Motoristas da Uber confirmam avaliação de passageiros

  • ECO
  • 30 Julho 2022

Condutores denunciaram à AMT que recusam viagens a passageiros com classificações 'baixas', apesar de a avaliação estar proibida por lei desde 2018.

Os motoristas que trabalham com a Uber confirmaram que avaliam os passageiros e que recusam viagens para quem tem classificações ‘baixas’., abaixo de 4,60 valores A situação está a ser investigada desde abril pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), que está a recolher provas. A avaliação de passageiros é proibida desde 2018.

“Foi possível concluir, através dos depoimentos dos motoristas, que apenas a Uber aplica um mecanismo que configura um processo, ainda que indireto, de avaliação dos passageiros”, refere a AMT em respostas divulgadas pela edição deste sábado do jornal Público.

A Uber assume que “as avaliações de viagens feitas em Portugal são ainda apresentadas na aplicação, quando seriam mais corretamente descritas se apresentadas como ‘classificações de viagens'”. A lei que regulamenta o transporte de passageiros em veículos descaracterizados está a ser revista e deverá ser alterada até ao final deste ano.

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Banca lucra mais 75% no primeiro semestre. Os lucros estão a cair do céu?

Espanha avançou com uma taxa sobre os proveitos caídos do céu da banca e energia. Por cá, os lucros dos bancos aumentaram para 1.000 milhões no primeiro semestre. Banqueiros declinam novo imposto.

Os principais bancos em Portugal lucraram 1.002 milhões de euros na primeira metade do ano, o que representa uma subida de 75% em relação ao ano passado. Mas os banqueiros não consideram que os resultados sejam “expressivos”, rejeitam a ideia de os lucros estarem a cair do céu e alertam que ainda há muito caminho a percorrer até serem rentáveis. Nem querem ouvir falar de um imposto extraordinário como aquele que Espanha acabou de anunciar sobre o setor.

O tema dos “lucros caídos do céu” está a aquecer no país vizinho, depois de o governo ter avançado um imposto extraordinário sobre as receitas dos bancos com juros e comissões. A medida visa ainda o setor energético.

Esta sexta-feira, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa não descartou a possibilidade de termos também uma taxa sobre os lucros excessivos em Portugal.

Esse é um caminho que os banqueiros portugueses já disseram que não gostariam de ver por cá. Por várias razões. Uma é que os bancos já pagam muitos impostos, entre contribuições para os fundos de resolução e adicional de solidariedade que foi introduzido na pandemia e ainda não caiu. A outra é que a rentabilidade do negócio continua muito aquém do custo de capital.

Ainda assim, os bancos nacionais viram os seus resultados melhorarem significativamente nos seis primeiros meses do ano. O lucro do BCP disparou 500% e o do Santander Totta subiu 200%. Já esta sexta foi a vez de o BPI anunciar um aumento de 9% do lucro e a Caixa revelar que os resultados subiram 65%. O Novobanco apresenta as contas na segunda.

Lucros dos bancos sobem

Fonte: Bancos

Cada banco enfrenta a sua realidade. No BCP e Totta, por exemplo, o disparo dos resultados deve ser entendido à luz da reestruturação que fizeram em 2021 e cujos custos extraordinários foram contabilizados no exercício semestral do ano passado. Razão pela qual, livres agora desses encargos, assistiram a uma subida acentuada dos lucros.

No que diz respeito ao BPI, metade do resultado de 214 milhões veio de Angola. Na Caixa, uma grande parte do lucro de 486 milhões veio de recuperação de crédito e de provisões, ou seja, de perdas que registou no passado.

Ter lucro não é sinónimo de rentabilidade, argumentam os banqueiros. Esses indicadores parecem dar-lhes razão. No BCP, a rentabilidade dos capitais próprios (ROE) está nos 2,8%, depois de ter obtido um lucro de 74,5 milhões, o mais baixo dos grandes bancos. O BPI e o Totta contam com um return on tangible equity (ROTE) de 6,4% e 10,5%. A Caixa tem o ROE de 10%. Apenas o Totta e o banco público apresentam rentabilidades capazes de cobrir o custo de capital, o que deixa os outros bancos a dizerem que ainda “há muito trabalho a fazer” para serem atrativos para os investidores.

O que dizem os banqueiros?

Apesar da melhoria dos resultados na primeira metade do ano, o nível de lucros ainda não satisfaz a banca. “Podem parecer expressivos, mas em termos relativos não são”, disse o líder do BPI, explicando que, além de o ROE não cobrir o custo do capital, os bancos continuam a ter avaliações em bolsa completamente esmagadas em relação ao valor contabilístico (book value).

O BCP, o único banco nacional cotado em bolsa, tem transacionado no mercado com um desconto de 50% em relação ao book value nos últimos anos. O seu CEO, Miguel Maya, também rejeitou liminarmente a ideia de “lucros caídos do céu”. “Estamos com ROE abaixo de 3%, é manifestamente baixo. O que digo é que temos resultados extraordinários por baixo”, argumentou.

“Lucros excessivos? Até agora zero”, disse o presidente da Caixa. Até mostrou um slide com as avaliações que os investidores estão a dar aos bancos espanhóis, alemães e franceses entre os 0,32 e 0,54 vezes o book value. “Que os bancos vão aumentar os resultados, irão, mas o mercado não acredita que os bancos tenham lucros extraordinários, senão isso estaria refletido nas avaliações. É que temos outros riscos: de recessão, de diminuição de rendimento disponível com risco de aumento de malparado”, explicou. Ou seja, “o mercado vê tudo menos uma banca com lucros sorridentes”.

Além da baixa rentabilidade, também lamentam a elevada carga fiscal que pesa sobre a sua atividade – mais elevada do que nos outros países e que “mina a competitividade dos bancos nacionais” no mercado europeu, salientou Miguel Maya. Além de pagarem para o fundo único de resolução europeu, também têm de pagar para o Fundo de Resolução nacional e ainda a contribuição extraordinária sobre o setor bancário, que existe desde 2011, e o adicional de solidariedade criado na pandemia.

Por isso, o CEO do Totta, Castro e Almeida, até ironizou sobre se via o Governo português a acompanhar o espanhol na criação de uma taxa sobre receitas excessivas: “Mais impostos? Só se for retirar. Quando se fala de impostos, se calhar está na altura de os tirar. Em Espanha, eles estão a querer introduzir, em Portugal, não sei se vão retirar o imposto que já existe”.

Já Oliveira e Costa não vê essa taxa espanhola a ser replicada em Portugal e destacou que os bancos portugueses já demonstram uma “solidariedade significativa” com a sociedade, citando os 48,3 milhões de euros de contribuições para os fundos de resolução e adicional de solidariedade.

Comissões e margem de juros sobem mais de 10%

A nova taxa extraordinária em Espanha aplica-se às receitas com comissões e margem financeira dos bancos com faturação acima dos 800 milhões de euros. O Governo espanhol quer travar proveitos “excessivos” com a subida dos juros e o impacto nas famílias e empresas.

Por cá, uma parte da subida dos lucros dos bancos nacionais deve-se exatamente à melhoria da margem de juros e das comissões, que são o core da atividade bancária.

No seu conjunto, os bancos viram a margem financeira, que resulta sobretudo da diferença dos juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, aumentar quase 17% para 2.180 milhões de euros. O comissionamento aumentou quase 13% para 1.078 milhões.

Explicações? Não são receitas a caírem do céu, dizem os banqueiros. A subida deve-se ao aumento dos volumes de crédito concedido à economia e ao maior número de transações (devido à abertura da economia após a pandemia e ainda aos negócios dos seguros e mercados financeiros) e não à subida dos spreads dos empréstimos ou do preçário, argumentam.

Margem dos bancos aumenta

Fonte: Bancos

O administrador financeiro do Santander Totta, Manuel Preto, lembrou que a subida dos juros ainda vai demorar no repricing dos contratos e que 30% do funding do banco vem dos mercados (e não depósitos), que já estão a cobrar mais por via do aumento dos spreads da dívida pública. Por isso, espera que a pressão na margem continue até final do ano.

Para o BCP, que se destaca no aumento da margem financeira, o desempenho deve-se em grande parte ao banco na Polónia, onde o banco central iniciou o ciclo de subida dos juros mais cedo do que o BCE.

Todos lembram ainda que vivemos um período anormal de juros muito baixos e que ainda não regressamos a níveis normais. E “não será com a Euribor a 2% que há lucros anormais”, atirou Paulo Macedo.

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AMP dá luz verde para Gaia e Porto lançarem concurso da travessia fluvial do Douro

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

Área Metropolitana do Porto deu luz verde para STCP Serviços lançar concurso da travessia fluvial do Douro, entre Vila Nova de Gaia e Porto.

A Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovou, esta sexta-feira, delegar ao Porto e a Vila Nova de Gaia competências sobre o transporte fluvial no rio Douro, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a travessia Afurada – Ouro.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho Metropolitano, o presidente da AMP e também autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, falou da “utilização óbvia” da STCP Serviços para lançar o concurso para a travessia entre a Afurada (Gaia) e o Cais do Ouro (Porto).

“Aquilo que faz sentido é aproveitar o que já temos, a STCP Serviços nomeadamente, que também ganha com esta diversificação de atividades”, disse, considerando que “não faria nenhum sentido estar a criar uma estrutura nova para lançar um concurso público e para gerir o contrato da Afurada ao Porto”.

A deliberação, aprovada por unanimidade, garante também que, “em vez de ser a Área Metropolitana a lançar o concurso, o que depois cria complexidades no pagamento das obrigações de serviço público”, são “os municípios beneficiários a lançar o concurso, via empresa subsidiária, e a assumirem os custos”.

Assim, não haverá dúvidas “de que Arouca não pagará a travessia fluvial da Afurada”, referiu.

A 1 de julho, o autarca de Gaia previu que o procedimento para a travessia fluvial entre a Afurada e o Cais do Ouro, no Porto, seja lançado até outubro.

A travessia foi retomada provisoriamente, “por uma embarcação em regime excecional”, nalguns dias de julho, e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) disse estar “para breve o retomar das negociações a fim de se recuperar a passagem centenária entre as duas margens”.

A propósito do transporte fluvial no rio Douro, Eduardo Vítor Rodrigues recuperou ainda o tema do transporte anfíbio, querendo alargar “a discussão” ao município de Gondomar, “que está também empenhado neste assunto”.

Já sobre o concurso público municipal, em Vila Nova de Gaia, para transporte através de um veículo anfíbio, o autarca afirmou que, depois do anterior vencedor do concurso não ter submetido os documentos de habilitação e a caução, obrigando à caducidade do contrato, o novo concurso “está neste momento em procedimento“.

Esperando ter “novos concorrentes”, que “desta vez cumpram a palavra”, Eduardo Vítor Rodrigues disse esperar que o eventual sucesso do concurso “venha a mobilizar o Porto e Gondomar para um atravessamento multiponto do próprio anfíbio”.

“Numa altura em que tanto se fala de ambiente, de sustentabilidade, não podemos desperdiçar este modelo. Sei bem o quanto este modelo gera desconfiança, mas há uma coisa que nós temos: fizemos o trabalho técnico”, referiu.

Para o presidente da Câmara de Gaia e da AMP, o anfíbio “é viável, faz sentido, e ocorre noutros países da Europa muito mais desenvolvidos” que Portugal, como os Países Baixos, recordando ainda que “o rio Douro foi, durante décadas, um canal de circulação e de transporte público“.

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S&P e Nasdaq encerram julho com o maior ganho acumulado desde novembro de 2020

S&P 500 subiu 8,8% e o Nasdaq subiu 12% em julho. Ambos os índices encerraram com os maiores ganhos mensais desde novembro de 2020.

Os principais índices de Wall Street encerram a última sessão da semana em terreno positivo, com o S&P 500 a encerrar julho naquele que é o melhor mês desde 2020.

O índice de referência financeiro, S&P 500, valorizou 1,44% para 4.131,05 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que valorizou 0,97% para 32.845,13 pontos. Pelo mesmo caminho seguiu o tecnológico Nasdaq ao avançar 1,88% para 12.390,69 pontos.

O Dow Jones encerrou o julho com um ganho acumulado de 5%, naquele que foi o melhor mês desde março de 2021, enquanto o S&P 500 subiu 8,8% e o Nasdaq subiu 12%. Ambos os índices encerraram com os maiores ganhos mensais desde novembro de 2020.

Esse desempenho foi um contraste com os últimos seis meses. O mercado reverteu quando os receios dos investidores sobre o ritmo agressivo dos aumentos das taxas de juros por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed) começaram a diminuir e a ideia de que a inflação talvez tenha atingido o pico começou a instalar-se.

Ainda assim, muitos analistas e investidores continuam preocupados com os níveis de inflação, tendo em conta a guerra na Ucrânia e a possibilidade de que os mercados possam cair novamente. Esta sexta-feira, o Bureau of Economic Analysis informou que o índice de preços das despesas de consumo pessoal, um indicador de inflação observado de perto pela Fed, atingiu o nível mais alto desde janeiro de 1982.

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Espanha confirma primeira morte por Monkeypox

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

Dos 3.750 infetados em Espanha, para os quais há informações disponíveis, cento e vinte foram hospitalizados (3,2%) e um morreu. Também o Brasil confirmou a primeira morte pela doença.

O Ministério da Saúde espanhol confirmou esta sexta-feira a primeira morte por Monkeypox no país, infeção com tem um total de 4.298 casos confirmados, segundo dados da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica (RENAVE). De acordo com a RENAVE, dos 3.750 infetados para os quais há informações disponíveis, cento e vinte foram hospitalizados (3,2%) e um morreu, tornando-se na primeira morte em Espanha por esta doença, que a OMS declarou como uma emergência internacional de saúde, tendo aconselhado na quinta-feira os homens que fazem sexo com outros homens que reduzam o número de parceiros.

O Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias espanhol divulgou esta sexta os dados mais recentes sobre pessoas infetadas com Monkeypox em Espanha, especificando que, do total de casos confirmados, mais de 4.000 eram homens e apenas 64 mulheres, a idade varia entre 10 meses e 88 anos, sendo a média de 37 anos. De acordo com os dados, 3.458 são homens que fazem sexo com outros homens (dos 4.148 pacientes para os quais esse tipo de informação está disponível).

Também estão disponíveis informações sobre o mecanismo de transmissão mais provável em 2.253 casos, sendo 82,1% por contacto próximo no contexto de uma relação sexual e 10,5% por contacto não sexual próximo. Em relação ao aparecimento de eventos de massa, dos 3.137 casos com informação sobre essa variável, 560 compareceram nalgum evento em datas anteriores ao início dos sintomas.

Os casos notificados provêm de 17 Comunidades Autónomas: Madrid (1.656), Catalunha (1.406 – 1.256 casos estão incluídos na plataforma de notificação SiViES), Andaluzia (498), Comunidade Valenciana (213), Ilhas Canárias (102), País Basco (98), Ilhas Baleares (89), Aragão (45) e Galiza (37). Seguem-se as Asturias (36), Castilla y León (31), Castilla-La Mancha (23), Extremadura (20), Murcia (19), Cantabria (15), Navarra (8) e La Rioja (2).

Também esta sexta foi confirmada pelas autoridades brasileiras a primeira morte por Monkeypox no país, onde já foram identificados pouco mais de mil casos de infeção. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, a vítima era um homem que tinha imunidade baixa e morava na cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, onde, segundo dados oficiais, foram registados 44 dos 1.066 casos da doença confirmados até o momento no país.

Mais de 18.000 casos de Monkeypox foram detetados em todo o mundo desde o início de maio passado, fora das áreas endémicas de África. A doença foi relatada em 78 países até agora e 70% dos casos estão concentrados na Europa e 25% nas Américas, disse o responsável da OMS. Em Portugal foram confirmados 588 casos.

A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico e a evitarem contacto físico direto. A vacina contra a varíola, assim como antivirais e a imunoglobulina ‘vaccinia’ (VIG), podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox, uma doença rara.

A doença, que tem o nome do vírus, foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação – daí o nome “Monkeypox” (“monkey” significa macaco e “pox” varíola).

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Os números das desigualdades territoriais em Portugal Continental

O ECO faz um retrato dos cinco grupos no mapa de Portugal Continental segundo o estudo “Territórios de bem-estar: assimetrias nos municípios portugueses”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

“O bem‑estar percebido relaciona‑se com as oportunidades e as condições de emprego, equilíbrio trabalho e vida familiar, qualidade das relações sociais, oferta e condições de habitação ou segurança e melhores ou piores condições de acesso a serviços e equipamentos próprios do Estado social”. Estes são os pilares do estudo “Territórios de bem-estar: assimetrias nos municípios portugueses”, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O ECO Local Online faz um retrato dos cinco territórios do estudo coordenado por Rosário Mauritti, professora no ISCTE, que “identifica as diferentes configurações e perfis de bem‑estar e de desigualdade social dos municípios de Portugal Continental”. Estes cinco territórios são territórios industriais em transição, territórios intermédios, territórios urbanos em rede, territórios inovadores e territórios de baixa densidade. Em cada um dos territórios estão agrupados os municípios de Portugal Continental que têm características semelhantes, como densidade populacional, e perfil educativo, socioprofissional e rendimentos das populações. Além de classes sociais, estrutura de idades e mobilidade.

Entretanto, os investigadores selecionaram cinco municípios portugueses ilustrativos de cada um dos perfis territoriais identificados. São eles Póvoa de Lanhoso, Portalegre, Portimão, Oeiras e Mação.

Territórios Industriais em Transição

Este cluster abrange 13% dos territórios e 17% da população total. Cerca de 80% dos territórios deste agrupamento (28 de um total de 35 municípios) são posicionados nas NUTS II do Norte e 20% do Centro – “envolvendo de forma incidente, a norte, concelhos das sub‑regiões de Vale do Ave, Tâmega e Sousa, Cávado, e também quatro dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP)”, lê-se no estudo. Já no Centro estão posicionados seis dos 11 municípios da sub‑região de Aveiro/Beira Litoral.

Neste território, as novas indústrias têm vindo a reforçar o emprego no terceiro setor e na economia digital. Contudo, ainda convivem com indústrias de trabalho pouco qualificado e baixos salários. “O custo crescente da habitação é uma preocupação“, segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Cerca de 83% da população não tem mais do que o ensino básico e apenas 10% em estudos de nível superior. Os rendimentos brutos médios anuais da população rondam os 9.381 euros por ano.

Territórios Intermédios

Este grupo territorial contempla Alto Minho, sub-regiões das Beiras e Serra da Estrela, Estremadura e Médio Tejo, Lezíria, Alto Alentejo e Alentejo central e Litoral, além de alguns municípios do Algarve.

É nos territórios intermédios que vive 21% da população, sendo predominantemente mais idosa.

Este território caracteriza-se por ter trabalhadores menos qualificados, com um baixo nível de habilitações literárias, que se dedicam principalmente aos setores da agricultura e da indústria. O operariado representa 29%. O trabalho assalariado de base nos serviços pessoais, de proteção e segurança, bem como nas atividades de comércio e apoio administrativo, também assume protagonismo com cerca de 35% da população como empregados executantes.

Os rendimentos brutos médios anuais rondam os 10.784 euros por ano.

Territórios Urbanos em Rede

Engloba municípios de todas as regiões do continente, incluindo parte dos concelhos de Lisboa e do Porto com 41% da população concentrar-se nos territórios urbanos em rede, onde a dinâmica económica e social é intensa. Com grande potencial de crescimento demográfico, este território apresenta um emprego mais precário, sendo a conciliação do trabalho com a vida familiar mais difícil do que noutros territórios.

É o cluster com maior capacidade relativa de crescimento populacional, mas é igualmente o aquele onde a população com 65 ou mais anos mais cresceu, entre 2001 e 2011. Cerca de dois terços da população tem, no máximo, o ensino básico.

É neste território que se regista ainda a maior concentração de empregados executantes (39%), ou seja, trabalhadores administrativos, dos serviços comerciais, pessoais, de proteção e de segurança; a que se seguem 23% de profissionais técnicos e de enquadramento.

O rendimento médio bruto anual neste cluster é de 12.603 euros.

Territórios Inovadores

Englobam as sedes das duas regiões metropolitanas de Lisboa e do Porto, além de Coimbra e três dos “concelhos-satélite” da Área Metropolitana de Lisboa (Oeiras, Cascais e Alcochete). É nestes territórios que reside 13% da população e em cidades densamente povoadas, com uma forte capacidade de atração de empresas. Este território caracteriza-se pela inovação científica e tecnológica, assim como pela aposta em trabalhadores com elevadas qualificações.

Cerca de 35% dos trabalhadores são profissionais técnicos e de enquadramento e 16% são dirigentes de empresas e profissionais liberais altamente qualificados

O padrão de rendimentos médios brutos anuais está acima da média registada noutros territórios (18.053 euros por ano).

 

Territórios de Baixa Densidade

Este cluster é habitado por 8% da população total (738 mil pessoas) e inclui concelhos das regiões de Trás-os-Montes, Douro e Alto Minho, e das regiões da Beira (especialmente Beiral Alta e Beira Baixa). O Alentejo (com 22% de representação neste cluster) marca aqui também presença, com incidência no Alto e no Baixo Alentejo. São cidades de pequena dimensão e zonas rurais periféricas.

“Estes municípios envelhecidos têm cada vez menos população, pouca criação de emprego e fraca capacidade económica”, lê-se no estudo.

Quanto às classes sociais, constata-se uma presença expressiva de trabalhadores de serviços de base (35%), com profissões de serviços pessoais e de cuidado, de vendas e de segurança, e também segmentos de assalariamento na agricultura e na indústria (0 – 30%).

No que toca à mobilidade, 21% da população trabalha ou estuda noutro município. O rendimento médio bruto anual neste cluster é de 8.990 euros.

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Marcelo reitera que não se pronuncia sobre “problemas internos” da AR

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

"Não me pronuncio sobre problemas internos da Assembleia da República ou de qualquer órgão de soberania", disse o chefe de Estado, após audiência com André Ventura.

O Presidente da República reafirmou que não se pronuncia “sobre problemas internos” do parlamento, quando instado a comentar o apelo do líder do Chega para que intervenha sobre a forma como o presidente do daquele órgão conduz os trabalhos. “A minha posição é sempre a mesma, foi a mesma posição no primeiro mandato, é no segundo mandato. A posição é que não me pronuncio sobre problemas internos da Assembleia da República ou de qualquer órgão de soberania”, afirmou o chefe de Estado.

Em declarações aos jornalistas após audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, entre as quais a uma delegação do Chega, o Presidente da República foi questionado sobre as palavras de André Ventura, que apelou a uma intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa perante o ambiente “muito tenso” no parlamento e alertou para a possibilidade de “um escalar de conflito físico, verbal e político”.

“Não me pronuncio”, repetiu várias vezes o chefe de Estado, perante a insistência dos jornalistas, indicando que foi essa também a sua posição na última legislatura quando lhe pediram “várias vezes” e “vários partidos” para que se pronunciasse, e não iria “abrir uma exceção” agora. “É essa a minha posição. É uma posição adquirida, está adquirida, é assim, acho que é o que o Presidente deve fazer”, salientou, adiantando que essa posição “não vai mudar até ao fim do mandato”.

Questionado se está preocupado com o ambiente que se vive no parlamento, respondeu: “Eu preocupado estou é com o problema da saúde, esses são problemas que preocupam realmente os portugueses”. “São problemas concretos, da vida do dia a dia, económica, social e por outro lado da saúde dos portugueses”, afirmou, depois de ter começado a sua declaração por manifestar preocupação quanto à situação no Hospital São Francisco Xavier.

Falando à comunicação social depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, o líder do Chega considerou que o ambiente “está muito tenso” no parlamento e alertou que “é real” a possibilidade de “um escalar de conflito físico, verbal e político”, pedindo a intervenção do Presidente da República.

Após uma audiência pedida pelo Chega para abordar com o chefe de Estado a forma como o presidente da Assembleia da República conduz os trabalhos parlamentares, e que durou cerca de 45 minutos, André Ventura defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa é “a única figura que pode chamar a atenção de Augusto Santos Silva” e que cabe ao chefe de Estado “garantir que o ambiente serena”.

Ventura disse ter transmitido ao Presidente da República que “não acautelar, ao não exercer nenhuma influência sobre o presidente da Assembleia da República, a possibilidade de um escalar de conflito físico, verbal e político é real”.

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Concessionária do Bingo da Boavista procura novo espaço no Porto

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

O senhorio do antigo espaço pede 25 mil euros mensais e uma caução de um ano de 300 mil euros, valores que a empresa não consegue pagar.

A nova concessionária do Bingo da Boavista, no Porto, mantém interesse no negócio, mas procura um novo espaço dado o anterior ter “rendas elevadas”, adiantou esta sexta-feira à Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria.

A empresa disse que está interessada no negócio, estando à procura de um espaço que permita instalar a sala porque o antigo é muito caro e o valor da caução pedido pelo senhorio é muito alto”, contou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Francisco Figueiredo, no final de uma reunião realizada por videoconferência com a concessionária.

Segundo o sindicalista, o senhorio do antigo espaço pede 25 mil euros mensais e uma caução de um ano de 300 mil euros, valores que a empresa não consegue pagar. Francisco Figueiredo acrescentou que o sindicato se comprometeu a ajudar na procura de um espaço alternativo, estando essa condicionada ao facto de existir uma sala de bingo na Trindade, junto aos Aliados.

“A nova sala tem de se distanciar da que está instalada na zona da Trindade”, afiançou. A nova concessionária tem até 11 de setembro para reabrir a sala de jogo, estando os trabalhadores “ansiosos” para regressar ao trabalho, contou. Muitos deles já não têm qualquer apoio social, frisou o presidente do sindicato.

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Semapa perto de duplicar lucros até junho para 141,5 milhões

Forte crescimento do negócio da pasta de papel contribuiu para crescimento de 93,5% dos lucros da Semapa no primeiro semestre.

Os lucros da Semapa praticamente duplicaram nos primeiros seis meses do ano. O forte crescimento do negócio da Navigator (pasta de papel) foi o principal contributo para o desempenho da sociedade liderada por Ricardo Pires.

Até junho, a Semapa registou lucros de 141,5 milhões de euros, mais 93,5% em comparação com o mesmo período de 2021, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

A margem do negócio cresceu 5,9 pontos percentuais, para 29%. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) somou 89,1%, para 425,1 milhões de euros.

As três áreas de negócio registaram lucros, com destaque para a Navigator, a única que teve crescimento a margem do negócio.

Na Navigator, os lucros cresceram 165,4%, para 109,4 milhões de euros e foram impulsionados pela “evolução favorável de preços”. Segundo a empresa, “o índice de referência para o papel de escritório na Europa no final de junho situava‐se em 1.237 euros/tonelada, uma evolução positiva face ao início do ano (976 euros/tonelada).

Apesar do aumento “de mais de 30% dos custos de produção” em comparação com o primeiro semestre de 2021, a empresa vai pagar dois salários extra aos trabalhadores e “reforçar o programa de rejuvenescimento” [de reformas antecipadas] para perto de 50 funcionários.

No negócio do cimento, os lucros da Secil caíram 38,8%, para 17 milhões de euros, por conta do “aumento dos custos financeiros e impostos, parcialmente compensados por uma melhoria dos resultados operacionais”.

A área de negócios de ambiente teve lucros de 6,4 milhões de euros, mais 46% face ao semestre homólogo. O desempenho deveu-se ao “aumento nas vendas de gordura e farinha de categoria 3, das vendas de óleos alimentares usados” e ainda da contabilização das vendas da empresa de economia circular Tribérica.

Relativamente ao segundo semestre, apesar da carteira de encomendas “em nível historicamente elevado” na indústria europeia, a Semapa teme que o atual nível de preços de papel na Europa, “conjugado com uma eventual diminuição do custo logístico”, possa “tornar atrativa a importação de papel, nomeadamente proveniente de players asiáticos ou americanos”.

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Maioria das instituições de ensino superior tem património por regularizar, aponta TdC

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

Só cinco das 32 instituições de ensino superior públicas, entre universidades, politécnicos e escolas superiores, tinham o seu património regularizado, revela o Tribunal de Contas.

A maioria das instituições de ensino superior públicas ainda tem património imobiliário por regularizar, segundo um relatório do Tribunal de Contas (TdC) que alerta para o impacto dessa falha nas contas públicas. Até junho de 2022, só cinco das 32 instituições de ensino superior (IES) públicas, entre universidades, politécnicos e escolas superiores, tinham o seu património regularizado, revela um relatório divulgado esta sexta-feira pelo TdC.

O documento, que resulta de uma auditoria à regularização do património imobiliário adquirido ou detido pelas instituições, teve como objetivo perceber o impacto de uma medida que, em 2017, pretendeu simplificar a regularização desse património. “No final de 2017, a maioria das IES não tinha o património regularizado e, sendo expectável que os constrangimentos fossem ultrapassados (…) a Secretaria-Geral da Educação e Ciência disponibilizou apoio jurídico e tem acompanhado os processos”, refere o relatório.

Cinco anos depois, e um mês após o regime extraordinário deixar de vigorar, o TdC concluiu não só que a maioria das instituições não tinha regularizado o seu património, como o recurso àquele regime tinha sido limitado. Segundo os resultados da auditoria, só 13 instituições é que o aplicaram e, entre essas, 10 continuam com o seu património por regularizar.

No relatório, o TdC refere ainda que entre 2010 e 2019 foram realizadas 23 auditorias às IES que já evidenciavam problemas na regularização do seu património imobiliário e no relatório agora divulgado apontam constrangimentos. Por exemplo, o documento refere que algumas das IES que recorreram ao regime extraordinário “manifestaram dificuldades resultantes do desconhecimento do regime por parte de algumas conservatórias”.

Por este e outros constrangimentos e identificados, e também pela extensão do património em causa e complexidade de algumas situações, que se arrastam há vários anos, o tribunal considera poder justificar-se “o recurso a uma solução mais assertiva e individualizada para a regularização do património que urge concretizar”.

Por outro lado, o TdC alerta ainda que esta falha tem impacto nas contas públicas, sublinhando que “o conhecimento pelo Estado e outras entidades públicas do seu património imobiliário é essencial para a execução das políticas e cumprimento dos objetivos de eficiência, eficácia e gestão dos respetivos bens imóveis do domínio público”.

O inventário do Estado continua por elaborar e não se conhece o universo dos imóveis a inventar por dificuldades no processo de regularização”, acrescenta o relatório, referindo que também entre as instituições de natureza fundacional e escolas superiores de enfermagem continua a haver património por regularizar.

Perante este cenário, o TdC recomenda ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que promova uma articulação de todos os intervenientes envolvidos na regularização do património das instituições, com o objetivo de ajudar a resolver os constrangimentos existentes. É também recomendado à tutela que adote “medidas apropriadas a uma resolução célere e regularizada do património, em especial nas situações que persistem ao longo dos anos”.

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Proteção Civil alerta para perigo muito elevado de incêndio devido às altas temperaturas

  • Lusa
  • 29 Julho 2022

A Proteção Civil avisa que é proibido fazer queimadas nos dias de perigo de incêndio muito elevado ou máximo durante o fim-de-semana e até segunda-feira.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) lançou esta sexta-feira um aviso à população para o perigo de incêndios até segunda-feira, devido às temperaturas altas previstas e graus de humidade baixos, apelando para comportamentos preventivos.

A Proteção Civil refere, em comunicado, que de acordo com a informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), está prevista a continuação do tempo quente e seco até à próxima segunda-feira (01 de agosto), com tempo seco, valores baixos de humidade relativa no interior e na região Sul durante as tardes, e com fraca recuperação noturna nas regiões do interior e no Algarve, (com diminuição da humidade relativa durante a tarde e a noite nos próximos dias).

A ANEPC alerta igualmente para “temperaturas máximas a contribuir para onda de calor, especialmente no interior Norte e Centro” e “vento a predominar de norte/noroeste, por vezes forte na faixa costeira ocidental e nas terras altas”, estando também prevista uma rotação do vento para este/nordeste, no interior Norte e Centro, com enfraquecimento no litoral oeste.

Face a estas condições atmosféricas, existe “perigo de incêndio rural muito elevado a máximo na maior parte do território”, avisa a Proteção Civil. Os efeitos expectáveis desta situação apontados pela ANEPC são a manutenção da dificuldade das ações de combate aos incêndios rurais determinada pelas condições meteorológicas e pelo estado de secura da vegetação.

A Proteção Civil avisa que é proibido fazer queimadas nos dias de perigo de incêndio muito elevado ou máximo, bem como a queima de amontoados sem autorização ou comunicação prévia às autoridades, utilizar fogo para a confeção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito.

Nos dias de perigo de incêndio Muito Elevado e Máximo é também proibido fumigar ou desinfestar em apiários exceto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas, lançar balões de mecha acesa e foguetes. O uso de fogo-de-artifício só é permitido com autorização da câmara municipal. É igualmente proibido usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores e deve-se evitar o uso de grades de discos.

“A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil recomenda a adequação dos comportamentos e atitudes face à situação de perigo de incêndio rural, nomeadamente com a adoção das necessárias medidas de prevenção e precaução, de acordo com a legislação em vigor, e tendo especial atenção à evolução do perigo de incêndio neste período”, lê-se na nota.

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Caixa vende Esegur e quer relançar venda do banco em Cabo Verde

Caixa e Novobanco venderam a empresa de segurança Esegur aos espanhóis da Trablisa esta semana. Paulo Macedo conta relançar processo de venda do banco em Cabo Verde no próximo mês.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Novobanco fecharam a esta semana a venda da empresa de segurança Esegur, revelou o presidente do banco público. Paulo Macedo anunciou ainda que conta relançar no próximo mês, se o Governo assim decidir, o processo de venda de um dos dois bancos que tem em Cabo Verde.

Em relação à Esegur, a empresa foi vendida esta quinta-feira aos espanhóis da Trablisa, que teria oferecido um preço de 30 milhões de acordo com a imprensa espanhola. “Foi uma operação que teve muitos meses para ser trabalhada. (…) O efeito em capitais é positivo, mas é marginal”, disse o líder da Caixa, que tinha 50%, sem revelar o valor do negócio.

Sobre a venda do banco cabo verdiano Banco Comercial do Atlântico, Paulo Macedo disse que tem a expectativa de que o processo seja relançado no próximo mês, mas depende da decisão do Conselho de Ministros.

“A nossa expectativa é que, estando o processo a decorrer há algum tempo, parecendo que é relativamente pacífico que não faz sentido a Caixa ter dois bancos em Cabo Verde, e havendo interessados no processo, o processo seja rapidamente despachado. O timing será o Governo que definirá”, declarou o gestor.

Outro dos negócios que a o banco público tem para venda é a Caixa Brasil, mas está numa fase diferente em relação ao processo do banco em Cabo Verde.

A Caixa registou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 65% em relação ao mesmo período do ano passado.

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