Truss demite ministro das Finanças e chama Hunt para estabilizar Reino Unido

  • ECO
  • 14 Outubro 2022

Liz Truss decidiu afastar Kwasi Kwarteng, responsável pelo plano financeiro que causou o caos nos mercados. Já há sucessor na pasta das Finanças do Governo britânico: Jeremy Hunt.

Liz Truss demitiu esta sexta-feira Kwasi Kwarteng de ministro das Finanças, após 38 dias no cargo. “O que fiz hoje foi para assegurar que temos estabilidade económica” no Reino Unido, explicou a primeira-ministra britânica aos jornalistas, assegurando que se vai manter na liderança do Governo, apesar da enorme pressão externa e interna. Já há sucessor na pasta das Finanças: Jeremy Hunt.

“Estou absolutamente determinada em cumprir o que prometi: promover um maior crescimento económico no Reino Unido e maior prosperidade para enfrentarmos a tempestade que temos pela frente”, vincou Truss numa curta conferência de imprensa, dizendo que fez o mais correto ao avançar com uma troca nas Finanças: “Agi decisivamente para assegurar estabilidade económica. Isso é de crucial importância para as pessoas e empresas em todo o país”.

Ao mesmo tempo, anunciou uma inversão de marcha na decisão de congelar os impostos sobre as empresas, o que significa que a taxa vai aumentar de 19% para 25% em abril, medida que permitirá arrecadar uma receita fiscal adicional de 18 mil milhões de libras. Truss reconheceu que partes do seu mini-orçamento “foram além e mais rapidamente do que os mercados estavam à espera”.

“Precisamos de agir agora para assegurar aos mercados a nossa disciplina orçamental”, sublinhou.

Depois de tomar posse a 6 de setembro, Kwarteng fica na história do Reino Unido como o ministro das Finanças com menos tempo em funções desde 1970, num esforço de Truss para recuperar a sua credibilidade e a do seu Executivo, que parecem cercados pelos mercados e pelo próprio Partido Conservador.

Kwarteng estava em viagem nos EUA, a propósito de um evento promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) com ministros das Finanças de todo o mundo, mas teve de encurtar a visita a Washington para se apresentar com urgência em Downing Street para Liz Truss lhe comunicar a sua demissão.

“Pediu-me para me afastar como seu ministro das Finanças. Eu aceitei”, diz a carta de demissão que apresentou junto de Truss e que Kwarteng publicou no Twitter.

Em resposta, Truss disse: “Como amigo e colega de longa data, lamento profundamente perdê-lo no governo. Partilhamos a mesma visão.”

O plano financeiro de Kwarteng para a economia britânica foi apresentado no mês passado e incluía cortes fiscais de mais de 50 mil milhões de euros para animar a economia, mas foi mal recebido pelos investidores, receosos com o impacto das medidas nas contas públicas.

As obrigações do Tesouro afundaram, assim como a libra britânica caiu para mínimos de muitos anos, obrigando o Banco de Inglaterra a intervir no mercado através da compra de títulos de dívida para evitar que os fundos de pensões fossem arrastados para o caos financeiro.

Desde que o plano de choque foi anunciado que Truss e Kwarteng enfrentavam uma crescente pressão para reverter as medidas, com a primeira-ministra a procurar a sobrevivência dentro do partido, já que as sondagens apontavam para uma enorme perda de confiança dos eleitores nos conservadores. Há quem discuta publicamente a sua saída, após substituir Boris Johnson há poucas semanas.

Truss terá agora de encontrar, juntamente com o novo ministro das Finanças – Jeremy Hunt, ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Saúde –, um novo pacote de cortes na despesa pública e aumentos de impostos no sentido de recuperar a credibilidade junto dos investidores e da Câmara dos Comuns, que terá de dar luz verde.

“Se o Governo não fizer uma inversão de marcha, os mercados irão reagir mal”, disse Rupert Harrison, gestor da Blackrock e antigo conselheiro do ex-ministro das Finanças George Osborne no Twitter.

A economista do Credit Suisse Sonali Punhani adiantou que os investidores precisam de ver um plano orçamental credível, no valor de 60 mil milhões de libras em reversões de cortes de impostos anunciados por Kwarteng e mais reduções nos gastos do Governo.

“Será um desafio apresentar cortes nesta dimensão, mas para serem credíveis, estes cortes têm de ser anunciados mais cedo do que tarde”, frisou Punhani, citado pela agência Reuters.

(Notícia atualizada às 16h00)

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Quase 40% das empresas tiveram prejuízos no último ano

Em 2021, os negócios portugueses continuavam menos rentáveis do que antes da pandemia. Vendas recuperaram e autonomia financeira prosseguiu trajetória de crescimento, mostram dados do BdP.

A percentagem de empresas que apresentaram resultados líquidos negativos em 2021 foi de 39,1% em Portugal, tendo descido face ao ano anterior (44,5%), que coincidiu com o início da pandemia, mas ficando ainda acima do valor de referência pré-Covid (36,9%). Está agora ao nível de 2015, após a saída da troika.

Os dados do Banco de Portugal mostram ainda que um terço das empresas (33%) apresentaram EBITDA negativo (38% em 2020) e que em 14,8% dos negócios o EBITDA gerado não foi suficiente para cobrir os gastos de financiamento, quase quatro pontos acima na comparação homóloga.

Ainda assim, na sequência do aumento de atividade e dos níveis de rendibilidade, o banco central indica que “os indicadores de risco apresentaram sinais de melhoria”, tendo a redução da percentagem de empresas em potencial situação de risco sido transversal à generalidade dos setores.

As estatísticas apuradas com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) confirmam que, em 2021, o volume de negócios das empresas aumentou 15,2% face a 2020 e 4,6% em relação a 2019. Porém, na comparação com o nível anterior à pandemia, os setores ligados ao turismo ficaram ainda aquém desse registo.

O boletim publicado esta sexta-feira pelo BdP revela ainda que a rendibilidade do ativo (rácio entre o EBITDA e o total do ativo) subiu para 7,6% em 2021, igualando 2019; e que a rendibilidade dos capitais próprios (rácio entre o resultado líquido e o capital próprio) atingiu 8,3%, mais do que duplicando a percentagem de 2020 (3,5%) e ultrapassando os 7,4% observados em 2019.

Os setores mais penalizados com a quebra da atividade em 2020 — como é o caso dos transportes e armazenagem, e do alojamento e restauração — alcançaram valores de EBITDA positivos em 2021, mas ainda permaneceram com resultados líquidos e rendibilidade dos capitais próprios negativos.

Antes do início da guerra na Ucrânia, as empresas portuguesas mantiveram a trajetória de aumento da autonomia financeira. “No seu conjunto, continuaram a reforçar os capitais próprios, e a autonomia financeira (medida pelo peso do capital próprio no balanço) aumentou para 38,7% (38% em 2020). Este incremento observou-se na generalidade dos setores, com destaque para o dos transportes e armazenagem, que apresentou um aumento de 4,6 pontos percentuais, para 23,4%”, lê-se no relatório do BdP.

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Governo cria reserva estratégica de gás natural

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

Governo criou uma reserva estratégica de gás natural e estabeleceu medidas extraordinárias e temporárias de reporte de informação e de garantia da segurança de abastecimento de gás.

O Governo criou uma reserva estratégica de gás natural e estabeleceu medidas extraordinárias e temporárias de reporte de informação e de garantia da segurança de abastecimento de gás, para vigorarem por dois anos, segundo o diploma publicado esta sexta-feira.

“Não pode excluir-se que eventos extraordinários possam vir a colocar em causa a garantia de abastecimento de gás natural ao Sistema Nacional de Gás (SNG), pelo que importa instituir preventivamente medidas excecionais e temporárias”, explica o Governo, no preâmbulo do decreto-lei publicado em Diário da República.

O diploma determina que os encargos associados à constituição e manutenção da reserva estratégica, incluindo a utilização de infraestruturas reguladas, são integralmente suportados pelos comercializadores de gás em regime de mercado e pelos comercializadores de último recurso retalhistas, mediante prestações pecuniárias mensais a efetuar em benefício da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), com base nos consumos efetivos da sua carteira de clientes.

“Em caso de perturbação da segurança do abastecimento cabe ao membro do Governo responsável pela área da energia, sob proposta do gestor técnico global do sistema, determinar a mobilização da reserva estratégica”, lê-se no diploma.

A ENSE pode proceder à venda parcial da reserva estratégica mediante autorização do membro Governo responsável pela área da energia, mas a venda da reserva estratégica a preço inferior ao do custo médio de aquisição exige ainda autorização do membro do executivo responsável pela área das finanças, e deve ser devidamente fundamentada, segundo o novo regime.

No preâmbulo do diploma, o Governo começa por lembrar que o conflito armado na Ucrânia tem provocado instabilidade no setor energético, colocando desafios adicionais no que respeita não só aos preços, mas também no domínio da segurança de abastecimento de gás.

A instituição de obrigações adicionais de reporte de informação e um mecanismo de último recurso para garantia de abastecimento pelo comercializador do SNG, o maior agente em volume de gás comercializado, estão previstos no diploma, que estabelece a categoria de operador dominante no SNG, bem como o procedimento aplicável à identificação destes operadores, que podem, mediante uma portaria da tutela da energia, ficar sujeitos a obrigações específicas.

Entre estas obrigações estão a cedência de capacidade contratual de aprovisionamento subjacente a contratos de aquisição de gás natural celebrados com entidades de países terceiros à União Europeia e que sejam contratos de longo prazo em regime de ‘take or pay’, a imposição da diversificação das origens de aprovisionamento e, ainda, a possibilidade de obrigação de celebração de acordo de criação de mercado no âmbito do mercado organizado de gás com obrigação de apresentação de ofertas de compra e de venda.

“A determinação destas obrigações depende de um exercício de avaliação da necessidade, proporcionalidade e adequação”, explica o executivo no diploma.

O executivo estabelece, ainda, uma reserva de segurança adicional destinada a garantir a capacidade de cumprimento pelo comercializador das suas obrigações perante a respetiva base de clientes, explicando serem diferentes das reservas de segurança que são calculadas com base nos consumos previstos dos designados ‘consumidores protegidos’.

“Diferentemente, as reservas de segurança adicionais previstas no presente decreto-lei têm por base, para além destes consumidores, toda a base de clientes de cada comercializador, atento o interesse público de garantia da segurança de abastecimento”, justifica.

Para além disso, também no domínio da segurança de abastecimento de gás, o Governo decide reforçar as reservas do SNG “fazendo acrescer às reservas de segurança existentes uma reserva estratégica” da titularidade do Estado.

Ainda neste âmbito, o diploma cria um mecanismo competitivo de participação livre de grandes consumidores finais de gás destinado a assegurar a colocação no mercado dos excedentes voluntariamente gerados pela redução de consumo daqueles consumidores e que será acionado pelo gestor técnico global do sistema quando se verifique uma falha de abastecimento em resultado do incumprimento por parte de um comercializador do SNG, que não possa ser suprida pela aquisição do gás necessário para o efeito em mercado organizado gestor técnico global do sistema.

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Menos de um terço dos frigoríficos é eliminado corretamente

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

A não recolha adequada dos gases de refrigeração dos frigoríficos levou à libertação de 78,6 toneladas de gases, equivalente a 226 mil toneladas de dióxido de carbono.

Menos de um terço dos frigoríficos velhos foi eliminado corretamente em 2020, levando à libertação de gases com efeito de estufa equivalentes a 2,6 milhões de viagens de carro Lisboa-Porto, ida e volta, indica um estudo divulgado esta sexta-feira.

O estudo, da associação ambientalista Zero, é divulgado a propósito do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, e dá conta de que a não recolha adequada dos gases de refrigeração dos frigoríficos levou à libertação de 78,6 toneladas desses gases, que são equivalentes a 226 mil toneladas de dióxido de carbono.

Os gases de refrigeração utilizados nos frigoríficos possuem, muitos deles, um elevado potencial de aquecimento global, nota a Zero num comunicado sobre o estudo e sobre o Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, instituído para sensibilizar a população mundial para a importância da reciclagem e reutilização dos resíduos em causa.

Deixar que esses gases se libertem “equivale aos gases de estufa libertados em 2,6 milhões de viagens ida e volta de um carro a gasolina entre Lisboa e o Porto”, salienta-se no comunicado.

Segundo os dados da associação, em 2020 apenas foram recolhidos e encaminhados para tratamento adequado 27,8% dos frigoríficos que foram descartados nesse ano, pelo que nos restantes o gás na espuma e nos compressores dos frigoríficos acaba por ser libertado para a atmosfera.

Mas a Zero alerta também que cerca de 40% dos frigoríficos que chegam às empresas de tratamento já não possuem compressor (motor), sendo que em muitos dos casos os compressores contêm pouco ou nenhum gás, uma vez que possuem os circuitos exteriores danificados.

No estudo a Zero identifica três razões para a “má gestão dos frigoríficos”, uma delas porque a maioria dos comerciantes não recolhe o frigorífico velho quando entrega um novo.

Apesar a lei obrigar a essa recolha, diz a Zero que os dados indicam que a lei não está a ser cumprida e que só 30% dos frigoríficos usados estão a ser recolhidos e encaminhados para tratamento.

Outro motivo para a má gestão, ainda de acordo com o comunicado, prende-se com o ecovalor pago por quem coloca os frigoríficos no mercado ser demasiado baixo para cobrir os custos de recolha e tratamento, e o terceiro com a falta de inspeção das empresas (sucateiros) que recebem ilegalmente frigoríficos usados e não tiram nem tratam os gases de refrigeração.

No Dia Internacional dos Resíduos Elétricos o Electrão, uma das entidades gestoras de, nomeadamente, equipamentos elétricos e eletrónicos, divulgou também um estudo internacional que dá conta que em cada casa europeia existem em média 74 pequenos equipamentos elétricos, 13 deles fora de uso, ainda que sete deles funcionem (só não são utilizados).

O estudo, entre junho e setembro deste ano, baseou-se num inquérito em seis países: Portugal, Países Baixos, Itália, Roménia, Eslovénia e Reino Unido.

Num comunicado o Electrão cita estimativas que indicam que estão em utilização no mundo cerca de 16 mil milhões de telemóveis, com cerca de 5,3 mil milhões a ser transformados em resíduos até final do ano, ainda que só uma pequena parte seja corretamente encaminhada para reciclagem.

Além de telemóveis, outros pequenos aparelhos elétricos são muitas vezes colocados no lixo comum, perdendo-se assim materiais raros que podiam ser reaproveitados, nota-se no comunicado.

Segundo o Electrão os telemóveis lideram em Portugal os equipamentos elétricos que os portugueses mais acumulam em casa sem utilizar, seguindo-se os acessórios de informática e os pequenos eletrodomésticos.

O estudo indica que o que principalmente leva os portugueses a conservar equipamentos que não usa é a crença de que poderá usar esses objetos no futuro.

A propósito do dia que hoje se comemora o Electrão desenvolveu uma instalação de equipamentos elétricos na zona de Belém, em Lisboa, para alertar para a importância da reciclagem dos equipamentos elétricos usados e para o papel e a responsabilidade que cada cidadão tem nesta ação.

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Politécnico de Viana do Castelo investe mais de 15 milhões em novas residências universitárias

Politécnico de Viana do Castelo reforça alojamento com investimento superior a 15 milhões de euros na construção de três novas residências universitárias.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vai investir mais de 15 milhões de euros em três novas residências universitárias com 477 camas, avançou a instituição de Ensino Superior Público. “O IPVC, que, a nível nacional, já era uma das instituições de ensino superior com maior número de camas, vai, a curto prazo, quase duplicar a sua oferta de alojamento estudantil a custos acessíveis”, assegura a entidade.

Entre as novas residências está uma de raiz no campus da Praia Norte, em Viana do Castelo, onde está instalada a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e que envolve um investimento de quase 14 milhões de euros. Este projeto prevê a construção de 400 novas camas, ou seja, 160 quartos duplos e todos com casa de banho privativa.

Na prática, são 40 quartos individuais, mais dez adaptados para pessoas com mobilidade condicionada, dez estúdios individuais e dez estúdios duplos. Cantina e bar, centro de saúde e área de fitness são algumas das valências previstas para este espaço.

Para uma segunda residência, desta feita, em Valença, para os alunos da Escola Superior de Ciência Empresariais (ESCE), está previsto um financiamento na ordem dos 1.812.600 euros com 56 camas, ou seja, 24 quartos duplos e mais oito individuais, também todos com casa de banho privativa.

Por fim, a renovação da Escola Primária de Prado, em Melgaço, que será depois uma residência académica da Escola Superior de Desporto e Lazer vai disponibilizar 21 camas — sete quartos duplos, mais seis individuais e um quarto para pessoas com mobilidade condicionada, todos com casa de banho privativa também. A autarquia de Melgaço estima que esta obra, com um custo de 680 mil euros, esteja concluída no final do próximo ano.

Estas duas novas residências resultam de parcerias entre as câmaras municipais de Valença e Melgaço com o IPVC.

O politécnico teve ainda aprovação do PRR de financiamento para o projeto de renovação da residência do seu Centro Académico. Este projeto, que envolve um investimento na ordem dos 1.512.842 euros, contempla, segundo o IPVC, “a reconversão dos quartos de tipologia tripla e quádrupla em tipologia dupla e individual com casa de banho privativa”.

As obras englobam ainda “a renovação de um conjunto adicional de espaços”, como opas, salas de estudo e bares “de modo a assegurar qualidade aos residentes ao nível do seu descanso, higiene, estudo e lazer individual”, conclui o politécnico.

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Cabaz de bens essenciais estabiliza nos 210 euros pela terceira semana

Monitorização feita pela Deco revela que o preço de um cabaz de bens essenciais estabilizou em cerca de 210 euros pela terceira semana. Conheça os produtos que mais encareceram.

O preço de um cabaz de bens essenciais estabilizou em cerca de 210 euros pela terceira semana consecutiva, segundo as contas realizadas pela Deco. Ainda assim, o açúcar, a laranja, o carapau, o grão e a farinha foram os cinco produtos que mais aumentaram de preço na última semana.

Em causa está a monitorização feita desde final de fevereiro a 63 produtos alimentares essenciais, que incluem o peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

A invasão russa à Ucrânia veio puxar ainda mais pelo preços da energia, agravando a escalada de preços de diversos produtos alimentares. Desde então, o preço de um cabaz de bens essenciais encareceu 26,88 euros, o que representa um aumento de 14,64% face ao valor registado a 23 de fevereiro, totalizando já os 210,51 euros.

Evolução do preço do cabaz de produtos alimentares monitorizado pela Deco:

Fonte: DecoFonte: Deco

Não obstante, as oscilações de preços são variáveis em termos semanais. Na última semana analisada (de 5 a 12 de outubro), o custo do cabaz monitorizado pela Deco recuou 32 cêntimos face aos 210 euros estimados na semana de 28 de setembro a 5 de outubro. Contas feitas, o preço do cabaz de bens essenciais está estável em torno dos 210 euros há três semanas consecutivas.

Na última semana — isto é, entre 5 a 12 de outubro –, os produtos que mais aumentaram de preço foram “o açúcar branco (mais 17%), a laranja (mais 12%), o carapau (mais 10%), o grão cozido (mais 9%), a farinha para bolos (mais 9%), o leite meio-gordo (mais 9%), a curgete (mais 8%), as salsichas (mais 8%), o azeite virgem extra (mais 7%) e o tomate (mais 7%)”.

Produtos que mais aumentaram de preço na última semana:

Perante a análise dos dados relativos às várias semanas analisadas é possível ainda verificar que o maior aumento semanal foi registado entre 9 e 16 de março. Nessa semana, o mesmo cabaz encareceu 7,94 euros, passando a custar 191,58 euros, face aos 183,64 euros estimados a 9 de março.

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Combustíveis voltam às subidas. Gasóleo sobe 6,5 cêntimos e a gasolina cinco na próxima semana

Na próxima semana, deverá passar a pagar 1,921 euros por litro de gasóleo simples e 1,875 euros por litro de gasolina simples 95.

Na próxima semana, quando for às bombas, vai voltar pagar mais para encher o depósito. O litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, vai aumentar 6,5 cêntimos, enquanto o litro de gasolina deverá subir cinco cêntimos, de acordo com os dados avançados ao ECO por uma fonte do mercado.

Assim, deverá passar a pagar 1,921 euros por litro de gasóleo simples e 1,875 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas esta segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras. Os preços ainda podem sofrer um ajustamento, não só para ter em conta o fecho das cotações do brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial, mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras.

Estes valores incorporam os novos descontos aplicados no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Em outubro o Governo decidiu reduzir o desconto em 4,4 cêntimos na gasolina e 0,1 cêntimos no gasóleo, porque os preços dos combustíveis estavam a começar a abrandar. No entanto, com o corte na produção de crude por parte dos países da OPEP+ numa magnitude sem precedentes desde a pandemia — dois milhões de barris por dia — o “ouro negro” disparou.

Esta semana, o preço do gasóleo subiu 10,4 cêntimos, e não 11,5 como inicialmente se apontava, mas a gasolina, em vez de subir sete cêntimos, disparou 12,4 cêntimos. A subida mais elevada desde que existem dados disponíveis, que poderá ser parcialmente justificada pelo facto de o barril ter brent ter disparado 3,7% face ao dia anterior.

Caso se venham a verificar as subidas previstas para a próxima semana, significa que é preciso recuar a 17 de julho para encontrar o preço por litro do diesel mais caro e, no caso da gasolina, recuar a 1 de agosto.

O brent está a cair — 0,81% para os 93,77 dólares por barril — mas está a caminho de mais uma semana de valorizações. Na quinta-feira, fechou a ganhar 2%, após os relatórios que apontavam para níveis de stock de gasóleo mais baixos do que seria de esperar, em antecipação do inverno. Um dado que fez disparar as compras de combustíveis, ajudando a inflacionar os preços.

Esta semana o barril que serve de referência às compras europeias está a valorizar 2,4% face à semana anterior, no acumulado. E nem a componente cambial ajuda, já que o euro está a perder 0,5% face ao dólar, o que torna as compras ainda mais caras, já que são denominadas em dólares.

Evolução do preço do Brent em Londres

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Com sala de meditação, workcafé e consultório médico. Cofidis inaugura nova sede em Lisboa

Nova sede está instalada nas Natura Towers, na zona do Lumiar, em Lisboa. A operação de aquisição das torres implicou um investimento de 46,5 milhões de euros. A empresa está a recrutar.

A Cofidis inaugura esta sexta-feira a nova sede da companhia, em Lisboa. As Natura Towers marcam assim uma nova fase da empresa em Portugal e refletem três eixos estratégicos: sustentabilidade, transformação e abertura ao exterior. Um consultório médico, ginásio, espaço de amamentação e até uma sala onde é possível meditar são algumas das novidades. Foram, ainda, criados um workcafé, um restaurante e áreas exteriores de lazer. A operação de aquisição das torres, situadas na zona do Lumiar, implicou um investimento de 46,5 milhões de euros. A empresa tem 750 colaboradores em Portugal e está a recrutar. Tem cerca de 20 vagas.

“Durante o processo de renovação apostámos no equilíbrio entre a tecnologia, saúde, bem-estar e ecologia, privilegiando fornecedores e materiais sustentáveis fabricados em Portugal. Por isso, um pouco por todo o edifício vemos burel, cortiça e madeira. As Natura Towers destacam-se por terem sido recuperadas com os mais elevados standards de eficiência ambiental, onde se realçam os painéis fotovoltaicos na cobertura e parede, recuperação da água nos tetos e nas praças, jardins verticais, iluminação 100% natural“, detalha Margarida Pena, diretora de marca da Cofidis Portugal, à Pessoas.

“Desta forma, proporcionamos condições únicas de trabalho, comprovando o nosso compromisso com o bem-estar dos colaboradores, através da disponibilização de consultório médico, ginásio, espaço de amamentação, uma sala de jogos e salas que privilegiam o silêncio e onde é possível meditar”, continua.

O edifício acelera também a transformação do negócio, digital e cultural. “As Natura Towers estão equipadas com tecnologia e espaços que nos permitem colaborar à distância como se estivéssemos juntos, com espaços colaborativos, de lazer e de criatividade, para que cada um encontre o local que melhor se adapta às suas necessidades”, justifica.

O terceiro eixo estratégico que a empresa pretende reforçar com a nova sede é a abertura, não só aos clientes e parceiros, mas também à comunidade, desde vizinhos do bairro a jovens universitários. “Queremos cocriar experiências relevantes. Por isso, abrimos um restaurante, um workcafé e áreas exteriores de lazer e desporto que acreditamos que venham fazer a diferença para o desenvolvimento de diversas iniciativas locais.”

Queremos cocriar experiências relevantes. Por isso, abrimos um restaurante, um workcafé e áreas exteriores de lazer e desporto que acreditamos que venham fazer a diferença para o desenvolvimento de diversas iniciativas locais.

Margarida Pena

Diretora de marca da Cofidis Portugal

Em termos de organização de trabalho, as equipas distribuem-se em “clusters” de afinidade funcional, modelo que a empresa considera ser “acelerador da colaboração”. “Os novos escritórios apresentam uma configuração em open space com postos de trabalho flexíveis para desenvolver a colaboração, estimular a criatividade e assegurar uma comunicação fluida”, assegura.

Questionada sobre o regime laboral em que está a operar, a companhia disse apenas que os colaboradores da Cofidis trabalham num “modelo flexível”, “respeitando as necessidades dos colaboradores e de cada equipa”.

Empresa a recrutar

Com mais de 700 colaboradores em Portugal, a Cofidis está a recrutar. A companhia tem cerca de 20 ofertas de emprego por preencher. Procura profissionais para preencher vagas nas áreas de IT, data, digital e product management.

Percorra a fotogaleria para conhecer a nova sede da Cofidis:

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STE diz que Governo poderá antecipar subida de um nível remuneratório para técnicos superiores

STE confiante que Governo poderá antecipar subida de nível para técnicos superiores. Frente Comum critica valores que ficam "aquém da perda de poder de compra" e admite greves.

Depois de já ter apresentado a proposta de Orçamento do Estado para 2023, o Governo avançou para reuniões suplementares com os sindicatos da Função Pública. O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) sinaliza que o Executivo poderá ter abertura para antecipar a subida de mais um nível remuneratório para alguns técnicos superiores, que estava prevista ocorrer ao longo da legislatura. Já Frente Comum critica a proposta que diz ser de “empobrecimento”.

“Estamos ainda num processo, ainda que tenha sido suplementar, que pode eventualmente trazer algumas diferenças em relação ao que foi proposto no início“, adiantou Maria Helena Rodrigues, do STE, à saída da reunião com o Governo. Poderá estar em causa “nos próximos dois anos, uma antecipação do que estava previsto de uma progressão ao longo dos quatro anos”, adiantou.

Na sexta-feira, a secretária de Estado da Administração Pública já tinha adiantado que alguns técnicos superiores, nomeadamente os da terceira e quarta posições da tabela remuneratória, poderiam ter um aumento de 104 euros já no próximo ano (ou seja, um aumento de dois níveis). O STE propôs que fossem abrangidos por este salto os trabalhadores do terceiro ao oitavo nível.

Esta antecipação podia “representar um valor que tem significado”, admite, mas está ainda em negociação. O Governo não se comprometeu com esta ideia, mas o STE sinaliza que poderá existir abertura para o negociar, apesar de “não ter margem ainda”. “Não há garantia, mas não significa que não aconteça”, diz Maria Helena Rodrigues.

Frente Comum admite “perfeitamente” greves este ano

Já a Frente Comum saiu com uma ideia diferente: não houve avanços nos valores ou detalhes propostos para o próximo ano, adiantou o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, após a primeira reunião do dia. Perante esta “proposta de empobrecimento”, Sebastião Santana admite que o sindicato “pode perfeitamente” avançar para greves ainda este ano.

“O Governo manteve a mesma proposta que trouxe, que é uma proposta de empobrecimento”, começou por dizer aos jornalistas, à saída da reunião com a ministra da Presidência e a secretária de Estado da Administração Pública. “O que estamos a falar fica muito aquém da perda de poder de compra”, reitera.

O dirigente sindical defende que o Governo “tem espaço, tem tempo e tem orçamento para resolver este problema” na Administração Pública. Mas nesta nova ronda de reuniões “manteve-se tudo na mesma”. Sebastião Santana aponta, assim, que a “maioria absoluta está a fazer o contrário do que disse”, que era ter “abertura para negociação”.

Tendo em conta esta posição, onde o Governo apenas cedeu no subsídio de refeição, os trabalhadores não vão “aceitar de ânimo leve esta proposta, que é de empobrecimento, não é de outra coisa”, assegura o coordenador da Frente Comum. O futuro da contestação sindical ainda está em discussão, mas, questionado sobre se uma greve na Função Pública pode ocorrer ainda este ano, assegurou que isso “pode perfeitamente” acontecer.

“Vamos avaliar isso no quadro dos sindicatos da Frente Comum”, adiantou Sebastião Santana, acrescentando que vão acontecer reuniões esta sexta-feira e, “provavelmente, durante o fim de semana”.

Por outro lado, o secretário-geral da Fesap destacou que da reunião com o Governo resultaram “dois aspetos essenciais”, nomeadamente no que concerne aos aumentos salariais anuais “onde verdadeiramente a proposta que o Governo pôs em cima da mesa é insuficiente e conduz a que percentagens muito significativas de trabalhadores em 2023 percam poder de compra pela inflação”, apontou José Abraão.

Nesse sentido, José Abraão sinalizou que voltou a chamar a atenção para a necessidade de aumentar o subsídio de alimentação ou as ajudas de custo. “Não conseguimos compreender onde [o Governo] foi buscar o 2% para uma inflação de 8% provavelmente em 2022% e será superior provavelmente a 5% em 2023”, afirmou o dirigente.

Outra das questões abordadas pela Fesap diz respeito às “medidas plurianuais”. E, aqui, houve algumas clarificações, alguns avanços”, realçou José Abraão, referindo também que “há um conjunto de outras questões que tem haver com valorizações de carreiras”, nomeadamente dos assistentes técnicos, assistentes operacionais técnicos superiores ou das carreiras especiais.

Nesse contexto, a Fesap revelou que vai reunir na próxima quarta-feira para “analisar as propostas”, mas sublinha que “é necessário que o Governo se comprometa a ir um pouco mais além”.

O Governo propôs aumentos entre 2% a 8% para os funcionários públicos no próximo ano, contemplando uma subida mínima de cerca de 52 euros para todos. Além disso, decidiu subir o subsídio de refeição dos atuais 4,77 euros para 5,20 euros, depois de uma segunda reunião com os sindicatos, onde sinalizaram que a margem orçamental para a Função Pública está esgotada.

(Notícia atualizada às 14h44 com as declarações do secretário-geral da Fesap)

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Trabalhar no metaverso: ficção científica ou vida real?

  • PESSOAS + EY
  • 14 Outubro 2022

O mundo que conhecemos parece muito diferente. A revolução tecnológica tem um impacto gigante e surgem inúmeros avanços que nos desafiam a explorar novas possibilidades, como o metaverso.

Este é um ambiente virtual imersivo, construído por meio de diversas tecnologias, como a realidade virtual, realidade aumentada, hologramas e avatares, e surge como a nova evolução da internet, pelo que está pronto para remodelar o mundo.

De acordo com os visionários de algumas empresas, como Facebook/Meta, Microsoft e outras grandes tecnológicas, serão esperados novos níveis de conectividade social, mobilidade e colaboração. Recentes estudos revelam ainda que um quarto da população passará pelo menos uma hora por dia no metaverso em 2026.

Esta nova realidade impactará em diversas dimensões da nossa vida, nomeadamente, nas relações sociais, no entretenimento, na educação, no comércio e no mundo do trabalho. O que me levou a questionar: trabalhar no metaverso será mesmo possível ou estaremos nós num filme de ficção científica?

O metaverso é um ambiente virtual imersivo, construído por meio de diversas tecnologias, como a realidade virtual, realidade aumentada, hologramas e avatares, e surge como a nova evolução da internet.

Bill Gates prevê que a maioria das reuniões virtuais irá evoluir das grelhas de imagem 2D para o 3D com avatares digitais no metaverso. Mas além disto, qual será o impacto para o mundo do trabalho? Quais poderão ser os benefícios e os desafios que teremos de antecipar?

Refletindo em primeiro lugar nos benefícios, naturalmente que com esta transformação surgirão novas funções assentes em skills e competências muito relacionadas com a tecnologia, outras ganharão maior influência como, por exemplo, designers gráficos, analistas de sistemas, web developers, entre outras, o que irá trazer novas oportunidades no mercado de trabalho.

O metaverso traz ainda a possibilidade de oferecer experiências sensoriais que poderão impactar positivamente a gestão de pessoas. Tanto ao nível dos processos de recrutamento, através da gamificação e de um ambiente virtual que permita avaliar de forma realistas as competências e o fit do candidato, como ao nível da formação com salas virtuais e experiências de aprendizagem mais impactantes. Ao nível da diversidade e inclusão, verifica-se que a realidade virtual permite alargar o leque de oportunidades para pessoas portadoras de necessidades especiais, e, com isto, pode tornar-se mais inclusivo.

Adicionalmente, o metaverso poderá potenciar a colaboração e a interação entre pessoas, com a utilização dos avatares que, mesmo a longas distâncias, permitem dialogar e recriar situações reais no mundo virtual.

Beatriz Marques, Manager EY, People Advisory Services

Relativamente aos desafios que poderemos vir a endereçar, destaca-se, por um lado, os elevados recursos tecnológicos e financeiros, que nem todas as organizações têm capacidade de assegurar. Por outro lado, surgem questões ainda mais complexas, como o equilíbrio entre o mundo virtual e o mundo físico, e a possível exaustão digital, pelo que terão de continuar a ser desenvolvidas políticas de trabalho que garantam um ambiente saudável. É ainda possível destacar a preocupação com as questões éticas, comportamentais e de privacidade, isto é, potenciais conflitos, assédios, partilha de dados relevantes, entre outros, que têm tendência a expandir-se em ambientes virtuais, e será fulcral criar consciência social e guidelines daquilo que é e não é permitido.

Assim, concluo que tudo isto ainda é muito recente, está em fase embrionária e existem muitas possibilidades em aberto, mas parece ter um enorme potencial para se tornar real. Os próximos anos serão decisivos, e caberá às organizações e às pessoas uma enorme flexibilidade para se ajustarem às novas demandas.

Texto por Beatriz Marques, Manager EY, People Advisory Services.

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Estes foram os vencedores dos FT Innovative Lawyer Awards de 2022

Cuatrecasas, Deloitte Legal, Ecija e Vieira de Almeida foram os escritórios a operar em Portugal que levaram para casa alguns prémios nos FT Innovative Lawyer Awards de 2022.

Esta quinta-feira foram revelados em Londres os vencedores dos prémios anuais FT Innovative Lawyer Awards de 2022, promovidos pelo Financial Times. Cuatrecasas, Deloitte Legal, Ecija e Vieira de Almeida foram os escritórios a operar em Portugal que levaram para casa alguns prémios.

A Ecija foi o escritório que somou mais troféus, vencendo no total em duas categorias: “Most innovative law firm in Europe (outside the UK)” e “Professionalising business services”.

É com enorme satisfação e um orgulho imenso que recebemos esta distinção. É o justo reconhecimento pelo trabalho que temos vindo a desenvolver em conjunto com os nossos colegas espanhóis e que culminou na concretização de projetos que certamente irão marcar a história da advocacia nacional e, porque não dizê-lo, internacional. Uma palavra para os restantes nomeados que, não vencendo, pela sua excelência, tornaram esta nossa vitória ainda mais relevante”, refere Fernando Antas da Cunha, managing partner da Antas da Cunha Ecija (Ecija Portugal).

A sociedade liderada por Paula Gomes Freira, a Vieira de Almeida, venceu na categoria de “Innovation in long term strategies for success”, sendo o único escritório português vencedor na cerimónia.

A Cuatrecasas venceu na categoria de “Innovation using data”. Por fim, a Deloitte Legal foi a vencedora da categoria de “Innovation in adjacent services”.

Pode conhecer todos os nomeados aqui. Os prémios Financial Times Innovative Lawyers Europe são dos mais prestigiados a nível europeu na área do Direito. Anualmente distinguem as sociedades e os projetos mais inovadores do continente.

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Avaliação ambiental estratégica vai estudar aeroporto para 50 anos

Análise estratégica do novo aeroporto vai considerar meia década de operação, período que coincide com o fim da concessão da ANA. Estudos para localização em Santarém terão de ser validados.

A análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa vai considerar um prazo operacional de 50 anos, indica a resolução do Conselho de Ministros publicada esta sexta-feira de manhã. Entre os muitos estudos que terão de ser desenvolvidos pela Comissão Técnica está a validação do trabalho já desenvolvido pelos promotores privados do projeto do aeroporto em Santarém.

O diploma confirma que serão avaliados cinco cenários: dois em que o Aeroporto Humberto Delgado e o do Montijo assumem o estatuto de infraestrutura principal ou complementar; outro em que o aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete substitui na íntegra o de Lisboa; um quarto em que o aeroporto em Santarém assume um papel complementar ao Humberto delgado; e um quinto em que Santarém substitui na íntegra a atual infraestrutura em Lisboa.

A resolução sublinha que os estudos para a opção do Aeroporto do Montijo como infraestrutura principal não foram desenvolvidos e que os feitos para Alcochete estão desatualizados. Além disso “importa validar os estudos realizados pelos promotores da nova localização perto de Santarém envolvida nas opções estratégicas 4 e 5”.

A Comissão Técnica poderá ainda “realizar, rever e avaliar os estudos, projetos e planos sobre outras opções estratégicas para aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa, desde que tecnicamente fundamentadas”.

Nas análises “deve ser considerado um prazo operacional aeroportuário de 50 anos”, que é quando termina a atual concessão da ANA. No entanto, o Governo determina que o estudo da previsão da procura aeroportuária (passageiros, operações e carga) na região de Lisboa seja ainda mais longo, até 2067, somando cinco anos ao ano previsto do fim da concessão (2062).

A Avaliação Ambiental Estratégica terá de avaliar as dimensões aeroportuária, operacional, acessibilidades, financeira, incluindo das infraestruturas conexas e complementares, económica, social, jurídica, ambiental e o prazo de execução. São criados grupos de trabalho, cada um com um coordenador, para as várias dimensões.

No plano das acessibilidades, por exemplo, está previsto o “estudo da articulação das futuras infraestruturas rodoferroviárias com a Terceira Travessia do Tejo (TTT) e consequente integração na rede existente” e da localização de uma nova estação terminal na zona do aeroporto nos casos do Montijo como infraestrutura principal e de Santarém em substituição do Humberto Delgado.

No plano financeiro, os estudos terão de avaliar todos os impactos macroeconómicos (PIB, exportações, emprego, receita do Estado com impostos, etc.) associados a cada opção. É também pedida uma análise detalhada às taxas aeroportuárias, com o estudo da “regulação económica do Contrato de Concessão vigente, quanto aos mecanismos de reajuste de taxas e encargos ao longo do contrato, considerando custos de operação e manutenção e investimento das opções estratégicas”. Prevê-se também a comparação “da estrutura existente de taxas e encargos das alternativas com relação a outros aeroportos presentes no benchmark do Contrato de Concessão”.

O Governo quer ainda que se estimem “os encargos financeiros decorrentes da desativação e renaturalização do Aeroporto Humberto Delgado e os eventuais benefícios resultantes da rentabilização dos terrenos onde o mesmo está implantado”.

Comissão Técnica tem dois meses para apresentar cronograma dos trabalhos

Segundo a resolução, o coordenador da Comissão Técnica terá de ser nomeado no prazo de 30 dias, sendo designado pelo primeiro-ministro, sob proposta conjunta do presidente do Conselho Superior de Obras Públicas (CSOP), do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) e do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). A Comissão Técnica tem até meados de dezembro (60 dias) para apresentar o cronograma de trabalhos, ouvida a Comissão de Acompanhamento.

Os presidentes do CSOP, CNADS e CRUP vão também propor o estatuto remuneratório do coordenador-geral, que será definido na respetiva designação. Este irá, por sua vez, determinar o estatuto remuneratório dos coordenadores das equipas de projeto. A “a remuneração dos técnicos superiores é fixada até ao nível 70 da tabela remuneratória única dos trabalhadores que exercem funções públicas”, o que equivale a 4.082,05 euros. Todas as despesas de funcionamento serão suportadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

A Comissão Técnica tem até 31 de dezembro para entregar o relatório final ao ministro das Infraestruturas. O seu mandato termina a 31 de março de 2024.

É também criada uma Comissão de Acompanhamento dos trabalhos da Comissão Técnica, presidida pelo presidente do Conselho Superior de Obras Públicas e que integra, além de várias personalidades ligadas à academia, ao ambiente ou ao turismo, os presidentes das câmaras municipais de todos os concelhos abrangidos pelas diferentes localizações.

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