segundo maior fornecedor de gás a Itália, que é transportado através do gasoduto Transmed.

“A Itália está pronta a trabalhar com a Argélia para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde. Queremos acelerar a transição energética e criar oportunidades de desenvolvimento e emprego”, salientou ainda Draghi.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.