BCP recebe 233 milhões com negócio ECS, mas só “lucra” 1,6 milhões
Venda dos fundos da ECS à Davidson Kempner vai render 233 milhões de euros ao BCP. Porém, o negócio terá impacto de apenas 1,6 milhões no lucro do banco.
A venda dos fundos de reestruturação da ECS à Davidson Kempner vai render 233 milhões de euros ao BCP BCP 0,90% . Contudo, o maior negócio imobiliário do ano passado – rondando os 850 milhões de euros – terá um impacto de apenas 1,6 milhões no lucro do banco liderado por Miguel Maya.
Adicionalmente, a transação – que foi assinada no dia 29 de dezembro, como revelou o ECO em primeira mão – vai permitir um aumento do rácio de capital CET 1 (fully implemented) na ordem dos 15 pontos base, em função da redução da exposição no balanço do banco aos ativos que foram vendidos, segundo informa a instituição financeira em comunicado enviado ao mercado.
Em causa no designado Projeto Crow estava uma carteira de hotéis de luxo, incluindo o Conrad Algarve (não o ativo mas o crédito, pois está em causa um complexo e litigioso processo em torno do hotel), o Cascatas Golf & Resort Spa da Hilton (na foto) e o Grupo NAU, entre outros ativos imobiliários.
Estes ativos imobiliários estavam parqueados no Fundo Recuperação Turismo (FRT), FLIT Ptrel e Fundo Recuperação, geridos pela sociedade ECS, fundada em 2006 por Fernando Esmeraldo e António de Sousa, detidos por cinco bancos: Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novobanco, BCP, Santander e a Oitante.
Quando o negócio foi fechado, na última semana do ano passado, o Novobanco revelou que ia receber cerca de 224 milhões de euros, sendo que o impacto nos lucros seria “neutro”.
De fora do negócio ficaram quatro ativos imobiliários, o que obrigou a reorganização dos ativos entre os principais bancos envolvidos neste processo, a Caixa, Novobanco e BCP: três ativos de valor aproximado entre foram repartidos entre as três instituições, enquanto um quarto ativo, o maior deles e impossível de dividir sem haver cedências de algumas das partes, continuará a ser gerido pela ECS, com a intenção de ser vendido durante este ano.
Exposição aos fundos ECS
Fonte: Bancos
Para os bancos, a venda da ECS é menos uma dor de cabeça, pois permitirá reduzir em cerca de 40% a exposição a ativos problemáticos (ainda terão mais de mil milhões em fundos de reestruturação). O BCP era o mais exposto à ECS, com exposições ao Fundo de Recuperação Turismo e FLIT-PTREL que somam cerca de 470 milhões. Novobanco e Caixa tinha exposições de 290 milhões e 260 milhões, respetivamente.
O BCP fechou os primeiros nove meses do ano passado com lucros de 97 milhões de euros, uma subida de 63% em relação ao mesmo período do ano anteriores, apesar dos problemas com o banco na Polónia. Apresentará os resultados anuais no dia 27 de fevereiro.
(Notícia atualizada às 20h33 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
BCP recebe 233 milhões com negócio ECS, mas só “lucra” 1,6 milhões
{{ noCommentsLabel }}