Guardadores de malas dos EUA procuram 20 pessoas para Portugal

Agregador de locais para guardar bagagens em 40 países instalou sede europeia em Lisboa e terá novo escritório no início do verão. Regime de trabalho é flexível.

A americana Bounce escolheu Lisboa como sede europeia da plataforma para guardar malas em 40 países. A tecnológica, que criou uma rede de negócios locais onde os turistas podem depositar as suas bagagens enquanto passeiam pela cidade, quer fazer crescer o negócio e a equipa em Portugal. Tem cerca de 20 vagas em aberto, propondo um modelo de trabalho flexível.

“Entre várias opções que analisámos, escolhemos Lisboa por causa do fantástico ambiente de crescimento de startups e do ecossistema tecnológico. É importante para nós estarmos num contexto em que o nosso negócio possa escalar e Lisboa é uma das principais cidades do ecossistema tecnológico europeu”, explica responsável de crescimento da startup, Edoardo Piccinin, em declarações à Pessoas/ECO.

Atualmente, a empresa conta com 15 trabalhadores na capital portuguesa, em departamentos como engenharia, vendas e crescimento. Mas não quer ficar por aqui. “Por agora, temos cerca de 20 posições abertas em departamentos como engenharia, vendas, crescimento, gestão e operações”, detalha o responsável.

2022 também vai ficar marcado pela mudança de instalações, porque o primeiro escritório apenas pode acomodar até oito pessoas. “Daqui a menos de dois meses vamos para um novo local, onde poderemos acomodar até mais de 50 pessoas. Somos uma startup em grande crescimento”, detalha Edoardo Piccinin.

Apesar da mudança de escritório, a empresa diz que os funcionários podem trabalhar de onde quiserem. “Sentimos que as pessoas devem estar no local que mais lhes for conveniente. Não nos preocupamos muito se vão todos os dias ao escritório ou se preferem trabalhar a partir de casa.”

Com mais de 7.000 parceiros em mais de 1.000 cidades, a Bounce concretizou a sua série A de investimento no final de abril. A injeção de capital de 12 milhões de dólares (11,39 milhões de euros) contou com a participação das sociedades Andressen Horowitz e General Catalyst, que também apostaram em tecnológicas como Airbnb, Uber e Stripe.

Anatomia do negócio

Nascida em 2018 nos Estados Unidos, a Bounce gere uma rede de locais como hotéis, cafés, lojas e espaços de aluguer de bicicletas onde os turistas podem guardar as suas malas enquanto passeiam pela cidade. A empresa norte-americana não é proprietária de qualquer um destes locais e garante toda a curadoria.

Nem todas as lojas podem ser nossas parceiras. Quando recebemos um pedido, entramos em contacto com os espaços para verificar a localização e a capacidade para prestar o serviço. Também ajudamos os espaços nas primeiras reservas”, explica o responsável.

Para usar o serviço, o consumidor tem de fazer a reserva através da página ou da aplicação móvel da empresa. Depois de escolher o sítio, tem de pagar cinco euros por dia cada bagagem, independentemente do tamanho. Os items guardados estão protegidos por um seguro com cobertura de até 10 mil dólares.

Em Portugal, há mais de 80 locais onde as bagagens podem ser guardadas, em cidades como Lisboa, Porto, Aveiro, Lagos, Faro e Albufeira.

Entre várias opções que analisámos, escolhemos Lisboa por causa do fantástico ambiente de crescimento de startups e do ecossistema tecnológico. É importante para nós estarmos num contexto em que o nosso negócio possa escalar e Lisboa é uma das principais cidades do ecossistema tecnológico europeu

Edoardo Piccinin

Responsável de crescimento da Bounce

No caso dos lojistas, a Bounce fica com metade das receitas por cada transação, para garantir o processamento dos pagamentos, os custos de aquisição de clientes e assegurar a promoção dos locais onde guardar as bagagens.

Depois de ter sobrevivido aos dois confinamentos da pandemia — e de ter pago mais de um milhão de dólares aos negócios locais –, a Bounce consegue obter mais receitas no mercado europeu do que no mercado norte-americano.

Atualmente com “dezenas de milhares” de utilizadores por mês, a empresa acredita que no final do verão irá crescer e passará a contar com “centenas de milhares” de clientes.

A Bounce tem ainda um segmento de negócio para guardar encomendas que depois são levantadas pelos consumidores.

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Matilde Alves Lourenço e Oksana Polishchuk reforçam Caiado Guerreiro

As advogadas Matilde Alves Lourenço e Oksana Polishchuk vão reforçar as áreas de Fiscal e de Contencioso e Arbitragem a Caiado Guerreiro.

A sociedade de advogados Caiado Guerreiro reforçou as áreas de Fiscal e de Contencioso e Arbitragem com a integração de Oksana Polishchuk e Matilde Alves Lourenço.

“Para a Caiado Guerreiro é importante termos valências diferenciadoras e capazes de prestar um serviço de qualidade aos nossos clientes, criando também, na nossa equipa, dinâmicas de aprendizagem entre todos”, referiu João Caiado Guerreiro, managing partner do escritório.

A advogada Oksana Polishchuk, que transita da EDGE – International Lawyers, é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e com pós-graduada em Direito Fiscal.

Já Matilde Alves Lourenço é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, com uma Pós-Graduação em Direito e Tecnologia, na Universidade Católica Portuguesa. Desenvolveu a sua prática nas áreas de inteligência artificial, proteção de dados, privacidade e cibersegurança.

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Diretor de operações da easyJet demite-se no meio de vaga de cancelamentos

  • Lusa
  • 4 Julho 2022

Peter Bellew demitiu-se para procurar "outras oportunidades de negócio". Até agora, neste verão, a easyJet foi forçada a cancelar milhares de voos devido à falta de trabalhadores.

O diretor de operações da easyJet, Peter Bellew, demitiu-se do cargo para procurar “outras oportunidades de negócio”, segundo foi divulgado esta segunda-feira, em plena vaga de cancelamentos e de conflitos laborais na companhia aérea. Após a demissão de Bellew, a companhia nomeou David Morgan, funcionário da empresa desde 2016, como chefe de operações interino.

O presidente executivo da companhia aérea low-cost, Johan Lundgren, agradeceu em comunicado a Bellew o “trabalho duro” e desejou-lhe “o melhor” para o futuro. “Todos na easyJet continuamos absolutamente centrados em levar a cabo uma operação segura e de confiança neste verão”, afirmou Lundgren, num momento em que a companhia aérea enfrenta uma pressão crescente para reduzir as atuais alterações no calendário de voos.

O setor da aviação está a atravessar problemas para gerir o aumento da procura de viagens aéreas, ao mesmo tempo que sofre com a escassez de pessoal e tem dificuldades em obter as autorizações de segurança requeridas para efetuar novas contratações. Até agora, neste verão, a easyJet foi forçada a cancelar milhares de voos devido à falta de trabalhadores.

Na semana passada foram anunciados cancelamentos de última hora no Reino Unido, principalmente no aeroporto de Gatwick, o que indignou os passageiros. Em junho, o sindicato britânico United lamentou a “falta de liderança” na companhia aérea e disse que Bellew deveria “assumir o controlo da situação”.

“A easyJet continua absolutamente focada nas nossas operações diárias e continua a supervisionar a situação de perto, tendo adotado medidas preventivas para ter maior resiliência durante o verão devido à atual situação operacional”, disse a companhia aérea, acrescentando que continua a operar até 1.700 voos por dia, transportando 250.000 passageiros.

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Tribunal da Concorrência confirma multa de 84 milhões de euros à Meo por cartel com a Nowo

  • Lusa e ECO
  • 4 Julho 2022

O Tribunal da Concorrência confirmou a coima de 84 milhões de euros aplicada pela Autoridade da Concorrência à Meo em dezembro de 2020 por cartel com a Nowo. Altice vai recorrer para a Relação.

O Tribunal da Concorrência confirmou esta segunda-feira a coima de 84 milhões de euros aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) à Meo em dezembro de 2020 por cartel com a Nowo, considerando “totalmente improcedente” o pedido de impugnação. A Altice Portugal já confirmou que vai recorrer para a Relação.

Na sentença lida esta segunda-feira, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, apenas admitiu que, na sua condenação, a AdC deveria ter indicado os factos de forma sequencial, considerando, contudo, que isso não restringiu o direito de defesa nem implica a nulidade da decisão.

A defesa da Meo vai aguardar o depósito da sentença, de que foi lida uma súmula pela juíza Vanda Miguel, para decidir se vai arguir nulidade por não comunicação de uma alteração dos factos. Entretanto, já depois de publicada esta notícia, fonte oficial da Altice Portugal, dona da Meo, disse ao ECO: “Face à decisão hoje proferida pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão com a qual a discordamos totalmente, a Meo irá recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa, com vista a demonstrar a sua inocência e obter a anulação da sanção aplicada.”

Na súmula lida durante pouco mais de uma hora, Vanda Miguel cingiu-se aos factos relativos aos comportamentos que levaram à celebração de um acordo anticoncorrencial entre as duas operadoras, para concluir que a Meo praticou a contraordenação muito grave de que vinha acusada pela AdC ao celebrar um acordo para fixação de preços e limitação do mercado nos serviços de comunicações móveis e fixas, com efeitos relevantes para os consumidores.

Vanda Miguel afirmou que a infração ocorreu durante cerca de 11 meses (de janeiro a novembro de 2018), tendo terminado não por iniciativa proativa da Meo, mas porque nessa data se deram as diligências de busca e apreensão por parte da AdC.

Destacou ainda o facto de, durante o julgamento, a empresa ter demonstrado ausência de consciência crítica da sua atuação, salientando que condutas como as que estão em causa neste processo, que constituem uma infração hardcore (agressiva) das regras da concorrência, “não podem ocorrer num mercado livre”.

A decisão da AdC, agora confirmada pelo TCRS, considera que o acordo anticoncorrencial celebrado entre a Meo e a Nowo “implicou aumentos de preços e redução da qualidade dos serviços prestados, assim como restrições na disponibilização geográfica dos mesmos serviços, que penalizaram os consumidores em todo o território nacional”.

O processo teve origem num pedido de clemência da Nowo, que levou a que esta empresa ficasse dispensada do pagamento da coima de 4,6 milhões de euros que lhe seria aplicada no âmbito do processo.

Em causa está um acordo anticoncorrencial assinado depois da celebração, em janeiro de 2016, de um contrato Mobile Virtual Network Operator (MVNO), na sequência dos compromissos assumidos perante a Comissão Europeia aquando da aquisição da PT pela Altice, os quais incluíam a venda da Oni e da Cabovisão (atual Nowo).

Estas duas empresas iniciaram a sua atividade de forma independente em abril de 2016 suportadas na rede de infraestruturas da Meo, no âmbito do contrato MVNO.

No acordo anticoncorrencial, a Nowo comprometeu-se a não lançar serviços móveis fora das áreas geográficas onde disponibilizava serviços fixos, não concorrendo assim, com a Meo, nomeadamente nas zonas de Lisboa e do Porto, nem a avançar com os pacotes que tinha preparado e que visavam conseguir novos subscritores, como, por exemplo, ofertas móveis a cinco euros ou menos.

Além da coima, o TCRS confirmou também a sanção acessória de publicação da decisão após transito em julgado no Diário da República e num jornal de circulação nacional, dada a gravidade e a culpa da empresa. A decisão do TCRS é passível de recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa.

(Notícia atualizada às 14h33 com reação da Altice)

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Gasóleo simples alinhado com o “preço eficiente”. Gasolina continuou mais cara

Na semana passada, o preço de venda do gasóleo nos pórticos esteve alinhado com o valor recomendado pela ERSE. Gasolina manteve-se acima do "preço eficiente".

O gasóleo vendido nas gasolineiras, na semana passada, esteve alinhado, pela primeira vez, com o preço recomendado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) desde de que a entidade começou a divulgar os relatórios semanais de supervisão dos preços de venda ao público. De acordo com o documento, divulgado esta segunda-feira, o gasóleo simples esteve apenas 0,1 cêntimos por litro (cent/l) acima daquilo que o regulador considera de “preço eficiente”.

Em sentido contrário, surge a gasolina simples que, entre 27 de junho a 3 de julho, esteve 1,6 cent/l acima do preço eficiente, ou seja, mais 0,7% do preço recomendado depois de na semana anterior ter estado 1,9% mais cara do que “preço eficiente”.

“Em termos percentuais, a gasolina 95 simples foi anunciada nos pórticos 0,7% acima do preço eficiente e o gasóleo simples foi anunciado em linha com o preço eficiente“, lê-se no documento enviado às redações.

O preço eficiente é um preço médio semanal determinado pela ERSE e resulta da soma dos preços dos combustíveis nos mercados internacionais de referência e dos respetivos fretes marítimos, a logística primária. Nesta última parcela incluem-se as reservas estratégicas e de segurança do Sistema Petrolífero Nacional, os sobrecustos com a incorporação de biocombustíveis e a componente de retalho acrescida dos impostos respetivos.

Segundo a ERSE, o preço eficiente calculado para a semana de 27 de junho a 3 de julho, no caso da gasolina, situou-se nos 2,132 euros, enquanto o preço no pórtico foi de 2,148 euros e o preço com descontos de 2,101 euros. Já o gasóleo registou um preço eficiente de 2,123 euros nessa mesma semana, no pórtico de 2,124 euros e com descontos de 2,062 euros.

Na semana passada, o regulador indicou que, tendo em conta os preços reportados desde 1 de janeiro de 2019, o valor da gasolina valor encontra-se no percentil 96,5 e portanto considerou “necessário avaliar a sua evolução nas próximas semanas”.

Para a semana de 4 a 10 de julho, o regulador informa que o preço eficiente antes de impostos será de 1,275 euros por litro para a gasolina 95 simples e de 1,320 euros por litro para o gasóleo simples. Após impostos, o preço eficiente sobe para 2,129 euros por litro e 2,033 euros por litro, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, respetivamente.

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ANA prevê 29 cancelamentos de voos no aeroporto de Lisboa esta segunda

  • Lusa
  • 4 Julho 2022

Este número de cancelamentos é inferior ao registado durante o fim de semana, com a ANA a reportar 65 cancelamentos com chegada e partida do Aeroporto Humberto Delgado, no sábado, e 39 no domingo.

A ANA – Aeroportos de Portugal estima que durante o dia de hoje sejam cancelados 29 voos de e para o aeroporto de Lisboa, entre 15 partidas e 14 chegadas. “Até ao momento, estão previstos para o dia de hoje 29 cancelamentos de voos no Aeroporto de Lisboa: 15 chegadas e 14 partidas”, disse à Lusa fonte oficial da ANA.

Este número de cancelamentos é inferior ao registado durante o fim de semana, com a ANA a reportar 65 cancelamentos com chegada e partida do Aeroporto Humberto Delgado, no sábado, e 39 no domingo.

Constrangimentos” em vários aeroportos europeus e o encerramento da pista do aeroporto de Lisboa, durante algumas horas na passada sexta-feira devido ao rebentamento de pneus de um jato particular, têm sido apontados como as principais causas para o cancelamento dos voos.

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Juntas de Freguesia vão passar a ser elegíveis no quadro comunitário PT2030

  • Lusa
  • 4 Julho 2022

Juntas de Freguesia nunca foram elegíveis mas, no próximo quadro comunitário, a assinar para a semana com a União Europeia, vão passar a ser.

As Juntas de Freguesia vão passar a ser elegíveis a fundos comunitários no próximo quadro Portugal 2030, no âmbito das suas competências, anunciou esta segunda-feira o Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel.

As Juntas de Freguesia nunca foram elegíveis e, de acordo com o governante, no próximo quadro comunitário, a assinar para a semana com a União Europeia, vão passar a ser parte elegíveis, no âmbito das suas competências.

“Elas [Juntas de Freguesia] receberam competências neste processo de descentralização, as quais estão de alguma forma nas mãos dos municípios, mas têm já competências próprias e um leque de competências maior e daí que o Governo entendeu alargar os fundos comunitários às próprias Juntas de Freguesia, no âmbito das suas competências”, explicou o Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território.

Pela primeira vez vão ser emitidos avisos específicos para as Juntas de Freguesia para que possam fazer aquilo para o qual tenham competência. O governante exemplificou com conjunto de situações nomeadamente, os parques infantis, mas também situações como abrigo de passageiros, que é mobiliário urbano.

“Temos muitas escolas, antigas escolas primárias ou 1º ciclo que estão desativadas e que podem perfeitamente serem ativadas ou para salas de convívio e formação”, bem como “espaços devolutos numa Junta de Freguesia, no qual possam ser transformados e ali se possa vender semanalmente produtos endógenos”, demonstrou.

Carlos Miguel expôs várias situações de obras que cabem às Juntas de Freguesia e que passarão a ser financiadas pelas mesmas, por isso, apelou a que as autarquias façam “desde já” os projetos, no sentido de que, “quando estas oportunidades se abrirem, em termos de aviso, estarem na fila da frente para concorrerem aos mesmos”.

“Isto é um grande no serviço à população, um grande avanço da presença, digamos do Estado, dos fundos comunitários, junto das pessoas e junto dos territórios por mais longínquos que eles sejam”, sublinhou.

O valor de financiamento das obras está fixado nos 85%, no entanto, o acordo quadro com a União Europeia será assinado para a próxima semana. Relativamente às condições que as Juntas de Freguesia irão ter, Carlos Miguel referiu que é algo terá de ser visto “aviso a aviso”. O governante acrescentou que tem “perfeita consciência” das limitações das Juntas de Freguesia e, por isso, esta ação serve também para “fomentar a parceria entre Junta de Freguesia e a Câmara Municipal”.

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Plataformas de transporte e mobilidade urbana criaram mais de 7.000 empregos até 2019

Entre 2013 e 2019, o número de empresas no setor cresceu 71%, o emprego acelerou 51% e foram criados mais de 7.000 empregos líquidos.

Entre 2013, ano anterior ao lançamento da operação da Uber em Portugal, e 2019, o número de empresas no setor cresceu 71%. O emprego cresceu 51% e foram criados mais de 7.000 empregos líquidos no setor. Já o volume de negócios aumentou 84%, em comparação com o período anterior à entrada da Uber em Portugal. E, mesmo em 2020, um ano em que todas as atividades ligadas à mobilidade foram fortemente afetadas pelas restrições resultantes da pandemia, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o número de empresas do setor cresceu 7,1% e o número de empregos cresceu 2,8%, revela a Uber no relatório “Uber e o TVDE em Portugal: A tecnologia ao serviço da comunidade”, que assinala os oito anos de atividade da empresa em Portugal.

“A viagem da Uber começou há oito anos, em Portugal. Desde então que continuamos a trabalhar diariamente para assegurar a constante inovação e investimento no país. Vamos continuar focados em garantir as melhores opções de mobilidade aos nossos utilizadores, bem como oportunidades económicas e flexíveis aos motoristas e parceiros de entrega que todos os dias escolhem a Uber”, assegura Francisco Vilaça, diretor-geral da Uber em Portugal, em comunicado.

De acordo com o relatório, o equilíbrio conseguido em Portugal a partir de 2018 com o regime jurídico do TVDE tem permitido à atividade dar uma resposta flexível e ajustada às múltiplas necessidades de motoristas, utilizadores, e comunidades em todo país. Este equilíbrio levou ao registo, até à data, de mais de 39.000 motoristas na atividade TVDE, exercendo-a através de mais de 9.500 empresas licenciadas como operadores de TVDE.

O documento revela também que a flexibilidade das oportunidades de trabalho está ajustada às preferências e às necessidades individuais dos motoristas ativos na plataforma da Uber em Portugal, com 68% a indicarem que a possibilidade de escolher onde e quando trabalham, assim como as aplicações que melhor respondem às suas necessidades, como sendo o que mais valorizam no TVDE.

A flexibilidade inerente a esta profissão é especialmente importante para lidar com as flutuações sazonais do turismo. Só em 2019, Portugal recebeu utilizadores Uber oriundos de 81 países. Para dar resposta a esta procura turística, no verão de 2019, 72% dos motoristas das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e dos distritos de Coimbra e Braga que mudaram temporariamente para outras regiões durante a época alta turística fizeram-no mudando-se para o Algarve, em resposta ao aumento da procura.

Caminhos rumo ao futuro

O relatório relembra ainda o compromisso da Uber com a sustentabilidade, um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em Portugal desde 2016, ano em que foi lançado o “UberGREEN” (viagens em veículos 100% elétricos) pela primeira vez a nível mundial. Em 2020, a Uber assumiu o compromisso público de eletrificar até 2025 pelo menos 50% dos quilómetros percorridos na Área Metropolitana de Lisboa e outras seis capitais europeias. Entre 2020 e a primeira metade de 2021, a percentagem de quilómetros 100% elétricos percorridos na plataforma na Área Metropolitana de Lisboa aumentou 55%, para mais de 9%.

O investimento em Portugal continua a fazer parte do compromisso da Uber. Em setembro de 2021, a empresa inaugurou em Lisboa um hub de conhecimento sobre utilizadores, motoristas e parceiros de entrega e de desenvolvimento de produto e tecnologia da Uber na região do sul da Europa que oferece suporte a vários países, incluindo França, Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Israel, Turquia, Alemanha e Croácia, entre outros.

O centro de excelência da Uber e a sede de operações representam um investimento de mais de 90 milhões de euros e mais de 500 empregos diretos. O hub em Lisboa reúne atualmente profissionais provenientes de 28 países, com mais de dez áreas de especialização como qualidade, formação & desenvolvimento, analytics, gestão de projeto e operações, entre outras.

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Rede 5G chega a 28% das freguesias do país. NOS tem o maior número de estações instaladas

A NOS é o operador com mais rede instalada, com dois terços do total. Segue-se a Vodafone e a Meo. O 5G representou 5,3% do total de tráfego de dados móveis até ao final de maio.

Portugal tinha 2.918 estações de 5G espalhadas pelo país no final de junho, abrangendo 28% das freguesias e 64% dos concelhos, indica um balanço divulgado esta segunda-feira pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). A operadora Nos destaca-se na cobertura já atingida.

Na primeira avaliação ao desenvolvimento do 5G, o supervisor assinala que 79% das estações 5G localizam-se em Áreas Predominantemente Urbanas. Apenas 11% (325 estações) estão instaladas em Áreas Mediamente Urbanas e 10% (277 estações) em Áreas Predominantemente Rurais.

Olhando para a densidade populacional, a Anacom observa que apenas 13% das estações estão em freguesias de baixa densidade, o que significa que 86% não estão cobertas pela nova geração de telecomunicações móveis. Só 12% das freguesias das regiões autónomas dos Açores e da Madeira têm 5G.

A NOS foi o operador com maior número de estações instaladas (1.937), representando dois terços do total. Segue-se a Vodafone com 534 estações (18%) e a Meo com 447 estações (15%). Considerando o número total de estações (2G, 3G, 4G e 5G), a Vodafone lidera com 14.684 estações (38%), seguida pela Meo com 13.779 estações (36%) e em terceiro a NOS, com 10.267 estações (27% do total).

5,3% do tráfego móvel

A Anacom estima que, até ao final de maio, 5,3% do tráfego de dados móveis foi já em 5G. O supervisor realizou medições em todas as cidades do continente e ilhas, recorrendo à app NET.mede, que decorreram “maioritariamente junto aos paços do concelho de cada município, tendo ainda sido feitos alguns testes adicionais nas deslocações efetuadas”.

No total foram realizados, entre maio e junho, 1.682 testes, com o valor médio da velocidade de download, a situar-se em 306 Mbps, “um valor superior em 244 Mbps ao observado nos testes 4G e superior em 68 Mbps ao observado em testes de Banda Larga fixa”, nota a Anacom.

“Em termos de velocidade de upload observou-se um valor médio de 44 Mbps, ou seja, um valor superior em 24 Mbps ao observado nos testes 4G, mas inferior em 61 Mbps ao observado nos testes de Banda Larga fixa”, acrescenta o regulador. O valor médio em termos de latência situou-se em 26 milisegundos, menos 9 milisegundos do que o observado nos testes 4G, mas mais 9 milisegundos face a observado nos testes de Banda Larga Fixa.

Os melhores resultados em termos de velocidade de download e upload (valor médio dos testes) foram observados no concelho de Estarreja. Em termos de latência, destacou-se o município de Almeirim, com 13,8 milisegundos.

A Anacom salienta que “de acordo com os testes de 5G efetuados, observam-se situações bastante díspares quanto às características do acesso ao 5G disponível dos concelhos do país que já dispõem de estações”. Salienta, no entanto, “que informação agora divulgada não é suficiente para, por si só, aferir o cumprimento das obrigações de cobertura ou de desenvolvimento de rede que impendem sobre os operadores que adquiriram espetro no leilão”.

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Financiamento “verde” na Europa duplicou em 2021 mas é ainda insuficiente para potenciar neutralidade carbónica

Apesar de quase ter duplicado em 2021, o financiamento "verde" continua longe do valor necessário para concretizar a neutralidade carbónica na Europa, estima relatório do think thank New Financial.

Governos, bancos e empresas europeias angariaram, no ano passado, 331 mil milhões de euros em financiamento “verde”, quase o dobro do valor registado em 2020, mas ainda longe do montante necessário para acelerar a neutralidade carbónica até meados do século, conclui o relatório do think thank New Financial, informando que as verbas angariadas na Europa representam cerca de 12% de toda a atividade do mercado de capitais.

“É preocupante porque é um número bastante grande, e é um valor que precisa de ser repetido todos os anos entre os próximos 20 a 30 anos”, diz William Wright, diretor-gerente do think tank à Bloomberg.

Apesar de estar longe do necessário, o bloco europeu continua à frente das outras regiões analisadas – o Reino Unido está cerca de quatro anos atrás da Europa em matéria de financiamento “verde” – representando, em 2021, cerca de 12% da atividade no mercado de capitais, de acordo com a entidade. A grande maioria – mais de 95% – da atividade de finanças verdes na Europa está associada aos green bonds. “Os títulos verdes são de longe o maior componente individual das finanças verdes, arrecadando 425 mil milhões de euros nos últimos cinco anos e quase 200 mil milhões de euros só no ano passado”, indica o relatório.

Ainda assim, atividade de finanças verdes “terá que dobrar ou até triplicar para garantir que a economia europeia está no caminho certo para atingir a neutralidade carbónica”, conclui o documento, uma vez que, de acordo com as estimativas da Comissão Europeia, para atingir a neutralidade climática até 2050, o bloco europeu terá que gastar até 1 bilião de euros por ano.

O documento da entidade com sede em Londres, indica que existe “uma desconexão” entre a quantidade de capital levantado por empresas “boas” – cuja a atividade contribui ativamente para minorar os dados das alterações climáticas, nomeadamente, as empresas de energia renovável – e as empresas prejudiciais, ou “más”, que comprometem a transição verde, como as atividades ligadas aos combustíveis fósseis. “Nos últimos cinco anos, as empresas “más” arrecadaram 18 vezes mais dinheiro no mercado de capitais do que as empresas “boas”, embora essa proporção tenha caído no ano passado pela primeira vez abaixo de 10 para um”, informa o documento.

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Produção elétrica a partir do gás atinge valor mais alto de sempre no primeiro semestre, revela REN

Além dos níveis recorde na produção elétrica a partir do gás, também o nível de importações de eletricidade atingiram novos máximos nos primeiros seis meses do ano, revela REN.

A produção de energia elétrica a partir de gás natural respondeu a 31% do consumo em Portugal nos primeiros seis meses do ano, fazendo deste o valor mais elevado registado até hoje para este período. De acordo com os dados da Redes Energéticas Nacionais (REN), divulgados esta segunda-feira, as renováveis abasteceram 48% do consumo de eletricidade e, nesse período, 21% do valor correspondeu às importações de eletricidade.

Em comunicado, a entidade revela também que no mercado de gás natural registou-se, em junho, uma contração de 7,5%, mantendo-se a tendência de quebra no segmento convencional, com uma variação mensal homóloga negativa de 15,1%, “compensada parcialmente por um crescimento de 2,4% no segmento de produção de energia elétrica”. Ainda assim, informa que o consumo para produção de energia elétrica “foi mesmo o mais elevado de sempre para o primeiro semestre”, acrescentando que o abastecimento mantém-se quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines, com o saldo de trocas através da interligação com Espanha a registar este mês um valor praticamente nulo.

“Nos primeiros seis meses do ano, o consumo de gás natural registou uma ligeira queda homóloga de 1,2%, resultado de um recuo de 22% no segmento convencional e de um crescimento de 49% no segmento de produção de energia elétrica”, indica a nota.

Na nota divulgada, a entidade revela ainda que a produção de energia hidroelétrica registou, em junho, o valor mais baixo desde de que há registo neste mês do ano (sendo que os registos remontam a 1971). Este regime “permaneceu extremamente seco”, com um índice de produtibilidade de apenas 0,24, muito abaixo da média histórica igual a 1. Os valores surgem na mesma altura em que o Governo reconhece a situação de seca severa e extrema em Portugal.

No mesmo comunicado, a REN indica que o regime eólico, durante o mesmo mês, permaneceu em linha com a média, registando 0,99, enquanto a produção fotovoltaica se situou em 1,06, para uma média histórica igual a 1. Já a produção renovável abasteceu 38% do consumo total, valor semelhante ao da produção não renovável, enquanto os restantes 24% corresponderam à energia importada.

Por sua vez, o consumo de energia elétrica continuou a aumentar no primeiro semestre deste ano. De acordo com os dados, no primeiro semestre, o consumo cresceu, face ao mesmo período de 2021, 2,9%, ou 3% com correção da temperatura e dias úteis. Só em junho, o crescimento homólogo foi de 3,6%, ou 2,9% com correção nos mesmos moldes.

 

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Carga fiscal suportada pelas seguradoras – alguns indicadores públicos

  • ECOseguros + EY
  • 4 Julho 2022

Que informação pública existe sobre a carga fiscal associada à atividade seguradora. Será que estes dados confirmam eventuais ideias já existentes a este respeito?

É sempre interessante podermos analisar informação pública existente sobre o peso dos impostos associados a determinado setor de atividade, sem prejuízo de nem sempre os referidos dados se encontrarem disponíveis com a granularidade que desejaríamos, além de os mesmos poderem não abranger um período temporal tão recente quanto o que pretenderíamos, algo importante sobretudo quando estão em causa períodos económicos tão atípicos.

No caso do setor segurador, começámos a nossa pesquisa pelo “Dossier Estatístico de IRC” disponível no site da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), datado de 31 de março de 2022 e que abrange o período de 2018 a 2020, o qual tem por base a informação extraída do sistema central da AT relativamente aos valores declarados nas Declarações de Rendimentos Modelo 22 de IRC submetidas pelos contribuintes.

Inês Cabral, Partner EY, Tax Financial Services
Inês Cabral, Partner EY, Tax Financial Services

No que respeita em concreto ao setor segurador e ao indicador “IRC liquidado”, apenas é possível ter uma perceção do mesmo de forma agregada no âmbito do CAE — Atividades Financeiras e Seguros. Relativamente a contribuintes que se enquadrem neste CAE, refere o documento em apreço que, no período de tributação de 2020, cerca de 54,2% do IRC liquidado respeitou a contribuintes que prosseguem as seguintes atividades: Atividades Financeiras e Seguros — 20,9%; Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico — 19%; Indústrias Transformadoras — 14,3%. Existiu, assim, grande concentração dos valores de IRC liquidado em contribuintes do chamado setor financeiro.

Ainda considerando o CAE — Atividades Financeiras e Seguros, refere a AT no mesmo relatório que a taxa efetiva de IRC, calculada de acordo com a fórmula em seguida transcrita, fixou-se, em 2020, em 17,3% [Taxa Média Efetiva = (Σ IRC Liquidado Corrigido + Σ Reposição de Benefícios Fiscais + Σ Tributação Autónoma + Σ Resultado da Liquidação + Σ Derrama Estadual + Σ IRC de Exercícios Anteriores) / (Σ Matéria Coletável Total + Σ Benefícios por Dedução ao Rendimento)], enquanto a média total deste indicador ascendeu a 18,4%.

Sem prejuízo destes valores agregados e que abarcam outras realidades que devem ser merecedoras de análise específica, focando-nos ainda no tema da taxa efetiva e obviamente para além dos Relatórios e Contas publicados pelas diversas companhias, podemos também considerar a informação constante do site da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), no qual se indica, com base em valores ainda estimados à data, que a taxa efetiva de IRC suportada pelas companhias de seguros, calculada por referência ao IRC e Derrama face ao resultado bruto do exercício, ascendeu, em 2021, a 24,6%.

"Sem prejuízo destes valores agregados e que abarcam outras realidades que devem ser merecedoras de análise específica, focando-nos ainda no tema da taxa efetiva e obviamente para além dos Relatórios e Contas publicados pelas diversas companhias, podemos também considerar a informação constante do site da Associação Portuguesa de Seguradores (APS)”

Inês Cabral

Partner EY, Tax Financial Services

Naturalmente que a carga fiscal suportada pelas seguradoras abarca ainda outras realidades para além do IRC e Derramas, nomeadamente o IVA e os chamados Insurance Premium Taxes (IPT) que incidem sobre a receita/prémios emitidos pelas companhias e que talvez valesse a pena comparar com as taxas aplicadas noutros países da UE.

Por último, achámos interessante também analisar o que refere o “Dossier Estatístico de IRS”, publicado no site da AT em 28 de fevereiro de 2022, a respeito da despesa fiscal associada a benefícios. Sobre este tema, esclarece-se no referido relatório que, no ano de 2020, a despesa fiscal atingiu o montante de 1.614 M€ (12,27% do IRS liquidado), sendo que 56,25% respeitaram ao Regime dos Residentes não Habituais, 25,17% aos Benefícios às Pessoas com Deficiência, 7,62% às Reduções de Taxa das Regiões Autónomas e 4,43% aos relativos a Planos de Poupança Reforma (PPR), valor que nos parece reduzido face ao papel que estes produtos desempenham em termos de poupança de longo prazo. Talvez exista espaço para se rever e aumentar os valores de deduções à coleta do IRS decorrentes dos valores aplicados em PPRs.

Texto por Inês Cabral, Partner EY, Tax Financial Services

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