Oferta de residências de estudantes em Portugal continua abaixo da média europeia
Investimento feito em residências estudantis em Portugal representa cerca de 6% do total de investimentos do primeiro trimestre. Mas oferta continua a ser escassa.
A falta de camas para estudantes não é novidade em Portugal e, embora este setor tenha vindo a crescer nos últimos quatro anos em termos de investimento, a oferta de residências estudantis no país continua abaixo da média europeia, mostra um estudo da consultora Cushman & Wakefield.
A procura por alojamento estudantil tem vindo a crescer devido ao aumento do número de estudantes estrangeiros em Portugal, que vêm para cá atraídos pelo clima, baixo custo de vida, excelentes níveis de segurança e qualidade e reconhecimento das universidades portuguesas. Se, em 2011, 7% dos alunos eram estrangeiros, em 2020 essa percentagem subiu para 15%.
O estudo da Cushman mostra, assim, que o setor privado já representa cerca de um terço do número de camas do alojamento estudantil no país, com um total de cerca de 6.700 camas. Esta oferta do setor privado é mais relevante nas principais cidades, representando cerca de 60% da oferta total, sendo que os provedores públicos e religiosos cobrem, principalmente, a restante área do país.
Apesar disso, a oferta no Porto e em Lisboa está muito abaixo da média europeia. Na capital, a oferta “é especialmente baixa, dada a dificuldade em identificar boas oportunidades de promoção a preços viáveis, uma vez que estas competem diretamente com o mercado residencial, cada vez mais caro”, refere a consultora. O investimento feito em residências estudantis representa cerca de 6% do total dos investimentos no primeiro trimestre.
Nos últimos quatro anos foram fechadas quatro transações de residências estudantis no país, duas das quais em 2022 — a aquisição do projeto da Milestone, em Carcavelos, pela Catella, por 15,5 milhões de euros, e a venda do Portfolio da Smart Studios, comprado pela Round Hill Capital.
Ana Gomes, Head of Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal, comenta que Portugal “reúne todas as condições para continuar a verificar um aumento do investimento nas residências de estudantes, uma vez que existe uma margem substancial para o crescimento da área e falta de oferta perante a quantidade de interessados, tendo em conta a escolha do país para a realização de planos de estudos, como o Erasmus”.
Citada em comunicado, a responsável explica que “isto faz com que exista um interesse crescente por parte de investidores, o que nos próximos anos deverá resultar no surgimento de novos empreendimentos que reforcem o número de camas disponíveis para os estudantes universitários. Aliás, o número de novas camas já programadas para entrar no mercado nos próximos três anos é superior ao número de camas privadas já em operação“.
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