Ucrânia pede armas de maior alcance. EUA relutantes devido a receio de escalada
As forças russas intensificam os ataques na região do Donbas este domingo. Os EUA resistem a enviar mísseis de maior alcance, com receio de uma escalada da guerra.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, repetiu o apelo para o envio de sistemas norte-americanos de lançamento de rockets de maior alcance, perante o avanço das tropas russas no Donbas. Um pedido que está a enfrentar alguma resistência.
À Reuters, fontes governamentais disseram que o envio está a ser considerado, com uma decisão a poder acontecer nos próximos dias. Mas o maior alcance destes mísseis está a gerar alguma resistência na Casa Branca.
Os sistemas MLRS têm um alcance de até 300 quilómetros, o que significa que permitiram ao exército ucraniano atingir alvos dentro da Rússia. O envio não é, por isso, unânime em Washington. Segundo o The Guardian, alguns conselheiros de segurança nacional de Joe Biden receiam que as armas sejam usadas contra alvos do lado de lá da fronteira, o que poderia levar a uma escalada do conflito, envolvendo a NATO e os EUA.
“Se os americanos fizerem isto, vão claramente atravessar uma linha vermelha”, afirmou Olga Skabeeva, uma apresentadora da televisão russa cuja opinião reflete a visão do Kremlin, segundo o diário britânico.
Numa ligação com o chanceler alemão Olaf Sholz e o presidente francês Emmanuel Macron, no sábado, Vladimir Putin voltou a alertar que o envio de armamento para a Rússia está a contribuir para prolongar o conflito e adiar uma solução.
As forças russas intensificaram os ataques no Donbas este domingo, em particular sobre a cidade de Sievierodonetsk, segundo relata a Reuters. “A situação escalou de forma extrema”, afirmou Serhiy Gaidai, governador da região de Luhansk. A artilharia russa intensificou os ataques numa estrada entre Lysychansk-Bakhmut, numa tentativa de cercar as forças ucranianas.
Numa declaração ao país na noite passada, Volodymyr Zelenskiy, voltou a reconhecer a situação difícil das tropas ucranianas no Donbas. O presidente ucraniano afirmou que o país irá recuperar o território ocupado após 24 de fevereiro, mas rejeitou a hipótese de reconquistar a Crimeia, perdida para a Rússia em 2014. “Não acredito que consigamos recuperar todo o nosso território pela via militar. Se formos por essa via, vamos perder centenas de milhares de vidas”
As forças armadas ucranianas acusaram as autoridades russas na Crimeia de dar ordem aos hospitais para recusarem pacientes civis, de forma a libertar camas para os soldados russos. Disseram também que estavam a recolher sangue de forma intensiva.
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