TAP abre medidas voluntárias para os pilotos após terem rejeitado acordo

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

A empresa revelou que, dado o "limite de 99 aeronaves" para a frota da TAP, "continua a existir a necessidade de ajustamento do quadro de pilotos da companhia".

A TAP resolveu abrir “um novo pacote de medidas voluntárias” para os pilotos, depois de estes terem rejeitado um acordo que previa a redução do corte adicional de 20% a que estão sujeitos, segundo uma nota interna. De acordo com o documento, da Comissão Executiva da companhia aérea, a que a Lusa teve acesso, “no contexto da negociação do AE [acordo de empresa], a TAP tem mantido um diálogo frequente com o SPAC desde o início de março”.

Segundo o documento, “no entanto, as negociações não têm evoluído ao ritmo esperado e desejado, tendo sido interrompidas para a discussão mais específica de um acordo que apoie a operação deste verão, crítico para a recuperação da empresa, e reforce o caminho da retoma”.

Assim, “no dia 6 de maio, foi acordada uma proposta conjunta com o SPAC, incluindo medidas para reduzir o corte adicional de 20%, mantendo apenas o corte de 25%, em igualdade com os restantes trabalhadores”, referiu a gestão da transportadora.

Esta proposta, segundo noticiou a Lusa na passada sexta-feira, foi rejeitada pela assembleia de empresa do SPAC. Os acordos de emergência, assinados pela TAP e sindicatos, vigoram até 2024. A proposta da TAP previa a suspensão imediata do corte adicional de 20% nas remunerações em contrapartida da flexibilização de folgas, mas os pilotos consideraram-na uma “ofensa à dignidade coletiva”, adiantou o SPAC, na sexta-feira.

Na mesma comunicação divulgada esta quinta, a TAP revelou que, “dado o limite de 99 aeronaves para a frota da TAP exigido pela Comissão Europeia para a aprovação do Plano, continua a existir a necessidade de ajustamento do quadro de pilotos da companhia”.

Por isso, “a TAP irá abrir um novo pacote de medidas voluntárias para possibilitar uma melhor distribuição do trabalho e um aumento da produtividade efetiva, e, por consequência, uma melhoria da remuneração individual de cada piloto”, referiu, sem avançar mais detalhes.

De acordo com a Comissão Executiva, “a negociação dos AE foi um compromisso transversal entre os trabalhadores e a TAP, durante os Acordos Temporários de Emergência (ATE)”.

A TAP indicou que “em particular, no ATE dos pilotos acordaram-se cortes salariais adicionais, recaindo sobre esta classe profissional um sacrifício maior do que ao resto da organização, em troca de uma maior proteção dos postos de trabalho”, destacou, acrescentando que “estes cortes adicionais financiaram também a inexistência de acordo sobre a adoção de medidas de melhoria da produtividade, que são fundamentais para a recuperação da Companhia e para melhorar as condições remuneratórias, e que foram acordadas com outras categorias profissionais permitindo-lhes menores cortes salariais”.

A Comissão Executiva disse ainda que “com a expectativa de uma retoma mais rápida e do aumento da capacidade esperada para o verão de 2022”, o entendimento atingido no acordo com o SPAC incorporava “um conjunto de opções complementares às atuais regras de utilização, desbloqueando soluções que aumentam a produtividade potencial, permitindo flexibilizar a resposta da TAP às necessidades da operação num aeroporto congestionado, mitigando as disrupções operacionais, tais como uma maior racionalidade no uso de assistências e uma menor rigidez no planeamento de folgas”.

A companhia destacou em seguida que “este aumento da capacidade operacional é muito relevante para viabilizar o nível de operação necessário à utilização e manutenção dos ‘slots’ aeroportuários, fundamentais” para o seu “futuro”. Segundo a transportadora, “se analisarmos o número atual de pilotos na TAP SA, e a atividade planeada para 2022, verificamos que, em média, o número anual de horas de voo por piloto será de cerca de 520, contrastando com 630 em 2019 e 640 em 2017 (-17% e -19%, respetivamente e distantes das 850 horas limite)”.

Assim, destacou, “além da menor produtividade face ao passado, estes valores comparam negativamente com os valores dos nossos concorrentes, o que realça ainda mais a necessidade da implementação de medidas de produtividade e flexibilidade”.

“Embora um aumento da nossa produtividade seja fundamental, evidentemente, a TAP nunca proporia medidas que colocassem em causa a segurança da sua operação”, garantiu a companhia referindo que “as medidas temporárias discutidas são relevantes” para a “retoma até à adoção de novo AE, mas sempre alinhadas com os standards da indústria e garantindo a gestão adequada da fadiga de todos os tripulantes”.

Na mensagem, a transportadora indicou que “este protocolo, agora rejeitado, representaria um compromisso conjunto da companhia e dos seus pilotos com a recuperação da empresa e a sua viabilização num contexto de maior procura, apesar de ainda incerto, enquanto se desenvolve o diálogo para o novo Acordo de Empresa”.

Para a companhia, “é crítico atuar além dos salários para atingir níveis de eficiência e produtividade que permitam à TAP competir com sucesso ao nível das suas congéneres e cumprir com os requisitos da Comissão Europeia”. A Lusa contactou o SPAC e encontra-se à espera de resposta.

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Pedidos de subsídio de desemprego nos EUA no nível mais alto desde janeiro

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

O nível de pedidos é o mais alto desde a semana que terminou em 22 de janeiro e também ultrapassou as expectativas dos analistas, que apontavam para 200.000.

O número semanal de pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos subiu na semana passada para 218.000, o nível mais alto desde janeiro passado, indicou esta quinta-feira o Departamento do Trabalho.

Na semana anterior, o número de inscrições para subsídios de desemprego tinha ficado em 197.000. Com esta subida, o nível de pedidos é o mais alto desde a semana que terminou em 22 de janeiro e também ultrapassou as expectativas dos analistas, que apontavam para 200.000.

O Gabinete de Estatísticas Laborais indicou que na primeira semana de maio havia 1,31 milhões de pessoas que recebiam esta prestação social, em comparação com 1,34 milhões na semana anterior. Em abril, a taxa de desemprego nos Estados Unidos ficou em 3,6%, estável em relação ao mês anterior.

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Comissão Europeia vai propor suspensão das regras orçamentais em 2023

Na próxima semana, a Comissão Europeia vai propor aos Estados-membros que as regras orçamentais, nomeadamente o limite de 3% para o défice, sejam suspensas em 2023.

Desde 2020 que as regras orçamentais estão suspensas na União Europeia e a Comissão Europeia quer que continuem durante mais um ano por causa do impacto económico e orçamental da invasão russa na Ucrânia e da aceleração da taxa de inflação, a qual levará a uma normalização da política monetária.

Na próxima segunda-feira, a Comissão Europeia vai propor aos Estados-membros que as regras orçamentais, nomeadamente o limite de 3% do PIB para o défice e o ritmo de redução da dívida pública para 60% do PIB, sejam suspensas em 2023, avança o Politico com base em três fontes europeias. A proposta terá de ser aceite pelos Estados-membros antes de entrar em vigor na União Europeia.

Foi em 2020 que pela primeira vez as regras orçamentais foram suspensas de forma a dar margem aos países para gastarem o que fosse necessário para conter o impacto da crise pandémica. Com o choque a afetar todas as economias europeias, o objetivo era evitar que os Estados-membros fossem penalizados (com multas previstas nas regras) por manterem as economias à tona.

Antes da guerra na Ucrânia, os Estados-membros tinham acordado que as regras orçamentais iam voltar a aplicar-se em 2023 uma vez que se esperava que o PIB de todos os Estados-membros ia recuperar este ano os níveis de atividade de 2019 (pré-pandemia). Contudo, a invasão russa iniciada a 24 de fevereiro levou a Comissão Europeia a assumir que era preciso refletir novamente sobre o tema e agora em maio volta a propor a suspensão.

No caso de Portugal, o Governo tem defendido que é melhor ser cauteloso e, por isso, suspender as regras orçamentais, mas o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e a trajetória definida para 2023 não terá isso em conta. O Executivo pretende reduzir o défice de 2,8% do PIB em 2021 — já em cumprimento das regras orçamentais europeias — para 1,9% do PIB em 2022 e para 0,7% do PIB em 2023, segundo o Programa de Estabilidade 2022.

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África pede suspensão dos pagamentos da dívida por mais dois anos

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

"Estamos muito desapontados por continuar a existir um 'prémio sobre África', que vai dos 100 aos 260 pontos-base, para fundos angariados nos mercados de capitais estrangeiros", referem os ministros.

Os ministros africanos das Finanças defenderam esta quinta-feira um prolongamento da suspensão dos pagamentos da dívida por mais dois anos, um novo modelo para reestruturações de dívida e a emissão de novos Direitos Especiais de Saque.

“Os 26 ministros africanos das Finanças reconheceram que a ajuda bilateral e multilateral esteve disponível durante a pandemia, mas era grosseiramente desadequada aos países de baixo rendimento e muito direcionada para ajudar os países vulneráveis de rendimento médio”, lê-se no comunicado distribuído no final do encontro dos ministros das Finanças africanos, que estiveram reunidos esta semana em Dacar, no Senegal.

Os ministros africanos pediram ao G20 que a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) seja prolongada durante mais dois anos, “para ajudar a criar o espaço orçamental necessário para despesa urgente”, e defenderam também que o Enquadramento Comum deve ser modificado para tornar as reestruturações de dívida mais eficazes e mais abrangentes, de forma a incluir os credores comerciais”.

No texto, os governantes dizem querer que 60 mil milhões dos 100 milhões de dólares (56 dos 94 mil milhões de euros) de Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês) deviam ser alocados ao Fundo de Redução da Pobreza e de Crescimento (PRGT) e ao novo Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST), e defenderam a necessidade de haver uma nova emissão de SDR, o novo capital emitido pelo FMI e distribuído pelos países-membros em função da sua quota.

Durante os debates dos últimos dias em Dacar ficou patente a “profunda preocupação” dos governantes com os fluxos ilícitos de capital, que os governantes estimam em 83 mil milhões de dólares (78,5 mil milhões de euros) por ano, a que se junta a ‘taxa’ cobrada pelos financiadores quando emprestam dinheiro aos países africanos.

“Estamos muito desapontados por continuar a existir um ‘prémio sobre África’, que vai dos 100 aos 260 pontos-base, para fundos angariados nos mercados de capitais estrangeiros”, escreveram os ministros, salientando que “as taxas de juro cobradas aos países africanos são mais altas que aquelas cobradas aos nossos pares fora do continente com fundamentos macroeconómicos similares ou piores”.

Os pedidos dos governantes africanos surgem num contexto de inflação a subir para níveis historicamente elevados e com os bancos centrais nas economias avançadas a aumentarem os juros para suster a inflação, “o que vai aumentar ainda mais os custos de financiamento”, lamentaram.

De acordo com os dados apresentados pelo presidente do Banco Mundial numa entrevista à Bloomberg, no contexto dos Encontros Anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decorreram em abril em Washington, os países emergentes enfrentam pagamentos de 35 mil milhões de dólares (32,2 mil milhões de euros) este ano, sendo que aproximadamente 65% deste valor (mais de 20 mil milhões de euros) é devido à China, tornando a segunda maior economia mundial num parceiro incontornável para a resolução deste problema que se agravou exponencialmente desde a pandemia de covid-19.

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Clube Chapas resgata em Itália uma apólice de seguros portuguesa de 1799

  • ECO Seguros
  • 19 Maio 2022

Vitor Alegria arrematou, num leiloeiro italiano, uma apólice de incêndio para casas na Rua Augusta em Lisboa datada de 1799. O documento volta a Portugal.

O Clube Chapas arrematou, num leilão em Itália, um documento que é uma apólice do seguro de fogo da sociedade Caldas, Machado, Gildemeester, DLZ, e Companhia, firmada com Jozé João Dias da Silva, em 25 de novembro de 1799, garantindo o risco contra fogo de uma propriedade de casas na Rua Augusta.

Vitor Alegria, presidente do Clube Chapas, descobriu e licitou a apólice em Itália e promete perseguir outros achados para enriquecer o museu.

A Caldas, Machado, Gildemeester, DLZ, e Companhia, fundada em 1792, é uma das mais antigas sociedades de seguros em Portugal, só precedida pela Companhia Permanente de Seguros em Lisboa, que surgiu um ano antes.

A aquisição verificou-se junto de um leiloeiro italiano no passado dia 10 de maio, “dia em se completaram 729 anos de história do seguro em Portugal” garante Vitor Alegria, por a história se ter iniciado com a designada Bolsa Dionisina, decretada por D. Dinis em 10 de maio de 1293 e que impunha mesmo uma multa para quem não cumprisse as suas disposições legais.

A apólice, datada de 1799, retrata a forma de contratação do risco e respetiva avaliação, e o documento é encimado pelas letras “JMJ” que traduziam a fé na proteção divina sobre o risco, ao invocarem “Jesus, Maria e José”. Na iconografia da sociedade de seguros identificam-se os dois riscos que se protegiam à época, o marítimo e o fogo.

O documento é encimado pelas letras “JMJ” que traduziam a fé na proteção divina sobre o risco, ao invocarem “Jesus, Maria e José”

A imagem do símbolo da Caldas, Machado, Gildemeester pretende transmitir a ideia de segurança e justiça em caso de ocorrência de sinistro, com estes bons valores ligados, acorrentados, à mesma. Curiosamente, esta iconografia é parcialmente reproduzida na capa da obra de referência de Oliveira Marques “Para a História dos Seguros em Portugal – notas e documentos”.

Comentando a descoberta e a sua aquisição, Vítor Alegria, cofundador e presidente do Clube Chapas, reafirmou “a determinação da equipa que lidero na salvaguarda da história do seguro em Portugal e promete perseguir outros achados”. O CHAPAS – Clube História e Acervo Português da Atividade desenvolve há mais de uma dezena de anos um trabalho de recolha, preservação e divulgação da história do seguro em Portugal.

Muito do acervo pode ser visto no museu virtual de seguros

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Portugal falha na transposição de regras europeias sobre branqueamento de capitais

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

Portugal tem dois meses para notificar Bruxelas sobre a completa adoção das normas sobre branqueamento de capitais, sob pena de o caso ser levado perante o tribunal da UE.

Portugal tem dois meses para notificar Bruxelas sobre a completa adoção das normas sobre branqueamento de capitais, sob pena de o caso ser levado perante o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE). A Comissão Europeia enviou esta quinta-feira um parecer fundamentado, a segunda etapa do processo de infração, pela ausência da completa transposição da 5.ª Diretiva Branqueamento de Capitais.

Segundo um comunicado do executivo comunitário, “apesar de Portugal ter declarado a transposição completa da diretiva, a Comissão considera que várias disposições da diretiva não foram, de facto, transpostas”.

Concretamente, Bruxelas refere-se às obrigações das instituições de crédito e financeiras no que respeita aos cartões pré-pagos anónimos emitidos em países terceiros, às informações a obter sobre relações de negócio ou transações que envolvam países terceiros de risco elevado e à acessibilidade das informações sobre os beneficiários efetivos de um fundo fiduciário ou de um centro de interesses coletivos sem personalidade jurídica semelhante.

A Comissão Europeia sustenta que as regras contra o branqueamento de capitais são fundamentais na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

Portugal também falha nas portagens

Portugal também só tem dois meses para notificar Bruxelas das medidas para transpor para a lei nacional as regras relativas ao serviço eletrónico europeu de portagem (SEEP), divulgou a Comissão Europeia.

O SEEP é um sistema de portagens que permite aos utentes das estradas da UE pagar com um contrato de assinatura, um fornecedor de serviços e uma unidade de bordo que abrange todos os Estados-Membros da União Europeia (UE).

A diretiva (lei europeia) 2019/520, sobre o SEEP, tem dois objetivos, segundo um comunicado da Comissão Europeia: “garantir a interoperabilidade dos sistemas eletrónicos de portagem rodoviária e facilitar o intercâmbio transfronteiriço de informações sobre o não pagamento de taxas rodoviárias”.

O prazo de transposição desta diretiva terminou em 19 de outubro de 2021 e Portugal e outros seis Estados-membros ainda não comunicou a Bruxelas qualquer medida de transposição. Caso não receba uma resposta satisfatória, Bruxelas poderá levar o caso perante o Tribunal de Justiça da UE.

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Valor das criptomoedas afunda 1,7 biliões de dólares em seis meses

Mercado total de criptomoedas perdeu quase 60% do valor desde novembro e a bitcoin negoceia em mínimos do final de 2020, apesar de ser frequentemente promovida como uma proteção contra a inflação.

Valor de mercado das criptomoedas caiu quase 60% em seis mesesLídia Leão/ECO

O acelerar da inflação com a guerra na Ucrânia e o aperto da política monetária pelos bancos centrais tem estado na origem da fuga ao risco nos mercados de capitais nas últimas semanas. Os principais índices bolsistas mundiais estão em queda livre e os juros das obrigações têm disparado, à medida que os investidores correm em direção à porta de saída. Mas o tumulto é particularmente forte no mercado das criptomoedas.

Desde o último pico, alcançado a 10 de novembro do ano passado, já foram destruídos mais de 1,7 biliões de dólares em valor (trillions, na designação em inglês), um mega deslize de quase 60% em seis meses, ainda que o valor global de mercado se mantenha acima de 1,2 biliões.

Valor das criptomoedas em queda:

Valores em dólares | Fonte: CoinMarketCap

A conjuntura tem-se mostrado uma autêntica prova de fogo à solidez deste mercado, que tinha acelerado em popularidade a partir do final de 2020. Desde essa altura que os pequenos investidores estavam a canalizar milhares de milhões de dólares para as ações e para as criptomoedas, incluindo uma parte dos apoios distribuídos nos EUA para ajudar as famílias a superarem a pandemia (os populares cheques de estímulos, apelidados de stimmies).

Além da derrocada nos preços da generalidade dos criptoativos, começam a surgir fraturas noutras partes do mercado. Este mês, foi notícia o extraordinário colapso de uma popular stablecoin chamada TerraUSD. A estrutura tinha sido desenhada para permitir que cada dólar de TerraUSD pudesse ser trocado por um dólar de outra criptomoeda, chamada Luna, que seria emitida consoante a procura.

Mas os resgates por parte dos investidores geraram um efeito de “bola de neve” a partir do início deste mês, catapultando a oferta de Luna, afundando os preços e atirando ao charco o valor da TerraUSD. Se em 10 de maio existiam 350 milhões de unidades de Luna, dias depois, 6,5 biliões estavam em circulação. Agora, a Luna não tem valor. E a Terra USD, desenhada para ter sempre o valor de 1 dólar, valia 0,08862 dólares esta quinta-feira.

TerraUSD perde ligação ao dólar:

Cotação em dólares | Fonte: CoinMarketCap

Ao verem uma stablecoin (“criptomoeda estável”) a não fazer jus ao nome, os investidores têm vendido de forma acelerada outros criptoativos deste género, incluindo o mais popular de todos, o Tether.

O Tether funciona de forma diferente da TerraUSD, porque os promotores dizem que o seu valor tem como colateral um cabaz de ativos reais. Mas a empresa não revela o que são nem quem os controla. Além disso, a circulação rondava esta quinta-feira as 74,21 mil milhões de unidades, o que pressupõe que esse cabaz tenha ativos no mesmo valor em dólares.

Essa imagem tem deixado os investidores com os nervos em franja. Se os promotores do Tether tiverem de vender à pressa estes ativos para satisfazer os resgates, há um sério risco de que as ondas de choque se alastrem por todo o sistema financeiro. O cenário não é descabido: cada unidade valia 0,9988 dólares esta quinta-feira, ou seja, menos de 1 dólar, como é suposto.

Valor de mercado do Tether:

Cotações em dólares | Fonte: CoinMarketCap

A forte turbulência também tem contrariado algumas das ideias que estavam instaladas na cabeça de muitos investidores. Os adeptos mais fervorosos dos criptoativos evangelizavam que a bitcoin, com as suas características deflacionárias, era uma poderosa aposta para proteger as poupanças da inflação. Na realidade, porém, mesmo esta criptomoeda tem visto o seu valor em dólares afundar, e até mais do que o resto do mercado, expondo uma correlação com os mercados financeiros regulados que vinha a ser cada vez mais visível.

Na quarta-feira, alguém aceitou 28.798,96 dólares por uma bitcoin, o que já não acontecia desde o final de 2020. A própria dominância da criptomoeda número um tem vindo a recuar, sendo agora inferior a 50%, num total de quase 20 mil criptomoedas diferentes seguidas pela plataforma CoinMarketCap. Quanto ao Ethereum, a segunda criptomoeda mais popular, o valor rondava esta quinta-feira 1.907,02 dólares. Um mínimo de julho do ano passado.

Bitcoin recua para mínimos de dezembro de 2020:

Cotações em dólares | Fonte: CoinMarketCap

Nem mesmo os NFT (non-fungible tokens) escapam ao tsunami. A onda acertou em cheio neste submundo “cripto”, onde se transacionam certificados de propriedade de ativos digitais como obras de arte — geralmente, imagens ou vídeos fabricados em computador — e onde pulula a especulação financeira. Entre setembro e este mês, as vendas afundaram 92% e o número de carteiras (wallets) ativas caiu 88%, de acordo com dados da plataforma NonFungible.

Outra prova de que o interesse arrefeceu é a queda de 89% no número de pesquisas por NFT no Google desde o pico em janeiro, de acordo com o Google Trends. Longe vão os tempos em que um NFT era vendido pelo equivalente a 70 milhões de dólares.

Reguladores por todo o mundo têm observado este contexto e estão a ponderar se e quando intervir. A inação pode lesar de forma permanente milhões de pequenos investidores desprotegidos, mas a intervenção pode transmitir uma ideia de legitimidade do mundo “cripto”.

Em Portugal, há anos que o banco central e a CMVM alertam para os riscos de se aplicar as poupanças nas criptomoedas, mas estão de mãos e pés atados quanto ao grau de intervenção que podem ter. Do lado do Governo, o trabalho está a ser feito no sentido de criar um enquadramento legal para os criptoativos, que vão passar a pagar impostos, como acontece na venda de ações.

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Wall Street prolonga quedas. Índices recuam mais 1%

Resultados da Target e do Walmart continuam a penalizar as bolsas, depois de uma quarta-feira negra que tirou quase 5% ao Nasdaq. Índices caem mais 1% esta quinta-feira.

Os principais índices de Wall Street continuam em queda livre esta quinta-feira, depois de um dia em que o Nasdaq chegou a afundar quase 5%. Os maus resultados da Target no último trimestre e o guidance pessimista para o setor do retalho assustou ainda mais os investidores, que já estavam a vender ações face à subida das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana (Fed) para domar a inflação.

As bolsas prolongam as quedas de quarta-feira, com o índice de referência S&P 500 a cair 0,82% para 3.891,4 pontos, quase 20% abaixo do máximo alcançado em janeiro, a partir do qual entra em território de bear market.

Queda do S&P 500 em relação ao recorde de janeiro. | Fonte: CNBC

O mesmo acontece com o industrial Dow Jones, que recua 1,24% para 31.099,30 pontos, um dia depois de ter sofrido a maior queda diária desde 2020. O tecnológico Nasdaq perde 0,7% para 11.338,10 pontos no rescaldo de uma queda de quase 5%.

As perdas foram ainda impulsionadas pela divulgação dos resultados trimestrais da Target e do Walmart, que mostraram custos mais altos com combustível e uma redução da procura por parte dos consumidores. As ações da Target caem 3,27% para 156,32 dólares, depois de terem afundado mais de 20% na sessão anterior, enquanto o Walmart perde 0,76% para 121,50 dólares.

“A forte liquidação dessas empresas (assim como de outras empresas de bens/consumo neste trimestre) mostra que as pressões inflacionárias estão finalmente a afetar os lucros“, diz o analista do Barclays, Maneesh S. Deshpande, citado pela CNBC.

Os investidores continuaram preocupados com uma possível atitude mais agressiva por parte do banco central para conter a subida da inflação. Numa conferência de imprensa esta segunda-feira, o presidente da Fed, Jerome Powell, voltou a afirmar que “não haverá nenhuma hesitação” na hora de tentar reduzir a inflação.

Esta quinta-feira foram conhecidos dados relativos ao mercado imobiliário norte-americano, com o ritmo de venda de casas nos Estados Unidos a cair para o valor mais baixo desde junho de 2020. Dados da Associação Nacional de Retalhistas indicam que a venda de habitações existentes desacelerou para 2,4% em abril para um total de 5,61 milhões de unidades. É uma quebra de 5,9% face a abril de 2021.

(Notícia atualizada às 15h17 com mais informação)

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Portugal é o 10.º país da UE onde tribunais mais demoram em casos civis e comerciais

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

Portugal é o 10.º Estado-membro da UE onde os tribunais demoram mais tempo a resolver casos civis e comerciais, abaixo da média comunitária, de quase um ano, segundo dados divulgados pela CE.

Portugal é o 10.º Estado-membro da União Europeia (UE) onde os tribunais demoram mais tempo a resolver casos civis e comerciais, estando porém abaixo da média comunitária, de quase um ano, segundo dados hoje divulgados pela Comissão Europeia.

A informação consta do Painel de Avaliação da Justiça da UE de 2022, um documento que fornece dados comparativos entre os Estados-membros sobre a eficiência, qualidade e independência dos sistemas de justiça e que nesta que é a décima edição inclui informações sobre os efeitos da pandemia de covid-19.

Uma das áreas avaliadas é a eficiência dos tribunais na UE, nomeadamente no que toca à duração dos processos, indicador no qual Bruxelas destaca que “os casos civis e comerciais foram resolvidos em 2020 [ano mais recente para o qual existem dados] na maioria dos Estados-membros no prazo de menos de um ano”.

Portugal ocupa a 10.ª posição nos países da UE com mais demoras nos tribunais em casos civis e comerciais (cerca de 300 dias), entre os Estados-membros para onde são disponibilizados dados, com Itália a ser o país com maior tempo (mais do dobro do português), seguida pela Hungria, França, Grécia, Malta, Espanha, Eslovénia, Polónia e Finlândia.

A duração do processo é referente ao tempo estimado (em dias) necessário para resolver um caso em tribunal, ou seja, para chegar a uma decisão em primeira instância. No caso de Portugal, este indicador sobre apreciação de casos civis e comerciais subiu em 2020 após ter baixado em 2019 para perto de 200 dias.

No que toca ao indicador sobre a duração dos processos administrativos perante os tribunais e as queixas dos consumidores perante as autoridades de proteção dos consumidores os prazos são mais longos, sendo Portugal o quarto país da UE, entre os Estados-membros para onde são disponibilizados dados, com mais de 800 dias. Acima de Portugal, está Malta, Chipre e Itália, por ordem decrescente.

Lançado em 2013, o Painel de Avaliação da Justiça da UE é utilizado pela Comissão Europeia para acompanhar as reformas da justiça nos Estados-membros a fim de assegurar sistemas mais eficientes, centrando-se além da eficácia, na qualidade e na independência.

Segundo o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, esta é “uma ferramenta de análise altamente apreciada pela comunidade da justiça da Europa”, ao permitir “identificar tanto as oportunidades de melhoria como a abordar os riscos para os sistemas de justiça”.

A apreciação de Bruxelas é que este Painel de Avaliação de 2022 revela “espaço para a melhoria da digitalização dos sistemas de justiça” na UE, nomeadamente tendo em conta a pandemia e as necessidades de funcionamento nessa altura, bem como “graus variáveis de acessibilidade à justiça para as pessoas com deficiência”, pois nem todos os países disponibilizam formatos específicos, tais como Braille ou língua gestual.

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Advocatus Summit Lisboa: Vendas de NFT afundaram 92%

“As Indústrias Criativas, os NFT e as Criptomoedas”, a Moneris protagonizou o oitavo painel. Com Armando Serapicos da Moneris, Pauline Foessel, da Artpool, e Rui Ferraz, da Innovarisk Underwriting.

Após quatro edições em Lisboa e duas no Porto, a Advocatus Summit está de regresso à capital. Este ano o principal evento que liga a advocacia de negócios aos agentes empresariais decorre até 24 de maio.

Com o tema “As Indústrias Criativas, os NFT e as Criptomoedas”, a Moneris protagonizou o oitavo painel. Com Armando Serapicos, manager da Moneris, Pauline Foessel, fundadora e diretora da Artpool, e Rui Ferraz, Diretor Comercial | Innovarisk Underwriting, moderado por Flávio Nunes, editor do ECO.

Flávio Nunes, editor do ECO, começou por questionar Pauline Foessel sobre o que são, em concreto, os NFT. “No fundo são uma forma de certificar um asset digital: um pdf, um mp3, um jpeg. E esta certificação vem também com a propriedade. Passa a ser possível ser proprietário de um ativo digital”, explicou.

Flávio Nunes sublinhou que as vendas de NFT afundaram 92% entre setembro e a semana passada (19 mil por semana em comparação com 225 mil de há sete meses) e as pesquisas no Google deslizaram 89%, desde o pico.

Rui Ferraz explicou que o mercado do ano passado era uma novidade e dispararam as vendas. “Até cerca de novembro. Mas desde essa fase, o mundo foi mudando e houve uma série de NFTs que perderam o seu valor”. Porquê?: “Porque há uns mais ou menos raros. É um investimento que é feito por dois tipos de pessoas: uns que compram a peça e aguardam um período de tempo esperando que a mesma valorize e há outros que compram para revender a curto prazo”.

E sublinhou ainda que “estamos numa fase em que começam a subir as taxas de juro, há alguma pressão para regulamentar estes mercados, começam a haver demasiada oferta e muitos copy cats e as pessoas sentem alguma resistência em adquirir e a guerra na Ucrânia também não veio ajudar”.

Armando Serapicos, manager da Moneris (patrocinadora do evento) defendeu que Portugal transmitiu a imagem que é um bom sítio para fazer negócio com NFT ou criptomoedas porque não está regulamentado. “O que distingue uma prática ocasional ou prática de subsistência da pessoa? Existe essa ideia que em Portugal não se tributa nada mas não é bem assim. Apenas quem faz aquisições esporádicas de criptomoedas. A questão que se coloca é se colocamos mesmo que é tributada como mais-valia. O problema está como é que efetivamos a lei e ter as pessoas a declarar isto nos impostos. Como são entidades sem jurisdição, não reportam. A lei pode ser alterada mas depende do cumprimento voluntário das pessoas”.

Veja o vídeo.

Em debate estarão os temas “Crescimento da economia e competitividade para o Portugal do pós pandemia”, “Agribusiness em Portugal: tendências e perspetivas de investimento”, “Financiamento sustentável: novos desenvolvimentos”, “Criptoativos: da fiscalidade à regulação”, “As Novas Formas de Trabalho nas sociedades de advogados”, “Cibersegurança e ciber-resiliência no novo normal”, “Desafios da nova Lei de Bases do Clima”, “NFT e Criptoarte”, “ESG: Taxonomia e os Atos Delegados do Clima”, “Licenciamento urbanístico – necessariamente uma dor de cabeça?”, “Controle externo e riscos na gestão de fundos europeus”, “Imobiliário: as novas tendências de investimento”, “Whistleblowing: novas obrigações das empresas” e “A emergência dos ativos digitais”.

Os escritórios patrocinadores serão Abreu Advogados, AVM Advogados, CMS Portugal, Cuatrecasas, Miranda & Associados, Morais Leitão, PLMJ, PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados, Serra Lopes, Cortes Martins & Associados, Sérvulo & Associados, SRS Advogados, TELLES e Vieira de Almeida. E ainda a Moneris.

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Grupo da Lousã investe 60 milhões de euros em fábrica de Vila Velha de Ródão

  • Lusa
  • 19 Maio 2022

Grupo Socigene investe 60 milhões de euros na fábrica Paper Prime, em Vila Velha de Ródão, com criação de mais 50 postos de trabalho. E prevê triplicar a produção de bobines de papel.

O grupo Socigene, da Lousã, vai investir cerca de 60 milhões de euros na Paper Prime, fábrica de produção de bobines de papel “tissue”, instalada em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco.

“Neste investimento, entre várias novidades do ponto de vista tecnológico, a empresa coloca no topo das suas prioridades a sustentabilidade, perspetivando uma nova ETAR [Estação de tratamento de Águas Residuais] com reutilização de água na casa dos 25%”, referiu Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, em comunicado enviado às redações.

Segundo a informação disponibilizada, o grupo Socigene, detentor da Paper Prime, anunciou recentemente os novos investimentos para os próximos três anos, no âmbito dos quais “estimam investir cerca de 60 milhões de euros na Paper Prime, criando mais 50 postos de trabalho e multiplicando a capacidade atual por 3,5 vezes”.

Citado no documento, o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, manifestou-se satisfeito com o anúncio do reforço do investimento no concelho.

A criação de novos postos de trabalho, salvaguardando o impacto ambiental, só nos podia deixar muito satisfeitos, já que vai de encontro aos esforços que têm sido feitos pelo município na melhoria da qualidade de vida e na fixação de famílias no concelho, nomeadamente no que respeita ao nível da habitação e dos apoios sociais concedidos nas diversas áreas”, concluiu o autarca.

A Paper Prime, instalada em Vila Velha do Ródão, produz as bobines de papel, que depois a Trevipapel [na Zona Industrial Alto do Padrão, na Lousã] transforma em produtos de higiene para o setor Horeca.

A unidade representou um investimento de 35 milhões de euros, com ajudas reembolsáveis do Sistema de incentivos à Inovação do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização no valor de 15 milhões de euros, provindo a cobertura financeira restante de capitais próprios e apoio bancário.

No seguimento deste investimento, que foi considerado Projeto de Interesse Nacional (PIN), a Socigene passou a ser a holding (empresa mãe), detendo todas as empresas do grupo.

A Paper Prime prevê, em 2022, mais do que duplicar a capacidade de produção de bobines de papel em Vila Velha do Ródão, passando das atuais 33 mil toneladas para 100 mil.

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OMS aprova uso de emergência da vacina chinesa Convidecia contra a Covid

A Organização Mundial de Saúde (OMS) deu licença de "uso de emergência" à vacina chinesa Convidecia contra a Covid, para maiores de 18 anos. É de dose única e a 11.ª aprovada pelo regulador.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) deu esta quinta-feira uma licença de “uso de emergência” à vacina Convidecia contra a Covid-19, de dose única, destinada aos maiores de 18 anos. Trata-se da 11.ª vacina contra o coronavírus aprovada pelo regulador mundial e é produzida pela farmacêutica chinesa CanSino Biologics.

Hoje [19 de maio], a OMS emitiu uma autorização de uso de emergência (EUL) para Convidecia, uma vacina fabricada pela CanSino Biologics, China, somando-se a um crescente portfólio de vacinas validadas pela OMS para a prevenção da doença Covid-19 causada pelo vírus SARS-CoV-2″, adianta a entidade liderada por Tedros Ghebreyesus, em comunicado.

Tal como a vacina da Janssen, a Convidecia é de dose única, mas é recomendada para todas as faixas etárias as partir dos 18 anos. É a 11.ª vacina com “luz verde” por parte da OMS e é baseada num adenovírus modificado que, através da proteína “Spike” do coronavírus, manipula as células humanas para espoletar uma reação imunológica que confere alguma proteção contra a Covid-19.

Esta vacina foi aprovada após a “revisão de dados sobre qualidade, segurança, eficácia, um plano de gerenciamento de risco, adequação programática e uma inspeção no local de fabrico” realizada pela OMS, sendo que a entidade sublinha ainda que esta vacina chinesa “tem 64% de eficácia” contra a prevenção de doença sintomática e 92% contra a prevenção de Covid grave, de acordo com os ensaios clínicos.

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