Horta Osório também terá furado quarentena para ver final do Euro 2020

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Janeiro 2022

No mesmo dia em que assistiu à final do torneio de ténis de Wimbledon, o banqueiro português terá violado as regras da pandemia para assistir à final do campeonato europeu de futebol, em Wembley.

António Horta Osório terá violado as restrições pandémicas uma terceira vez, para assistir à final do Euro 2020 no estádio de Wembley, no Reino Unido. O jogo decorreu a 11 de julho do ano passado, no mesmo dia em que o banqueiro português quebrou as regras da quarentena para assistir à final masculina do torneio de ténis Wimbledon, noticia o Financial Times.

O agora ex-chairman do Credit Suisse, que se demitiu do cargo no passado fim de semana, na sequência de uma investigação interna sobre pelo menos dois incumprimentos da quarentena e a sua utilização dos jatos corporativos da instituição financeira suíça, terá levado familiares a ambos os eventos.

Além disso, a final do europeu de futebol foi posteriormente classificada pelas autoridades de saúde do Reino Unido como um evento com elevado nível de contágio, já que terão estado presentes no estádio 2.295 pessoas infetadas com Covid-19, com mais 3.404 pessoas a desenvolver a doença nos dias seguintes.

Na altura da viagem de Horta Osório a Londres, em julho, a Suíça constava na lista “âmbar” do Reino Unido, ou seja, qualquer pessoa que viajasse para o país vindo da Suíça tinha de cumprir dez dias de quarentena obrigatória.

O banqueiro português violou ainda as regras de confinamento a 28 de novembro, quando regressou à Suíça do Reino Unido e partiu depois para a Península Ibérica sem cumprir na totalidade a quarentena obrigatória de dez dias.

Segundo a investigação realizada pela administração do Credit Suisse, a viagem de Horta Osório à Península Ibérica terá incluído uma visita a Madrid apenas três dias depois de ter regressado à Suíça, quando as regras suíças também obrigavam a uma quarentena de 10 dias.

Na capital espanhola, o banqueiro ter-se-á reunido com responsáveis do Banco de Espanha no edifício desta instituição, além de se encontrar com Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da empresa de construção e engenharia ACS.

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Faber e Protocol Labs lançam hackathon e programa de aceleração. Têm um bolo de 875.000 euros

O Faber Web3 Hackathon vai distribuir 75.000 euros em prémios entre os projetos submetidos. Já o programa de aceleração vai investir, pelo menos 80.000 euros em cada equipa selecionada.

A Faber e a Protocol Labs estão empenhadas em contribuir para o desenvolvimento da próxima geração da internet. As empresas acabam de anunciar a concretização de uma parceria — que combina a experiência da Faber, como sociedade de capital de risco de empresas deep tech em fase inicial, com a experiência da Protocol Labs em Web3 — que vai dar origem a um hackathon e um programa de aceleração em Web3. O Faber Web3 Hackathon vai decorrer entre fevereiro e março, com mais de 75.000 euros em prémios a serem distribuídos entre os projetos submetidos. Já o Filecoin Faber Accelerator, entre abril e julho, vai investir, pelo menos, um total de 800.000 euros entre as equipas participantes.

“Uma nova geração de empreendedores está a construir um conjunto de novos protocolos descentralizado, ferramentas e algoritmos para enfrentar os difíceis desafios de eficiência, escalabilidade, segurança, privacidade ou operações transversais, bem como nos serviços e aplicações distribuídas de Finanças Descentralizadas (DeFi) ou NFTs. A Faber orgulha-se de fazer uma parceria com a Protocol Labs, que já é uma força motriz por trás do movimento Web3, no apoio a estas equipas”, afirma Alexandre Barbosa, managing partner da Faber, em comunicado.

As empresas estão à procura de equipas que trabalhem em área técnicas, como criptografia, tecnologias blockchain ou sistemas distribuídos, para construir novos protocolos, ferramentas, serviços de infraestrutura ou aplicações que possam impulsionar casos de utilização da Web3.

O Faber Web3 Hackathon decorrerá entre fevereiro e março e inclui dois dias de palestras e workshops que permitirão colocar todas as equipas a par das tecnologias e frameworks mais relevantes e atualizados para a construção de um projeto Web3. A Protocol Labs irá distribuir, pelo menos, 75.000 euros em prémios entre os projetos submetidos.

Os interessados podem submeter a sua candidatura para o hackathon a partir de 24 de janeiro. Os detalhes sobre o procedimento serão revelados durante os próximos dias.

Programa de aceleração: cada equipa receberá 80.000 euros

Já o Filecoin Faber Accelerator, a decorrer a partir de abril e com uma duração de três meses, junta dez equipas, que terão acesso a um programa de classe mundial criado para maximizar as suas hipóteses de sucesso. A Faber e a Protocol Labs vão apoiar e acelerar as equipas que utilizem o Filecoin e o IPFS para construir empresas inovadoras de blockchain em múltiplos casos de negócios e tecnologias Web3.

Faber team

“O programa tem como objetivo ajudar as equipas pré-seed a criar e desenvolver os seus negócios, com apoio técnico, financeiro e operacional da Faber e Protocol Labs, juntamente com especialistas de topo em áreas como DeFi, tokenomics, contratos inteligentes, governação, NFTs, UI, etc. Cada equipa selecionada também receberá pelo menos 80.000€ de investimento pré-seed diretamente da Faber e Protocol Labs, sendo que durante o programa terão múltiplas oportunidades de fazer pitch e receber orientação de algumas das principais firmas de venture capital no espaço Web3″, detalha a sociedade de capital de risco.

“A Faber tem apoiado com sucesso startups de IA/data-driven e founders impressionantes na Europa. Estamos orgulhosos em fazer uma parceria com a Faber para impulsionar ainda mais a comunidade de empreendedores da Europa que está a criar a próxima geração de empresas orientadas pela Web3. O número de aplicações de alta qualidade criadas através de Filecoin cresceu num rácio de 8x em 2021, atingindo milhões de utilizadores e acelerando a transição da Web2 para Web3. Com a ajuda da programação, mentoria e rede de contactos, iremos ajudar ainda mais os developers e os empreendedores a criar com sucesso negócios com tecnologia Web32″, refere Colin Evran, ecosystem lead da Protocol Labs.

Mais informações sobre as candidaturas ao Filecoin Faber Accelerator serão anunciados durante as próximas semanas.

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Arranca fase de manifestações de interesse a apoios para transição digital do comércio e serviços

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

O aviso tem uma dotação de 52,5 milhões para a constituição de pelo menos 50 Bairros Comerciais Digitais. Apoios a fundo perdido são para autarquias, associações empresariais ou consórcios entre ambas

O Governo anunciou esta sexta-feira o início da fase de manifestações de interesse a apoios de 52,5 milhões de euros para a transição digital no setor do comércio e serviços, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Está iniciada a fase de manifestações de interesse de uma das medidas de apoio dirigida ao setor do Comércio e Serviços incluída na componente Empresas 4.0 do âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), financiado pelo fundo europeu de resposta da União Europeia à crise pandémica (Próxima Geração UE – Next Generation EU)”, lê-se numa nota do gabinete do ministro do Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

O aviso agora publicado conta com uma dotação global de 52,5 milhões de euros para a constituição de pelo menos 50 Bairros Comerciais Digitais, que integram a componente Empresas 4.0 e visam o apoio à incorporação de tecnologia nos modelos de negócio das empresas.

Sob a forma de subvenção a fundo perdido, esta medida destina-se a autarquias, associações empresariais ou consórcios formados por associações empresariais e autarquias, “sendo valorizada esta última tipologia de candidatura”.

Segundo o Executivo, “este programa possibilitará o acesso a diferentes tipologias de investimento, numa combinação entre proximidade e incorporação tecnológica, podendo os projetos incidir sobre o espaço físico e urbano, mas também recorrer a modelos de intervenção baseados em tecnologia digital”.

Algo que, salienta, “se afigura importante para a promoção da competitividade e resiliência destes setores e dos territórios onde se inserem”.

Esta primeira fase de manifestações de interesse vai decorrer entre 24 de janeiro e as 19h00 de 31 de março de 2022, estando mais informações disponíveis em https://www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Incentivos-Financiamento/Documentos-Incentivos/20220107AvisoPRR_BairrosDigitais.aspx.

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Postos de carregamento Mobi.E aumentam 66,5% em 2021 e utilização sobe 48%

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

No total, a cobertura da Mobi.E chegou, até ao final de 2021, a 302 municípios, “que representam uma cobertura geográfica superior a 98%”.

Os postos de carregamento da rede nacional de mobilidade elétrica (Mobi.E) aumentaram 66,5% para 2.360 em 2021 e o nível de utilização cresceu 48%, acompanhando as vendas de veículos elétricos.

“O ano de 2021 foi marcado pela quebra mensal sucessiva de recordes na rede nacional de mobilidade elétrica (rede Mobi.E), acompanhando a tendência registada nas vendas de veículos elétricos”, apontou, em comunicado a Mobi.E.

O número de postos de carregamento nesta rede aumentou assim, no período em causa, 66,5%, enquanto as vendas de veículos elétricos progrediram 53,1%.

Por sua vez, o número de utilizadores avançou 48% para mais de 58.500, que foram responsáveis por 1,46 milhões de carregamentos, o que se traduziu num crescimento de 56% em comparação com 2020.

Estes utilizadores registaram um consumo de 18,5 gigawatts por hora (GWh) de energia, uma subida de 75%, permitindo reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) em cerca de 13,4 milhões de toneladas (77%).

Já os postos de carregamento cresceram “significativamente” atingindo os 2.360, disponibilizando mais de 4.880 toneladas, “traduzindo-se num ritmo de instalação médio de 18 postos de carregamento por semana”.

No total, a cobertura da Mobi.E chegou, até ao final de 2021, a 302 municípios, “que representam uma cobertura geográfica superior a 98%”.

“A transição para a mobilidade elétrica é uma realidade que importa agora consolidar com a confiança crescente dos utilizadores na rede Mobi.E. O sucesso alcançado em 2021 dá um grande alento para enfrentarmos os exigentes desafios dos próximos anos, em termos de posicionamento nos critérios de potência previstos na futura legislação europeia e no cumprimento dos objetivos de descarbonização”, afirmou, citado no mesmo documento, o presidente da Mobi.E, Luís Barroso.

A Mobi.E, S.A., é uma empresa pública que atua, desde 2015, como Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME), assumindo a responsabilidade da gestão e monitorização da rede de postos de carregamento elétricos, segundo a informação disponível na sua página na internet.

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ECO do Dinheiro. Os preços da gasolina e do gasóleo vão subir mais?

A cotação do barril de petróleo chegou esta semana aos 89 dólares por barril em Londres esta semana, o valor mais alto em sete anos.

  • Os preços da gasolina e do gasóleo vão subir mais? Veja o vídeo:

https://videos.sapo.pt/gibA69AJbUauKuLn32pj

A cotação do barril de petróleo subiu esta semana até aos 89 dólares por barril em Londres, o valor mais alto em sete anos, perante a escassez dos stocks e o crescimento das tensões geopolíticas.

A matéria-prima custava cerca de 55 dólares por barril há um ano, aumentando perto de 60%. Uma evolução que impulsionou também o preço dos produtos destilados, como os combustíveis que usamos nos automóveis.

No espaço de um ano, o preço médio do gasóleo simples em Portugal Continental aumentou 25%, de 1,28 para 1,60 euros por litro. A gasolina simples saltou de 1,45 euros para 1,74 euros por litro, mais 20%. Os dados são da Direção-Geral de Geologia e Energia.

Mas será que vão ficar ainda mais caros?

A fixação dos preços na semana seguinte depende do comportamento dos mercados de derivados do petróleo na Europa durante a semana anterior. Tendo em conta que o petróleo continua a subir, é provável que a próxima semana traga novos aumentos.

Olhando para o médio prazo, há quem veja mais subidas no horizonte. É o caso do banco de investimento Goldman Sachs, que prevê agora que a matéria-prima chegue aos 100 dólares no terceiro trimestre, com a procura a crescer mais depressa que a oferta.

Outros analistas consideram que a cotação tenderá a estabilizar num patamar mais baixo, à medida que a produção é reforçada, sobretudo nos países fora da OPEP, como os Estados Unidos.

Mas há que ter em conta também os fatores geopolíticos. Novos episódios de tensão no Médio Oriente ou uma invasão da Ucrânia pela Rússia poderão impulsionar ainda mais os preços.

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Eduardo Monteiro: “Menor suporte dos bancos centrais poderá causar correções relevantes” nas bolsas

2022 deve ser positivo nas bolsas, devido à “ausência de alternativas” e “robustez dos resultados das empresas”, mas há espaço para mais volatilidade e “correções relevantes”, segundo a BPI GA.

Rui Araújo é o Portfolio Manager do fundo de investimento português mais rentável de 2021Hugo Amaral/ECO

A BPI Gestão de Ativos (BPI GA) colocou quatro fundos de investimento entre os mais rentáveis em seis categorias de fundos de ações do mercado português. O BPI América – Classe D destacou-se com uma valorização de 36,12% em 2021, a mais elevada entre as várias dezenas de fundos que são comercializados pelas gestoras de fundos portuguesas.

A aposta nas tecnológicas explica o desempenho, com este setor a representar mais de um terço da carteira do fundo, sendo que o investimento está concentrado sobretudo nas “Big Tech” (Apple, Microsoft e Nvidea eram o destino de 10% do investimento no final do ano).

Rui Araújo, Portfolio Manager do BPI América e do BPI Ações Mundiais (o mais rentável na categoria Fundos de Ações Globais), desvaloriza a escolha de setores e estratégias (ações de crescimento vs ações de valor), destacando que as “empresas rentáveis com balanços robustos, geradoras de cash-flow e focadas em remunerar o acionista deverão ter bons desempenho no longo prazo” e por isso devem continuar a ser aposta dos dois fundos.

Eduardo Monteiro, responsável pela equipa de segmento-alto da BPI GA, assinala (em respostas por escrito a questões do ECO) que “o ano de 2022 poderá ser mais desafiante que 2021, porque será tendencialmente mais volátil”, além do que “o menor suporte por parte dos bancos centrais poderá causar correções relevantes”.

Ainda assim, o responsável da gestora antecipa um ano positivo nos mercados acionistas globais, devido à “ausência de alternativas” e “robustez dos resultados das empresas”, sendo que as companhias mais cíclicas (matérias-primas, industriais, setor financeiro e setor de consumo discricionário) podem sair beneficiadas. Dado o peso mais relevante destes setores, Eduardo Monteiro admite ser “possível que a Europa reverta parte da enorme underperformance dos últimos anos” face às ações norte-americanas e que “as bolsas Ibéricas possam apresentar uma melhor performance que as europeias”.

Apesar de todos os riscos que iremos seguramente enfrentar em 2022, parece difícil acreditar que estão reunidas as condições para um ano de 2022 negativo, quer pela ausência de alternativas, quer pela robustez dos resultados das empresas, deveremos ter um ano novamente positivo. No entanto, com menor suporte por parte dos bancos centrais deveremos assistir a um mercado mais volátil.

Eduardo Monteiro, responsável pela equipa de segmento-alto da BPI GA

O BPI América foi o fundo de investimento com melhor rendibilidade em 2022. O BPI tem ainda mais três fundos com as melhores rendibilidades nas suas categorias (BPI Ibéria, BPI Ações Mundiais e BPI África). Qual a estratégia que explica este resultado.

Rui Araújo: O forte desempenho do BPI América resulta da combinação de um produto altamente disciplinado, que procura garantir a cada momento que as características do portfólio construído permanecem intactas, fiéis à filosofia de investimento e à expectativa dos nossos investidores.

A estratégia do BPI América tem como propósito oferecer uma exposição diversificada às melhores empresas da América do Norte, que têm potencial para gerar retornos estáveis e consistentes no longo prazo. O fundo procura escolher empresas e negócios com vantagens competitivas sustentáveis que se traduzem em elevadas rentabilidades, estruturas de custo favoráveis que permitam obter margens elevadas, cash-flows previsíveis e balanços robustos. Com a combinação de excelentes empresas e negócios, equilíbrio entre diversificação e concentração e o forte controlo de risco procuramos ter um binómio retorno risco muito atrativo a longo prazo.

As Big Tech dos EUA tinham um forte peso nas carteiras do BPI América e BPI Ações Mundiais no final do ano. A aposta é para manter em 2022, ou a rotação de carteiras para value stocks, que se verifica no início de 2022, é para continuar?

Rui Araújo: Atualmente, os principais índices de ações globais e dos EUA têm um peso significativo nas “Big Tech” dos EUA, e ambos os fundos têm como objetivo oferecer aos clientes exposição a estes mercados de ações pelo que a exposição a estas empresas é natural.

O fundo é bastante disciplinado e fiel à sua filosofia pelo que o facto de empresas ou setores apresentarem múltiplos de avaliação mais baixos (chamadas “value stocks”) não são uma condição suficiente para investirmos. Vamos integrá-las na carteira se o negócio for atrativo e apresentar uma vantagem competitiva sustentável a médio longo prazo que se reflita nas métricas e nos números que a empresa reporta. Reforçava ainda que o fundo tem uma filosofia de baixo turnover, pelo que investir simplesmente nas empresas que mais foram penalizadas e com múltiplos de avaliação mais baixos estar-se-ia a apostar numa reversão temporária do que numa tendência estrutural, para além de aumentar os custos de transação.

Quais os setores que têm maior potencial para este ano nas bolsas globais?

Rui Araújo: Enquanto gestores de ações, um dos nossos maiores desafios é transmitir aos investidores a importância de investir no longo prazo, e não apenas para o ano 2022, em particular na classe de ativos em questão, por forma a evitar decisões irracionais e a reduzir os erros resultantes de falhas de timing. O fundo é um produto para investidores de longo prazo que querem ter uma exposição diversificada ao mercado de ações com um binómio risco-retorno atrativo. Acreditamos que empresas rentáveis com balanços robustos, geradoras de cash-flow e focadas em remunerar o acionista deverão ter bons desempenho no longo prazo e é nestas empresas e setores que o BPI América e BPI Ações Mundiais investem.

Eduardo Monteiro é o responsável pela equipa de segmento-alto da BPI GA, que tem o fundos de ações mais rentável em quatro de seis categorias

Os analistas apontam para um ano de ganhos modestos nas bolsas globais, depois de três anos de valorizações de dois dígitos. Qual a perspetiva do BPI GA?

Eduardo Monteiro: Em termos históricos as ações tendem a valorizar cerca de 7% em termos reais, portanto, à falta de melhor projeção, antever uma valorização modesta é sempre uma projeção sensata independentemente do momento que vivemos. Importa dizer que independentemente da valorização que venhamos a ter, o ano de 2022 poderá ser mais desafiante que 2021 porque será tendencialmente mais volátil. O menor suporte por parte dos bancos centrais fará com que as emoções naturais dos investidores prevaleçam caso ocorram alguns acontecimentos imprevistos, e que venhamos a ter correções do mercado mais significativas do que em 2021. No ano passado, por exemplo, a queda máxima do marcado americano foi apenas de -5,7%.

2021 parece ter sido um ano fácil para os mercados acionista e com valorizações exageradas sem fundamento económico, até porque foi um ano em que existiram diversas contrariedades. Para citar apenas alguns factos, observamos, em 2021, alguns lockdowns por novas variantes do Covid-19, o mundo registou um racionamento dos cada vez mais importantes semicondutores, o preço da energia aumentou de forma significativa e os mercados incorporaram nos preços seis subidas de taxas de juros nos EUA em 2022 e 2023.

Apesar destas dificuldades, o mais importante são os resultados das empresas e o custo de oportunidades das alternativas de investimento e neste aspeto não poderíamos ter ambicionado melhor suporte. No início do 2021, perspetivava-se uma subida dos resultados das empresas norte-americanas de 23% e das europeias de 36%, no entanto, apesar de todas as adversidades acima descritas, as empresas norte-americanas subiram os seus resultados 48% e as europeias 70%. Adicionalmente a taxa real de juro a 10 anos nos EUA manteve-se muito negativa em cerca de -1.2% e na Europa ficou ainda mais negativa para os atuais -1.8%. Em resumo, foi o custo de oportunidade dos ativos sem risco e os fortes resultados das empresas que permitiram os ganhos acionistas e não a ausência de desafios e obstáculos.

Tendo por base o que conhecemos de 2021, a principal incógnita é se os dois fatores que permitiram ter bons resultados dos ativos de risco em 2021 se vão alterar em 2022, nomeadamente a taxa de juro real e os resultados das empresas. Ao nível da taxa de juro real, a perspetiva dos analistas é que a inflação em 2022 poderá surpreender pela positiva, nomeadamente nos EUA. Deste modo, mesmo que as taxas de juro longas nos EUA possam subir um pouco, deveremos continuar a assistir a taxas de juro reais negativas. Na Europa, a previsão de uma taxa de juro real negativa tem uma maior probabilidade de acerto pelo atraso a nível do ciclo económico, sendo que não se perspetivam subidas de taxas em 2022.

Em termos de resultados das empresas, as expectativas são de uma subida nos EUA de 9% e de 6% na Europa, o que à primeira vista num ano em que se perspetiva um crescimento económico de 3,9% nos EUA e de 4,2% na Zona Euro, parece não ser uma perspetiva muito agressiva. Adicionalmente, é provável que em termos marginais as empresas sofram menos com a falta de semicondutores durante 2022. Por último, será igualmente uma previsão com uma boa probabilidade de acerto que o dano económico do vírus será menor em 2022 do que foi em 2021.

Apesar de todos os riscos que iremos seguramente enfrentar em 2022, parece difícil acreditar que estão reunidas as condições para um ano de 2022 negativo, quer pela ausência de alternativas, quer pela robustez dos resultados das empresas, deveremos ter um ano novamente positivo. No entanto, com menor suporte por parte dos bancos centrais deveremos assistir a um mercado mais volátil.

Qual a geografia mais atrativa para investir em ações em 2022? Será o ano em que as bolsas europeias vão finalmente superar o desempenho das norte-americanas?

Eduardo Monteiro: Num ano em que se espera um forte crescimento nominal das economias, quase 8,5% nos EUA e de quase 7% na Europa, as empresas mais cíclicas deverão beneficiar dessa ciclicidade e esses setores, normalmente, são os setores de matérias-primas, industriais, setor financeiro e setor de consumo discricionário. Estes setores estão mais representados nas bolsas europeias que nas norte-americanas pelo que é possível que a Europa reverta parte da enorme underperformance dos últimos anos. No entanto, importa não esquecer que a grande razão para a melhor performance histórica do S&P 500 são os melhores resultados das empresas e que este fator não parece que irá desaparecer em 2022.

Ao contrário do que se perspetivava para 2021, os mercados emergentes tiveram uma performance desapontante devido a alguns fatores que poderão reverter em 2022. Para 2022, é possível que exista uma reversão quer da forte valorização do dólar, quer do volume de intervencionismo do governo chinês na sua economia. Caso isto aconteça, os mercados emergentes poderão recuperar parte da underperformance dos últimos anos.

As bolsas de Lisboa e (sobretudo) Madrid tiveram um desempenho inferior às pares em 2021. Podem inverter a tendência em 2022?

Eduardo Monteiro: As bolsas de Lisboa e Madrid, são ainda mais cíclicas que as europeias, pelo que será expectável que, se a Europa apresentar uma melhor performance que os EUA, as bolsas Ibéricas possam apresentar uma melhor performance que as europeias porque estão ainda mais presentes nos setores de energia e do setor financeiro.

Política monetária/inflação; covid-19; e resultados/avaliações elevadas. Quais destes três fatores representam a maior ameaça/risco para os mercados acionistas em 2022?

Eduardo Monteiro: A política monetária ou a inflação podem ser determinantes, uma vez que por norma são as razões pelas quais terminam os mercados acionistas positivos, pois o menor suporte por parte dos bancos centrais, poderá causar correções relevantes nos mercados.

Quantos às avaliações elevadas em termos históricos, essa é uma visão consensual eventualmente deslocada da realidade. É verdade que os múltiplos históricos dos mercados acionistas estão acima da média histórica, no entanto, em termos de dimensão isso só é verdadeiramente uma realidade no mercado norte-americano. Este prémio face à média histórica esconde dois fatores muito relevantes. Por um lado, a composição do mercado norte-americano é diferente da média histórica, tem um peso muito superior em tecnologia e este setor, tendo retornos muito mais interessantes que a média, deveria sempre transacionar a prémio. Por outro lado, a média histórica do retorno esperado pelas obrigações norte-americanas a 10 anos nos últimos 30 anos foi 4%. Atualmente a taxa terminal de longo prazo da Reserva Federal é de cerca de 2%. Será justo dizer que o mercado norte-americano está sobreavaliado quando a taxa de juro de longo prazo caiu para cerca de metade?

Em resumo, a prudência aponta para que o risco seja a inflação, no entanto, atrevemo-nos a dizer que o risco é o desconhecido amplificado pelo menor suporte da política monetária.

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António Dias: “Matérias-primas, banca e energia” devem destacar-se pela positiva com subida de juros

Os setores de cariz cíclico deverão destacar-se pela positiva em 2022 devido ao cenário de subida de juros, diz António Dias, o gestor do Fundo de Ações Europeias mais rentável do ano passado.

O fundo gerido por António Dias atingiu um retorno de 26,67% em 2021

O IMGA European Equities foi o Fundo de Ações Europeias mais rentável de 2021, com um retorno de 26,27%. A aposta inicial nas cotadas de elevado crescimento justifica o bom desempenho, sendo que o fundo da maior gestora de ativos independente do mercado português está a adaptar a carteira, em linha com a rotação de mercado para empresas de valor que deverá muito provavelmente marcar o ano.

Em resposta por escrito a questões enviadas pelo ECO, António Dias, gestor deste fundo da IM Gestão de Ativos de 40,6 milhões de euros, assinala que a subida de juros deverá penalizar as cotadas de crescimento, enquanto “os setores de cariz cíclico deverão destacar-se pela positiva”. Nesse sentido, “apontamos para os setores de matérias-primas, banca e energia como os maiores ganhadores deste cenário” de agravamento da política monetária.

O IMGA European Equities foi o melhor fundo de ações europeias em 2022, com um retorno superior ao Stoxx600? Qual a estratégia que explica este resultado?

A estratégia seguida ao longo de 2021 no Fundo IMGA European Equities assentou essencialmente numa sobre ponderação nos setores e ações com maior potencial de crescimento. Nas nossas perspetivas para 2021 o enquadramento económico e de mercado era propício para o investimento nestes segmentos, apesar de nem sempre apresentarem valorizações teoricamente atrativas, em detrimento de outros com perspetivas mais incertas e de menor visibilidade. Esta estratégia, a par de alguma flexibilidade sempre necessária para a correta gestão de um fundo de investimento, foram quanto a nós a “receita” para os bons resultados que o fundo registou este ano.

A rotação de carteiras de ações de “growth stocks” para “value stocks” está a marcar o arranque de 2022. É uma tendência que vai persistir ao longo do ano?

A rotação de mercado, despoletada pela subida das taxas de juro, pode continuar e deverá muito provavelmente marcar o ano. Se as expectativas das autoridades monetárias, apontando a subida da inflação como transitória, não se realizarem, as taxas de juro deverão subir acima do esperado, penalizando assim os setores de crescimento, que continuam a negociar a múltiplos de valorização acima do mercado. O fundo tem vindo a adaptar a sua carteira tendo em conta estes desenvolvimentos, procurando um maior equilíbrio entre estilos que promova a maximização do binómio risco/retorno para o investidor.

Quais os setores que podem ter o melhor desempenho em 2022?

Num cenário de continuação de subida de taxas de juro, os setores de cariz cíclico deverão destacar-se pela positiva. Apontamos para os setores de matérias-primas, banca e energia como os maiores ganhadores deste cenário e, neste sentido, o mercado britânico, que tem um pendor marcadamente cíclico e de value, porventura conseguirá recuperar algum terreno versus os restantes mercados europeus. No entanto, do ponto de vista de risco e visibilidade de resultados, recomenda-se uma cautela acrescida no investimento destas empresas. Muitas enquadram-se no que se chama “value traps”, razão pela qual a análise dos modelos de negócio deve ter cuidados redobrados.

Quais os principais riscos para um bom desempenho nos mercados europeus em 2022?

Os principais riscos para os mercados europeus em 2022 será novamente uma crise de dívidas soberanas. Com a subida das taxas de juro e uma mudança de postura por parte do BCE, os países devedores poderão sofrer um alargamento do prémio de risco, agudizando o fardo da dívida. Havendo vontade política por parte dos países credores em aprofundar medidas de mutualização da dívida, esse risco pode vir a ser mitigado, mas esse é um cenário pouco plausível a curto prazo.

Em 2021 as bolsas europeias voltaram a registar uma performance inferior a Wall Street. Em 2022 podem conseguir um desempenho superior?

Temos fortes dúvidas que os mercados europeus consigam uma performance superior em 2022. O mercado americano apresenta características estruturais que lhe permitem ser muito mais dinâmico e com um maior potencial de crescimento. Há um verdadeiro mercado, tremendamente diversificado e em constante evolução, assente numa cultura enraizada de criação de valor acionista. Na Europa esta característica é bem mais ténue e o número de opções de investimento é bastante limitado quando comparado com o mercado americano, o que coloca um entrave ao seu maior crescimento de longo prazo.

Temos fortes dúvidas que os mercados europeus consigam uma performance superior em 2022. O mercado americano apresenta características estruturais que lhe permitem ser muito mais dinâmico e com um maior potencial de crescimento. Há um verdadeiro mercado, tremendamente diversificado e em constante evolução, assente numa cultura enraizada de criação de valor acionista.

António Dias, gestor do fundo IMGA European Equities

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Pedro Barata: Sonae e Jerónimo Martins “têm ainda um bom potencial de valorização”

O gestor do Fundo de Ações Nacionais mais rentável de 2021 acredita que “2022 pode ser um bom ano para a bolsa portuguesa”, mantendo a aposta nas empresas de retalho do PSI-20.

Fundo gerido por Pedro Barata atingiu um retorno de 24,54% em 2021.Paula Nunes / ECO

O NB Portugal Ações foi o Fundo de Ações Nacionais mais rentável de 2021, com um retorno de 24,54% que quase duplicou o PSI-20. O desempenho deste fundo de 24,3 milhões de euros ficou a dever-se sobretudo à aposta nas ações da Sonae e Jerónimo Martins (peso acima de 18% na carteira).

Em resposta por escrito às questões do ECO, o gestor deste fundo da GNB Fundos Mobiliários (Novobanco), Pedro Barata, diz que a aposta das duas empresas de retalho “é para manter”, pois as duas cotadas “têm ainda um bom potencial de valorização”.

Pedro Barata está “muito confiante no potencial de crescimento do negócio da Greenvolt para os próximos anos”, acredita na evolução positiva das bolsas globais (embora com maior volatilidade) e que “2022 pode ser um bom ano para a bolsa portuguesa”.

O NB Portugal Ações foi o melhor fundo de ações nacionais em 2021 e quase duplicou a valorização do PSI-20? Qual a estratégia que explica este resultado?

O mercado português é um mercado de nicho, com poucas empresas cotadas. Como tal, a gestão de um fundo como o NB Portugal Ações tem que ser alicerçada num profundo conhecimento dessas empresas e na decisão de concentrar uma parte significativa da carteira nas empresas em que o gestor acredita que poderão apresentar uma melhor performance num futuro não muito longínquo. Este é um mercado onde o gestor tem de ter fortes convicções para conseguir destacar-se.

E este ano, o fundo beneficiou disso mesmo. Por um lado, face à pandemia que teima em não nos deixar, fomos levados a escolher aquelas empresas que achávamos que poderiam sair vencedoras numa realidade pandémica. Neste cenário, os investimentos realizados em CTT e nas empresas de retalho Jerónimo Martins e Sonae foram claramente vencedores. Por outro lado, o forte investimento que fizemos no IPO da Greenvolt permitiu ao fundo destacar-se do seu benchmark, uma vez que a empresa valorizou bastante e só mais tarde é que veio a integrar o índice PSI-20.

Para além do referido, é também importante destacar que uma overperformance como a alcançada este ano pelo fundo NB Portugal Ações não se consegue se não houver um grande trabalho de equipa e um acompanhamento diário muito rigoroso de todas as nuances macro e microeconómicas que de alguma forma podem impactar a carteira e o mercado como um todo.

O retalho tinha um forte peso na carteira no final do ano. A aposta é para manter em 2022?

A nossa aposta em Sonae e em Jerónimo Martins é para manter. Estas são duas empresas que conhecemos bem, que têm uma gestão de excelência, são líderes em muitos dos seus mercados e por isso acreditamos que têm ainda um bom potencial de valorização. Como tal, estamos muito confortáveis com o nosso investimento nestas empresas.

Para além disso, estamos muito confiantes no potencial de crescimento do negócio da Greenvolt para os próximos anos. Confirmando-se esta nossa ideia, acreditamos que a empresa poderá ser um dos grandes vencedores de 2022.

Num cenário de ressurgimento da inflação, é natural que a banca seja um setor privilegiado pelos investidores. Não é assim de estranhar, a forte valorização que o setor tem tido neste início de ano por toda a Europa e em particular o BCP.

A nível global quais os setores que podem ter o melhor desempenho?

A manterem-se as tendências inflacionistas, o setor bancário poderá ser um dos vencedores. Da mesma forma, se a recuperação económica se confirmar, acreditamos que as empresas que se posicionam no setor das matérias-primas poderão também ser beneficiadas.

Os analistas apontam para um ano de ganhos modestos nas bolsas globais. Qual a sua perspetiva. Quais os principais riscos para um bom desempenho nos mercados em 2022?

Acredito que os investidores continuarão a privilegiar o mercado acionista na busca de um retorno que ainda não conseguem obter investindo noutros ativos. Esse facto, poderá levar a que o desempenho dos mercados acionistas em 2022 seja uma continuação de 2021, mas provavelmente com rentabilidades mais modestas.

Porém, há hoje algumas incertezas como a evolução da pandemia, da taxa de inflação, das taxas de juro e do restabelecimento do fornecimento de componentes para que as empresas conseguiam produzir os seus produtos sem interrupções, que desafiam este otimismo e que farão com a volatilidade do mercado atinja níveis mais elevados daqueles que foram registados em 2021.

As eleições legislativas podem condicionar o desempenho do mercado acionista português?

A realização de eleições legislativas representa sempre um risco acrescido para o mercado devido à incerteza que gera. A dúvida face ao vencedor e às medidas que constarão no próximo Orçamento do Estado e que impacto é que estas terão no futuro empresarial do País e no desenvolvimento do mercado de capitais, são temas que tendem a preocupar os investidores. Medidas que penalizem fiscalmente os investidores, como aquelas que estavam previstas no último orçamento, tendem também a não ser bem recebidas pelos investidores.

A bolsa portuguesa tem registado um desempenho inferior às pares europeias. Pode inverter em 2022?

A bolsa portuguesa como bolsa periférica que é, está sempre condicionada pelo sentido da performance dos principais mercados internacionais. Dito isto, acreditamos que a grande maioria das empresas que compõem o PSI20 são empresas líderes nos seus mercados, que estão financeiramente sólidas e que têm à sua frente equipas de gestão muito competentes. Assim sendo, se os mercados internacionais ajudarem, acreditamos que o ano de 2022 pode ser um bom ano para a bolsa portuguesa. Se pensarmos que os mercados americano e europeu transacionam nesta altura nos seus valores máximos e que o PSI-20 terá ainda de valorizar mais de 130% para o atingir, temos uma ideia do potencial de subida do mercado português para os próximos anos.

A nossa aposta em Sonae e em Jerónimo Martins é para manter. Estas são duas empresas que conhecemos bem, que têm uma gestão de excelência, são líderes em muitos dos seus mercados e por isso acreditamos que têm ainda um bom potencial de valorização.

Pedro Barata, gestor do fundo NB Portugal Ações

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Porto vai ter três novas residências universitárias com mais de 270 camas

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

A Câmara e a Universidade do Porto vão criar três novas residências para estudantes com um total de mais de 270 camas sendo que a primeira, na Rua da Banharia, vai funcionar já no próximo ano letivo.

A Câmara e a Universidade do Porto (U.Porto) vão avançar com três novas residências universitárias, que totalizam mais de 270 camas para estudantes, sendo que a primeira, no centro histórico, funcionará no próximo ano letivo, foi anunciado esta sexta-feira.

Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto revela que no antigo Centro Social da Sé, na Rua da Banharia, vai nascer uma nova residência para estudantes.

Com instalações requalificadas e renovadas pelo município, o espaço dispõe de cerca de 20 camas para estudantes e funcionará já no início do próximo ano letivo.

Esta residência surge no âmbito de um projeto-piloto de gestão partilhada de residências para estudantes estabelecido entre a autarquia, a Federação Académica do Porto (FAP) e a U.Porto.

A par desta residência, o município e a universidade estão a estudar candidaturas conjuntas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que possibilitem a construção, em parceria, de mais duas residências na cidade.

Uma das residências em estudo situa-se no Morro da Sé, no centro histórico, onde está prevista uma área de construção de 6.750 metros quadrados e um investimento estimado em cerca de sete milhões de euros.

A outra residência será no Monte Pedral, na Rua da Constituição, onde a área de construção ronda os 5.000 metros quadrados e o investimento entre os seis e 6,5 milhões de euros.

Estas estruturas permitirão acomodar cerca de duas centenas de estudantes em zonas da cidade que dispõem de fáceis acessos e várias opções de transportes públicos”, acrescenta a autarquia.

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TELLES autonomiza equipa especializada em Ambiente e Alterações Climáticas

A TELLES acaba de anunciar a autonomização da área de Prática de Ambiente e Alterações Climáticas. A liderar a equipa está a sócia da TELLES, Ivone Rocha.

A TELLES acaba de autonomizar a área de Prática de Ambiente e Alterações Climáticas. A equipa da TELLES, que agora se autonomiza formalmente, resulta de uma experiência acumulada nos últimos 30 anos, com know-how em setores como a água, os resíduos, o mercado de carbono e mitigação climática. A liderar a equipa está a sócia Ivone Rocha.

“Os serviços disponibilizados incluem mais do que assistência legal no licenciamento ambiental, na defesa contraordenacional ou na responsabilidade ambiental, o acompanhamento próximo e especializado na tomada de decisões de forma a transformar desafios em oportunidades e adaptar todos os setores às exigências de uma económica descarbonizada”, segundo comunicado do escritório.

Miguel Torres, Managing Partner da TELLES, refere que “esta restruturação representa mais um importante passo na nossa estratégia de especialização com enfoque setorial e surge como o reconhecimento formal da sólida e profunda experiência que esta equipa foi acumulando ao longo dos últimos anos em projetos complexos e de grande dimensão, envolvendo várias jurisdições”.

Para Ivone Rocha, “as questões ambientais e climáticas obrigam a conformações contratuais e novas análises de impacto em sede de due diligence, sendo fundamental ter uma visão contextualizada e integrada de cada setor. Com a autonomização da área de Prática de Ambiente e Alterações Climáticas, dedicada a temas relacionados com Ambiente e Clima, a nossa equipa está focada em antecipar riscos, desenvolver soluções inovadoras para possíveis desafios e dar respostas rápidas e eficientes, a todas questões que surjam”.

O respeito pela taxonomia aplicável, a preparação para um mercado de carbono mais globalizado, a delimitação e defesa do direito ao clima, a preservação dos ecossistemas através da sua valorização económica, o uso eficiente da água, a desqualificação e gestão de resíduos e o controlo de emissões, levantam questões legais e regulatórias e que exigem um conhecimento cada vez mais especializado.

Ivone Rocha é a sócia responsável por esta equipa, constituída pelos advogados Rui Ferreira de Almeida, Rodrigo Pinto Guimarães, Gonçalo Magro da Luz e Flávia Sampaio, que assegura em permanência o acompanhamento especializado dos projetos, garantindo uma assistência mais próxima aos Clientes.

Com 30 anos de experiência, Ivone Rocha, que também é co-responsável pela área de Energia e Recursos Naturais da TELLES, é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo concluído várias pós-graduações e mestrado em Direito Público, pela Escola de Direito da Universidade Católica Portuguesa do Porto.

O seu nome está ligado à área de Ambiente e Alterações Climáticas, bem como a operações de Energia e Recursos Naturais. A sócia da TELLES colaborou na Task Force de Arbitragem Climática na ICC- International Chamber of Commerce.

Fundou a Federação Europeia das Associações de Direito da Energia (EFELA), onde é membro da Comissão Executiva.

Em Portugal, é membro fundador da Plataforma de Crescimento Sustentável, onde atualmente faz parte da Direção. É também fundadora e vice-presidente da Associação Portuguesa de Direito da Energia e é Presidente do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de Mobilidade Elétrica.

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A importância da gestão e governação de modelos preditivos

  • Conteúdo Patrocinado
  • 21 Janeiro 2022

Ter a capacidade de prever cenários e tendências é uma clara vantagem competitiva. Mas este trabalho de orquestração é complexo, revela Ricardo Galante, Sr Systems Engineer, pre-Sales Support, da SAS.

O tema da Analítica e da Inteligência Artificial (IA) é cada vez mais recorrente, afirmando-se mesmo que um dos segredos para a competitividade das empresas passa pela aposta nestas áreas. E quem fala em analítica fala de análises preditivas que, de forma objetiva, não são mais que uma forma de fazer previsões e “adiantar” o futuro através da análise de dados.

Olhando para o mercado atual e toda a sua combatividade, acredito que as empresas só conseguirão vingar e antecipar possíveis problemas se realmente tiverem a capacidade de vir a desenvolver modelos preditivos rigorosos e robustos. Sendo sabido que a criação destes modelos preditivos envolve um conjunto de metodologias que, ao falharem, a sua utilidade e qualidade será com certeza afetada.

E é sobre a importância da gestão e orquestração destes modelos preditivos que gostaria de falar. Segundo a consultora Gartner, “mais de 60% dos modelos desenvolvidos, com a intenção de os operacionalizar, acabaram por nunca andar para a frente.”

Ricardo Galante, Sr Systems Engineer, Pre-Sales Support, da SAS.SAS

Na verdade, a gestão e governação dos processos preditivos é um aspeto muito importante e decisivo, já que ter a capacidade de prever cenários e tendências representa uma clara vantagem competitiva face à concorrência. No entanto, este trabalho de orquestração é complexo e requer plataformas que agilizem e simplifiquem todo o processo.

Imagine-se uma empresa com várias equipas a trabalhar com problemas de negócios diferentes, ora uma das necessidades que há é fazer a gestão dessas equipas.

E é aqui que o SAS pode ajudar ao disponibilizar uma plataforma (que faz a gestão e orquestração dos modelos) que permite não só registar modelos provenientes de diferentes tecnologias mas também, na mesma interface, compará-los e automaticamente identificar quando um modelo precisa de ser reavaliado, reajustado e até mesmo suplantado por outro. Conseguir analisar os modelos ao longo do tempo e receber alertas quando, por exemplo, do ponto de vista de negócio, determinado modelo deixou de ser interessante é ainda outro benefício desta plataforma que pode ser usada, mesmo que os modelos geridos pela plataforma não sejam SAS. Ou seja, a questão da integração com o Open Source, como por exemplo com o Python, o R, etc., é também importante de salientar.

O SAS oferece a possibilidade de se ter, através de uma única interface, os repositórios, não só para os diferentes modelos, mas também para as diferentes aplicações, onde os modelos irão atuar, fornecer uma estrutura sólida para comparar os modelos, testar as suas performances de tempos a tempos, monitorizar as suas qualidades preditivas, possibilitar a rastreabilidade e governança dos processos e auxiliar a identificar de pontos de melhorias.

A maioria das empresas tem pessoas que desenvolvem bons modelos, mas o que percebemos é que o problema não está na criação e sim, na operacionalização dos modelos. Quando dizemos operacionalização, estamos a falar em colocar os modelos onde eles apoiarão as tomadas de decisão. Seja num website financeiro para gerar indicações de transações fraudulentas, seja em aplicativos que fornecem recomendações de novos produtos ou na predição de falhas em turbinas eólicas. Quando temos os modelos a apoiar na tomada de decisão, aí sim eles estão operacionais. Mas como todas as informações são voláteis e dinâmicas, os modelos também vão perdendo o seu poder preditivo ao longo do tempo, sendo então necessário ter estruturas que permitam acompanhar e monitorizar os modelos, de forma transparente e flexível.

O SAS oferece a possibilidade de se ter, através de uma única interface, os repositórios, não só para os diferentes modelos, mas também para as diferentes aplicações, onde os modelos irão atuar, fornecer uma estrutura sólida para comparar os modelos, testar as suas performances de tempos a tempos, monitorizar as suas qualidades preditivas, possibilitar a rastreabilidade e governança dos processos e auxiliar a identificar de pontos de melhorias. Todo o processo pode ser automatizado e atualizado de forma dinâmica.

De acordo com a Bain & Company, “70% das empresas encara a analítica avançada como uma prioridade estratégica, mas apenas 10% acredita realmente estar a tirar proveito disso”.

A analítica avançada tem um poder transformador nos negócios, mas há que saber usá-la para retirar, dos dados e das informações, insights decisivos para as tomadas de decisão.

Os modelos preditivos são ativos estratégicos para as organizações. Construir a governança à sua volta é, portanto, um passo essencial na criação de valor e confiança. A recompensa é significativa: as empresas que têm operações e governança de modelo eficazes podem experimentar aumentos de receita e também reduzir as despesas operacionais em 20% ou mais, de acordo com o relatório The evolution of model risk management, da McKinsey & Co.

A governança de modelos preditivos também permite que os cientistas de dados e analistas de negócios limitem o tempo gasto para encontrar, entender e confiar nos dados que precisam e concentrar-se no núcleo dos seus trabalhos: construir modelos preditivos mais eficazes. Além disso, uma governança robusta limita ainda os riscos envolvidos na modelagem preditiva, fornecendo transparência nos próprios modelos e a limitação de privacidade dos dados usados.

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Costa quer vender Efacec depois das eleições para ter mais margem negocial

O atual primeiro-ministro considera que "esta fase de incerteza politica não é a melhor fase para negociar". Aponta para negociação no pós-eleições e acredita que haverá quem queira comprar.

António Costa considera que o Estado vai encontrar “seguramente” um comprador para a Efacec por questões de “racionalidade”, elogiando a empresa, apesar das dificuldades conjunturais. Após ter falhado as negociações a DST e o objetivo de vender a Efacec até ao final de 2021, o atual primeiro-ministro e candidato do PS rejeita avançar com uma data para concluir o processo, mas aponta para depois das legislativas de 30 de janeiro, para que o Estado tenha maior poder negocial.

Não devemos desbaratar as boas condições negociais para resolver um problema quando ele pode ser melhor resolvido daqui a um mês“, afirmou o líder do PS em entrevista à Rádio Observador esta sexta-feira, a propósito da campanha eleitoral das eleições antecipadas. O primeiro-ministro diz que não tem “data” para concluir a venda, mas assegurou que as negociações vão continuar nas próximas semanas.

Na avaliação de António Costa, “esta fase de incerteza politica não é a melhor fase para negociar”, uma vez que os “privados compreendem que quem está do outro lado da mesa não está nas melhores posições negociais“. E, portanto, a venda, a acontecer, será já em fevereiro. Sobre a última proposta, a da DST, disse que esta “não era aceitável por parte do Estado”.

Costa classificou a Efacec de uma “empresa muito importante para o futuro do país”, apesar das dificuldades conjunturais que está a atravessar por causa da pandemia e a instabilidade acionista que levou à intervenção do Estado após as revelações do Luanda Leaks sobre Isabel dos Santos. A posição da angolana foi arrestada, o que levou a um bloqueio na operação da Efacec, tendo o Estado intervindo com uma nacionalização temporária.

É uma questão de tempo até se encontrar um interessado que ofereça as condições que sejam aceitáveis para o Estado para se fazer a alienação“, disse António Costa, mostrando-se otimista, ainda que admitindo que “nem sempre estes processos se resolvem com facilidade”. E deu o exemplo do processo da Dielmar que esta quinta-feira deu mais um passo para a venda ao grupo Valérius. “A Efacec terá seguramente o mesmo destino. Não é otimismo, é racionalidade“, concluiu o atual primeiro-ministro.

Na semana passada, o ECO noticiou que o Governo ia deixar cair a operação de reprivatização depois do falhanço das negociações com o único candidato, a DST. O plano b passa pela manutenção da Efacec no universo do Estado, a reestruturação da empresa e só depois o regresso ao mercado para uma operação de venda, mas em moldes diferentes daqueles que foram tentados agora.

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