ERC sugere que seja avaliada uma “reorganização da paisagem radiofónica nacional”

  • Lusa
  • 30 Junho 2022

A Entidade Reguladora da Comunicação Social considera que existe uma "distribuição assimétrica" do meio rádio e sugere que seja avaliada uma "reorganização da paisagem radiofónica nacional"

Os distritos de Lisboa, Porto e Aveiro concentram 25% dos serviços de programas locais de rádio e 23% dos concelhos não possuem qualquer rádio licenciada, evidenciando uma “distribuição assimétrica” deste meio pelo país, conclui um estudo da ERC.

Divulgado hoje pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o estudo ‘A Rádio em Portugal. Uma década de intervenção regulatória’ analisa a evolução do setor da rádio em Portugal na última década e aponta “uma distribuição assimétrica da disponibilidade deste meio nas várias regiões do país, comparando os maiores centros populacionais com zonas mais interiorizadas, despovoadas e envelhecidas”.

Para tentar solucionar este problema, a ERC “considera pertinente proceder-se a uma avaliação prospetiva e estratégica da reorganização da paisagem radiofónica nacional”.

Para tal, aponta “as possibilidades já abertas pelo regime jurídico em vigor de implementação de serviços de programa regionais, abrangendo um conjunto de dois ou mais municípios contíguos (e áreas limítrofes) ou, nas regiões autónomas, uma ilha com mais do que um município”.

Segundo o regulador, no futuro será também “fundamental valorizarem-se as estruturas de menor dimensão, na medida em que cumprem um serviço público tangível e insubstituível, através de mecanismos que assegurem as condições para o exercício da sua atividade, como apoios públicos adequados, garantindo ao mesmo tempo uma maior transparência do setor”.

De acordo com a análise da ERC, a intervenção regulatória ao longo de uma década “espelha o dinamismo do setor, em especial nos primeiros anos de vigência do atual regime jurídico, com incidência sobretudo em alterações de domínio, cessões, modificações de projeto e transmissão em cadeia”.

Assim, entre 2011 e 2020, o Conselho Regulador aprovou 483 deliberações sobre rádio, das quais 96 dizem respeito a pedidos de alteração de domínio, 87 a modificações de projeto, 36 a cessões de serviços de programas, 28 a pedidos de associações e 26 a projetos de parcerias.

Nesta reconfiguração a ERC diz ser patente “um padrão de desenvolvimento a duas velocidades, comparando as grandes rádios com as pequenas rádios hertzianas tradicionais”.

No que se refere ao desempenho económico-financeiro do setor, o estudo apurou que, em 2019, as entidades de rádio somavam mais de 411 milhões de euros em ativos, o correspondente a cerca de 30% do total do setor da comunicação social português. Deste montante, quase 320 milhões correspondiam aos ativos da RTP (não permitindo a informação financeira disponível desagregar o segmento da rádio).

“Assim, pode dizer-se que os ativos do segmento de entidades de rádio em Portugal, excluindo a RTP, mas incluindo os negócios de rádio de grandes grupos de media nacionais com investimento significativo neste segmento, como a Global Notícias – Media Group (TSF), o Grupo Media Capital (Rádio Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM, Vodafone) ou a Rádio Renascença (Renascença, RFM, Mega Hits), atingiram 91.611.383,72 euros, cerca de 7% dos ativos totais do setor”, lê-se no estudo.

Da análise resulta ainda que “as entidades de rádio são de pequena dimensão, tanto em termos de ativos como de receitas operacionais”: “Em 2019, quase metade tinha ativos inferiores a 100 mil euros e mais de metade receitas no mesmo intervalo”, precisa.

Também evidenciado pelo estudo é que “a inserção de uma linha de negócio relacionada com a internet representa uma melhoria nos resultados operacionais médios das empresas”, sendo notório que “aquelas com menores resultados operacionais, em termos médios, operam em linhas de negócio que não incorporam uma componente tecnológica”.

“Tendo presente que a média de resultados operacionais ou EBITDA [resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] do setor da comunicação social como um todo foi 84 mil euros, constata-se que existem vários segmentos com presença da rádio abaixo dos níveis globais, integrando todos eles uma linha de publicações periódicas”, lê-se ainda no trabalho, segundo o qual “pode afirmar-se que o segmento da rádio é um negócio excedentário, mas de baixas margens, onde apenas alguns formatos de negócio são rentáveis e sólidos”.

Assim, “cerca de 62% das entidades apresentaram resultados líquidos positivos e 67% resultados operacionais ou EBITDA positivo”, sendo as entidades que apresentaram valores negativos, “na sua larga maioria (mais de 90%), operadores monomédia de rádio hertziana”.

Em termos de capitais próprios, 24% das entidades apresentaram capitais próprios negativos, um valor em linha com os 25% das empresas portuguesas na mesma situação calculado pela Central de Balanços do Banco de Portugal.

E, se 76% das entidades de rádio apresentavam capitais próprios positivos, o facto é que a proporção de capitais próprios para o ativo médio foi negativo no total agregado, “a refletir a influência da rádio hertziana”.

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Omnicom Media Group lança consultora TRKKN Portugal

O Omnicom Media Group anunciou o lançamento da TRKKN Portugal, consultora especializada em análise digital e gestão de informação na cloud e parceira da Google.

O Omnicom Media Group anunciou o lançamento da TRKKN Portugal, consultora especializada em análise digital e gestão de informação na cloud e parceira da Google. A consultora será liderada por Tiago Branco, atual chief transformation officer no Omnicom Media Group Portugal.

Apoiar a jornada de transformação digital e de dados dos nossos clientes tem sido um desafio crescente, enquanto procuramos manter um desenvolvimento sustentável dos negócios e a capacidade de apresentar soluções inovadoras perante as constantes mudanças do mercado e do consumidor. A TRKKN Portugal assume esta missão com grande entusiasmo e a capacidade de criar parcerias de confiança que permitam aos nossos clientes crescer e atingir os seus objetivos, criando ligações ainda mais profundas com os consumidores”, refere o diretor-geral da TRKKN Portugal, em comunicado.

Estar na linha da frente desta aposta da OMG nas áreas de Analytics e consultoria cloud é crucial para as empresas e marcas, pois vem dar resposta às suas novas necessidades e ajuda-nos a manter o elevado nível de serviços diversificados que a Omnicom oferece, no nosso país” acrescenta Luís Mergulhão, CEO do grupo em Portugal.

Portugal é o sexto mercado no qual a TRKKN é lançada. Nas próximas oito semanas, o plano de expansão prevê a presença da consultora em 13 países (Austrália, Dinamarca, Nova Zelândia, Holanda, Singapura, Turquia, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos da América). Numa segunda fase de expansão, nos próximos três a seis meses, a consultora será lançada em países da Ásia-Pacífico, Médio Oriente e América Latina.

Sediada na Alemanha, e até agora com operações na Áustria, Alemanha, Espanha, Suécia e Suíça, a TRKKN foi fundada em 2008 por antigos funcionários da Google e integra o Omnicom Media Group desde 2015.

“Já no âmbito da OMG, a empresa alargou a sua oferta de serviços, para além da venda de produtos e tecnologia Google, para outros serviços focados no apoio às empresas, especializando-se na gestão e análise da informação digital na cloud, data science, analytics, ad-tech, inteligência artificial e experiência do consumidor, oferecendo maior flexibilidade às marcas numa era de operações híbridas e de modelos in-house“, enquadra o Omnicom MEdia Group.

Já em este mês o grupo WPP Portugal lançou em Portugal a Acceleration, uma consultora de dados e tecnologia.

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Portugal vai receber mais 1.634 milhões em subvenções no PRR

  • Lusa
  • 30 Junho 2022

Comissão Europeia anunciou que Portugal irá receber mais 1.634 milhões de euros em subvenções no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do que o anteriormente previsto, devido ao PIB.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que Portugal irá receber mais 1.634 milhões de euros em subvenções no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do que o anteriormente previsto, devido à variação do PIB.

“No caso de Portugal, o novo valor máximo disponível para subvenções será de 15.544.449 euros”, assinala a Comissão Europeia num comunicado, indicando que tal representa um acréscimo ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) de 1.634 milhões de euros.

Bruxelas divulgou esta quinta-feira a chave atualizada de repartição das subvenções do MRR pelos Estados-Membros, tal como previsto nos regulamentos.

“A atualização tem em conta a diferença entre o crescimento real do PIB estimado nas previsões económicas do outono de 2020, que, no momento da adoção do regulamento, eram as previsões económicas mais recentes disponíveis, e os dados reais fornecidos pelo Eurostat”, assinala.

De acordo com a Comissão Europeia, a atualização irá levar a algumas alterações nas subvenções do MRR à disposição dos Estados-membros e, para “entrarem em vigor, as alterações terão de se refletir numa decisão de execução do Conselho atualizada para os Estados-membros afetados”.

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“Obviamente” fica. PNS alega “erros de comunicação” no despacho dos aeroportos de Lisboa

Apesar de se “penalizar profundamente” pela polémica com o primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos diz que “obviamente" continua em funções. E faz questão de lembrar que ajudou Costa a chegar ao poder.

Pedro Nuno Santos lamentou esta tarde “toda a situação à volta do despacho” publicado na quarta-feira sobre a localização dos novos aeroportos de Lisboa, que acabou por ser anulado poucas horas depois pelo primeiro-ministro, já esta quinta-feira, com o argumento de que a solução tem de ser “negociada e consensualizada” com o PSD e, “em circunstância alguma, sem a devida informação prévia” ao Presidente da República.

Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas dos jornalistas, o ministro das Infraestruturas assumiu “inteira responsabilidade” por aquilo que diz terem sido “erros de comunicação e de articulação dentro do Governo”. No entanto, apesar de se “penalizar profundamente” por esta confusão, disse que “obviamente” vai continuar em funções.

A tutela anunciou uma nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa que prevê a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, que substituiria o Humberto Delgado. Mas terá avançado não só sem o aval do primeiro-ministro, apanhado de surpresa na cimeira da NATO, mas também sem negociação prévia com o social-democrata Luís Montenegro.

Na nota enviada esta manhã às redações, o gabinete de Costa notou que “compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da ação governativa” e que “o primeiro-ministro procederá, assim que seja possível, à audição do líder do PSD que iniciará funções este fim de semana, para definir o procedimento adequado a uma decisão nacional, política, técnica, ambiental e economicamente sustentada”.

Ora, o ministro das Infraestruturas desculpou-se com “a vontade de querer concretizar e realizar” para o facto de ter falhado esta “procura de consenso” privilegiada pelo primeiro-ministro com o maior partido da oposição. Ainda assim, Pedro Nuno Santos acredita que a “amizade [com Costa] não é perturbada por este momento infeliz” e quer “ultrapassar este momento [e] reconstruir a relação de trabalho” com o chefe do Executivo socialista.

Pedro Nuno Santos fez uma declaração aos jornalistas no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em LisboaMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Ainda sobre a relação com Costa a partir deste momento, insistiu que esta “falha relevante (…) não mancha o trabalho já longo, em conjunto com o primeiro-ministro”. E puxou dos galões partidários, lembrando que estiveram juntos para “conseguir a liderança do PS” e depois na construção da “solução política inovadora” da geringonça, que permitiu a Costa governar no primeiro mandato – e na qual Pedro Nuno Santos participou ativamente enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

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Temido diz que há mais pessoas com médico de família do que em 2015

  • Lusa
  • 30 Junho 2022

A ministra da Saúde garante que atualmente mais portugueses têm médico de família do que em 2015 e que o número desses especialistas no SNS também aumentou nesse período.

A ministra da Saúde garantiu esta quinta-feira que atualmente mais portugueses têm médico de família do que em 2015 e que o número desses especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) também aumentou nesse período.

Num debate parlamentar sobre o SNS, Marta Temido adiantou que 9,1 milhões de utentes têm médico de família atribuído, quando em 2015 eram nove milhões.

“Há ou não mais utentes com médico de família? Há”, assegurou a governante no debate agendado pela Iniciativa Liberal (IL), que apresentou cinco iniciativas legislativas na área da Saúde, e para o qual Chega, BE, PCP, PAN e Livre arrastaram os seus diplomas sobre o mesmo tema.

Em 2015, o SNS tinha um total de 5.138 médicos de medicina geral e familiar, mas agora já apresenta mais 686, referiu a ministra, ao adiantar ainda que em maio deste ano estavam inscritos no SNS um total de 10,5 milhões de pessoas, mais 455 mil do que em 2015.

Perante os deputados, Marta Temido reconheceu que existe “um problema” com os 1,3 milhões de utentes que não têm médico de família atribuído, enquanto em 2015 eram um milhão, mas salientou que o Governo está a “tratar dele”.

Segundo a ministra, este ano existem 462 potenciais especialistas desta área, número que será de 457 em 2023, de 488 em 2024, de 500 em 2025 e 507 em 2026.

“Estamos, em simultâneo, a passar pelo inverno demográfico nesta especialidade, pelo pico de confluência do que é uma maior probabilidade de aposentações de médicos”, considerou a ministra, ao adiantar que este ano o número máximo de aposentações é de 798, baixando para os 304, 297 e 96 nos anos seguintes.

Marta Temido desvalorizou ainda as iniciativas legislativas apresentadas pela oposição para o SNS em debate esta quinta-feira, alegando que não apresentam soluções concretas.

“Dizer que a contratação urgente de médicos pediatras para Faro é uma necessidade, a contratação de médicos de medicina geral e familiar para os centros de saúde é uma necessidade, que o reforço de meios técnicos é uma necessidade e que a construção do hospital central do Algarve é uma necessidade não é nada. Os senhores não dizem como é que fazem”, afirmou a governante.

“Como diz o nosso humorista, falam, falam, mas não fazem nada. Contra isto o Governo apresentou aos portugueses, com responsabilidade, um programa de reforma e melhoria do SNS”, afirmou Marta Temido.

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PSI encerra semestre em queda, mas ganhou 8,5% desde janeiro

Bolsa de Lisboa caiu 1,42% e acompanha mercados europeus. Mas o principal índice português fechou o semestre a subir 8,5%, um desempenho que compara com as quedas de dois dígitos na Europa.

A bolsa de Lisboa encerrou a sessão desta quinta-feira a cair 1,42%, para 6.044,64 pontos, acompanhando as descidas verificadas nos principais mercados europeus.

O PSI fechou o semestre com um ganho de 8,53%, que compara positivamente com a queda de 16,52% do Stoxx 600 na primeira metade do ano.

A esmagadora maioria das cotadas do índice português registaram quedas, com exceção da REN e da Corticeira Amorim, que ficaram inalteradas.

A Galp liderou as quedas ao recuar 3,33%, para 11,185 euros por ação, seguida do BCP, com uma queda de 3%, para 16,5 cêntimos. Em terceiro lugar ficou a Semapa, ao tombar 2,33%, para 13,44 euros por ação.

Os setores energético e financeiro foram os que mais pressionaram Lisboa, mas no resto da Europa as quedas também foram acentuadas.

Enquanto o europeu Stoxx 600 caiu 1,58%, para 406,88 pontos, o britânico FTSE 100 cedeu 1,96%, para 7.169,28 pontos. Na mesma trajetória seguiu o alemão DAX, com uma queda de 1,69%, e o francês CAC-40 recuou 1,80%.

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Operação Marquês. Sócrates deverá ficar obrigado a apresentações periódicas

Sócrates ainda tentou que o seu interrogatório agendado para esta quinta-feira, fosse adiado. Mas a juíza recusou. Em causa as viagens regulares que tem feito ao Brasil, sem avisar o tribunal.

José Sócrates — arguido no âmbito da Operação Marquês — deverá vir a ter um agravamento das atuais medidas de coação, passando do regime de Termo de Identidade e Residência (TIR) em que o arguido não pode ausentar-se do país sem comunicar morada ao tribunal, para a obrigação de apresentações periódicas na PSP.

Pelo menos foi essa a proposta do Ministério Público para agravar as medidas de coação a que o arguido e ex-primeiro ministro socialista estava sujeito mas que só será validada dentro de dias pela juíza.

Até aqui, Sócrates estava sujeito apenas ao Termo de Identidade e Residência (TIR).

Durante cerca de duas horas José Sócrates foi interrogado pela juíza titular do processo extraído da Operação Marquês para prestar esclarecimentos sobre as suas viagens ao Brasil, onde está a realizar um doutoramento.

Sócrates ainda tentou que o seu interrogatório agendado para esta quinta-feira, fosse adiado. Mas a juíza recusou. Fonte judicial confirmou à Lusa que “a diligência (interrogatório) continua marcada” para quinta-feira, pelas 10:00, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, revelando que “foi indeferido o requerimento” apresentado pela defesa do antigo governante.

Num requerimento enviado, esta quarta-feira, o advogado de defesa, Pedro Delille, defendia que a magistrada não tinha condições legais para avançar com a diligência, uma vez que, na sequência de vários recursos, o processo encontra-se suspenso e o interrogatório para reavaliação das medidas de coação, na sua opinião, não é um ato urgente, avança a revista Visão.

O Ministério Público (MP) tinha agendado para esta quinta-feira um interrogatório (à porta fechada) para uma revisão de medidas de coação, tendo em conta as viagens de Sócrates ao Brasil que não foram comunicadas ao tribunal. O arguido da Operação Marquês estava, até aqui, apenas sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR).

Sócrates está prestes a ser julgado por falsificação e branqueamento de capitais, crimes extraídos da instrução da Operação Marquês. O objetivo dos magistrados do MP pode passar por pedir a substituição do atual TIR do arguido por uma medida mais gravosa.

O advogado de Sócrates considerou ainda que o ex-primeiro-ministro já explicou publicamente as viagens ao Brasil e defendeu que esta iniciativa do MP visou passar “uma ideia errada e falsa de que José Sócrates esteja na iminência de ser julgado”. Na verdade, o arguido espera só a decisão do recurso pendente na Relação para que as primeiras sessões de julgamento comecem a ser marcadas.

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CMVM com presidente demissionário “não é ideal”, mas Governo procura solução “com urgência”

Gabriel Bernardino demitiu-se do cargo de presidente do conselho da CMVM há três meses. Regulador garante que Governo procura substituto com "urgência", mas diz que está a funcionar normalmente.

Quatro meses depois de ter tomado posse como presidente, Gabriel Bernardino apresentou a demissão em março devido a problemas de saúde. Desde então, Bernardino “tem estado mais afastado do que é o dia-a-dia normal” na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que considera que ter o presidente demissionário não é “uma situação ideal”. O polícia dos mercados diz, ainda assim, que o Governo está a trabalhar “com uma perspetiva de urgência” para encontrar um ou uma substituta para o cargo.

“Queremos passar uma mensagem de tranquilidade da nossa parte. Estamos numa situação que é atípica, não é a ideal, é transitória. Há um sentido de urgência do lado do Ministério das Finanças. Temos estado em contacto com o secretário de Estado do Tesouro, e sabemos que há diligências para ter uma nomeação o mais rápido possível”, adiantou o administrador Rui Pinto na apresentação do relatório anual da CMVM esta quinta-feira.

Rui Pinto assegurou que, apesar de ter um presidente demissionário há três meses, o regulador tem “operado de forma normal e regular”, tendo em conta “a maturidade da organização, competência das suas equipas e o facto de haver um plano estratégico com iniciativas estão a ser levadas a cabo”.

Para fechar: “O funcionamento da CMVM é normal, com alguma pressão adicional, mas estamos cá para isso”, garantiu o administrador.

Na semana passada, o PSD chamou o regulador do mercado ao Parlamento para se inteirar das “condições anormais de funcionamento” em virtude de o conselho de administração ser atualmente composto por apenas dois de cinco membros.

A CMVM não dá respostas a partidos políticos. Mas terá todo o gosto e a obrigação de transmitir a sua avaliação”, respondeu o outro administrador, José Miguel Almeida, referindo que “é preferível que leve o tempo adequado para uma boa solução do que uma solução rápida que possa prejudicar a CMVM”.

Com os cargos de vice-presidente e outros dois vogais por preencher, Rui Pinto indicou que a prioridade atual do Governo é encontrar o substituto para Gabriel Bernardino. “Numa perspetiva imediata será a nomeação do presidente. Os outros lugares virão com o tempo”, disse.

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CMVM lucra dois milhões em 2021, o melhor resultado desde 2014

Trabalho remoto diminuiu custos com pessoal, enquanto “dinamismo do mercado” fez aumentar as receitas com taxas. Regulador lucra dois milhões, no melhor resultado desde 2014.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) registou um lucro de 2,037 milhões de euros no ano passado, o que representa uma subida expressiva face ao resultado de 56 mil euros em 2020. O regulador do mercado explica o melhor resultado desde 2014 com a redução dos gastos com pessoal devido ao trabalho remoto e com dinamismo do mercado, que fez aumentar as receitas com as taxas de supervisão.

“O cenário pandémico continuou a impactar os resultados da CMVM, com uma redução de custos como consequência da preponderância do trabalho remoto a par de um crescimento do rendimento decorrente da dinâmica do mercado que levou, nomeadamente, ao crescimento do rendimento de taxas”, assinala a CMVM no relatório anual publicado esta quinta-feira.

Os gastos com pessoal caíram para 14,7 milhões de euros em 2021, encolhendo quase 3% em relação ao ano anterior. A CMVM dá conta da “presença constante do cenário pandémico” ao longo do ano passado, com as restrições impostas em Portugal e na Europa a resultarem “na forte redução de alguns custos, nomeadamente com deslocações, consumíveis e outros decorrentes da menor utilização das instalações da CMVM”, esclarece o polícia dos mercados.

Por outro lado, “o mercado mostrou-se mais dinâmico o que levou a um crescimento dos rendimentos de taxas em 10%”. As receitas com impostos e taxas ascenderam a 24 milhões de euros.

Conclusão: “Esta combinação de fatores possibilitou um resultado positivo em 2021 de 2.037 mil euros que compara com um resultado líquido de 56 mil euros em 2020”, conclui a CMVM, que continua à procura de um presidente, depois do pedido de demissão de Gabriel Bernardino em março passado, devido a problemas de saúde que estão a afetar o exercício de funções.

Aliás, por causa desses problemas, Bernardino, que está no cargo desde novembro, não marcou presença na apresentação do relatório anual, que ficou a cargo dos únicos dois administradores que a CMVM tem: Rui Pinto e José Miguel Almeida.

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Governo estende até ao final de julho comparticipação de testes de Covid-19

  • Lusa
  • 30 Junho 2022

Serão comparticipados até ao final de julho os testes rápidos de antigénio de uso profissional prescritos pelo SNS e realizados nas farmácias de oficina.

O Governo estendeu o prazo de comparticipação de testes rápidos de antigénio de uso profissional à covid-19 prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde até ao final de julho, avançou esta quinta-feira o Ministério da Saúde.

“A portaria que estabelece o regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional prescritos pelo SNS e realizados nas farmácias de oficina será prorrogada até ao final do mês de julho”, refere o Ministério da Saúde numa resposta à agência Lusa.

Na anterior portaria, assinada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, a medida era aplicada até hoje e justificada com a incidência muito elevada da pandemia de covid-19.

A portaria sublinhava a relevância da realização de testes de diagnóstico para despiste de infeção por SARS-CoV-2, tanto para referenciação de pessoas sintomáticas como para deteção precoce de casos confirmados. Segundo a anterior portaria, o preço máximo para efeitos de comparticipação é de 10 euros.

No âmbito deste regime, os testes rápidos de antigénio à covid-19 estão disponíveis em 1.502 farmácias e 718 laboratórios do país, segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). Há ainda 148 estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde onde estes testes podem ser realizados gratuitamente.

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Morais Leitão nomeia quatro novos sócios

Duarte Santana Lopes, João Lima Cluny e Margarida Torres Gama são os novos sócios de indústria da Morais Leitão. Philipp Melcher, do departamento de concorrência, passa a sócio contratado.

Duarte Santana Lopes, João Lima Cluny e Margarida Torres Gama são os novos sócios de indústria da Morais Leitão. Os sócios reforçam as áreas de seguros e de direito penal, contraordenacional e compliance, que já integravam como advogados. A eleição decorreu em Assembleia Geral.

“Duarte Santana Lopes, João Lima Cluny e Margarida Torres Gama, os novos sócios, começaram a sua carreira na Morais Leitão ainda como advogados estagiários, tendo feito um caminho de progressão nas respetivas áreas verdadeiramente ímpar, obtendo merecido destaque nacional e internacional”, refere o escritório.

Duarte Santana Lopes, Margarida Torres Gama e João Lima Cluny, sócios da Morais Leitão

O advogado Duarte Santana Lopes centra a sua prática em direito penal, contraordenacional e compliance, e tem-se especializado na vertente preventiva (compliance e investigações internas), particularmente nas matérias relacionadas com a prevenção da corrupção, do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

Por outro lado, João Lima Cluny é advogado de contencioso penal e contraordenacional, trabalhando regularmente com clientes dos mais diversos setores, com grande enfoque no enforcement regulatório e nos crimes empresariais. É também árbitro e mediador do Tribunal Arbitral do Desporto de Portugal, área em que intervém com frequência.

Por fim, Margarida Torres Gama é co-responsável pela equipa de seguros, resseguros e fundos de pensões. Desde o início da sua carreira que tem estado significativamente envolvida com o setor dos seguros, em temas de corporate, M&A, contratos, distribuição (incluindo bancassurance), regulatório e ainda na nova e crescente área de insurtech.

A Morais Leitão confirmou ainda Philipp Melcher, do departamento de concorrência, como sócio contratado. Philipp Melcher coordena a German Desk da Morais Leitão, onde trabalha na equipa de europeu e concorrência desde 2015.
Assessora regularmente clientes nacionais e internacionais em matérias de direito da concorrência (antitrust, auxílios estatais), do comércio exterior (antidumping, antisubsidy) e da União Europeia em geral, representando-os frequentemente em procedimentos perante as autoridades e tribunais nacionais e da União Europeia.

Philipp Melcher, sócio da Morais Leitão

“Esta é uma merecida celebração do talento e do empenho. São nomes já firmados no mercado, mas que agora são confirmados como o futuro da Morais Leitão, com quem os nossos clientes, atuais e futuros, vão poder contar, com toda a confiança. Combinam duas características que, para nós, são fundamentais: o compromisso com o interesse dos clientes e a continuação da nossa cultura institucional”, refere Nuno Galvão Teles, managing partner.

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PRR. Já estão em curso cinco projetos de transição climática e digital no valor de 65 milhões de euros

Na nova atualização do Guia NextGenerationEU, escreve-se que em cinco municípios já estão em curso projetos financiados pela 'bazuca europeia' com um orçamento total 65 milhões.

Já estão em marcha em Portugal cinco planos financiados pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência na União Europeia abrangido pelo NextGeneration EU. A informação surge na segunda atualização do relatório “Guia NextGenerationEU” da autoria da Associação Europeia de Consultores em Inovação (EAIC), onde se dá conta dos planos nacionais de recuperação que já estão em curso nos 27 Estados-membros.

De acordo com o comunicado divulgado esta quinta-feira, os cinco planos já em curso vão em linha com as objetivos climáticos, digitais e de inovação do bloco europeu, estando localizados em cinco municípios: Chaves, Melgaço, Rio Maior, Campo Maior e Beja. Ao todo, os projetos respondem a um orçamento total de 65 milhões de euros.

“Em Portugal, 5 municípios (Chaves, Melgaço, Rio Maior, Campo Maior e Beja) estão a criar espaços de demonstração, em linha com as novas agendas climáticas e digitais, nos quais testam soluções integradas na área das energias renováveis; autoconsumo; armazenamento de energia; mobilidade sustentável; 5G e prevenção de incêndios”, lê-se no comunicado divulgado pela EAIC, uma entidade que reúne consultores nas áreas da investigação europeia e projetos de inovação.

Segundo o guia já atualizado, o projeto em Beja destaca-se por retirar a maior fatia desse orçamento, 16,4 milhões de euros, seguindo-se Campo Maior, com um valor alocado de 15,1 milhões de euros. Em Rio Maior, o projeto em curso está avaliado em 12,8 milhões de euros, em Melgaço o orçamento é de 11,8 milhões e em Chaves o projeto conta com uma verba de 11,1 milhões de euros.

Fonte: Guia NextGenerationEU, para uma melhor compreensão e aproveitamento de oportunidades por parte da indústria

Além destas, as novas atualizações do guia dão conta dos avisos abertos e previstos em cada país para implementar os respetivos planos de recuperação, incluindo um resumo do conteúdo de cada plano nacional e detalhando quais as reformas e investimentos prioritários de cada um para ajudar à recuperação económica.

Feitas as contas, os 26 planos já entregues (à exceção dos Países Baixos) representam um total de 723 mil milhões de euros em subvenções ou empréstimos, que se prevê serem aplicados ao longo de quatro anos. Cada país indicou no seu plano qual a fatia que estará dedicada às transições verde ou digital, sendo que, em média, 37% e 20% dos gastos estarão concentrados nestas duas prioridades. Em Portugal, do valor total do cheque enviado por Bruxelas, 37% do valor está destinado a projetos dedicados à transição verde e 22% a projetos ligados à transição digital.

“Este relatório pretende garantir transparência sobre as oportunidades que o NextGeneration EU está a oferecer às PME [pequenas e médias empresas] e à indústria em toda a Europa, tornado assim evidente a eficácia deste plano de recuperação da UE [União Europeia]” cita o comunicado as declarações de Alex Alvarez, Membro do Conselho da EAIC e coordenador do relatório.

Recorde-se que o Next Generation EU foi o plano apresentado, em 2021, como estratégia para a recuperação económica dos Estados-membros depois do impacto da pandemia da Covid-19. Ao todo foram disponibilizados 750 mil milhões de euros para os 27 Estados-membros, sendo que para Portugal, através do Plano de Recuperação e Resiliência, foram alocados 16,6 mil milhões de euros: 13,9 mil milhões em subvenções e outros 2,7 mil milhões em empréstimos.

O novo guia também enfoca a cooperação internacional através do mecanismo de Projetos Importantes de Interesse Comum Europeu (IPCEI, na sigla em inglês), que permite aos Estados-membros prestar apoio adicional para ajudar as cadeias de valor europeias estratégicas. Este mecanismo já estava a ser utilizado na área dos semicondutores e previa-se que fosse alargado à área das baterias e do hidrogénio ainda antes da pandemia, porém, a crise provocada pela covid-19 acentuou a dependência da Europa face à tecnologia estrangeira.

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