Fiscalização no TC da lei das Ordens profissionais vai atrasar tranche do PRR de 2,4 mil milhões?

Marcelo enviou a 1 de fevereiro o diploma que regula as Ordens profissionais. Atraso na publicação da lei vai atrasar a tranche de 2,4 mil milhões do PRR? CNOP diz que não.

O pedido de fiscalização da lei das ordens profissionais, que chegou ao Tribunal Constitucional (TC) no dia 1 de fevereiro pela mão de Marcelo Rebelo de Sousa, pode atrasar a entrega de 2,4 mil milhões, a próxima tranche do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que Portugal deveria receber? António Mendonça, bastonário dos Economistas e presidente da Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), que abrange 17 das 20 ordens profissionais existentes no país, defende que não.

Em causa está o terceiro pedido de Portugal à Comissão Europeia (CE) do pagamento 2,4 mil milhões que supostamente estaria dependente da aprovação do diploma, aprovado pelo Parlamento a 22 de dezembro, da lei das associações públicas profissionais.

O plano inicial era o de aprovar este diploma em 2020, como foi feito, mas o Presidente da República submeteu a fiscalização preventiva de constitucionalidade pelo TC este decreto da Assembleia da República que altera a legislação relativa às associações profissionais e o acesso a certas profissões reguladas. O TC tem agora até dia 26 de fevereiro para se pronunciar.

Na reunião que a CNOP teve com Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de fevereiro, a CNOP assumiu rejeitar “as pressões que já estão a ser feitas para condicionar o Tribunal Constitucional, na sua apreciação da constitucionalidade deste diploma, associando a sua entrada em vigor ao desbloqueamento de fundos do PRR. “Quisemos [nesta audição] salientar a rejeição ao que consideramos ser uma pressão junto do Tribunal Constitucional que é a alegação de que o processo atrasa a receção de verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, disse António Mendonça.

“Nós não compreendemos. Se há preocupação da parte da OCDE e da Comissão Europeia tem que ver com o acesso à profissão, e não com o que foi feito em matéria de alteração à legislação das associações profissionais”, afirmou. O responsável sublinhou ainda que o CNOP “sempre participou no processo de acordo com os timings sugeridos. Aliás, o próprio Presidente da República foi extremamente rápido. Recebeu o diploma na segunda-feira (31 de janeiro) e na terça-feira tomou logo a posição, enviando para o Tribunal Constitucional. Portanto, este argumento não faz sentido e é uma tentativa de condicionar a decisão do Tribunal Constitucional”, considerou.

José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação de Sociedades de Advogados de Portugal. defende igualmente que “a ideia que tem sido veiculada, que se não fosse aprovado o diploma como o foi, Portugal poderia ficar em risco de perder fundos europeus, não me faz sentido, pois outros países aprovaram esta matéria com inúmeras exceções, admitidas expressamente pela própria Diretiva Serviços”.

A mesma posição foi tomada pela bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro ao rejeitar estas mesmas pressões que alegadamente estarão a ser feitas ao TC. E adiantou ainda que “nos termos da individualidade de cada Ordem, existem questões que se colocam de forma mais incisiva a umas que a outras, já que se prendem com a identidade do exercício da própria profissão, como é o caso da multidisciplinaridade e da incumbência da remuneração dos candidatos ao exercício da profissão. Neste sentido, a Senhora Bastonária dos Ordem dos Advogados aproveitou a oportunidade para reiterar e enfatizar a necessidade de revisão destas duas matérias.

Um diploma que não surge ‘da cabeça’ da maioria absoluta do PS de António Costa. Surge, de facto, na sequência de inúmeros alertas da Comissão Europeia e da OCDE relativamente ao facto de em Portugal existirem demasiadas restrições no acesso às atividades profissionais. Alertas que se intensificaram com o PRR, que trouxe de novo a questão da desregulamentação das ordens profissionais, incluindo a sua fiscalização por entidades exteriores, também em matéria disciplinar, e o fim do acesso reservado da atividade a profissionais inscritos nas mesmas. Portugal, à data, comprometeu-se junto de Bruxelas que a lei relativa às profissões regulamentadas entraria em vigor até ao quarto trimestre de 2022 para pedir a nova tranche no primeiro trimestre de 2023.

Porém, não esquecer que o PRR vai ser alvo de uma reprogramação no início deste ano e isso vai condicionar os pedidos de pagamento do terceiro e quarto cheque, revelou o presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal. “Em primeiro lugar temos o processo de ajustamento decorrente da reprogramação e depois, sim, a apresentação dos próximos pedidos de pagamento. O terceiro e quarto pedidos de pagamento vão ter de ser ajustados em relação à reprogramação do PRR”, avançou Fernando Alfaiate.

O gestor do PRR precisou que, no início de fevereiro, será publicado o regulamento da reprogramação – “está já em estado avançado de decisão” – e que Portugal está “já em conversações informais e com trocas de questões sobre os ajustamentos necessários sobre a inclusão das novas medidas relacionadas com o RepowerEU e com o adicional” de 1,6 mil milhões de euros que Portugal vai receber.

O regulamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência vai ser alterado devido ao contexto criado pela invasão da Ucrânia, ao aumento de preços e à escassez de matérias-primas, para introduzir a possibilidade de incluir um programa adicional, o RepowerEU, que tem a ver com a diversificação das fontes de energia, do aumento da segurança no abastecimento, eficiência energética, e que vai incluir mecanismos de recuperação e resiliência. No âmbito deste programa, Portugal deverá receber mais 700 milhões de euros.

O projeto de lei relativo às ordens profissionais altera questões como as condições de acesso às respetivas profissões, introduz estágios profissionais remunerados e cria uma entidade externa para fiscalizar os profissionais.

No texto final foram introduzidas alterações como precisões sobre as taxas cobradas durante o estágio e a possibilidade de serem reduzidas. A duração dos estágios fixou-se em 12 meses, podendo ser maior em casos excecionais. Outra das alterações introduzidas foi a aprovação da existência de um órgão disciplinar (não previsto na anterior lei-quadro), que prevê a fiscalização sobre a atuação dos membros das ordens profissionais, composto por elementos externos às profissões respetivas.

O que levou Marcelo a enviar o diploma para o Tribunal Constitucional?

Uma provável violação dos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da autorregulação e da democraticidade das associações profissionais – todos previstos na Constituição da República Portuguesa (CRP) – foram os argumentos dados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar o pedido de fiscalização preventiva relativo ao decreto que regulamenta as regras das ordens profissionais.

Um diploma que já nasceu torto, com praticamente todas as Ordens Profissionais a mostrarem-se frontalmente contra esta proposta que nasceu do PS e do PAN. E que foi aprovado em votação final global com votos favoráveis de PS, Iniciativa Liberal e PAN e votos contra de PSD, Chega e PCP e abstenções de BE e Livre.

Segundo o requerimento enviado ao TC, Marcelo Rebelo de Sousa relembra os juízes do Palácio Ratton que o regime constitucional definido para as associações públicas profissionais é “muito próprio”, sublinhando a existência do princípio da autorregulação das associações profissionais que devem reger-se por “princípios democráticos internos, dotados de órgãos próprios e eleitos pelos seus associados”. Relembra ainda o artigo 267º da CRP que define que “as associações públicas só podem ser constituídas para satisfação de necessidades específicas e que não podem ser constituídas como sindicatos” e ainda o artigo 165º, 1, alínea s) — que não é de todo uma questão menor — e que estipula a reserva relativa que a Assembleia da República tem em matérias de associações públicas. E invoca ainda o artigo 47º que estipula a liberdade de todos no acesso à profissão. Por isso, e mantendo a tónica sempre no princípio da autorregulação, a criação de um órgão de supervisão, de um provedor, de um órgão disciplinar e de um júri para avaliação no estágio, todos eles com entidades externas à profissão, “violam esse mesmo princípio”.

Bem como a criação de um regime de incompatibilidades absolutas relativamente ao exercício de funções dirigentes na função pública, deixando de lado o regime de avaliar essas incompatibilidades em cada caso concreto, que viola o princípio da proporcionalidade, ao criar-se esta “restrição desproporcionada”. Marcelo vai mais longe ao dar o exemplo de um diretor de serviço de um hospital público do SNS ficar impedido de ter funções em órgãos diretivos na Ordem dos Médicos. O que não acontece com um médico do serviço de um hospital privado, violando assim também o princípio da igualdade.

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Imobiliária do Estado fez duas compras e uma venda em 2022

A Estamo, com nova liderança desde 2022, tem sob gestão cerca de mil milhões de euros em imóveis.

Com a habitação no centro da discussão pública, os olhos viram-se também para os imóveis do Estado. A Estamo, a imobiliária do Estado, conta apenas com duas compras, no valor total de 3,3 milhões de euros, e uma venda em 2022, segundo a página oficial.

Quanto às compras, o documento disponível na página oficial indica que foram duas no ano passado. Uma diz respeito a um terreno na Av. António Sérgio, Terroa, Setúbal, pelo valor de 1,8 milhões de euros, e outro na Rua de São Gonçalo, em Ponta Delgada, por 1,539 milhões de euros. Ambos foram escriturados já em dezembro de 2022.

Por outro lado, apenas tem uma venda registada. Trata-se do Quartel Cabeço da Bola, Lisboa, que foi vendido ao Fundiestamo – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Coletivo, S.A, que é a empresa instrumental do Grupo Parpública para a atividade de gestão de Fundos de Investimento Imobiliário.

Quanto ao valor, é indicado que a Estamo é “participante do subfundo do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) denominado Cabeço da Bola, sendo detentora de 15.046.300 unidades de participação (da categoria B) deste último”.

A Estamo disponibiliza também dados referentes ao período de 2017 a 2021, cujas vendas totais atingiram o valor de 143 milhões de euros. O ano mais forte foi 2019: venderam imóveis no valor de 73,9 milhões de euros, enquanto em 2020, ano da chegada da Covid-19, não se registaram vendas.

É de recordar que em 2019 a Estamo teve à venda 23 imóveis espalhados pelo país, que incluíam palacetes, para além de edifícios, apartamentos e terrenos. A estimativa de encaixe era de 67 milhões de euros e para muitos deles já tinham contratos promessa compra e venda assinados, mas algumas vendas não chegaram a concretizar-se.

em 2020, “alguns dos imóveis mais relevantes da carteira da Estamo ficaram condicionados não permitindo a venda/locação dos mesmos”, como indicou a Parpública no relatório e contas. Isto deveu-se à afetação ao FNRE de três imóveis, entre os quais o antigo Hospital Miguel Bombarda e o Quartel do Cabeço da Bola (que foi depois vendido em 2022) e “por via da afetação à bolsa de habitação do IHRU (DL 82/2020, de 2 de outubro) para promoção de oferta pública de habitação a preços acessíveis”.

Em 2021, as vendas incluem o antigo hospital do Desterro e um terreno em Alcabideche. A maior parte dos destinatários neste período desde 2017 foram privados, sendo que algumas das vendas também foram realizadas intra-grupo (como aquela realizada em 2022, para a Fundiestamo).

A Estamo tem sob gestão cerca de mil milhões de euros em imóveis. Em 2021, de acordo com o Relatório e Contas, a empresa registou um resultado líquido de 30,2 milhões de euros, um aumento de 10,8% face ao lucro de 27,3 milhões de euros alcançado em 2020. Para 2022, “em termos de liquidez”, a empresa previa um ano “particularmente exigente”.

Já para 2022, a entidade alertava que “em termos de liquidez” seria “particularmente exigente”. “Com um saldo de gerência de somente 3,9 M€ por via do cumprimento integral das responsabilidades previstas em orçamento (especialmente amortização de dívida, pagamento de dividendos e de impostos), para além de garantir a sua atividade corrente, a Sociedade terá de fazer face às obrigações fiscais em sede de IRC – 15,5 M€ –, pagar os dividendos que vierem a ser aprovados em Assembleia Geral e amortizar o valor remanescente da dívida de suprimentos (10,9 M€), o que só será possível sem a venda de ativos “core” se algumas das suas principais devedoras liquidarem parte substancial da dívida respetiva”, lia-se no relatório.

Alertavam ainda que esta situação poderia até dificultar “alguns dos seus propósitos, designadamente no que à entrada em força no segmento do alojamento de estudantes respeita, o qual, não obstante as subvenções do PRR, exigirá igualmente a mobilização de recursos financeiros próprios”.

Apesar deste alerta, ainda foi possível fazer alguns avanços neste campo, sendo que o Governo chegou a assinar contratos com a Estamo no âmbito do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES).

É de salientar que no ano passado entrou em funções uma nova direção na Estamo e avançou um novo modelo de gestão do Património Imobiliário do Estado. O antigo diretor de Gestão Patrimonial da Câmara de Lisboa, António Furtado, foi escolhido para ser o presidente da Estamo e Fátima Madureira, que era presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e ex-chefe de gabinete de Fernando Medina quando este era presidente da Câmara de Lisboa, para vice-presidente.

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Cruzeiros e aviões brilham entre as exportações nacionais

Espanha continua a ser o maior destino das exportações nacionais, mas no leque de maiores compradores de produtos "made in" Portugal está um parceiro que nem é um país nem um território.

Portugal exportou 78,4 mil milhões de euros em bens no ano passado, o equivalente a 33% do PIB, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nunca Portugal tinha exportado tanto e nem tinha registado um crescimento anual tão elevado desde pelo menos 2000.

No ano passado, as exportações escalaram 23% em 2022, depois de em 2021 terem subido 18,3%. E entre os dez principais destinos das exportações nacionais destaca-se um “parceiro” que não é nem um país nem um território, mas navios e aeronaves.

Segundo o INE, as exportações para “abastecimento e provisões de bordo” ultrapassaram os 2 mil milhões de euros em 2022, cerca de 202% do valor contabilizado um ano antes.

Esta fatura engloba todos os bens comprados em Portugal para abastecer os cruzeiros e os aviões, onde se destacam os combustíveis, que agregam mais de 90% da fatura, mas também pela parafernália de bens alimentares, bebidas e outros artigos para consumo dos passageiros de cruzeiros e aviões.

Em 2022, o forte crescimento registado das exportações para “abastecimento e provisões de bordo” foi suportado por um ano extraordinário do turismo que proporcionou recordes na indústria dos cruzeiros pelos principais Portos do país (Lisboa, Madeira e Leixões) e também no setor aeroportuário, como ficou espelhado pelo número de passageiros nos aeroportos nacionais a aumentar 129% entre janeiro e novembro face ao mesmo período de 2021.

O impacto do comércio realizado por estes agentes económicos é tão relevante nas contas das exportações portuguesas que já pesa quase tanto quanto como Angola e o Brasil juntos. Desde 2007 que o comércio para cruzeiros e aviões figura no top 10 dos principais destinos das exportações nacionais – ficou apenas de fora deste ranking nos anos da pandemia.

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Principais destinos das exportações nacionais

Apesar de o volume das exportações para “abastecimento e provisões de bordo” ter registado o maior crescimento anual em 2022 na ficha das exportações nacionais, continua a ficar longe da fatura de Espanha, que pela primeira vez comprou mais de 20 mil milhões de bens “made in Portugal”.

Com um crescimento de 20% no ano passado, o mercado espanhol é destacadamente o principal destino das exportações portuguesas: por cada 100 euros de bens nacionais vendidos além-fronteiras, 26% teve como destino consumidores espanhóis.

A completar o pódio dos destinos das exportações de bens nacionais estão França e Alemanha, que em 2022 registaram um aumento de 17% e 22%, respetivamente, do volume de exportações de bens portugueses. Somente este trio de países é responsável por 49% dos 78 mil milhões de euros de bens nacionais exportados em 2022.

O bom momento das exportações é também visível por uma subida do volume de exportações entre todos os 15 principais parceiros de Portugal. Deste leque mais alargado de países, destaque para o mercado angolano, que atualmente é o 10.º principal destino dos produtos nacionais, com as exportações nacionais a registarem um crescimento de 50% face aos valores de 2021, com Angola a comprar mais de 1,4 mil milhões de euros de bens portugueses.

Também relevante para as contas nacionais é o crescimento de 43% das exportações para os EUA, com um volume superior a 5 mil milhões de euros, torando a maior economia do mundo no quarto destino internacional de artigos “made in Portugal”.

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Galp quase duplica lucros em 2022 para 881 milhões e aumenta dividendo

Petrolífera viu lucros em 2022 quase duplicarem para 881 milhões de euros. Propõe aumentar o dividendo para 52 cêntimos e quer gastar 500 milhões de euros a recomprar ações ao longo deste ano.

A Galp Energia GALP 0,00% praticamente duplicou os lucros em 2022, ano que ficou marcado pela crise energética e pelo início da guerra na Ucrânia. O resultado líquido da petrolífera foi positivo em 881 milhões de euros, o maior da sua história e um crescimento de 93% face ao ano anterior. Observando só o desempenho do quarto trimestre, os lucros da Galp cresceram 143% em termos homólogos, para 273 milhões de euros.

Face a este resultado, comunicado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a administração da companhia propõe distribuir um dividendo bruto de 52 cêntimos por ação, que compara com os 50 cêntimos pagos sobre o exercício do ano prévio, e executar um programa de recompra de ações de 500 milhões de euros ao longo do ano de 2023. Em setembro, já tinha distribuído um dividendo intercalar de 26 cêntimos.

A Galp anunciou também à CMVM que vai desinvestir nos ativos upstream (produção/exploração) em Angola. A empresa informa ter assinado um acordo com a SOMOIL – Sociedade Petrolífera Angolana para a venda dos mesmos e espera receber cerca de 830 milhões de dólares pela venda, líquidos de impostos. A transação deverá ficar fechada no segundo semestre de 2023.

Galp enaltece “forte desempenho” em 2022

O ano de 2022 foi de “forte desempenho operacional” para a companhia liderada por Filipe Silva, que tem sido acusada de ter lucros extraordinários com a guerra. A ajudar o resultado líquido esteve um crescimento de 66% do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), que alcançou 3.849 milhões de euros, facto que a empresa justifica, precisamente, com “a melhoria das condições de mercado durante o período”. O volume de negócios no ano completo foi de 26.840 milhões de euros, uma melhoria de 67%.

No segmento upstream, a produção da Galp manteve-se estável face a 2021, com um aumento marginal. O EBITDA desta área de negócio cresceu 53% em termos anuais. No segmento de renováveis e novos negócios, é de destacar a melhoria significativa do EBTIDA, que passou de 13 milhões de euros negativos em 2021 para 50 milhões de euros positivos em 2022.

Também o segmento midstream, que inclui atividades como o processamento, armazenamento e transporte, registou uma forte melhoria em 2022. O EBITDA desta área da Galp disparou de 64 milhões em 2021 para 451 milhões no ano passado, em que a margem de refinação aumentou de 3,3 dólares por barril de petróleo ou equivalente (boe) para 11,6 dólares por boe. “A margem de refinação da Galp aumentou […] na sequência do forte ambiente de refinação internacional e apesar do aumento dos custos com energia e licenças de emissão de CO2 [dióxido de carbono]”, explica a Galp.

Passando à área comercial, a Galp ainda beneficiou da recuperação da atividade económica depois das restrições da Covid-19. A empresa diz que a venda de produtos petrolíferos aumentou 14% em 2022 graças a uma maior procura quer dos consumidores, quer das empresas. Apesar da “recuperação gradual pós-pandemia”, a Galp já notou um arrefecimento do negócio no final do ano passado. O EBITDA desta área aumentou 4%, para 298 milhões de euros.

Em 2022, a Galp investiu 1.265 milhões de euros, dos quais metade em produção e exploração. As renováveis e novos negócios representaram 32% deste valor e as atividades downstream, a última parte da cadeia de valor, representaram 15%. A 31 de dezembro de 2022, a Galp registava uma dívida líquida de 1.555 milhões de euros, uma diminuição de 802 milhões face ao mesmo dia do ano prévio.

Depois da divulgação destes dados, as ações da Galp enfrentam volatilidade na bolsa de Lisboa. Os títulos já estiveram a subir 2,30% bem como a cair quase 2%, mantendo-se acima dos 12 euros por ação.

Cotação da Galp em Lisboa

(Notícia atualizada pela última vez às 8h14)

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5 coisas que vão marcar o dia

Arranca a época de resultados das empresas do PSI e são conhecidas as mais recentes previsões económicas da Comissão Europeia.

A semana arranca com as previsões económicas da Comissão Europeia, que já poderão refletir o tom mais otimista que tem sido adotado. Começa também hoje a época de resultados do PSI, com a apresentação dos lucros da Galp. Em Belém, o Presidente da República recebe os patrões para discutir as mudanças laborais. É também dia de estatísticas sobre os transportes.

Comissão Europeia atualiza previsões

A Comissão Europeia divulga esta segunda-feira as previsões económicas do inverno de 2023, que poderá seguir a tendência mais otimista para 2023 que levou já várias instituições a rever em alta as projeções para este ano. As perspetivas para a economia europeia serão apresentadas pelo comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos, Paolo Gentiloni.

Galp apresenta resultados

A época de apresentação de resultados anuais das empresas do índice de referência nacional arranca esta segunda-feira. É a Galp que vai dar o primeiro passo entre as cotadas do PSI, com a apresentação das contas anuais, marcada para antes da abertura das negociações na bolsa de Lisboa.

Patrões vão a Belém para discutir Agenda do Trabalho Digno

Depois da aprovação da Agenda do Trabalho Digno no Parlamento, as cinco confederações patronais que integram o novo conselho nacional das confederações vão esta segunda-feira a uma audiência com o Presidente da República, agendada para as 19h00, com o objetivo de convencerem o Presidente da República a travar a promulgação do plano laboral do Governo.

INE publica dados sobre transporte aéreo

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira mais dados sobre a Atividade dos Transportes, desta vez as estatísticas rápidas do transporte aéreo referentes ao mês de dezembro de 2022. Em novembro, os passageiros nos aeroportos aumentaram 31% e superaram o período pré-pandemia.

Parpública escolhe short-list da Efacec

A Parpública vai escolher a short-list da Efacec esta segunda-feira, com base nas empresas que entregaram propostas vinculativas. O ministro da Economia anunciou esta quinta-feira no Parlamento que a Efacec continua a despertar o interesse de empresas estrangeiras, sendo que os sete consórcios na corrida têm até segunda-feira para entregar as suas propostas vinculativas. No entanto, a sua composição tem vindo a mudar precisamente para acomodar o interesse de outras empresas em participar no processo de reprivatização da empresa tecnológica.

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DS Seguros aumentou faturação em 48% em 2022

  • ECO Seguros
  • 12 Fevereiro 2023

Os negócios da DS Seguros superaram os 4,5 milhões de euros em 2022. O ramo Vida Risco foi o que registou maior crescimento, com um total a rondar as de 9 mil novas apólices emitidas.

A DS Seguros, marca do Grupo Decisões e Soluções, aumentou em 48% a faturação dos seus agentes em 2022, quando comparado com o período homólogo, chegando aos 4,5 milhões euros de faturação. A emissão de apólices registou um crescimento de 33% e foram emitidos um total de 36 mil novos contratos.

“Mais uma vez, a DS Seguros consegue ter um crescimento, na sua faturação, de quase 50%, depois de, no ano de 2021, ter crescido também 50% em relação ao ano anterior”, constatou Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros.

O ramo Vida Risco foi o que registou maior crescimento, 48%, com um total a rondar as 9 mil novas apólices emitidas, seguido do setor de seguros Multirriscos, com um aumento de 45%, e a Saúde, que observou 35% de crescimento, quando comparados com o ano anterior.

Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros, afirmou: “num enquadramento complicado, com a economia ainda a recuperar de uma pandemia, acrescentando uma guerra, inflação, alturas de dificuldades, entre outras condicionantes, é com grande satisfação que verificamos que, mais uma vez, a DS Seguros consegue ter um crescimento, na sua faturação, de quase 50%, depois de no ano de 2021 ter crescido também 50% em relação ao ano anterior, e ter tido o seu melhor ano de sempre. Voltámos, em 2022, a ter o melhor ano de sempre a todos os níveis. Sentimos que este crescimento é o reconhecimento do mercado ao serviço que prestamos e agradecemos aos nossos clientes pela sua preferência. Agradecemos ainda às seguradoras parceiras pelas condições que nos proporcionam, de forma a possibilitar dar aos nossos clientes as melhores soluções”.

Em 2022, foram inauguradas 17 novas lojas DS Seguros nas localidades de Albufeira, Almada, Coimbra (Tábua), Entroncamento, Fafe, Gondomar, Lagoa, Leiria, Loures, Oliveira do Bairro (Bustos), Rio Maior, Samora Correia, São João da Madeira, S. Miguel (Ribeira Grande) – Açores, Tomar, Porto Foz e Setúbal.

A DS Seguros, lançada em 2016, conta atualmente com mais de 110 agências de norte a sul do país e ilhas e com mais de 700 colaboradores a nível nacional. A companhia disponibiliza um serviço especializado e gratuito na área da mediação de seguros, onde é possível contratualizar todo o tipo de seguros, analisar as apólices que os clientes já detenham e as suas respetivas condições, bem como renegociar as mesmas sempre que seja mais vantajoso.

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PCP desafia Costa a empenhar-se na paz se falta dinheiro por culpa da guerra

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2023

"Se o problema é a guerra, então o primeiro-ministro que se empenhe no processo da paz, que é isso que os povos precisam, e deixe de meter gasolina na fogueira", atira o comunista Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP criticou este domingo a “conversa cínica” do Governo de que “não há dinheiro para tudo” e que “a culpa é da guerra” na Ucrânia, aconselhando o primeiro-ministro a empenhar-se “mais no processo da paz”.

“Se o dinheiro é público, públicas devem ser as funções e os serviços que presta e financia. E não é isto que temos visto e ainda temos de ouvir a conversa cínica de que não há dinheiro para tudo, não há dinheiro para nada”, criticou o líder do PCP, Paulo Raimundo, em Monforte (Portalegre).

Na sua intervenção, no encerramento da X Assembleia da Organização Regional de Portalegre do partido, sob o lema “Reforçar, intervir, lutar, avançar, por um distrito com futuro”, o secretário-geral comunista insistiu que só não há dinheiro para aquilo que o Governo não quer.

“Não há dinheiro para tudo, mas há 6.000 milhões de euros do orçamento da saúde a serem transferidos para o setor privado da saúde” e “lá se arranjaram 3.000 milhões de euros dos nossos bolsos para as empresas do setor energético”, acusou.

Se o problema é a guerra, então o primeiro-ministro que se empenhe no processo da paz, que é isso que os povos precisam, e deixe de meter ‘gasolina na fogueira’ que está instalada.

Paulo Raimundo

Secretário-geral do PCP

Paulo Raimundo argumentou que “não adianta o primeiro-ministro [António Costa] vir dizer que não pode acabar com esta situação e que a culpa é da guerra” na Ucrânia. “Porque o que está na sua mão poder fazer não o faz e não o faz por opção”, argumentou.

E “se o problema é a guerra, então o primeiro-ministro que se empenhe no processo da paz, que é isso que os povos precisam, e deixe de meter ‘gasolina na fogueira’ que está instalada”, desafiou o líder comunista.

“Aquilo de que nós precisamos é de respostas para os problemas que o país [e] que cada um de nós enfrenta”, defendeu o secretário-geral do PCP.

No seu discurso, perante militantes e simpatizantes do partido, na Sala Polivalente de Monforte, na zona desportiva local, o líder comunista argumentou também que “de nada” valem “lágrimas derramadas sobre a generalização do empobrecimento”.

“Nós não precisamos de lágrimas, muito menos dessas lágrimas de crocodilo”, afirmou, defendendo o aumento de salários, das prestações sociais, a fixação de preços dos bens essenciais e a necessidade de travar o aumento do custo de vida” e da “profunda injustiça” em que se vive hoje em Portugal.

Atualmente, “os 5% mais ricos” de Portugal “concentram nas suas mãos 42% de toda a riqueza criada por todos nós”, criticou o líder do PCP, comparando que, “enquanto isso, três milhões de trabalhadores ganham menos de 1.000 brutos mensais, mais de dois milhões de pessoas vivem na pobreza, entre as quais 385 mil crianças”.

“É disto que nós estamos falar. Por isso, engulam as vossas lágrimas sobre o empobrecimento e a injustiça”, acusou. Os “lamentos” não são necessários, porque o que é preciso são “vínculos efetivos” de trabalho, “horários regulados” e “das 35 horas rapidamente para todos os trabalhadores”, exigiu.

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“Sem tibiezas”, PSD apoia programa para atrair imigrantes e as suas famílias

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2023

Montenegro assume "sem tibiezas, sem complexos" que é preciso atrair, acolher e integrar mais famílias estrangeiras. Por outro lado, é “imoral" que haja trabalhadores a ganhar menos que desempregados.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu este domingo que Portugal precisa de “atrair mão-de-obra qualificada” o mais brevemente possível e considerou que os cidadãos estrangeiros devem trazer as suas famílias.

Discursando no encerramento do XV Nacional dos Trabalhadores Social-Democratas, em Lisboa, o líder do PSD afirmou que, para o país ter “uma economia competitiva, uma administração pública eficaz e sustentabilidade nos principais sistemas públicos”, precisa de “atrair mão-de-obra qualificada e de atrair pessoas que venham o mais cedo possível”.

“Eu já tinha a convicção de que uma das formas mais eficazes de podermos cumprir este desidrato era atrair jovens estudantes para as nossas instituições de ensino superior, hoje tenho a convicção de que devemos juntar a isso a atração de mão de obra e das respetivas famílias“, defendeu.

“Quanto mais cedo um cidadão estrangeiro, que pode ser uma criança, chegar a Portugal e se possa integrar nas nossas estruturas, mais fácil será contarmos com essas pessoas no futuro para cobrirmos aquilo que é indesmentível que é uma lacuna de população que vamos ter nas próximas décadas em Portugal“, sustentou.

Luís Montenegro reiterou que “Portugal precisa de um programa de atração, de acolhimento e de integração de imigrantes” para ajudar a contrariar a perda de população nos próximos anos, salientando que não se lembrou “deste tema agora” e que já fala “dele, pelo menos, há cinco anos”.

Portugal precisa de um programa de atração, de acolhimento e de integração de imigrantes” para ajudar a contrariar a perda de população nos próximos anos.

Luís Montenegro

Presidente do PSD

“É preciso, sem tibiezas, sem complexos, com a abertura de um povo solidário que sempre fomos, de uma visão universalista que sempre tivemos na nossa génese identitária como nação, é preciso olhar para os que nos podem vir ajudar do estrangeiro, para os imigrantes que nós devemos acolher, devemos até atrair e devemos integrar”, afirmou o líder social-democrata.

Luís Montenegro considerou igualmente que “é preciso implementar políticas que removam obstáculos à natalidade desejada, é preciso apostar em políticas que conciliem a vida profissional com a vida familiar, é preciso valorizar os salários”, além de “valorizar cada vez mais o papel das mulheres” e “evitar discriminações que estão hoje anacrónicas face à evolução da sociedade”.

“Só assim vamos ter um mundo laboral que possa refletir as ambições e as expectativas de quem empresta a sua capacidade de trabalho para ter o retorno dessa capacidade”, defendeu o presidente do PSD.

Na quinta-feira, na Guarda, Montenegro tinha considerado que o país deve receber imigrantes “de forma regulada” e “procurar pelo mundo” as comunidades que possam interagir melhor com os portugueses.

“Imoral” que trabalhadores ganhem menos que desempregados

Na mesma intervenção, o presidente do PSD considerou, por outro lado, que “é imoral uma sociedade onde as pessoas que trabalham chegam ao fim do mês e ganham menos do que pessoas que não trabalham”, reiterando ainda as críticas às alterações introduzidas pela Agenda para o Trabalho Digno.

“Independentemente de nós não querermos deixar ninguém para trás, o pior que podemos fazer é desincentivar aqueles que produzem, aqueles que trabalham, aqueles que têm uma oportunidade, que dão o seu esforço e que chegam ao fim do mês e têm menos rendimento do que aqueles outros que não fazem esse esforço”, defendeu o líder social-democrata.

Para Montenegro, “uma sociedade justa e solidária não deixa ninguém para trás, tem de ter ajudas àqueles que têm mais dificuldades, tem de ter ajudas que sobretudo possam motivar que eles ultrapassem as dificuldades, saiam da situação de vulnerabilidade”.

Imediatamente antes, Luís Montenegro deu o exemplo dos professores e referiu que a sua colocação longe de casa “faz com que muitos destes profissionais, entre as despesas de transporte, de alojamento e de alimentação, cheguem ao fim do mês e ganhem zero ou até tenham um saldo negativo”.

Na sua intervenção, o líder social-democrata voltou a criticar a “Agenda para o Trabalho Digno”, aprovada na sexta-feira no Parlamento, com o voto favorável do PS, a abstenção do PSD, Chega, PAN e Livre e votos contra do BE, PCP e IL. Montenegro considerou que este “é um processo digno da aselhice ou da ligeireza do Governo de Portugal e do PS”.

“Eu fico sinceramente preocupado como é que depois de ter havido a subscrição de um acordo de rendimentos em sede de concertação social, alguns dos seus esteios sejam agora deturpados ou adulterados nesta legislação, em prejuízo muitas vezes dos trabalhadores”, criticou.

O presidente do PSD considerou que “esta Agenda para o Trabalho Digno é digna se ser estudada nos efeitos perversos que vai ter, infelizmente, nos direitos dos trabalhadores”. Na sua intervenção, Luís Montenegro considerou igualmente que “este é o momento de identificar quem tem fibra para olhar para o futuro, de projetar o futuro, de preparar aqueles que virão a seguir”.

“Este não é o tempo das habilidades, este não é o tempo das artimanhas, este não é o tempo dos arranjos políticos, este não é tempo dos sobreviventes, daqueles que só querem chegar ao dia de amanhã, este é o tempo dos reformistas, daqueles que projetam, daqueles que são verdadeiramente solidários”, salientou.

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📹 Dicas para fazer compras online em segurança

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2023

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Intervalo do Super Bowl vale 75% do investimento publicitário anual em Portugal

Já imaginou o intervalo de um programa de televisão que vale quase três quartos de todo o investimento publicitário feito ao longo de um ano em Portugal? Acontece esta noite no americano Super Bowl.

Faltam poucas horas para o arranque do maior espetáculo desportivo do mundo e também para começar o intervalo mais conhecido da história da publicidade. Na noite deste domingo, a partir das 23h30 em Portugal, Philadelphia Eagles e Kansas City Chiefs discutem, no State Farm Stadium, em Glendale, no estado do Arizona, a final da National Football League (NFL), saindo uma das equipas com o título de campeão de futebol americano dos EUA.

Mas se o estádio tem capacidade para 63,4 mil pessoas sentadas — número que sobe para as 78,8 considerando o público que ficará de pé –, a audiência do jogo é infinitamente maior. Em 2022, de acordo com a NBC, detentora dos direitos de transmissão no último ano, a final do campeonato conseguiu uma audiência média de 112,3 milhões de telespectadores, incluindo os 11,2 milhões que acompanharam via streaming, tendo batido o recorde de 2015, ano em que se sagrou como o programa mais visto da historia da televisão norte-americana.

Com os direitos de transmissão da temporada da NFL dividida entre diversos operadores de televisão – a época 2023 é transmitida pela NBC, CBS, Fox e ESPN –, a final é rotativa. Este domingo, a emissão é da Fox, que no digital a reparte com a NFL Game Pass, plataforma digital internacional da liga de futebol americana.

E se falamos do programa de maior audiência da história, está reforçado o racional para fazer do intervalo do SuperBowl o “intervalo milionário”, como é conhecido. Este ano, de acordo com a Fast Company, um spot de 30 segundos custará sete milhões de dólares, mais 500 mil dólares do que no último ano.

Em setembro, a Fox já anunciava que 95% do espaço publicitário estava vendido, tendo avançado entretanto que estava esgotado. No último ano, por exemplo, foram exibidos 58 spots. Se cada um tiver sido comercializado a 6,5 milhões de dólares, falamos de perto de 400 milhões de dólares. Ou, dito de outra forma, de quase 75% do valor de todo o investimento publicitário feito em Portugal [via agência de meios] no último ano.

As novidades em 2023, em termos de marcas associadas, começam com o patrocinador do também clássico Super Bowl Halftime Show, quase um outro espetáculo inserido na final do Super Bowl. Este ano, o o momento musical é protagonizado por Rihanna – e não só marca a sua estreia numa final da Super Bowl, como é o regresso aos palcos após quatro anos de ausência e sete anos sem editar nenhum álbum. E não vai ser patrocinado pela Pepsi, como aconteceu na última década. O sponsor é agora a Apple Music, que em setembro fechou um acordo com a NFL que rondará os 50 milhões de dólares.

Ao fim chegou também a ligação da multinacional de bebidas Anheuser-Busch InBev ao evento, conta a Campaign, pondo assim término a um período de 33 anos de exclusividade no segmento das bebidas alcoólicas.

E se 2022 foi o ano das criptomoedas marcarem presença neste enorme ecrã, este ano reflete o arrefecimento do entusiasmo em torno do dinheiro digital, com a ausência de empresas de moeda virtual entre anunciantes. A Meta, dona do Facebook e do Instagram, a Nissan, a Taco Bell e a BMW são outras das marcas que, de acordo com a imprensa internacional, vão estar fora do evento.

Mas a lista de marcas, mais ou menos conhecidas dos portugueses, que querem aproveitar o intervalo mais famoso do mundo é bem mais extensa do que aquelas que desistem deste palco global. WeatherTech, Rémy Martin, Booking.com, Doritos, Turbo.Tax, M&M’s, Molson Coors, The Servant Christian Foundation, Avocados from Mexico, Rakuten, Downy, Hellmann’s, Pringles, Kia, FanDuel, DraftKings e Pepsi, agora sem o estatuto de patrocinadora do intervalo, são alguns dos anunciantes que vão marcar presença no evento desta noite.

E a associação das marcas ao Super Bowl começou semanas antes do dia D, com várias campanhas a servirem de teaser para o que pode ser visto este domingo — e a potenciarem desta forma a presença no Super Bowl.

Em Portugal, o jogo ente os Philadelphia Eagles e os Kansas City Chiefs é transmitido na Eleven Sports. Tal como no último ano, pode ser visto em sinal aberto. A Eleven abriu, aliás, a emissão durante todo este fim de semana, dando assim acesso a toda a sua programação, que inclui jogos da Premier League (Inglaterra), LaLiga (Espanha), Ligue 1 (França) e Bundesliga (Alemanha).

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Allianz reuniu 800 mediadores no Porto e pediu crescimento

  • ECO Seguros
  • 12 Fevereiro 2023

Teresa Brantuas e Carlos Varela, CEO e CSO da Allianz Portugal, foram as vozes da companhia no roadshow que apontou crescimento com sucesso como principal objetivo para 2023.

A Allianz Portugal juntou cerca de 800 mediadores de todo o país na Alfândega do Porto na passada quinta-feira durante o roadshow 2023 da companhia alemã para o canal de mediação.

A Alfândega do Porto, que também é a casa do Fórum Nacional de Seguros, foi o local para o reencontro da companhia com os mediadores após a interrupção causada pela pandemia.

O encontro, onde foram apresentados os resultados de 2022 e discutida a estratégia para o ano de 2023, contou com Teresa Brantuas e Carlos Varela, CEO e CSO da Allianz Portugal, bem como dos membros do comité executivo e operacional da Allianz Portugal e toda a estrutura comercial da seguradora.

“Foco no cliente, proximidade na relação com os agentes, corretores e com o canal bancário, bem como a transformação digital em curso, foram algumas das principais mensagens passadas a todos os presentes”, afirma comunicado da empresa. Carlos Varela referiu que foi “um momento pelo qual esperávamos há três anos, voltámos a estar junto dos nossos Mediadores e a partilhar a estratégia e os desafios que nos esperam em 2023”, disse.

Para Teresa Brantuas, CEO da Allianz Portugal, “Foi um gosto falar do nosso caminho para 2023 e das tendências do setor segurador. Fiquei muito inspirada pela força e tenacidade que os nossos mediadores demonstraram. O ano de 2023 vai-nos surpreender pela positiva!”, Concluiu.

O Roadshow Allianz Portugal 2023 serviu também para lançar os dois principais objetivos da seguradora para este ano: crescimento e sucesso. Na parte lúdica o evento contou com a participação de Ricardo Araújo Pereira que protagonizou uma intervenção intitulada “Uma conversa sobre assuntos” e da cantora Áurea.

A Allianz Portugal manteve em 2022 a 6ª posição entre as maiores seguradoras nacionais com 5,2% de quota de mercado, referente a um volume de prémios emitidos de quase 640 milhões de euros. Na área Não Vida faturou 493 milhões de euros, com 8,3% de quota de mercado, sendo a maior a 4ª maior operadora nacional nestes ramos.

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Montenegro propõe recuperar “o tempo possível” de serviço nos professores

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2023

Presidente do PSD propõe a "recuperação do tempo possível" de serviço dos professores, sem detalhar o que quer dizer com isso. Governo é "o único que tem a responsabilidade de conduzir" a negociação.

O presidente do PSD propôs este domingo a “recuperação do tempo possível” de serviço dos professores e apelou ao Governo e aos sindicatos que encontrem “um equilíbrio”, defendendo que um acordo “é do interesse de todos”.

“Valorizar a carreira dos professores com regras de progressão, de recuperação do tempo possível face àquilo que o país teve de viver fruto das irresponsabilidades do passado, é um desígnio também do PSD”, afirmou Luís Montenegro, que discursava no encerramento do XV Congresso Nacional dos Trabalhadores Social-Democratas, em Lisboa.

Instado pelos jornalistas a clarificar o que quis dizer com “tempo possível”, o líder do PSD não respondeu e remeteu para o debate sobre educação agendado pelo partido para a próxima semana, na Assembleia da República.

No seu discurso, Luís Montenegro considerou que o Governo é “o único que tem a responsabilidade de conduzir” a negociação com os professores, e que “essa negociação, é do interesse de todos, deve ter frutos o quanto antes, porque os prejuízos são dos professores mas os prejuízos são também dos alunos e das suas famílias”.

“Olhemos para a condição de um professor, olhemos para a sua desmotivação, para o facto de hoje perder tanto tempo em tarefas burocráticas e administrativas e menos em tarefas pedagógicas, olhemos para essa dificuldade que é estar muitas vezes tão longe de casa, mas também olhemos para aquele aluno que não tem aulas e que está a ficar com as suas aprendizagens para trás, e olhemos para aquela família cujos progenitores ou faltam ao trabalho ou então ficam de mãos atadas porque os filhos não têm escola”, elencou.

O presidente do PSD considerou necessário “olhar para cada um” e “arranjar aqui um equilíbrio”. “Eu lanço daqui esse apelo a todos: aos sindicatos, professores, aos pais e aos alunos, mas sobretudo ao Governo”, afirmou Montenegro, salientando: “o Governo não pode ignorar aquilo que está a acontecer”.

“O ministro da Educação e sobretudo o primeiro-ministro de Portugal não podem fazer de conta que a escola em Portugal está a atravessar esta dificuldade e que isto tem consequências que vamos pagar no futuro. Nós temos de arranjar uma solução, só assim conseguimos ter a igualdade de oportunidades que nos caracteriza”, salientou o social-democrata.

Também olhemos para aquele aluno que não tem aulas e que está a ficar com as suas aprendizagens para trás, e olhemos para aquela família cujos progenitores ou faltam ao trabalho ou então ficam de mãos atadas porque os filhos não têm escola.

Luís Montentegro

Presidente do PSD

Esta posição do líder do PSD foi transmitida um dia após uma manifestação nacional de professores que decorreu em Lisboa e que juntou mais de 150 mil pessoas, segundo a organização. Os docentes exigem a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de serviço não contabilizados pelo Governo no âmbito do descongelamento das carreiras.

No início do ano letivo, a tutela decidiu iniciar um processo negocial para rever o modelo de contratação e colocação de professores, mas algumas propostas deixaram os professores revoltados, como foi o caso da possibilidade de os diretores poderem escolher parte da sua equipa. As negociações entre sindicatos e ministério têm decorrido em ambiente de forte contestação, com os professores a realizarem greves e manifestações.

Fora da agenda negocial, estão reivindicações que os professores dizem que não vão abandonar, tais como a recuperação do tempo de serviço ou as progressões na carreira que os docentes.

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